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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Fóssil descoberto no Brasil lança luz sobre origem dos dinossauros

 







Estudo foi publicado em periódico da revista Nature

Há cerca de 250 milhões de anos, o planeta viveu provavelmente o maior evento de extinção de formas de vida, apelidado de A Grande Morte. Estima-se que mais de 95% das espécies marinhas e 70% das linhagens de vertebrados terrestres tenham desaparecido, nesse período, que marca o fim da era Paleozóica e início da Mesozóica.

Acredita-se que, alguns milhões de anos depois evento extremo, tenham surgido e se diversificado os dinossauros.

Um fóssil descoberto há décadas em Santa Cruz do Sul (RS) e guardado, desde então, na coleção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lança nova luz sobre esse momento da evolução dos dinossauros.

A descrição do fóssil, que pertenceria a uma nova espécie, batizada de Itaguyra occulta, foi feita por paleontólogos brasileiros e argentinos, com base em dois ossos fossilizados, que integravam a cintura pélvica do animal, um ílio e um ísquio.

O estudo foi publicado nesta sexta-feira (30), na publicação Scientific Reports (um dos periódicos da revista Nature).

Os pesquisadores analisaram a morfologia dos ossos e constataram que se tratava de um integrante do grupo dos silessauros (pertencente ao clado dos répteis) e não um cinodonte (clado ao qual pertencem os mamíferos).

Os silessaurídeos são considerados dinossauromorfos, um grupo mais amplo que inclui os dinossauros e outras linhagens, mas há controvérsias sobre se eles são dinossauros ou apenas um grupo-irmão desses répteis mais famosos.

O estudo mostra que o fóssil tem cerca de 237 milhões, um período pouco documentado para os silessauros, e indica que este grupo de animais teve uma presença contínua no território da atual América do Sul durante o Triássico.

A partir das conclusões do estudo, os pesquisadores sustentam que os silessauros são dinossauros, mais precisamente integrantes da linhagem dos ornitísquios, e não apenas seus parentes próximos.

Segundo o pesquisador do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ) Voltaire Paes Neto, autor principal do estudo, “a descoberta preenche um hiato temporal crítico e sustenta a ideia de que os silessauros não apenas são próximos dos dinossauros, mas podem ser os primeiros representantes dos ornitísquios”.


“Se essa hipótese for confirmada, Itaguyra Occulta passa a figurar entre os dinossauros mais antigos do mundo”, afirma o paleontólogo.

O diretor do Museu Nacional e coautor do estudo, Alexandre Kellner, explica que “toda a diversidade de dinossauros que conhecemos se divide em duas grandes linhagens: os saurísquios e os ornitísquios, grupos reconhecidos há mais de um século e meio pela ciência. Contudo, como se deu a origem dessas linhagens ainda é um enigma”.

O silessauros incluem animais de pequeno porte, geralmente quadrúpedes e onívoros ou herbívoros, que viveram no final do Triássico e deixaram registros fósseis em diversas regiões da antiga Pangeia, incluindo a atual América do Sul.


“A presença contínua de silessauros no Brasil reforça o papel do sul do país como um território-chave para entender a origem e diversificação dos dinossauros”, destaca o paleontólogo Flávio A. Pretto, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coautor do estudo.

O nome da nova espécie remete à origem do achado. "Itaguyra" combina palavras da língua tupi para "pedra" (ita) e "ave" (guyra). Já "occulta" é uma referência ao fato de os restos terem permanecido “escondidos” entre outros materiais por décadas

Além da UFSM e do Museu Nacional, participaram do estudo pesquisadores da UFRGS, da Universidade Federal do Pampa (Unimpa) e do Museo Argentino de Ciencias Naturales, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do projeto INCT-Paleovert.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 16 de março de 2025

Após enchentes, Serra Gaúcha pode levar 40 anos para recuperar o solo

 

Estudo mostra perda de mais de 85% do estoque de carbono na região

Por causa das enchentes de abril e maio do ano passado, a Serra Gaúcha perdeu mais de 85% do estoque de carbono no solo de pomares da região. A reposição desse importante nutriente pode demorar de 14 a 40 anos.

As informações são resultados de um estudo divulgado pelo professor de agronomia Gustavo Brunetto, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no seminário RS Resiliência e Sustentabilidade, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nessa sexta-feira (14). O evento discutiu temas relativos aos impactos da enchente do ano passado, aspectos das mudanças climáticas e alternativas de soluções para encarar o cenário preocupante.

No caso do solo, o professor Gustavo Brunetto explicou que as inundações devem comprometer o trabalho do produtor rural para que busque fertilidade nas plantações. Ele contextualizou que as cidades da Serra Gaúcha ficaram entre as regiões mais afetadas pela chuva em curto espaço de tempo.

“Isso estimulou o escoamento da água na superfície, a transferência de solo de partes mais altas para partes mais baixas e, com isso, nós tivemos importantes consequências e danos”.

Ele explicou que o primeiro dano foi a perda de solo, especialmente da camada superficial, já que nem toda a água conseguiu infiltrar.

“Por isso, nós tivemos perda de nutrientes que normalmente estão no solo e que são fontes para as plantas, para que elas consigam crescer, produzir e ter um produto de qualidade”.

Parte da matéria orgânica e dos nutrientes foram para partes baixas do relevo e também, em alguns casos, em águas superficiais.

“No futuro, isso poderá gerar contaminação da água. Esse dano ocorreu em virtude do excesso de precipitação. Tivemos perda de solo em áreas não cultivadas e também em áreas cultivadas”.

Riscos

Ele avaliou, pelo estudo feito na cidade de Bento Gonçalves, por exemplo, que houve também a diminuição dos teores de fósforo nas áreas de deslizamento.

“Se as áreas que foram degradadas pelo excesso de chuva forem incorporadas novamente à agricultura, o produtor vai ter que comprar mais fertilizante. Com isso ele vai ter um aumento, provavelmente, do seu custo na propriedade”.

A perda de fósforo, como observou Brunetto, pode gerar a contaminação da água. “Nós tivemos uma perda da matéria orgânica do solo. Com isso nós perdemos uma fonte importante que vai disponibilizar nutrientes para as plantas”

Soluções

O professor da UFSM identifica que, para repor nutrientes, é necessário conhecimento e investimento. Ele disse que são necessárias estratégias para que, no futuro, quando isso acontecer novamente, haja possibilidade de minimizar esse problema. Inclusive, ele aponta ser necessário haver o nivelamento do solo para que o produtor consiga novamente cultivar a sua área.

O pesquisador reitera que o caminho é utilizar técnicas reconhecidas e aceitas na área da agronomia, como a calagem (prática para corrigir a acidez, neutralizar o alumínio e fornecer cálcio e magnésio) e adubação.


“É preciso executarmos o uso de plantas de cobertura que podem ser utilizadas”

Ele defendeu práticas de manejo chamadas de conservacionistas. Além do uso de plantas de cobertura, uso de terraços em áreas, por exemplo, de culturas frutíferas perenes. “É uma forma de reter a água, estimular a infiltração da água, diminuir a perda de água e de solo

Impacto social

Além do diagnóstico sobre o solo, o evento apontou outros impactos, como o social. O professor de economia Gibran Teixeira, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), explicou que as enchentes no Estado deixaram um desastre que requer políticas públicas diante das perdas de postos de trabalho e queda de arrecadação.

Para se ter uma ideia, ele exemplificou que, nos municípios com apenas 10% da população afetada, houve uma perda de quatro empregos a cada mil habitantes, além de queda salarial e de assistência de saúde.

“Quanto maior for a exposição do município à área de inundação, mais há perdas de emprego formal, queda na arrecadação municipal, aumento de casos de leptospirose, redução de visitas e toda assistência básica em saúde”, diz o professor.

Nas cidades com maior nível de exposição (com mais de 50% da população afetada), houve o maior volume de queda de empregos formal, de admissões, e, por consequência, maior diminuição de ICMS.

“Paralisou praticamente a economia do estado e principalmente esses municípios que tiveram um maior nível de exposição à inundação”, ressaltou.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Instituições gaúchas obtêm destaque

A Universidade Federal do RS (Ufrgs) ficou na 71 posição no ranking mundial de universidades na Web; obteve 2 lugar no país (atrás apenas da USP) e manteve o 3 lugar entre as latino-americanas (só perdendo para USP e Universidad Nacional Autónoma de México). O resultado mostrou que a Ufrgs subiu 79 posições, em comparação ao levantamento divulgado no meio do ano passado.

O reitor Carlos Alexandre Netto avalia que a posição de destaque da universidade é resultado de amplo trabalho de internacionalização da Ufrgs. Segundo ele, a estimativa é ampliar os dados, com teses, dissertações e trabalhos de conclusões, e os acessos, por meio da divulgação do site. "A versão digital é uma maneira de toda a sociedade acadêmica ter acesso de forma ilimitada e democrática." O reitor ressalta que o desempenho no Ranking Web também auxilia na divulgação da universidade no exterior, ampliando espaço para intercâmbios e convênios com instituições internacionais.

Segunda melhor colocada entre as instituições privadas do país (atrás somente da PUC-Rio) e na 20 posição no ranking geral do país, a PUCRS comemorou o bom desempenho no Ranking Web com a promessa de subir posições no próximo ano, a partir da ampliação do acervo disponível no site.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós da PUCRS, Jorge Audy, assinala que, atualmente, a instituição não disponibiliza nem 25% de sua produção científica. Mas afirma que essa situação será revertida em pouco tempo. "É muito importante ter esse material disponível. Começamos o trabalho há dois anos e agora temos dado prioridade à digitalização."



Web destaca universidades

Ranking internacional revela melhoria no desempenho de instituições de Ensino Superior do Brasil

A mais recente pesquisa sobre universidades do mundo que são procuradas, estudadas e têm visibilidade na Web mostrou melhoria no desempenho brasileiro. Entre as cerca de 20 mil instituições de Ensino Superior analisadas pelo Ranking Web of World Universities, também se destacam resultados de universidades gaúchas, como Ufrgs, UFSM e PUCRS.

O estudo internacional, que mensura trabalhos técnicos e de pesquisa disponibilizados na Internet, é realizado desde 2004 e avaliado duas vezes por ano. A ideia é estimular que as instituições ampliem a divulgação de trabalhos na Internet e, ao mesmo tempo, fazer com que os professores pesquisadores também tenham mais espaço para promover estudos. Ao mesmo tempo, visa servir de indicativo para a revisão de determinadas práticas ou técnicas utilizadas na Web.

Assim, o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que é o maior centro nacional de investigações da Espanha e responsável pelo ranking, acredita que a presença na Web e visibilidade são as melhores ferramentas para descrever o desempenho global das universidades neste século. O Ranking Web verifica instituições de todos os continentes. Atualmente, identifica concentração de maior número de universidades na América, que engloba 41 países e tem 6.957 instituições. Em segundo lugar estão a Ásia e o Oriente Médio, com 46 países e 6.480 universidades; seguido da Europa, com 54 países e 5.102 instituições; África, 48 países e 695 universidades; e, por último, a Oceania, com 12 países e 168 instituições.

Estão incluídas no ranking as universidades que contam com um domínio na Internet independente. E a pesquisa se utiliza de dados como o número total de páginas no Google (www.google.com.br) e de artigos científicos disponibilizados, entre outros.
Fonte:Jornal Correio do Povo 15/02/2012

quarta-feira, 12 de maio de 2010

LANÇAMENTO LIVRO+CDROM+DVD SANTO AMARO DO SUL

As escolas e a população da vila histórica de Santo Amaro do Sul, no município de General Câmara, vão ganhar novas ferramentas de fácil acesso para conhecer melhor a importância da região no cenário da evolução do Brasil. Os trabalhos desenvolvidos desde 2006 na área, pelas equipes do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e pelo Núcleo de Estudos de Patrimônio e Memória (NEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), agora vão ajudar no aprendizado dos alunos e da comunidade.
As duas instituições de ensino superior lançam neste domingo,(02/05/2010) durante a 1ª Feira do Livro de Santo Amaro, um CD-Rom paradidático, dois DVDs e o livro Santo Amaro: Arqueologia e educação patrimonial, organizado pelos professores Sérgio Klamt (Unisc) e André Soares (UFSM), editado pela Edunisc. O lançamento integra as atividades em comemoração dos 258 anos de povoação de Santo Amaro do Sul. A programação começa às 9 horas com missa na Igreja Matriz e depois segue com a solenidade de abertura no salão paroquial.
As produções são resultado das pesquisas desenvolvidas na vila, inicialmente com os trabalhos arqueológicos durante o restauro da Igreja Matriz, o terceiro templo mais antigo do Rio Grande do Sul, inaugurado em 1787. Os estudos também envolveram a área onde antigamente se localizava o Fortim e/ou Armazém de Víveres e Material Bélico, construído em 1752. O coordenador do Cepa, Sérgio Klamt, afirma que o material é uma forma de dar o retorno à comunidade sobre as informações obtidas na atividade de pesquisa, de forma simples e com fácil acesso. A Unisc colocará no museu de Santo Amaro um computador onde a população poderá acessar o CD-Rom Santo Amaro: um enfoque arqueológico.

DIDÁTICO

O CD-Rom apresenta vídeos explicativos sobre o resgate histórico, da igreja e sobre a origem de Santo Amaro, mapas com a localização da vila, o histórico preparado para ser impresso, explicações sobre a arqueologia e jogos pedagógicos como quebra-cabeças, caça-palavras e perguntas e respostas. “O CD foi elaborado pensando na comunidade escolar. Ele é didático e qualquer um pode manusear”, explica Klamt. O objetivo é mostrar a importância histórica de Santo Amaro em nível nacional, ligada ao contexto de formação de fronteiras entre Portugal e Espanha no Sul do Brasil.

O livro apresenta dados mais técnicos, com o resultado das escavações, análise da Igreja Matriz, estudos sobre o Fortim e outras atividades desenvolvidas no local, com um encarte colorido com imagens. O trabalho conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O coordenador do Cepa afirma que a Unisc e a UFSM estão há quatro anos em Santo Amaro, desenvolvendo atividades com algum segmento da comunidade e o processo deverá se desenvolver ainda por vários anos. “Esse é o verdadeiro sentido da educação patrimonial”, afirma.

O material será distribuído nas escolas de General Câmara e de Vale Verde – município que se emancipou de General Câmara – e para as principais bibliotecas da região Carbonífera. Tanto o CD-Rom como o livro tiveram a produção de 500 exemplares.

Variabilidade de materiais

As pesquisas na vila tiveram como objetivo subsidiar as obras de restauro da Igreja e identificar possíveis ruínas de um antigo Fortim e/ou Armazém de Víveres e Material Bélico. Durante o trabalho houve o resgate de uma variabilidade de materiais de diferentes épocas, representados por fragmentos de louça, vidro, metais e ossos. Estes simbolizam diferentes períodos de ocupação de Santo Amaro e hábitos de consumo de seus habitantes.

A vila nas margens do Rio Jacuí, junto à Barragem de Amarópolis, possui 14 prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mantém antigas festas típicas. A criação da vila ocorreu em 1752 e a transferência da sede da cidade aconteceu em 1939, com a instalação do Arsenal de Guerra em General Câmara, dando início à estagnação de Santo Amaro.


Fonte:Jornal Gazeta do Sul edição de01 e 02/05/2010