“O futuro não é algo que simplesmente acontece por si mesmo. Estamos criando o amanhã neste mesmo momento. Hoje em dia muitas pessoas sentem-se como meros espectadores dos fatos globais. Mas devemos aprender que todos nós somos atores e que estamos modelando nosso futuro agora mesmo.” Partindo do pensamento do autor Jostein Gaarder, temos clara a grande responsabilidade de cada cidadão para com o meio do qual faz parte.
Considerando ainda que torna-se mais fácil formar cidadãos com uma visão ambientalmente mais correta e voltada a um convívio sustentável, ao invés de modificar pensamentos há muito enraizados e de cunho exploratório, destrutivo e degradante ao se tratar de meio ambiente, vemos na educação infantil a grande oportunidade de contribuir para a formação de pessoas que se sintam corresponsáveis por tudo o que produzem e da maneira como atingem o ambiente e que procurem viver de forma harmoniosa com esse.
Conforme Nadja Hermann, “hoje desenvolver uma sensibilidade para as questões ambientais é reivindicação constante de propostas curriculares em diferentes níveis de ensino”. Assim sendo, a educação infantil não pode ficar de fora. Para que haja êxito e um pleno desenvolvimento de ações voltadas à percepção ambiental de forma sustentável, torna-se necessário um planejamento conjunto que se transforma em um trabalho conjunto, onde todos os segmentos existentes dentro da instituição caminham em uma mesma direção e ninguém se sobressai a ninguém.
Relevante citar que a ecossustentabilidade perpassa todos esses conceitos, sendo mais do que uma urgente necessidade, ponto de autossobrevivência em uma sociedade cada vez mais voltada para o consumismo que, por sua vez, tem sua fonte geradora nos recursos naturais, ainda não totalmente degradados e exauridos. Neste contexto, não podemos deixar de falar em educação ambiental.
Desta forma, podemos começar conceituando-a, como sendo complementar à educação formal, oferecendo oportunidade de prática aos envolvidos e de interação com o ambiente, assim sendo uma forma de prática diferenciada, o que por esse motivo facilita o entendimento e o gosto pela atividade.
A educação ambiental ressalta assim a necessidade que temos do ambiente para sobrevivermos, pois dele retiramos tudo quanto precisamos, inclusive convivendo e nos relacionando harmoniosamente com ele estaremos habituando as gerações futuras ao indispensável: usufruir sem danificar e exaurir os recursos que nos são oferecidos e dos quais todos, hoje e em todas as gerações que existirem, necessitarão para continuar a habitar nosso planeta Terra.
Em todas as etapas da educação, mas fundamentalmente na educação infantil, a prática e a vivência são fundamentais para a aprendizagem. Aprender brincando, interagindo, tocando, facilita a aprendizagem e a compreensão, favorecendo o gosto pelo objeto de estudo. Como para qualquer ser humano, inclusive para uma criança, deve-se aplicar o princípio do aprender fazendo, adquirindo o saber pela experiência e pela experimentação. Confirmando nossa ideia, remontamos a John Dewey, filósofo e pedagogo, que dizia: “A criança, por sua própria natureza é ativa (...) deve adquirir o saber pela experiência e pela experimentação próprias”.
Após essa pequena leitura introdutória, você, caro leitor, cidadão, já parou para pensar o que cada um de nós poderia fazer para contribuir por um ‘mundo melhor’, preocupados que somos com nosso futuro e o das gerações vindouras? Penso que, mesmo a tardar, deveríamos começar a delinear pensamentos desse patamar...
Marcela Schultz/Formada em Biologia, técnica em Meio Ambiente e aluna da pós graduação em Supervisão e Orientação Educacional (Unicid)
Fonte:Jornal Gazeta do Sul 16/05/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário