Rincão Gaia, criação de Lutzenberger no Pampa, é espaço de educação ambiental
Em 17 de dezembro comemora-se o dia do Bioma Pampa, tal data foi escolhida em homenagem ao nascimento do ambientalista José Lutzenberger que em 2011 completaria 85 anos. Segundo a doutora em zoologia, Georgina Bond-Buckup, “o Bioma Pampa foi reconhecido como Bioma em 2004 e teve seu dia criado em 2007”.
Georgina, integrante da ONG Igré, estará na Feira dos Agricultores Ecologistas neste sábado, dia do Bioma Pampa, para divulgar informações sobre a mais tradicional paisagem gaúcha. A banca localizada junto ao caldo-de-cana irá distribuir materiais informativos e também alguns livros para os que visitarem a banca mais cedo, a partir das 9h.
Dados sobre o Bioma
Segundo Georgina, além de ser um patrimônio natural, o pampa é também um legado cultural do povo gaúcho que está ameaçado pelas monoculturas e pela destruição de seu habitat natural. No panfleto a ser distribuído pela Igré constam informações básicas sobre o Bioma:
Entre os biomas brasileiros, o Pampa é exclusivo da metade sul do Rio Grande do Sul, ocupando uma área de 178.243 km2, correspondendo a 2,07% do território nacional e a 63% do território gaúcho.
Embora tenha grande extensão territorial, somente 41,32% da área do bioma Pampa ainda tem cobertura vegetal nativa, os restantes 58,68% foram modificados pelo uso do homem – principalmente pelo mau manejo dos campos com o sobrepastejo animal, com aplicação de herbicidas e pela introdução da silvicultura com espécies exóticas.
No Pampa ressurgem vários afloramentos do aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do mundo.
Nosso Pampa apresenta uma elevada biodiversidade campestre, compartilhando com gramíneas e leguminosas forrageiras a cobertura vegetal característica que determina a economia e a cultura da região.
A riqueza da vegetação do Pampa está composta por 2.600 espécies campestres representando em torno de 2/3 da diversidade da flora do RS. Mais de 300 espécies vivem exclusivamente neste bioma.
A riqueza da fauna, ainda não conhecida em sua totalidade, mostra espécies que ocorrem somente neste bioma (endêmicas), raras, migratórias, ameaçadas de extinção e aquelas de interesse econômico.
Mais de 90 espécies de mamíferos terrestres só conseguem viver no campo, como o graxaim, o veado-campeiro, o preá e o tatu, entre outros, constituindo 30% de espécies endêmicas. Cerca de 400 espécies de aves e mais de 50 espécies de peixes são conhecidas para a região.
Entre os biomas brasileiros é o que apresenta o menor número de áreas formalmente protegidas, representando somente 0,36% de sua área de ocorrência.
O Pampa vem sofrendo uma progressiva descaracterização do seu território pelas crescentes ameaças como o cultivo de árvores exóticas que não pertencem ao bioma nativo, no qual a vegetação original é composta por plantas herbáceas e arbustos. O campo é a expressão adequada para o perfil climático e o tipo de solo da região.
Plantar extensos conjuntos de árvores na região representa uma grande sobrecarga para os recursos disponíveis, especialmente a água do solo e os nutrientes realmente existentes, causando prejuízos irreversíveis ao meio ambiente e, consequentemente ao ser humano.
No RS são registradas 250 espécies da fauna ameaçadas de extinção e 10% dessas estão diretamente ameaçadas pela expansão das monoculturas de árvores.
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