quarta-feira, 24 de junho de 2015

PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RS


Votação plano estadual de educação Assembleia RS (Foto: Marcelo Bertani/Agência ALRS)
Público exibe faixas contra o texto que trata de gênero do PEE (Foto: Marcelo Bertani/Agência ALRS)
Após mais de sete horas de discussão, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou na noite desta terça-feira (23) por unanimidade o Plano Estadual de Educação (PEE). Expressões como “diversidade de gênero” e “ideologia de gênero” foram retiradas do texto original.

O PEE foi apresentado no final de 2014 pelo governo anterior e tem como objetivo se adequar ao Plano Nacional de Educação (PNE). Entre as 23 metas traçadas para os próximos anos, a que propunha o debate e ações afirmativas nas escolas sobre questões como identidade de gênero e orientação sexual foi a que mais provocou polêmica entre deputados e o público.


A sessão plenária foi tensa, com discussões fortes tanto na tribuna quanto nas galerias. Ativistas dos direitos LGBT pediam a manutenção do projeto original, enquanto entidades ligadas à igrejas defendiam mudanças no plano. Em vários momentos, o discurto dos deputados foi interrompido pelas vaias dos dois lados.

No total, o projeto recebeu 63 emendas, 36 delas apresentadas pelo Executivo. A maioria foi aprovada, entre elas a que cortou da redação do texto original a expressão “identidade de gênero”, que é a forma como cada pessoa expressa claramente sua preferência sexual. No lugar, entraram expressões mais genéricas, como “respeito aos direitos humanos” e “combate aos preconceitos”.

A oposição foi contra as mudanças, mas conseguiu incluir no projeto um item sobre o respeito à orientação sexual. "A escola tem que ser exatamente um lugar onde se ensino o respeito às diferenças, o combate ao preconceito. Onde se inclui o respeito à diversidade e à orientação sexual e também à identidade de gênero”, defendeu o deputado Pedro Ruas, do PSOL.

Já os deputados da base aliada argumentam que a discussão sobre gênero e orientação sexual cabe à família e não ao Estado. “Não há, nesse momento, que nenhuma necessidade de a escola estar ensinando uma criança de quatro, cinco anos, qual a opção [sexual]. Cada um sabe qual é a sua”, argumentou o Alexandre Postal, do PMDB, líder do governo na Assembleia.
Votação plano estadual de educação Assembleia RS (Foto: Stephanie Gomes/Agência ALRS)Ativistas dos direitos LGBT queriam manutenção do projeto original (Foto: Stephanie Gomes/Agência ALRS)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

PASSO A PASSO: ÁGUA DA CHUVA


IPT lança manual para situações emergenciais que contempla todas as etapas, da captação à utilização da água de chuva


A captação da água de chuva hoje é realidade para muitos moradores de cidades como São Paulo, que vêm enfrentando uma crise hídrica que já afeta o abastecimento de diversos domicílios. Levando em conta este cenário, o IPT lança agora um manual que busca oferecer à população orientações para melhorar a qualidade dessa água, apresentando as boas práticas para a sua captação, armazenamento e utilização doméstica.

O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais e dissemina uma técnica relativamente simples, mas que respeita os requisitos que garantem o funcionamento do sistema e, principalmente, assegura a qualidade da água coletada.

De acordo com o pesquisador e autor do manual Luciano Zanella, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, o projeto nasceu da constatação de que não apenas a captação da água de chuva, mas também seu tratamento e armazenagem, muitas vezes são feitos de maneira equivocada. “Embora a melhor água seja aquela oferecida pela concessionária, não podemos fechar os olhos ao fato de que muitas famílias hoje convivem com abastecimento irregular e têm se valido dessa solução. É preciso, no entanto, oferecer condições para que a captação seja feita de maneira mais segura, lacuna que o IPT pretende preencher com este manual”. 
Ilustração do sistema de captação da água da chuva
 
O trabalho do IPT mostra como requisitos fundamentais a captação da água pelo telhado, e não pelo piso, além da filtragem que será responsável pela primeira limpeza, separando o líquido dos objetos sólidos como as folhas das árvores que acabam entrando no captador. Outro passo essencial no processo, geralmente desconhecido, é o descarte da água da primeira chuva, que carrega a poluição atmosférica e os contaminantes presentes no telhado. O recomendado é que sejam descartados dois litros de água para cada metro quadrado de área do telhado utilizado na captação, o que corresponde aos dois primeiros milímetros de precipitação. 

O sistema proposto no manual é de fácil instalação. Foi pensado para situações emergenciais e não está integrado ao sistema hidráulico predial. “Os usuários podem fazer adaptações ao material, desde que sigam os parâmetros fundamentais. Essa água poderá ser usada para descarga de bacias sanitárias, limpeza de pisos e veículos e rega de jardins e áreas verdes”, explica Zanella. Numa situação extrema, caso falte água de qualidade superior, a água de chuva – desde que captada, tratada e armazenada adequadamente – também pode ser utilizada para ingestão e preparo de alimentos. Para esse uso, além das etapas anteriores, recomenda-se ainda a fervura por um tempo superior a três minutos, melhorando a segurança sanitária.



O manual é gratuito e pode ser acessado clicando abaixo: