segunda-feira, 11 de abril de 2011

POR QUE EM ESCOLAS?

Dia desses passei em frente à Escola Estadual Protásio Alves, onde cursei meu Técnico de Secretariado. Meu coração foi preenchido por uma emoção gostosa, avassaladora, que me permitiu ficar assim, com esse sentimento o resto de meu dia.
E o contrário, e o difícil colocar-se no lugar do outro?
Como deve ser terrível uma emoção repulsiva à escola, por quê?
Porque a escola é o nosso primeiro e grande teste de aceitação lá fora. Deveríamos, a cada mês, submeter nossos alunos a um simples questionamento: você está sentindo-se aceito aqui neste espaço? Assim, como teste para nivelar e saber o que pensa a turma.
Aliás, quantas escolas, sejam elas da rede pública ou privada, fazem seus alunos pensarem através da disciplina de Filosofia?
O que se flagra como maior oponente à tradicional escola? A veloz e desafiante Internet!
Que tal direcionarmos recursos, aqui considerados investimentos e não gastos, para a educação para que, pelo menos, o professor conselheiro da turma tenha um computador em sala para visitar com seus alunos as páginas que tanto os atrai e, por vezes, traem nosso falso conceito de que estamos educando.
Ir na contramão da velocidade de nossos dias pode resultar em choques frontais e, até mesmo, letais. As nossas famílias, seja qual for o paradigma para a sua formação, estão a exibir jovens conectados somente com o seu mundo, no seu quarto e com o seu computador. Qualquer perícia policial vai constatar diálogos de violência e páginas que ensinam o que assistimos na tragédia do Rio de Janeiro. Não, não vamos culpar a Internet, a grande rede está aí respondendo às necessidades dos séculos. Mas podemos nós, seres humanos, nos conectar a outra grande rede. Aquela que nos permitia olhar no olho do filho e perguntar: tudo bem? Aquela que nos movia a dar um bom-dia para o nosso vizinho. Aquela que nos licenciava assoviar uma canção, a caminho do trabalho. Aquela que não fazia nossas crianças confundirem galinha com "pássaro grande". Porque nossas crianças conheciam galinhas. Ah... e também sabiam que o leite vem da vaca e não direto das caixinhas!

É a velha teoria Flinstoniana: somos os mesmos desde os Flinstones, com as mesmas necessidades, com as mesmas emoções e com as mesmas expectativas de sermos aceitos, porém, em uma sociedade cada vez mais exclusiva!
Jornalista Silvia do Canto
Fonte:Jornal Correio do Povo 11/04/2011

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