O Ministério da Saúde deve concluir, até o final de fevereiro, a distribuição de 30 milhões de doses de vacina antirrábica para todos os estados brasileiros. Em 2010, a imunização de cães e gatos foi suspensa no país depois que reações adversas chegaram a provocar a morte de alguns animais. No ano passado, apenas os estados onde ainda havia circulação do vírus receberam quantitativo para a realização de campanhas.
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que as doses antirrábicas a serem utilizadas este ano são “parte produzidas no Brasil, parte importadas”. Segundo ele, o laboratório brasileiro teve seus testes de qualidade reforçados, enquanto o produtor estrangeiro é listado como pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Jarbas lembrou que não existe uma campanha nacional de vacinação antirrábica e que, a partir de março, cada estado deve definir o próprio calendário com base na realidade epidemiológica registrada. No Paraná, por exemplo, apenas a região de Foz do Iguaçu é convocada para a vacinação de cães e gatos. Nas demais áreas, inclusive na capital, não há circulação do vírus.
“O problema da transmissão da raiva são aquelas cidades com muitos cães errantes, sem um dono. Esse cão nunca é levado para vacinar. A vacinação de animais é uma medida importante, mas nunca é 100% efetiva. Por isso, temos que recomendar às pessoas que, em caso de agressão de cão, gato ou morcego, procurar imediatamente o posto de saúde”, reforçou o secretário.
Para Jarbas, a raiva já foi um grande problema de saúde pública no país, mas se encontra em declínio acentuado. Há 20 anos, as notificações chegavam a quase 200, contra duas em 2011 – ambas no estado do Maranhão.
“Os casos que acontecem hoje são esporádicos, raros e decorrem principalmente de pessoas que, uma vez agredidas, não procuram o posto de saúde imediatamente ou começam o tratamento e o abandonam por algum motivo”, explicou. Segundo ele, a vacina antirrábica e o soro antirrábico estarão disponíveis em todos os postos de saúde do Brasil.
No caso específico de animais domésticos, é preciso verificar se há algum sinal de agressão, como marcas de mordida, além de estar atento a qualquer alteração no comportamento do animal. A orientação do ministério é levar o animal imediatamente para um centro de controle de zoonoses ou a uma clínica veterinária.
“É preciso manter a vacinação do animal atualizada e, se a pessoa sofrer alguma agressão, deve comunicá-la imediatamente. A vacina e o soro só são aplicados em situações posteriores à agressão. Mesmo que o animal tenha raiva, a pessoa, ao tomar a vacina e o soro, fica totalmente prevenida e não vai mais correr o risco de desenvolver a raiva”, concluiu.
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