Amanhã (19) começa a última fase da competição, que é nacional e receberá 77 equipes finalistas, com aproximadamente 750 estudantes. A disputa ocorrerá sábado e domingo, das 8h às 18h, na unidade do Sesi Taguatinga, no Distrito Federal, e é aberta ao público.
Os participantes do torneio apresentarão projetos de pesquisa e robôs feitos de Lego, com o objetivo de trazer propostas inovadoras de como lidar com o lixo. As equipes serão avaliadas, além do projeto de pesquisa e da criação dos robôs, quanto ao design, à programação e funcionalidade do protótipo.
Sobre o trabalho em equipe, Marcos Tadeu de Siqueira, diretor de Operações do Sesi, explica como os jovens serão avaliados. “A capacidade de trabalho em equipe é uma necessidade do mercado. A comunicação e a interação com as demais equipes e entre a própria equipe também são observadas pelos avaliadores. Essa comunicação tem que ocorrer de forma fluida, compreensiva e não pode haver nenhum tipo de comportamento agressivo. Além disso, a competição deve ocorrer de forma ética e o aprendizado, de forma divertida”, disse.
Segundo Siqueira, o ensino de robótica propicia aos jovens o aprendizado multidisciplinar de conteúdos como física, química, matemática e biologia. “A gente tem no Torneio de Robótica o ponto culminante de uma estratégia educacional do Sesi, que é despertar no jovem o interesse pela área de exatas, de engenharia, de tecnologia”, afirmou.
De acordo com o diretor, a metodologia da robótica está presente nas 531 escolas do Sesi. “A 'gameficação' na matemática facilita muito a vida. Temos uma experiência que se chama Sesi Matemática. São aulas de matemática com base em games, onde se aprende matemática jogando videogame. A gente nota o salto de qualidade no processo de aprendizagem, pois o aluno começa a entender a razão de ser daquilo”.
Para desenvolver seus robôs, os participantes usam, além de peças de Lego, vigas, tubos, canos e rodas. O material deve ser levado pelos próprios alunos. O Sesi disponibiliza apenas os “tapetes” ou “mesas de jogos” - locais apropriados para a exibição dos projetos -, e a alimentação dos estudantes.
Os robôs desenvolvidos pelos finalistas terão que cumprir 17 atividades diferentes, em um período de 2 minutos e meio.
Antes de chegar à final, os participantes passaram por seletivas regionais. Essas seleções contaram com a participação de mais de 4 mil competidores, de quase 500 escolas entre as do Sistema Sesi – que são particulares -, públicas e privadas de todo o Brasil.
Desde 2013, o Sesi é o organizador oficial do Torneio de Robótica, em parceria com a instituição americana First (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) e o Grupo Lego Education (Dinamarca).
As 12 equipes vencedoras terão a oportunidade de participar de torneios internacionais na Austrália, nos Estados Unidos, na Espanha e nas Filipinas.
Finalistas
Matheus Queiroz, de 14 anos, é integrante de uma das equipes finalistas. Ele e mais sete alunos da escola Sesi Gama desenvolveram, em parceria com a Universidade de Brasília, um tijolo ecológico feito de resíduos da construção civil. Os tijolos, chamados de Ecological Bricks, têm um sistema autotravante que dispensa o uso de cimento e argamassa na sua instalação. O produto pode ser desmontado e reutilizado.
Matheus conta que, em todo o país, 70% dos resíduos produzidos são provenientes da construção civil e que apenas 60% desse total são reaproveitados. “Só no Distrito Federal, são produzidos, por dia, mais de 1 tonelada e 900 mil quilos de resíduo”, informou o estudante.
Combate ao mosquito
O Sesi propôs este ano uma atividade extra, que não é obrigatória e não faz parte do torneio. Os estudantes foram incentivados a desenvolver projetos inovadores para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Dos 77 finalistas da disputa, 30 se inscreveram e concorrerão a uma premiação separada.
Edições anteriores
Em 2013, seis alunos de uma escola do Sesi em Limeira (SP) participaram do Torneio de Robótica com o projeto +1. O protótipo consistia em um degrau extra, a ser instalado em ônibus, para facilitar a subida nos veículos. A ideia surgiu para auxiliar pessoas idosas que, para alcançar o primeiro degrau dos ônibus tradicionais têm que subir 50 centímetros. Com o degrau auxiliar, a altura diminui para 25 centímetros. Os jovens perceberam que além dos idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida também são beneficiados. A ideia deu tão certo que já foi aplicada em alguns ônibus da cidade.
O projeto, com pedido de patente, consiste em um degrau que é acionado, junto com a abertura das portas, e se projeta para a frente. Quando o motorista fecha as portas, o dispositivo retrai o degrau para baixo do ônibus, evitando risco de acidentes.
Agência Brasil
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