Rio
de Janeiro – O secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro,
Carlos Minc, informou hoje (23) que apenas duas remessas de cerca de
250 mil litros e 135 mil litros de óleo (juntamente com água e ar)
puderam ser retiradas do oceano depois do vazamento na Bacia de
Campos, norte do Rio. Segundo ele, a maior parte do petróleo já se
dispersou no oceano.
“Em
aproximadamente um mês e meio, bolas de piche vão estar pipocando
nas praias do litoral, resultado do óleo mais grosso que se agrupa
em pelotas. O resto foi dissolvido e acabou entrando no ecossistema,
e é exatamente isso que estamos analisando para avaliar o tamanho do
dolo.”
Para
o oceanógrafo David Zee, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), a base da cadeia alimentar marinha da região foi severamente
prejudicada.
“Existe a depressão da capacidade de produção de biomassa, parte dela alimento, e isso representa um custo ambiental, olhando muito mais a questão do aproveitamento humano. Além disso, há uma fração do óleo que se impregna na coluna d'água transferindo grande parte das substâncias tóxicas, causando malefício para a vida marinha.”
“Existe a depressão da capacidade de produção de biomassa, parte dela alimento, e isso representa um custo ambiental, olhando muito mais a questão do aproveitamento humano. Além disso, há uma fração do óleo que se impregna na coluna d'água transferindo grande parte das substâncias tóxicas, causando malefício para a vida marinha.”
Zee,
que também está trabalhando como perito da Polícia Federal na
apuração das causas do acidente ocorrido no dia 8 deste mês,
criticou a demora na contenção do vazamento e a falta de
equipamentos para evitar a dispersão do óleo.
“Nas
primeiras 48 horas, 30% do petróleo que vaza se evapora, poluindo a
atmosfera, e em 72 horas o restante se espalha rapidamente. Por isso,
o primeiro procedimento é não deixar espalhar o óleo, para
retirá-lo, mas como, infelizmente, não utilizaram barreiras
flutuantes de contenção, o próprio clima, as ondas e o vento
trataram de espalhar esse óleo”, explicou o oceanógrafo.
O
pesquisador ponderou que a fração do óleo que não é degradável,
que fica permanentemente na coluna de água ou se deposita no fundo
do mar, ainda pode chegar à costa do sudeste brasileiro. “Se
houver uma mudança do quadro de clima, efetivamente pode ser uma
ameaça e chegar ao litoral fluminense. O quadro climático e
oceanográfico são favoráveis para essa não aproximação, mas
quando chegar o calor e o vento leste, a ressurgência tem maior
possibilidade de acontecer e ela pode levar para a costa do Rio de
Janeiro.”
Fonte:Agência Brasil 23/11/2011 13h27
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