Com diversos programas de diversificação em desenvolvimento, o município de Dom Feliciano, na região Centro-Sul do Estado, tornou-se referência na implantação de práticas de produção e renda alternativas na área de cultivo de tabaco. As atividades envolvem ações em culturas como uva, pepino, hortifrutigranjeiros, batata doce, criação de peixes, avicultura e bacia leiteira.
O engenheiro agrônomo e secretário adjunto de Desenvolvimento Rural Sustentável e Meio Ambiente, Alexsandro Dalmolin, afirma que todos os programas “são baseados no início, meio e fim”, com planejamento, apoio técnico aos agricultores e colocação dos produtos no mercado.
O desenvolvimento do programa de diversificação no município, de 14.380 habitantes, começou há três anos, quando o prefeito Clênio Boeira procurou o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para obter apoio para a implantação. Conforme o prefeito, atualmente há 2,5 mil produtores de tabaco no município e 150 já participam de algum projeto de diversificação. A Prefeitura, em parceria com a Cooperativa Agropecuária Centro-Sul (Coopacs), constrói estruturas para beneficiamento das produções e adquire transporte apropriado. O prefeito prevê que em cinco anos haverá mil famílias envolvidas na produção de alimentos.
A Prefeitura atualmente desenvolve diversas ações para viabilizar alternativas de renda aos produtores de tabaco do município. Os investimentos nessa área chegarão a R$ 1 milhão, em parceria com o MDA. O engenheiro agrônomo Alexsandro Dalmolin explica que diversos produtores depois da adesão aos projetos reduziram a área de plantio de tabaco, principalmente os envolvidos no cultivo de hortigranjeiros. O trabalho com piscicultura tem a participação de 60 famílias, com uvas 30, leite 16, frango caipira 7, pepino 13, hortigranjeiros 10 e diversos outros atuam na produção de mudas para reflorestamento.
A Secretaria de Desenvolvimento Rural Sustentável e Meio Ambiente do município disponibiliza um engenheiro agrônomo e cinco técnicos agrícolas para dar orientação técnica aos produtores rurais. O programa com o apoio do MDA prevê parceria com técnicos especializados e a compra de dois veículos para o trabalho no campo. A Prefeitura também disponibiliza estrutura com carreta e equipamentos para silagem.
Município fornece o transporte do leite
Município fornece o transporte do leite
Os 16 produtores rurais de Dom Feliciano que aderiram à atividade leiteira recebem apoio da Prefeitura no transporte do produto, das propriedades até a empresa compradora, em São Lourenço do Sul, além de assistência com veterinário e os equipamentos da patrulha agrícola. O agricultor Laone Rodrigues Ortiz, de Herval, tornou a produção de leite a sua principal fonte de renda. Na propriedade todos os meses ocorre a ordenha de aproximadamente 4,8 mil litros
O produtor possui 64 hectares, onde 15,2 são destinados para pastagens, entre perenes (Tifton 85 e Brachiaria) e anuais (aveia e azevém). Ele conta com 17 vacas, incluindo as que estão em lactação e as secas. Em média, cada animal produz diariamente 14,3 litros de leite. Ortiz recebe, num balanço anual, R$ 0,67 por litro. Segundo o agrônomo da Prefeitura de Dom Feliciano, Alex Dalmolin, a propriedade pode suportar ainda o dobro de animais.
Ortiz utiliza menos de dois hectares para o plantio de tabaco. Ele cultiva 30 mil pés por ano, com alta produtividade (cerca de 450 arrobas), atingindo margem de lucro de aproximadamente 55%. A renda obtida com a produção de tabaco é investida em compra de terras e benfeitorias na propriedade.
Fonte:Jornal Gazeta do Sul 17/01/2012
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