Há vários meses, desde que começaram a falar em trocar os sacos plásticos usados em lojas e supermercados, eu já falava que a solução para acabar com o excesso de plástico nos lixões, nos esgotos, nos rios, no mar, etc., era usar a tecnologia do plástico biodegradável. Aliás, não é coisa de meses, é coisa de anos que se cogita acabar com o saco plástico comum, desde que apareceu o plástico biodegradável, que ao invés de dezenas de anos, cerca de um século, para sumir na natureza, leva apenas dois ou três meses.
Data de 2007 a criação do plástico biodegradável, por pesquisadores brasileiros e franceses, e só agora um estado brasileiro, São Paulo, baixou lei que proíbe o saco de plástico comum e coloca à venda os sacos do novo plástico, por alguns centavos. Trata-se de um plástico biodegradável que se decompõe em apenas 45 dias, feito a partir de um novo polímero que utiliza em sua síntese um poliéster alifático (um tipo de polímero com cadeias abertas de moléculas) para acelerar o processo de degradação. Então, finalmente, começaram a fazer aquilo que já cogitávamos há muito tempo: acabar com o saco plástico comum e substituí-lo por sacos biodegradáveis, mesmo tendo de cobrar de clientes de lojas, mercados, supermercados.
Talvez, tendo que pagar, passemos a ter mais cuidado com o nosso meio ambiente, tão fragilizado. Que todos nós tenhamos o bom senso de separar o plástico comum para que seja reciclado, para que fabriquem com ele, por exemplo, o papel de plástico, com o qual podemos fazer livros mais duráveis. Sem as sacolas plásticas para complicar o processamento do lixo comum, teremos menos problemas no nosso meio ambiente, pois o lixo comum das nossas cidades terá um processamento mais racional nos aterros sanitários.
Já que a campanha para que os usuários de supermercados e feiras levassem suas sacolas retornáveis, de tecido ou outro material, não deu certo, não há outra solução: acabar com o saco comum e vender embalagens feitas com o uso da nova tecnologia, que se decompõe rapidamente na natureza. As pessoas vão reclamar por ter que pagar pela tecnologia menos agressiva ao nosso meio ambiente, vão custar a se adaptar, como sempre, mas depois poderão agradecer pelos resultados. Teremos que pagar 10, 15, 20 centavos por sacola, mas o que é isso em vista da sobrevivência do ser humano neste nosso planeta Terra, já tão combalido? Esperemos que a ideia se espalhe e todos os estados da Federação a copiem. É tempo de tomarmos atitudes positivas em defesa do ser humano e é muito promissor o fato de alguém ter começado. Que todos sigamos os bons passos.
Luiz Carlos Amorim, coordenador do grupo literário A Ilha, em Santa Catarina
Jornal Correio do Povo 13/02/2012
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