sábado, 11 de fevereiro de 2012

Região Carbonífera já contabiliza prejuízos superiores a R$ 46 milhões


Já chega a 342 o número de municípios atingidos pela estiagem em todo o RS. Desde montante, três estão localizados na Região Carbonífera: Barão do Triunfo, General Câmara e São Jerônimo, que decretaram oficialmente situação de emergência. Os municípios de Charqueadas, Arroios dos Ratos e Butiá, embora ainda não tenham decretado emergência, também contabilizam prejuízos. De acordo com o boletim da Defesa Civil emitido na tarde da última quarta-feira, 8, a seca já atinge um milhão e 800 mil pessoas em todo o Estado.
Barão do Triunfo tem perdas de R$ 12 milhões
O município de Barão do Triunfo, que tem sua economia alicerçada na agricultura, os prejuízos na lavoura são superiores a R$ 12 milhões. Conforme informações do secretário de Administração e Saúde, Severino Aloísio, a cultura mais afetada é a do fumo, totalizando perdas na casa dos R$ 8 milhões. Grãos e cereais chegam a R$ 2.379 milhões, fruticultura R$ 150 mil e horticultura 150 mil. Segundo o secretário, as chuvas dos últimos dias já amenizaram os efeitos da estiagem e que o município está buscando junto aos governos Estadual e Federal recursos para a criação de poços e micro-açudes.


Charqueadas contabiliza perdas de R$ 1.612.290,00
Embora não tenha decretado situação de emergência, Charqueadas já contabiliza perdas em razão da falta de chuva. De acordo com o laudo da Emater do município, o saldo negativo da estiagem é de R$ 1.612.290,00. A cultura do milho o prejuízo é de R$ 52.250,00. O feijão contabiliza R$ 2.840,00 e a soja R$ 302.400,00. O arroz irrigado, a olericultura, a fruticultura, a piscicultura e o leite, somados chegam a R$ 538.200,00. Os bovinos de corte lideram a lista de perdas, totalizando perdas de R$ 716.600,00.


Em General Câmara prejuízos chegam a R$ 9 milhões
O laudo técnico realizado pela Emater de General Câmara aponta perdas de mais de R$ 9 milhões. Uma das culturas mais afetadas é a do fumo, com prejuízo de 40% na safra, com um montante de R$ 4.715.942,40. As plantações de milho totalizam perdas de R$ 1.037.610,00. A soja um valor de R$ 340.200,00, a melancia R$ 207 mil, bovinos de corte R$ 2.576.000,00 e bovinos de leite os prejuízos contabilizam R$ 292.500,00.


Em São Jerônimo perdas são de R$ 17 milhões
No município de São Jerônimo, a Emater contabilizou perdas no campo na casa de R$ 17 milhões. Nas culturas de grão e cereais, os prejuízos são de R$ 1.600.000,00. Na fruticultura, que inclui o melão e a melancia o valor é de R$ 3.146.000,00. Os bovinos de leite e corte, somam mais de R$ 4 milhões e a fumicultura as perdas são de R$ 8 milhões. A área do interior mais afetada pela estiagem é o Rincão das Correias.


Em Arroio dos Ratos a cultura da melancia é a mais afetada
Embora não tenha decretado situação de emergência, o município de Arroio dos Ratos já contabiliza prejuízos de R$ 1.298.520,00. A cultura mais afetada é da melancia, com perdas de R$ 567.000,00.


Butiá deverá decretar situação de emergência nos próximos dias
Conforme laudo da Emater, o município de Butiá contabiliza perdas superiores a R$ 6 milhões. As plantações de milho, soja, melancia, hortaliças, bovinos de corte e a piscicultura são as mais atingidas. O município deverá decretar situação de emergência nos próximos dias.


Triunfo não deve decretar situação de emergência
Conforme a Emater de Triunfo, o município ainda não tem um levantamento exato dos prejuízos decorrentes da estiagem. A previsão é que hoje seja realizada uma reunião para discutir o tema. Conforme os dados preliminares, Triunfo não deverá decretar situação de emergência.


Famurs reforça pedido por mais recursos para estiagem no Conselhão 
Durante encontro realizado nesta quarta-feira, 8, na sede do Conselhão, localizada no Centro Administrativo, representantes de entidades reivindicaram uma série de medidas ao governo do Estado. Entre os pedidos, foi solicitado mais atenção ao problema, a elaboração de planos de prevenção e o repasse extra de R$ 250 mil a cada um dos municípios atingidos.
- Os municípios investem todos os anos R$ 500 milhões na saúde e R$ 60 milhões no transporte escolar, que são de responsabilidade do governo. Estamos exauridos de recursos para combater a estiagem porque temos que pagar a conta do Estado - protestou o presidente da Famurs, Mariovane Weis. 
Recurso insuficiente e direcionamento de verba
Mariovane Weis ainda classificou o repasse de R$ 51,9 mil por município como insuficiente para amenizar os danos da estiagem e alertou sobre a dificuldade que as Prefeituras estão tendo para ter acesso a estes valores. 
- Esse recurso é uma miséria, e o direcionamento da verba é uma interferência na autonomia dos prefeitos. Somos nós que conhecemos a realidade das nossas comunidades e sabemos quais as prioridades de investimento - reclamou Weis. 
Burocracia e desatenção
A burocracia na liberação dos recursos também foi alvo de críticas do Frei Sérgio Goergen, que é ligado ao Movimento dos Pequenos Agricultores.
- Temos a sensação que os governos federal e estadual não estão dando a atenção necessária à gravidade do problema. Essa é uma das piores secas que já enfrentamos - alertou o Frei.
Falta de estrutura e de planejamento
Segundo afirma o promotor de justiça Alexandre Saltz, o Estado não tem condições de resolver situações emergenciais por não possuir estratégias preventivas.
- Estamos esquecendo de analisar a ausência de estrutura dos órgãos estaduais de recursos hídricos. O governo não se preparou para enfrentar essa operação e não tem um plano de contingência para enfrentar eventos hidrológicos como a seca, as cheias e a mortandade de peixes - advertiu o promotor do Ministério Público.
Medidas do Estado
O governo do RS tem o objetivo de desenvolver políticas permanentes com programas de combate à seca de médio e longo prazo. Entretando, o secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busatto, afirmou que as medidas escolhidas pelo Estado foram emergenciais.
- Tínhamos que atacar o problema naquela hora, mas combinamos com o Ministério da Agricultura uma linha de financiamento para comprar de equipamentos de irrigação e empréstimo de máquinas para recuperação de açudes - tranquilizou Busatto, ao citar as propostas do Plano Estadual de Irrigação, que será lançado no mês de março. 


Fonte:Jornal Portal de Notícias 10/02/2012

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