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sábado, 9 de julho de 2011

SANTO AMARO DO SUL – GENERAL CÂMARA

Em um cenário de prédios antigos e de uma atmosfera da cultura açoriana, o Fala Bairro de hoje, volta no tempo para contar a história de uma das vilas mais antigas do Estado. Atual distrito de General Câmara, conheça hoje a realidade de Santo Amaro do Sul.

Um tesouro histórico

Quem percorre as ruas de paralelepípedo, depara-se com casarões antigos e com uma verdadeira aula de história a céu aberto. Distante cerca de 19 Km do centro do município sede e, conforme dados do IBGE, com uma população de 1.175 habitantes, Santo Amaro do Sul está localizada às margens do Rio Jacuí. A vila foi fundada em 1752, numa época em que Portugal e Espanha disputavam o território do sul da América.
O IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com o intuito de valorizar a arquitetura colonial portuguesa, em 1998, tombou a praça e mais 14 prédios, com a denominação de Conjunto Histórico na Vila de Santo Amaro do Sul.

Cenas de cinema gravadas na vila

Em 1970, diversos locais dentro do vilarejo de Santo Amaro do Sul, serviram de cenário para o filme ‘Um Certo Capitão Rodrigo’, realizado pelo cineasta Anselmo Duarte, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, em 1962, por ‘O Pagador de Promessas’. Extrato da célebre trilogia ‘O tempo e o vento’, obra de Érico Veríssimo, ‘Um certo capitão Rodrigo’ que mescla à ficção fatos da história brasileira, como a Revolução Farroupilha, contou com a participação de alguns moradores da vila como figurantes.

Infraestrutura e turismo
Mas nem tudo são flores neste recanto da cultura açoriana. A mescla de ruas pavimentadas com vias de chão batido, sem contar o acesso que espera por asfalto, dá ares de um lugar esquecido, perdido em meio a tantos anos de história. – Aqui temos problemas não apenas com o acesso a vila, que espera por pavimentação, mas há problemas também com a telefonia, e consequentemente, com a internet. Fato que também compromete o turismo, pois no penúltimo final de semana, recebi apenas 12 pessoas para almoçar aqui - destaca Olinda Konrad, uma das moradoras mais antigas de Santo Amaro e proprietário de restaurante.

Policiamento
Conforme Olinda, a vila está sem policiamento. – Tem inclusive um posto policial construído, mas não há quem trabalhe na função, - salienta.

Economia
Por ser banhada pelos rios Jacuí e Taquari, a psicultura, bem como a agricultura, agropecuária, silvicultura, apicultura, artesanato e turismo, destacam-se como economias locais.

Uma figura histórica

Moradora desde 1976, quando veio de Venâncio Aires, Olinda Konrad é uma verdadeira enciclopédia da vila. Em uma tarde fria de inverno, em meio a goles de café e saboreando algumas das delícias de seu restaurante, como bolachas ao molho verde e uma geléia de alface, nossa equipe de reportagem descobre as várias facetas de Olinda, que no auge de seus 69 anos, esbanja vitalidade.
Através da arte da pintura, Olinda divulga as raízes da imigração açoriana. – Conto a história de Santo Amaro do Sul através da pintura de diversas telas, - destaca. Ao todo, são mais de 20 quadros, destacando a Igreja de Santo Amaro, que data de 1787, bem como a Casa de Cultura e a Antiga Estação Férrea. – Boa parte da telas está exposta em um banco, em General Câmara e o restante deixo aqui no restaurante, - explica.
Mas essa não é a única habilidade de Olinda. Com muita criatividade, ela utiliza escamas de peixes para fazer brincos, colares, arranjos e até buquê de noivas. – Faço também mantas com detalhes em escamas de peixes, bordados. Fiz até um buquê de noivas que vendi para uma senhora que ia para Alemanha, - orgulha-se.
Com habilidade, ela utiliza recursos naturais para colorir o artesanato que faz com as escamas. Utiliza chá de macela, cebola, beterraba e até erva mete para dar colorido às peças.
Destacando que apesar de algumas dificuldades, como a falta de internet e de mais atenção das autoridades competentes para melhorar o acesso à vila, Olinda fala que Santo Amaro é um lugar de silêncio, onde é possível encontrar a tranqüilidade e curtir a natureza.

Também uma poetisa
A artista plástica dedicou além de pintura, em alto relevo, para a figueira centenária, que fica na esquina da praça, escreveu uma poesia que sintetiza a força e o vigor de uma árvore. Confira um trecho:

“ Altiva, majestosa, imponente
Sou símbolo de Santo Amaro do Sul
Meus longos galhos estendidos
É como dizer aos visitantes
Sem Bem-Vindos
Aqui tem sombra e afago
Sou símbolo deste terra
Sou a figueira centenária
Abrigo de tantos açorianos
Cujas lembranças ainda trago....”

“Queremos que Santo Amaro seja um lugar de passagem e não apenas de chegada”
Quase no final de nossa conversa, Olinda faz um desabafo. Diz que há mais de 10 anos vem batalhando para que seja implantada uma balsa no rio. – A distância entre este lado do rio até Butiá, fica em torno de 16Km. Cortando caminho através de uma balsa, do outro lado da margem tem-se acesso a BR-290. Queremos que Santo Amaro seja um lugar de passagem e não apenas de chegada, essa ligação seria um progresso para essa região, - argumenta. Ela ainda destaca, que através de várias reuniões com representantes do Governo do Estado, a previsão é que a estrada de acesso a vila, será asfaltado no ano que vem, apesar da construção dos bueiros estar parada – O que falta é mobilização política. Os prefeitos da região precisam se unir para conseguir desenvolvimento para a região, - destaca.

Festa dos 260 anos de povoamento
No ano que vem, Santo Amaro do Sul comemorará 260 de povoamento do vilarejo e uma grande está programada. – Se eu estiver viva até lá, quero promover uma grande desta para marcar a data, - finaliza Olinda.

Viviane Bueno e Renato Miller
Fonte:Fala Bairro - Jornal Portal de Notícias 05/07/2011

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

LANÇAMENTO LIVRO+CDROM+DVD SANTO AMARO DO SUL

As escolas e a população da vila histórica de Santo Amaro do Sul, no município de General Câmara, vão ganhar novas ferramentas de fácil acesso para conhecer melhor a importância da região no cenário da evolução do Brasil. Os trabalhos desenvolvidos desde 2006 na área, pelas equipes do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e pelo Núcleo de Estudos de Patrimônio e Memória (NEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), agora vão ajudar no aprendizado dos alunos e da comunidade.
As duas instituições de ensino superior lançam neste domingo,(02/05/2010) durante a 1ª Feira do Livro de Santo Amaro, um CD-Rom paradidático, dois DVDs e o livro Santo Amaro: Arqueologia e educação patrimonial, organizado pelos professores Sérgio Klamt (Unisc) e André Soares (UFSM), editado pela Edunisc. O lançamento integra as atividades em comemoração dos 258 anos de povoação de Santo Amaro do Sul. A programação começa às 9 horas com missa na Igreja Matriz e depois segue com a solenidade de abertura no salão paroquial.
As produções são resultado das pesquisas desenvolvidas na vila, inicialmente com os trabalhos arqueológicos durante o restauro da Igreja Matriz, o terceiro templo mais antigo do Rio Grande do Sul, inaugurado em 1787. Os estudos também envolveram a área onde antigamente se localizava o Fortim e/ou Armazém de Víveres e Material Bélico, construído em 1752. O coordenador do Cepa, Sérgio Klamt, afirma que o material é uma forma de dar o retorno à comunidade sobre as informações obtidas na atividade de pesquisa, de forma simples e com fácil acesso. A Unisc colocará no museu de Santo Amaro um computador onde a população poderá acessar o CD-Rom Santo Amaro: um enfoque arqueológico.

DIDÁTICO

O CD-Rom apresenta vídeos explicativos sobre o resgate histórico, da igreja e sobre a origem de Santo Amaro, mapas com a localização da vila, o histórico preparado para ser impresso, explicações sobre a arqueologia e jogos pedagógicos como quebra-cabeças, caça-palavras e perguntas e respostas. “O CD foi elaborado pensando na comunidade escolar. Ele é didático e qualquer um pode manusear”, explica Klamt. O objetivo é mostrar a importância histórica de Santo Amaro em nível nacional, ligada ao contexto de formação de fronteiras entre Portugal e Espanha no Sul do Brasil.

O livro apresenta dados mais técnicos, com o resultado das escavações, análise da Igreja Matriz, estudos sobre o Fortim e outras atividades desenvolvidas no local, com um encarte colorido com imagens. O trabalho conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O coordenador do Cepa afirma que a Unisc e a UFSM estão há quatro anos em Santo Amaro, desenvolvendo atividades com algum segmento da comunidade e o processo deverá se desenvolver ainda por vários anos. “Esse é o verdadeiro sentido da educação patrimonial”, afirma.

O material será distribuído nas escolas de General Câmara e de Vale Verde – município que se emancipou de General Câmara – e para as principais bibliotecas da região Carbonífera. Tanto o CD-Rom como o livro tiveram a produção de 500 exemplares.

Variabilidade de materiais

As pesquisas na vila tiveram como objetivo subsidiar as obras de restauro da Igreja e identificar possíveis ruínas de um antigo Fortim e/ou Armazém de Víveres e Material Bélico. Durante o trabalho houve o resgate de uma variabilidade de materiais de diferentes épocas, representados por fragmentos de louça, vidro, metais e ossos. Estes simbolizam diferentes períodos de ocupação de Santo Amaro e hábitos de consumo de seus habitantes.

A vila nas margens do Rio Jacuí, junto à Barragem de Amarópolis, possui 14 prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mantém antigas festas típicas. A criação da vila ocorreu em 1752 e a transferência da sede da cidade aconteceu em 1939, com a instalação do Arsenal de Guerra em General Câmara, dando início à estagnação de Santo Amaro.


Fonte:Jornal Gazeta do Sul edição de01 e 02/05/2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

ALUNOS DO I.E.E.VASCONCELOS JARDIM VISITAM SANTO AMARO

Os alunos da 8ª série do I.E.E.Vasconcelos Jardim, fizeram um passeio turístico e histórico à vila de Santo Amaro do Sul, acompanhados dos professores Andréia Pacheco e Denílson Flores, das disciplinas de Filosofia e História, respectivamente, para realizar pesquisas sobre a região alusiva as comemorações dos 129 anos do municipio. Os alunos visitaram as casas tombadas pelo IPHAN, foram à igreja Matriz, à Casa de Cultura e a eclusa de Amarópolis. Retrataram a história sob o olhar da juventude camarense atual, relacionando com o período de início das construções na região com a chegada dos primeiros casais açorianos ao Estado, a partir de 1752.

Fonte:Jornal Portal de Notícias Nº286 4/05/2010