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segunda-feira, 6 de abril de 2020

O encontro dos rios Taquari e Jacuí

Ana Cecília Togni e o livro no encontro das águas dos rios Taquari e Jacuí Lidiane Mallmann








TRIUNFO
  Berço do líder farrapo Bento Gonçalves e do Combate do Fanfa, Triunfo, que se originou em 1752 a partir de duas sesmarias, abriga em seu chão o encontro das águas dos rios Taquari e Jacuí. Após percorrer 140 quilômetros desde a localidade de Santa Bárbara em São Valentim do Sul e banhar as cidades de Muçum, Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Colinas, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul, Taquari e Venâncio Aires, o manancial se junta ao Jacuí para logo depois seguirem em direção ao estuário do Guaíba e Lagoa dos Patos.

Inicialmente denominado de Forquilha o local hoje é conhecido como o Encontro das Águas, sob um cenário com imagens de "tirar o fôlego", bem no centro da cidade e emoldurado pela Rua dos Plátanos, casas centenárias, ilha e um parque de lazer na histórica Triunfo. Pedras rasas e lajes, gramados, área para pesca, o som dos pássaros e das águas e um espaço para contemplar a junção, completam o cenário. Na outra margem está a não menos encantadora São Jerônimo, que para acessá-la o meio disponível é através de uma barca.

Autora da obra publicada em 2012, "A História da Bacia Hidrográfica Taquari - Antas", a escritora lajeadense e integrante da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat), Ana Cecília Togni, nessa semana, acompanhou nossa reportagem até o local. "Eu não conhecia esse lugar. É um momento de muita emoção, a mesma que senti quando conheci o início do Rio Taquari, que se forma a partir da junção dos rios Carreiro e das Antas e agora vendo a despedida do nosso Rio Taquari ao juntar-se ao Rio Jacuí".

Para Ana Cecília, o rio guarda muitas histórias que devem ser perpetuadas, pois foi por onde chegaram os pioneiros do Vale do Taquari, com muitas dificuldades, para desbravar e se estabelecer em nossa região, além dos comércios que se criaram às margens, recebendo e enviando mercadorias. Histórias que, segundo a autora, passam de geração em geração e servem de exemplo para os tempos atuais. Embora o rio apresente águas límpidas, alguns sinais de poluição aparecem em seu trajeto.

Ana Cecília, que integra o movimento Vivo Taquari-Antas Vivo, mostra-se preocupada com essa situação. "Recolhemos muito lixo e isso demonstra que as pessoas têm que olhar o rio de uma forma diferente, pois água é vida e a preservação e o apreço pelo Taquari têm que ser permanentes e prioridade na vida de cada cidadão", comenta. Além disso, de acordo com Ana Cecília, as cidades devem usufruir de diversas maneiras o rio. "Contemplar, praticar esportes, amar esse rio e ter orgulho dele, não somente ver o rio de frente na época de enchentes. O Rio Taquari já foi a estrada líquida que conduziu os pioneiros. Agora é preciso que os descendentes dessas pessoas se voltem novamente para o rio, pois ele é fonte de vida".


Fonte:

O Taquari e os tempos áureos do transporte de passageiros

Wolfgang Hans Collischonn é integrante da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat) - Alício de Assunçãol


Escritor Lajeadense resgata histórias de empresas de navegação no Rio Taquari

A partir da colonização de parte da região até Bom Retiro do Sul e Cruzeiro do Sul por luso-brasileiros e dali em diante até Encantado e Roca Sales por descendentes de alemães e italianos, o Rio Taquari tornou-se cada vez mais importante para o escoamento da produção durante quase um século. Era a única via de transporte de passageiros e mercadorias entre a região e o Estado. Este registro de uma época da história faz parte do livro "À Minha querência", editado em 2018, de autoria do escritor, professor e bancário aposentado, Wolfgang Hans Collischonn (86), de Lajeado.

De acordo com o autor, a partir da chegada dos alemães, em meados do século XIX, atraídos pelas empresas de colonização de Fialho de Vargas, em Lajeado, e Vitorino José Ribeiro, em Estrela, os portos dessas localidades passaram a ser cada vez mais movimentados à medida que aumentava a produção. Os sucessivos relatórios de Fialho de Vargas ao governo da Província, a partir de 1860, revelam esse crescimento. O mesmo deve ter acontecido com Estrela, que a partir de 1876 e até a emancipação de Lajeado em 1891, abrangia todo o território nas duas margens do rio, desde São Gabriel da Estrela (Cruzeiro do Sul) até Guaporé e Roca Sales, compreendendo, inclusive, os vales do rios Guaporé, Forqueta, Forquetinha e Sampaio.

Como as estradas eram ainda precárias e não havia pontes sobre os rios, o único meio, tanto de passageiros como cargas, para a capital da província, era a navegação fluvial que se iniciara com lanchões movidos a vela e a braço humano e se aperfeiçoou com o progresso da região. Em 1875, Jacob Arnt, filho de imigrantes alemães, deu início a uma empresa de navegação, que mais tarde passou a chamar-se CIA Navegação Arnt, com sede em Taquari e filiais em outras cidades às margens do rio. Esta foi, durante mais de 50 anos, a mais importante empresa de navegação do Rio Taquari e a ela, especialmente Lajeado, deve grande parcela de desenvolvimento até meados do século XX, porque toda a produção da margem direita do Taquari era escoada pelo porto da cidade, o que naturalmente contribuiu para o desenvolvimento de empresas atacadistas e demais atividades econômicas da cidade.

Jacob Arnt nasceu em 25 de abril de 1853, em Baumschneiss, atualmente Dois Irmãos, filho de Karl Arnt, que em 1867 fundou a Colônia de Teutônia, e de Philipina Schüler Arnt. Em 1873, tendo se estabelecido como pequeno comerciante, trabalhou como carroceiro, transportando produtos da colônia de Teutônia para a vila de Taquari. Após fundar o povoado de Bom Retiro, em 1875, transferiu residência para Taquari, onde passou a comandar ações com empresa proprietária de um barco.

Com apenas um vapor, organizou uma sociedade composta de 11 sócios - a Jacob Arnt & Cia. Iniciou com o velho vapor ¨Taquari¨, que não ficou muito tempo em serviço e naufragou. Foi encomendado da Alemanha um novo vapor denominado "Teutônia I". Até então a empresa limitara-se a realizar viagens regulares entre Taquari e Porto Alegre. Com a chegada do vapor novo, a linha foi estendida até os portos de Estrela e Lajeado, atingindo, inclusive, nas épocas de maior volume de água, Encantado e General Osório (Muçum).

Acompanhando o desenvolvimento da região, sob as diversas denominações até chegar a razão social que a consagrou, a empresa foi adquirindo novos vapores e outros barcos de menor calado, como gasolinas, lanchas e chatas para navegar no nível baixo do rio, nos períodos de estiagens. Outras empresas especializadas no transporte de cargas, como as navegações Beleza, Aliança, Ritter, e Lajeado, tinham o seu trapiche em Lajeado e utilizavam barcos movidos a óleo diesel, as chamadas "gasolinas". Enquanto que os vapores utilizados no transporte de passageiros eram movidos por máquinas a vapor que faziam girar duas rodas laterais. As gasolinas tinham motores a explosão que moviam uma hélice na popa do barco.

Cada companhia de navegação tinha o seu armazém ou trapiche. E alguns desses tinha a sua maxambomba para ajudar a carga e descarga entre as embarcações e os armazéns no alto da barranca. As maxambombas eram carrinhos que corriam sobre trilhos de ferro sobre a barranca entre o trapiche e o leito do rio onde estava atracado o barco de transporte. Enquanto um carrinho descia, outro subia, cada um num trilho. Eram movidos por um animal que caminhava em roda de uma espécie de pião que rolava e desenrolava um cabo de aço ao qual estavam presos os vagõezinhos com as cargas.

Nas décadas de 1910 e 1920 eram 15 os portos entre Lajeado e Porto Alegre. Entre os vapores estavam o Brazil, Taquary, Boa Vista, Rio Grande do Sul, Garibaldi, Teutônia, Taquara, Venâncio Aires, além de seis gasolinas, sete chatas e 21 barcos menores. Mais tarde foram acrescentados o Porto Alegre, Osvaldo Aranha e Estrela.

Eram transportas malas postais e outros objetos. Os passageiros optavam pela primeira ou segunda classe. Em Lajeado ocorria o translado para barcos menores que seguiam para Costão, Arroio do Meio, Roca Sales, Encantado e General Osório. Os vapores chegavam em Lajeado às 17h e partiam para Porto Alegre às 18h, onde chegavam às 4h, retornando às 6h. A chegada em Lajeado era o momento em que as pessoas circulavam em frente à sede da empresa na Rua Osvaldo Aranha, a primeira rua calçada da cidade, para receber os jornais e observar os passageiros. A partir de 1950, esse tipo de transporte entrou em decadência em função da construção das rodovias.

O escritor encantandense, Gino Ferri, já falecido, relata em sua obra História do Rio Taquari-Antas, o ambiente dos barcos. "Serviam café da manhã e da tarde, almoço, janta e bebidas resfriadas com barras de gelo, sopa e um delicioso pescado, geralmente o pintado, peixe sem escamas, abundantes no Taquari e Jacuí. No refeitório havia uma sala de estar dos passageiros, longos bancos estofados de couro e mesa comprida com cadeiras. Um toque de sineta alertava os passageiros para as refeições. O comandante do barco sentava na ponta da mesa e servia o primeiro prato". De acordo com Collischonn, a CIA Navegação Arnt foi a maior empresa gaúcha de transportes fluviais.


Fonte:



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

General Câmara projeta Parque Hidroviário com apoio técnico da Associação Hidrovias RS


General Câmara projeta Parque Hidroviário com apoio técnico da Associação Hidrovias RS
Agora, o município conta com o apoio técnico da Associação Hidrovias RS, que é formada por representantes da Farsul, Fiergs, Fecomércio, ABTP e Federarroz e empresas do ramo naval.  Através desta parceria, está sendo montando um projeto não só para a questão hidroviária, mas também aliada a malha rodoviária e ferroviária, criando assim um porto multimodal em General Câmara.
Conforme o assessor jurídico da Prefeitura, Gustavo dos Anjos Baptista, esse é o primeiro projeto desta natureza no Rio Grande do Sul.
- Já temos empresas interessadas em escoar a produção e implementar o porto aqui, inclusive já temos o estaleiro funcionando. O Projeto do Parque Hidroviário contempla não só o porto, mas indústrias, também o turismo e até mesmo esportes que possam ser realizados ali. A ideia é avançar e atrair empresas que estejam interessadas em se instalar em General Câmara -  afirmou.
O prefeito Helton Holz Barreto assinará o Termo de Cooperação do Projeto do Parque Hidroviário do Município de General Câmara na próxima segunda-feira, dia 21, às 10h, no Plenário da Câmara de Vereadores de General Câmara.

Hoje em dia, muitas cidades estão de costas para os rios, deixando de lado uma importante fonte de crescimento econômico e de escoamento de produção. Com a greve dos caminhoneiros em 2018, empresas e entes públicos perceberam a importância estratégica destas vias naturais.
Em General Câmara, que é banhado por dois importantes rios, o Jacuí e o Taquari, a preocupação surgiu logo no início da atual gestão, em 2017, buscando viabilizar um projeto de transporte ou de estaleiro nas margens do Rio Taquari. Até então, o projeto esbarrava na capacidade técnica para desenvolvimento.


Associação Hidrovia RS
Um dos grandes entraves para que os produtos gaúchos sejam competitivos no mercado internacional está na logística. A opção de priorizar rodovias em detrimento dos demais modais acaba por limitar a capacidade de escoamento, gerando onerosos gargalos por todo o Rio Grande do Sul. Por exemplo, o RS utiliza menos de 700 km das águas navegáveis. Esse cenário de estagnação, que impede o desenvolvimento estadual, motivou entidades representativas do setor produtivo a se unirem e criarem a Associação Hidrovias RS, lançada em maio de 2018, na sede da Farsul. O objetivo é fomentar o aproveitamento efetivo das hidrovias, não apenas para o transporte por água, mas também como fator estratégico de atração de novos empreendimentos.
A entidade é formada por representantes da Farsul, Fiergs, Fecomércio, ABTP, Federarroz e empresas que operam os terminais do Porto de Rio Grande e pretende liderar a mobilização para ampliar o volume de cargas escoadas pelas hidrovias dos atuais 7 milhões de toneladas/ano para 12 milhões. O que significa uma redução do frete em cerca de 40%, garantindo competitividade para a produção gaúcha nos mercados nacional, por cabotagem, e internacional, pela rota marítima do sul da África. Formada por entidades empresariais, cooperativas, investidores e empresas de transporte de passageiros e de cargas, a Associação Hidrovias RS busca unificar as propostas do setor empresarial, hoje diluídas entre os vários segmentos da atividade econômica.


Fonte: Jornal Portal de Notícias

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ENCHENTE 2015

PORTO ALEGRE SITIADA PELA ÁGUA






















Na medição das 17h08min, nível do rio atingiu 2m88cm, a 12 centímetros de alagar o Cais Mauá

O nível do Guaíba voltou a subir nesta segunda-feira e atingiu, às 17h08min, a marca histórica de 2m88cm, o maior nível em 74 anos, segundo o Centro Integrado de Comando (Ceic) de Porto Alegre. Autoridades seguem monitorando as águas e alertam que, caso o nível do Guaíba chegue a três metros, o Cais Mauá pode ser alagado.
Como medida de segurança, 13 das 14 comportas do cais foram fechadas na tarde de domingo. A 14ª, acesso principal do Cais Mauá, será fechada por precaução às 18h desta segunda-feira  O acesso à Avenida da Legalidade (Voluntários x Cairú) ficará bloqueado em função do fechamento dessas comportas.







































 


























Nível do Guaíba às 18h41min: 2m88cm. O número é o maior em 74 anos, e provocou, no fim da tarde desta segunda-feira, o fechamento de todas as comportas de contenção pela primeira vez desde a década de 1970.
Município mais atingido pelas cheias no Estado é Eldorado do Sul, com 18 mil atingidos, 2 mil pessoas fora de casa e 200 desabrigados.

RIO TAQUARI

Ilhada pela enchente, mulher dá à luz dentro de casa em Venâncio Aires.

Mãe e filho, que foi chamado de Jesus, foram resgatados pelos bombeiros e prefeitura e passam bem.



Após a família ficar ilhada no interior de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, uma jovem de 25 anos deu à luz dentro de casa no domingo, sem ajuda. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 9h15min e resgatou mãe e filho, que foram levados ao hospital. O menino foi chamado de Jesus.

— É porque foi um milagre — explica Mauro Luft, um dos coordenadores da Secretaria Municipal de Agricultura.

Conhecedor da região de Vila Mariante, Luft foi chamado para ajudar no resgate, já que o nível do Rio Taquari chegou a 14m40cm — o normal é 1m60cm. Segundo ele, Ana Cristina mora com o marido, Maicon Nunes Cavalheiro, 29 anos, e outros dois filhos, mas deu à luz sozinha.

— O pai contou que a mãe foi no banheiro e, daqui a pouco, ele ouviu um barulho estranho e, quando foi ver, ela estava com o bebê no colo — relembra o coordenador.

O cordão umbilical foi cortado ainda na residência, enquanto a família aguardava chegada de ajuda. Um barco teve e ser usado por três quilômetros para chegar ao local. O recém-nascido fez a viagem da casa até a ambulância no colo de Luft.

— Sentei e me deram aquela vida. Um bebê com poucos minutos de vida. Coloquei um cobertor e uma coberta térmica sobre ele, porque ainda chuviscava. Protegi como se fosse um dos meus filhos — conta o servidor, ainda emocionado.

Mãe e filho passam bem e devem receber alta nesta segunda-feira, Dia das Crianças. A cheia do Rio Taquari desabrigou 50 pessoas entre sexta e domingo. Como o nível da água baixou, por volta das 18h de domingo, as famílias retornaram para suas casas.




Em sete horas, período desde o último boletim divulgado pela Defesa Civil, praticamente dobrou o número de pessoas atingidas pela chuva que assola o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Já são 44,2 mil pessoas afetadas, contra as 24,4 mil contabilizadas no balanço anterior, divulgado às 11h desta segunda-feira.

Destas, 3.861 estão desalojadas e 4.049 desabrigadas em 56 municípios. Três novas cidades foram incluídas na relação: Arambaré, Dom Feliciano e Uruguaiana. Ainda conforme a Defesa Civil, 5.111 residências foram atingidas e apresentaram estragos.

Até o momento, 10 municípios estão com decreto de emergência no sistema da Defesa Civil: Campestre da Serra, Sobradinho, Itaara, Silveira Martins, Ibarama, Nova Esperança do Sul, Miraguaí, São Jerônimo, São Gabriel e Nova Esperança do Sul.














Enchente de Porto Alegre, em 1967




Nas primeiras horas da noite de quinta-feira, 21 de setembro de 1967, a chuva insistente que caía sobre Porto Alegre fez com que a cidade se transformasse na "triste Veneza gaúcha". A comparação foi escolhida por Zero Hora para mostrar a gravidade da situação na capa da edição do dia seguinte, que trazia como manchete outra frase sintomática: "águas vencem asfalto".

Por conta da terceira maior enchente de sua história — que, até esta segunda-feira, era a segunda —, a Capital viu o Centro histórico, ainda sem a proteção do muro da Mauá, invadido. Mauá, Sete de Setembro e Voluntários da Pátria foram tomadas pelas águas. Alguns armazéns do Cais do Porto foram evacuados. A cheia também chegou à Praia de Belas, que já não era praia mas ficava mais próxima do Guaíba do que hoje — a Padre Cacique, cujos moradores tiveram as casas inundadas, era a via mais próxima do estuário naquela região.

Sobrecarregada, a rede de esgotos lançava águas sobre as ruas. O número de flagelados no Estado chegava a 75 mil, e 200 deles eram abrigados no antigo Parque do Menino Deus, ex-sede da Expointer e onde hoje funciona a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, na Avenida Getúlio Vargas. A capacidade do parque, cujos novos inquilinos receberam a visita do governador Peracchi Barcellos, estava esgotada, e já se projetava que novos desabrigados fossem recebidos no Teresópolis Tênis Clube.

Muretas foram erguidas em frente aos prédios da Caixa Econômica Federal e da Secretaria da Fazenda, onde o poço do elevador foi inundado e o arquivo estava ameaçado. Na legenda de uma foto do Cais do Porto publicada por ZH, ficava evidente o temor: "o Guaíba cresce e ameaça repetir o drama de 1941".

Durante o final de semana, porém, a situação melhorou. Na segunda-feira, dia 25, o jornal já fazia um balanço da tragédia em meio a relatos de rios que baixavam e revelavam a destruição nas cidades. O Estado começava a se recuperar do violento dilúvio, que só seria superado 48 anos depois.













 


















Eldorado do Sul vive drama devido à enchente

















O acesso principal de Eldorado do Sul está bloqueado. Os pátios das empresas às margens da rodovia estão alagados. No momento, a água é o maior pesadelo dos cerca de 20 mil moradores desalojados — o município tem 37 mil residentes. O cenário logo choca. Há água acumulada nas ruas e parece que todos os habitantes estão fora de casa. Alguns vagam aparentemente sem rumo enquanto outros se ocupam de salvar pertences. 

Quem não está desabrigado tenta ajudar. No ginásio Loteamento Popular, no Centro, o vice-prefeito, Domingos Sávio, lamentou a situação. “Só em 1967 houve enchente parecida com essa.” Ali estão alojadas 220 famílias. A alimentação é preparada por voluntários, que também recolhem mantimentos. “Por mais que a gente acolha bem, dê comida e roupa, ninguém queria estar aqui”, lembrou. 

Bruna, 23, e os três filhos — de 8, 4 e 3 anos — chegaram no sábado. “Subimos móveis com tijolos antes de sair, mas parece que a água já atingiu mais da metade da casa”, lamentou. Colchões acumulam-se enfileirados. São eles que delimitam o espaço de cada família. Essa é a terceira vez que uma enchente atinge a cidade neste ano. Na primeira, não houve desabrigados. Na segunda, há três meses, 15 famílias tiveram que deixar suas casas. “Agora praticamente a cidade inteira foi atingida”, disse Sávio.

Subiu para 44.199 o número de pessoas atingidas no Rio Grande do Sul pelos eventos climáticos dos últimos dias, segundo boletim da Defesa Civil divulgado depois das 18h desta segunda-feira. Ao todo são 3.861 pessoas desalojadas e 9.160 desabrigadas. No Estado, foram 5.111 casas atingidas pelas fortes chuvas. Três novos municípios: Arambaré, Dom Feliciano e Uruguaiana foram acrescentados à lista de atingidos, que agora totaliza 56 cidades.

Até o momento, dez municípios decretaram situação de emergência e já começaram o preenchimento da documentação no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres da Defesa Civil. São eles: Campestre da Serra, Sobradinho, Itaara, Silveira Martins, Ibarama, Nova Esperança do Sul, Miraguaí, São Jerônimo, São Gabriel e Nova Esperança do Sul.

De acordo com a Defesa Civil, segue o aviso de perigo para riscos de alagamentos e deslizamentos nas regiões Sudeste, Nordeste e Metropolitana do Rio Grande do Sul. A orientação do órgão é, em caso de emergência, contatar a Defesa Civil por meio do telefone 199.

A Defesa Civil estadual recebeu representante do da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional na tarde desta segunda-feira. Em conjunto, os órgãos irão definir ações de apoio às localidades atingidas. 


Equipes da Defesa Civil, Bombeiros, Marinha, prefeituras e comunidade trabalham no auxílio aos moradores das zonas ribeirinhas atingidos pelas cheias dos rios Taquari e Jacuí, que banham os municípios de General Câmara, Triunfo, São Jerônimo e Charqueadas. Em todos os municípios, dezenas de famílias foram atingidas e removidas de suas casas, abrigadas em ginásios de esportes e residências de amigos e familiares.
O Rio Jacuí já ultrapassou os 12 metros acima do leito normal.
A travessia da balsa que faz o transporte de veículos entre São Jerônimo e Triunfo está suspensa. A travessia da lancha de passageiros fará sua última travessia às 18h30min deste domingo.
Em General Câmara, a estrada que liga o município a Mariante está interditada.

A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social de São Jerônimo estão recebendo doações de roupas, calçados e alimentos pelo telefone 36515042 e celular 97951417.
 

Nível do Guaíba atinge a maior marca dos últimos 74 anos

As medições do Centro Integrado de Comando apontaram a marca de 2m93cm na manhã de sábado - 17/10/2015

Pela segunda vez em menos de uma semana, o nível do Guaíba atingiu proporções históricas. Por volta das 14h, as águas chegaram a 2m94cm, superando em 5 centímetros os 2m89cm de segunda-feira, e atingindo a maior marca em 74 anos. Às 15h, o nível era de 2m93cm
Com a elevação do volume, as águas invadiram o Cais Mauá, passando por frestas das comportas, e atingindo a Avenida Mauá. Apenas "uma lâmina" de água invadiu a via, segundo o diretor-geral do Departamento de Esgoto Pluvial (DEP), Tarso Boelter, mas motoristas que passarem pela região devem ficar atentos para possível zonas de acúmulo de água. Sacos de areia serão colocados ainda neste sábado nas comportas para prevenir que as águas cheguem à área central da cidade.





 

Na medição da Ilha da Pintada, o nível do Guaíba também permanece em alta. Estava com 2m39cm por volta das 15h. Segundo Boelter, a previsão é de mude a direção do vento, aliviando o represamento das águas.
Durante a madrugada, as medições do Centro Integrado de Comando mostraram pequenas oscilações nos nível das águas, variando de 2m82cm e 2m83cm. No entanto, às 3h40min, o Guaíba havia chegado em 2m84cm, subindo mais um centímetro às 4h. Pouco antes das 6h, a marca foi 2m86cm. Já às 7h24min, voltou a atingir a marca histórica de 2m89cm, que havia sido registrada no início da semana, superando ela alguns minutos depois.




Por medida de segurança, houve fechamento das três últimas comportas do sistema de prevenção contra cheias de Porto Alegre — as outras 11 permaneciam fechadas desde o dia 12. As três comportas que foram fechadas ficam na Avenida Cairú, na Avenida São Pedro e na Avenida Mauá, na entrada principal do Cais Mauá.
— Estamos incorporando o fechamento das comportas na nossa rotina diária. Sempre que o Guaíba chegar próximo a 2m90cm, nós vedaremos, de forma preventiva, para dar segurança à cidade — explicou, na sexta-feira, Tarso Boelter, diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).

O fechamento completo das peças não acontecia desde a década de 1970.






Governador assina decreto coletivo de situação de emergência para 26 municípios
 

São Jerônimo está entre as cidades incluídas


Em razão das fortes chuvas que atingiram um grande número de municípios nos últimos dias, o governador José Ivo Sartori assinou, nesta terça-feira, 13, decreto coletivo de situação de emergência. O decreto abrange inicialmente 26 cidades, entre elas São Jerônimo, conforme levantamento da Defesa Civil. Novos municípios podem ser incluídos ao longo da semana.
Segundo os últimos dados da Defesa Civil, o Rio Grande do Sul tem 49.228 pessoas atingidas, das quais 3.039 estão em abrigos provisórios, e são 57 os municípios afetados. Foram registrados ainda danos em 22 estradas estaduais e em cinco federais.
O decreto deve ser publicado no Diário Oficial do Estado de quarta-feira e, então, enviado, por meio eletrônico, para o Ministério da Integração Nacional, em Brasília. O governo federal precisa reconhecer o decreto para, então, poder liberar recursos para os municípios afetados pelas chuvas.
De acordo com o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, tenente-coronel Everton Oltramari, o decreto coletivo acelera a chegada de ajuda humanitária do Ministério da Integração, aumenta o prazo para os municípios encaminharem a documentação necessária, dispensa processos licitatórios (lei 8.666/93), permite abertura de créditos extraordinários, liberação do FGTS para os afetados e também a renegociação do Pronaf e do Proagro. O Ministério da Integração se responsabilizou em reconhecer o documento em até 24 horas.
O decreto é válido por seis meses e os municípios têm prazo de 10 dias para apresentar relatórios de danos, que devem atingir os índices previstos pela legislação federal.
- No caso de situação de emergência, a lei exige que sejam comprometidos 2,77% da receita corrente líquida, se os prejuízos forem públicos, ou 8,33%, se privados - afirmou Oltramari.
Segundo ele, a primeira fase do processo constitui-se em proteger as pessoas e retirá-las das zonas de risco, dando toda a assistência necessária. A segunda é o restabelecimento dos serviços essenciais.
- Já a terceira fase vai depender dos levantamentos de cada município, em termos de danos e prejuízos, para a recuperação das localidades - disse.
A assinatura do decreto coletivo ocorreu durante reunião do governador com os integrantes do Gabinete de Emergência, no Palácio Piratini. Sartori ressaltou que o momento é de solidariedade junto aos municípios atingidos e que o trabalho coletivo e em equipe pode ajudar a diminuir as dificuldades que as famílias estão passando.
Conforme o governador, o primeiro passo é dar assistência e cuidar das pessoas, que é justamente o que o Estado e os municípios estão fazendo.
- Agora, todas as cidades precisam fazer os levantamentos técnicos e saber a situação verdadeira dos estragos e prejuízos – alertou.

Auxílio do Estado

A Defesa Civil Estadual realizou ações de ajuda humanitária em mais de 20 municípios atingidos. Já foram entregues mil cestas básicas, 900 telhas e 5.400m² de lona. Nesta terça-feira (13), a Defesa Civil solicitou ao Ministério da Integração novos kits de ajuda humanitária a serem distribuídos. Ainda nesta semana, devem chegar ao Rio Grande do Sul mais 4 mil kits para dormitórios, 4 mil de higiene pessoal, 4 mil de limpeza e 4 mil colchões.

Cidades incluídas no decreto

Alegrete, Alvorada, Agudo, Candiota, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Dona Francisca, Eldorado do Sul, Itaara, Joia, Júlio de Castilhos, Manoel Viana, Mata, Miraguai, Montenegro, Nova Esperança do Sul, Nova Palma, Rosário do Sul, Santa Maria, Santiago, São Jerônimo, São Sebastião do Caí, São Gabriel e Silveira Martins.

Reunião

Também estiveram presentes na reunião do Gabinete de Emergência, o vice-governador, José Paulo Cairoli, o subchefe de Defesa Civil do RS, tenente-coronel Alexandre Martins, a secretária extraordinária do Gabinete de Políticas Sociais, Maria Helena Sartori, o secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo, o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e os secretários da Saúde, João Gabbardo dos Reis, de Obras, Saneamento e Habitação, Gerson Burmann, do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, da Comunicação, Cleber Benvegnú, e do Turismo, Esporte e Lazer, Juvir Costella. Participaram ainda o chefe de gabinete do governador, João Carlos Mocellin, o superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Pedro Bisch Neto, e os presidentes da Corsan, Flávio Presser, e da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado.



 


















Equipes da Defesa Civil, Bombeiros, Marinha, prefeituras e comunidade trabalham no auxílio aos moradores das zonas ribeirinhas atingidos pelas cheias dos rios Taquari e Jacuí, que banham os municípios de General Câmara, Triunfo, São Jerônimo e Charqueadas. Em todos os municípios, dezenas de famílias foram atingidas e removidas de suas casas, abrigadas em ginásios de esportes e residências de amigos e familiares.
O Rio Jacuí já ultrapassou os 12 metros acima do leito normal.
A travessia da balsa que faz o transporte de veículos entre São Jerônimo e Triunfo está suspensa. A travessia da lancha de passageiros fará sua última travessia às 18h30min deste domingo.

Em General Câmara, a estrada que liga o município a Mariante está interditada.


 Segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado, já chega a 50 o número de municípios afetados.
A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social de São Jerônimo estão recebendo doações de roupas, calçados e alimentos pelo telefone 36515042 e celular 97951417.

Encerrada cheia do Guaíba, comportas são reabertas em Porto Alegre             28/10/2015

Lago chegou ao pico de 2,94 metros, mas deixou nível de alerta após 18 dias

O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) reabriu, na manhã desta quarta-feira, as duas comportas móveis que seguiam fechadas à beira do Cais Mauá, nas avenidas São Pedro e Cairu, na zona Norte de Porto Alegre. O período de enchente foi considerado encerrado após 18 dias. O Guaíba saiu do nível de alerta às 2h, quando o nível baixou de 2,1 metros de altura. Outras duas comportas já haviam sido reabertas no final de semana, na parte central do Cais Mauá e junto ao shopping DC Navegantes. 

Dez portões de ferro são fixos e permanecem fechados durante o ano, sendo abertos conforme a necessidade. Um deles é operado constantemente para o acesso ao catamarã. O diretor-geral do DEP, Tarso Boelter, considera a situação normalizada e acredita que em breve as atividades voltarão ao normal no porto da Capital e no trânsito de veículos e pedestres na região. “Essas dez comportas são fixas e permanecem fechadas, fazem parte do nossos sistema de proteção. As demais vamos reabrir”, explicou.

A situação já é considerada segura, inclusive, para que a Feira do Livro ocupe o Cais Mauá com estandes. Devido à proximidade da abertura da feira, no entanto, a assessoria do evento não prevê a ocupação do espaço. Quase toda a estrutura de toldos da feira já foi montada na Praça da Alfândega e na avenida Sepúlveda, para a abertura na próxima sexta-feira.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Navegar discutirá desenvolvimento conjunto do RS na Feira do Polo Naval


Principal atração da Feira do Polo Naval, o Congresso Navegar trará em 2013 uma proposta de debate envolvendo o desenvolvimento integrado dos diversos modais de transporte do Rio Grande do Sul. Com o tema: “Nos caminhos do desenvolvimento”, serão debatidos os problemas e as possíveis soluções para uma política de desenvolvimento multimodal do Estado.
“Além da região metropolitana de Porto Alegre, é necessário englobar outros pontos do Estado que mais do que nunca necessitam de agilidade no transporte de cargas e pessoas. Com os polos de Rio Grande e Jacuí, é necessário discutir os transportes entre esses pontos e também caminhos para escoamento da produção gaúcha de forma eficaz e segura”, destaca Jayme Ramis, diretor da Revista Conexão Marítima e integrante da comissão organizadora da feira.
Objetivando garantir a qualidade da discussão, palestrantes nacionais e internacionais estarão em Rio Grande para debater a situação do Rio Grande do Sul, promovendo caminhos para as soluções mais viáveis e de rápida implantação. A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) estará representada por seu superintendente Pedro Obelar, que irá discutir o sistema hidroviário do Rio Grande do Sul.
Entre os palestrantes internacionais está o espanhol José Luiz Aznar Puente, representando a "Fundacion Marca de Garantia Puerto de Valência". Em seu painel abordará a implantação do sistema de qualidade nos portos da Europa, que pode ser uma solução para os portos brasileiros.O Navegar desde a última edição da feira do Polo Naval passou a ser realizado em Rio Grande. Até então, o congresso era concentrado na Capital do Estado.
Promovido pela Revista Conexão Marítima, em 2013 completará sua 10ª edição e será realizado nos dias 12 e 13 de março sendo a principal atividade da 2ª Feira do Polo Naval. O congresso será realizado no Centro Integrado de Desenvolvimento e Estudos Costeiros (Cidec-Sul) da Universidade Federal do Rio Grande. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

GENERAL CÂMARA - Emater/RS-Ascar orienta produtores rurais do município

Com o objetivo de repassar orientações técnicas aos produtores de General Câmara sobre o plantio correto de árvores e cercamento das áreas, a Emater participa do Projeto Corredores Ecológicos. Os extensionistas da instituição atuam junto com a prefeitura por meio da Secretaria do Meio Ambiente.
Segundo o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em General Câmara, Valmir Fochi, o objetivo é contribuir para a recomposição da mata ciliar com espécies florestais nativas nas propriedades rurais, em uma faixa de 30 metros, que se situam às margens do rio Taquari.

O trabalho envolve 13 municípios com a finalidade de recuperar as áreas degradadas e conservar a mata ciliar, que ainda está em boas condições em toda a extensão do Rio Taquari, garantindo a preservação ambiental. Pelo projeto, cerca de 162 propriedades já foram vistoriadas e receberam o plantio de mudas.

O projeto é desenvolvido desde 2011 pelo Ministério Público estadual, em parceria com a Emater/RS-Ascar, prefeitura de General Câmara e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município. 
Jornal Portal de Notícias 26/-6/2012

sábado, 2 de junho de 2012

Univates apoia Fórum do Corredor Ecológico do Rio Taquari


A Univates sediou, dia 23 de maio, no auditório do Prédio 11, a terceira edição do Fórum Permanente do Corredor Ecológico do Rio Taquari, com promoção do Ministério Público Estadual, realização do Governo de Lajeado e com o apoio da Univates.
O objetivo do evento foi trocar informações técnicas, homenagear os prefeitos dos municípios que aderiram ao programa, apresentar resultados e os encaminhamentos relativos ao projeto do corredor ecológico do Rio Taquari.
O  III Fórum Permanente do Corredor Ecológico do Rio Taquari visa reunir os 13 municípios envolvidos no projeto de preservação e recuperação da mata ciliar, conservação dos recursos hídricos e manutenção da biodiversidade regional do corredor. O projeto foi implantado pela Promotoria de Justiça Especializada de Estrela e conta com Mônica Maranghelli de Ávila como presidente do Inquérito Civil Regional.

O prefeito de General Câmara, Darci Garcia de Freitas, o secretário de Meio Ambiente, Marcelo Pereira Brandão, e o coordenador de Meio Ambiente, Dinoel Machado Gehlen, estavam presentes no evento, apresentando os resultados alcançados com a implantação da primeira fase do projeto e trocando informações com os demais municípios.

O Município de General Câmara e os demais municípios, receberam do Ministério Público um prêmio de reconhecimento pela significativa participação no projeto, desenvolvido em parceria com a população ribeirinha.
Fontes:UNIVATES e Jornal Portal de Notícias

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Marca feita em 1943 ressurge no Taquari


Nível do rio já supera queda histórica e deixa rocha à mostra em Colinas


Há pelo menos 69 anos, o rio Taquari não registra nível tão baixo como o verificado atualmente, decorrente da seca de mais de 200 dias no Estado. A queda deixa à mostra uma rocha próximo à cidade de Colinas que, em situação normal, fica submersa. Na estiagem de 1943, Rodolfo Binicker gravou a data de 11 de maio daquele ano no rochedo. Conforme o empresário e primeiro prefeito de Colinas, Ari Hermann, o autor do entalhe tinha prática em fazer indicações em pedras de areia. "Ele nos deixou essa informação de uma das piores secas. Mas a atual já superou aquela marca, porque o rio está pelo menos 20 centímetros mais baixo do que o ponto marcado na época", diz.

Hermann conta que, no último domingo, uma família que reside no outro lado do manancial, em Arroio do Meio, esteve em Colinas e conseguiu atravessar o Taquari de trator - um fato inédito, segundo ele. Ontem, o estudante Jonatas Felipe Gomes de Almeida e amigos caminharam sobre pedras que normalmente estão submersas no rio. No ponto, costumam banhar-se no verão. Às margens do rio em Colinas, outras marcas indicam as secas de 1945 e 1985. Numa rocha próxima àquela assinalada em 1943, já existe um registro para o fenômeno climático de 2012.

Segundo o engenheiro agrônomo Nilo Cortez, da Emater de Lajeado, o Taquari mudou muito nos últimos 69 anos e o comportamento dos afluentes também modificou os cursos d''água. "Por isso, é difícil avaliar a intensidade da seca que vivemos agora com relação à de 1943, mas o certo é que a terra está muito seca." Ele diz que o grau da situação atual não é percebido pela comunidade, pois as plantas estão verdes, já que tem ocorrido alguma chuva e o próprio orvalho umedece as folhas e repõe água à vegetação. "Mas se cavoucarmos a terra podemos perceber que o chão está seco e impróprio para plantar." Conforme medição no Porto de Estrela, o rio segue 2 m abaixo do normal.
Jornal Correio do Povo 23/05/2012