quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A IMPRUDÊNCIA NAS ESTRADAS

Quando você vê o noticiário e constata que um automóvel virou um monte de peças de aço e plásticos retorcidos e que ali, naquele acidente, perderam a vida duas, três, quatro pessoas, reflita. Sobre si mesmo: "E eu, trafego na velocidade adequada?". Porque a única explicação para tantos desastres e tantas mortes é o excesso de velocidade. Se, para isso, contribui eventualmente o uso de bebidas alcoólicas pelo motorista, não quer dizer nada, diante do percentual absurdo dos que ultrapassam os limites.

Não se trata da capacidade dos veículos, dos materiais com que são confeccionados, da obediência às leis da física que determinam sua resistência, seus deslocamentos. No velocímetro, as montadoras incluem limites absurdos, tipo 200 ou 240 quilômetros por hora, que só podem ser alcançados numa autobahn da Alemanha, onde não há cruzamentos e as pistas são separadas por muros e telas. Ninguém pode passar de uma para outra das faixas. Esse é o critério que define o que é uma freeway. As nossas, aqui, são impropriamente denominadas assim, via-livre coisa nenhuma! Estrada de perigo, isso sim.

Então, numa simples batida, um carro vira uma sucata, e o motorista e os passageiros escapam com vida, em muitos casos, por pura sorte. Muito feridos, ou para morrer logo depois ou ficarem incapacitados para o resto dos seus dias. Os jovens, imprudentes por natureza, até porque o próprio diabo, "sabe mais por velho do que por diabo", matam e matam-se. São dez, 12, a cada fim de semana, só no Estado do Rio Grande do Sul.Recentemente, quatro primos, felizes, que viajavam para a Argentina, interromperam suas vidas. Viraram fantasmas que assombrarão as rodovias, cruzes à beira da estrada. Pena que não servirão para nada seus exemplos.

No próximo fim de semana, teremos mais uma penca de mortes, por fruto do verão, da "caipirinha", das estradas e da confiança ilimitada nos veículos. A imprudência das estradas pode ser incorporada também a que se vê nas ruas das cidades, antigamente só nas grandes, hoje também nas pequenas e médias. É que o problema está na cabeça dos motoristas que se julgam onipotentes, só querem "vencer" os competidores e ultrapassar quem se atreva a antecipá-los.

E as crianças morrem afogadas. É muito calor, muita falta de cuidado por parte de pais, amigos, irmãos, avós.


Estava escrito? Mas eu preferiria que eles continuassem vivos e que não tivessem abandonado sua existência de forma assim, abrupta, trágica, lamentável.
Walter Galvani - Jornalista e Escritor
Fonte:Jornal Correio do Povo 18/01/2012

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