Dois fatos marcaram o dia 1º de maio: a beatificação do papa João Paulo II e o anúncio da morte do terrorista Bin Laden.
De um lado, o mundo católico, saudando o início do processo de santificação de João Paulo II que, durante o período em que liderou a igreja, constituiu-se em forte agente, dedicado totalmente à paz e à confraternização universal.
Carol Woitila foi o papa que mais viajou pelo mundo, inclusive visitando países nos quais o Catolicismo não tinha pilares totalmente sedimentados. Sua presença e sua palavra fortificou a fé e aumentou o número de fiéis no rebanho de Cristo; enfrentou momentos difíceis, através de atentados contra sua vida, e fortes dores, devido a enfermidade, sem, no entanto, deixar de levar sempre um sorriso nos lábios e a palavra de fé, na esperança de um mundo melhor, em que os homens se amem como irmãos e as fronteiras não existam separando etnias, poderes econômicos e credos. João Paulo II sempre buscou a paz, sob entendimento de que todos os caminhos religiosos levam a um único Deus, tenha ele a denominação que tiver.
A beatificação desse papa, considerando o que ele representou para o mundo, foi saudada por todos os povos, num reconhecimento ao seu trabalho de confraternização entre os homens.
No outro lado, como fato não menos importante, a notícia sobre a morte de Bin Laden, que se constituiu em um homem que liderava a lista dos terroristas mais procurados, especialmente, pelos Estados Unidos da América, vítima dos atos de terror do 11 de setembro.
A notícia, saudada com entusiasmo pelo povo norte-americano e por aliados, traz a satisfação de plena vingança para uma nação que jamais poderia acreditar na vulnerabilidade do seu território, guardado por sofisticados equipamentos de segurança que, no entanto, se mostraram incapacitados diante de uma organização terrorista chefiada por aquele líder.
No entanto, essa notícia, que, a princípio, mostra confirmada a eliminação de uma liderança negativa pode, no entanto, estar reacendendo a marcha do terrorismo, que estava em compasso de hibernação.
Dizem as notícias que o presidente norte-americano beneficiou-se desse fato, aumentando a popularidade, com o objetivo de disputar a reeleição, mas, do outro lado da moeda, podemos entender, também, que poderemos estar assistindo ao despertar do sentimento de reação entre os seguidores do líder morto.
Por Moacir Rodrigues
Fonte Jornal Agora - Editorial - 02/05/2011
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