sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Na Argentina, primeira condenação por agrotóxicos na América Latina

Condenação é considerada importante, porque pela primeira vez a atividade de pulverização com agrotóxicos próximas de áreas urbanas foi considerada um delito na Argentina – e na América Latina

Numa condenação considerada histórica, a Justiça da cidade de Córdoba declarou delito penal as pulverizações com agrotóxicos em campos de soja próximas de bairros povoados. E condenou duas das três pessoas que foram levadas aos tribunais. Trata-se do emblemático caso do bairro Ituzaingó Anexo, onde há 12 anos as famílias denunciam mortes e lesões em consequência do uso de agrotóxicos. Sobre uma população de cinco mil habitantes, entre 2002 e 2009 morreram 272 pessoas, 82 delas de câncer. No mesmo período foram registrados 272 abortos, e 23 crianças nasceram com malformações congênitas. Até setembro de 2010 se registraram 143 pessoas com câncer.

A pena imposta decepcionou muitos moradores, que queriam cadeia para os produtores agropecuários Jorge Alberto Gabrielli e Francisco Parra e para o agente pulverizador Edgardo Jorge Pancello, por usarem o herbicida glifosato e o inseticida organoclorado endosulfan. Mas a Câmara do Crime de Córdoba impôs três anos de prisão condicional para Parra e Pancello e absolveu Gabrielli por falta de provas. A sentença indica também que Parra tem que fazer trabalhos comunitários durante quatro anos e não pode usar agroquímicos por oito. Pancello também deverá fazer serviços comunitários e ficou inabilitado para aplicar produtos agroquímicos durante dez anos.

Mesmo assim a condenação é considerada importante, porque pela primeira vez a atividade de pulverização com agrotóxicos próximas de áreas urbanas foi considerada um delito na Argentina – e na América Latina. Isso estabelece jurisprudência para todo o continente, onde há milhares de ações contra produtores rurais, e pode chegar a alcançar as multinacionais fabricantes de agrotóxicos.

A luta em Córdoba começou pela determinação de uma das mães do bairro, Sofía Gatica, que em 1997 perdeu um bebê que havia nascido sem os rins. Ela demorou a fazer conexão entre os fatos, até que percebeu um número pouco usual de mulheres com lenços na cabeça e crianças com máscaras a caminhar por Ituzangó. Sozinha, começou um levantamento e, já naquele ano, detectou 97 pessoas com câncer somente no seu bairro.

Hoje se sabe que a taxa de câncer na região é 30 vezes maior que a média nacional (dados da Organização Panamericana de Saúde) e que, das 142 crianças entre 2 e 6 anos de idade residentes na localidade, 80% possuem agrotóxicos no organismo: chumbo, arsênico e PCB (elemento presente em transformadores elétricos), entre outros.

Os cultivos transgênicos na Argentina, sujeitos à pulverização, cobrem 22 milhões de hectares e afetam, direta e indiretamente, 12 milhões de habitantes. Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo, segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Apenas na safra de 2011, foram usados 835 milhões de litros de herbicidas, fungicidas e inseticidas. O consumo por habitante chega a cinco quilos de agrotóxico por ano.


Outros dados em http://www.juicioalafumigacion.com.ar/

Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Relatório de subcomissão do Senado prevê distribuição de resultado do FGTS entre trabalhadores


A distribuição do resultado financeiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ao trabalhador cotista foi uma das alternativas apresentadas hoje (30) na subcomissão do Senado que tratou do assunto durante vários meses. Esse mecanismo, segundo a relatora Marta Suplicy (PT-SP), ajudaria a corrigir a distorção na fórmula de rendimento do fundo da Taxa Referencial de Juros (TR) mais 3% ao ano. A proposta foi aprovada por unanimidade na subcomissão e deve ser votada ainda este ano pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Na apresentação do seu relatório, a senadora defende que se a norma já estivesse em vigor a regra de distribuição para o trabalhador cotista seria de, pelo menos, 50% do lucro. Isso representaria um significativo rendimento adicional entre 0,8% e 1,6% ao ano.
Marta Suplicy destacou, entretanto, que esse não pode ser o único mecanismo para corrigir as perdas do FGTS. A senadora frisou que o resultado financeiro do fundo depende da rentabilidade da carteira de crédito e das aplicações financeiras e, também, de despesas como a concessão de subsídios em operações de crédito.
Por isso, ela propôs aumentar os juros remuneratórios das contas vinculadas de 3% para 4,5% ao ano. Para viabilizar essa correção, seria proposta uma regra de cálculo semelhante ao que foi feito com as contas da caderneta de poupança.
A regra seria a correção de 4,5% ao ano, enquanto a meta da taxa Selic for superior a 8,5% ao ano, e 50% da taxa Selic ao ano quando essa meta for igual ou inferior a 8,5% ao ano.
Se a correção proposta já estivesse em vigor, com a taxa básica de 8%, a remuneração do FGTS seria uma taxa de 3,7% ao ano. Pela nova regra, aplicando-se a TR mais 70% da Selic, a correção seria de 4,7% ao ano, e a poupança, pela nova regra já em vigor, chega a 6,3%.
Marta Suplicy disse que, além de elevar o percentual de correção nos juros, “a adoção da nova regra resolve o problema das perdas inflacionárias que as contas vinculadas vinham sofrendo na última década”.
A norma também tem por objetivo, de acordo com Marta, estimular que o FGTS seja mais um instrumento de poupança à disposição do trabalhador. Isso, acrescentou a relatora, permitiria a contratação de créditos em condições mais favoráveis. “Nossa proposta é que sejam oferecidas ao trabalhador cotista linhas de crédito para os mais diversos fins”
Outra inovação proposta objetiva reforçar o saldo da conta vinculada do trabalhador. O parecer da senadora cria o “depósito voluntário” do trabalhador com conta ativa no fundo. Marta Suplicy ressaltou que o motivo de o trabalhador depositar voluntariamente recursos em sua conta é o de formar poupança prévia para poder tomar crédito em volume algumas vezes superior ao saldo que detém.
Ela propôs ainda uma poupança forçada para trabalhadores próximos da idade de aposentadoria. Nesses casos, será reduzida alíquota de contribuição patronal para trabalhadores com mais de 50 anos. "Alteramos, todavia, para que a alíquota se reduza com o avançar da idade: 6% para mais de 50 anos; 4% para mais de 55 anos; 2% para mais de 60 anos; zero a partir de 65 anos”, explicou a senadora.
Marta também pretende reduzir de três para um ano a carência para saque na conta vinculada, seja para pagamento de financiamento imobiliário, seja por estar fora do regime do FGTS. A proposta também eleva os juros moratórios e a multa devida pelo empregador inadimplente com a contribuição patronal.
“A repartição dessa multa entre o trabalhador (75%) e o fundo (25%) é outro ponto importante”, disse a senadora. O relatório prevê que créditos tomados do FGTS por estados, Distrito Federal e municípios não sejam contabilizados para fins de apuração do cumprimento dos limites máximos de endividamentos desses entes.
Uma série de outros projetos de lei que tramitam no Congresso foi incorporada pelo relatório da senadora, tais como: autorização do saque para execução de projeto de acessibilidade em imóvel próprio; saques pelo trabalhador, com base em uma lista de doenças graves ou incuráveis elaborada, em conjunto, pelo Ministério da Saúde, o Ministério da Previdência e o Ministério do Trabalho.
Outras concessões permitem a aquisição de órteses, próteses e outras tecnologias de assistência; o saque para reconstrução de moradia em caso de calamidade pública; e em caso de aposentadoria, mesmo que o aposentado continue trabalhando.
Agência Brasil

Inca alerta para avanço do narguilé no Brasil


O Instituto Nacional do Câncer (Inca) aproveitou o Dia Nacional de Combate ao Fumo para fazer alerta sobre o alto número de fumantes do cachimbo oriental narguilé, que passa de 300 mil consumidores. O número foi apurado na Pesquisa Especial sobre Tabagismo, realizada em 2008, pelo IBGE em parceria com o Inca.
A coordenadora da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida, disse que o narguilé é usual entre adolescentes e jovens, pois o cachimbo é fumado por um grupo de pessoas em ambiente de socialização.
“A garrafa é muito bonita, com ervas aromáticas e esse cachimbo é utilizado em bares, festas em que as pessoas estão fazendo uso do tabaco sem nenhum alerta ou advertência”, disse.
A médica ponderou que embora não haja dados recentes sobre o aumento do uso de tabaco por meio do narguilé, essa tendência tem sido registrada em pesquisas pontuais entre os jovens e adolescentes.
“Pesquisas recentes demonstram que a prevalência do consumo de tabaco que não por cigarro é maior do que a de cigarro entre jovens de 13 a 15 anos e universitários 18 a 24 anos”.
Uma dessas pesquisas foi feita em municípios de São Paulo, Brasília e Florianópolis, com universitários da área de saúde e apontou que mais de 55% dos estudantes que utilizavam tabaco faziam uso também do narguilé.
Em São Paulo, esse percentual chegou a 80%, de acordo com a pesquisa Perfil de Tabagismo em Estudantes Universitários do Brasil, coordenada pelo Inca.
“O fato de esses universitários pertencerem à área da saúde preocupa mais, justamente por eles estudarem os malefícios do tabaco para o organismo. O narguilé engana, dando a sensação de que as impurezas do tabaco são filtradas pela água, o que é um equívoco”, comentou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Segundo o Inca, análises comprovam que a fumaça contém quantidades superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas do que na fumaça do cigarro.
Enquanto o volume de tragadas do cigarro alcança 30 a 50 ml entre cinco a sete minutos, o volume de tragadas do narguilé pode chegar a mil ml em uma sessão de uma hora, equivalente ao consumo de 100 cigarros ou mais.
De origem indiana, o narguilé é um cachimbo de água utilizado para fumar. É composto de um fornilho (onde o fumo é queimado), um recipiente com água perfumada (que o fumo atravessa antes de chegar à boca) e um tubo, por onde a fumaça é aspirada pelas várias pessoas que compartilham uma sessão.
 Agência Brasil

PREÇO DA CONTA DE LUZ SERÁ REDUZIDO EM ATÉ 20% A PARTIR DE 2013

Em fase final de estruturação no âmbito do Ministério das Minas e Energia, o plano de redução do custo de energia, em marcha desde o início deste ano após sinal verde da presidenta Dilma Rousseff, será anunciado no início de setembro com uma possível redução de até 10% para consumidores domésticos e no dobro para as indústrias. Em compasso de espera, o setor aguarda o projeto do Orçamento da União.

Técnicos do Tesouro avaliam a possibilidade da redução de parte da carga tributária sobre as contas de luz, para consolidar o volume do desconto aos consumidores. A avaliação final deve ocorrer após o fechamento do projeto do Orçamento da União, que passará à análise e aprovação do Congresso no final deste mês. O plano entrará em vigor a partir de 2013 e atenderá a maior reivindicação de empresários e consumidores, que é a redução no preço da energia consumida no país.

Em estudo recente, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) classificou a tarifa média industrial brasileira em R$ 329/MWh, valor 52,7% maior do que a média encontrada para um conjunto de 27 países analisados, de R$ 215,5/MWh. Os custos de geração, transmissão e distribuição representam 51% da tarifa de energia elétrica no Brasil, enquanto os impostos correspondem a 49%, sendo 38,2% tributos e 10,8% encargos setoriais. Grandes consumidores de energia, como a indústria de transformação e as siderúrgicas, principalmente na área do alumínio, chegaram a cogitar reduzir os níveis de investimentos, devido ao alto custo da energia elétrica. Segundo a presidenta Dilma, a medida oferecerá um novo impulso à economia e poderá garantir, já no ano que vem, um crescimento de pelo menos 4%.

Em uma decisão inequívoca de que o setor de geração de energia é muito mais estratégico do que apenas uma fonte de arrecadação de recursos, o governo da presidenta Dilma já fechou questão na retirada de três taxas que pesam na conta de luz: a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR). Não está descartada a eliminação de outros pesos tributários sobre o setor.

Correio do Brasil

Lei de Cotas já valerá para quem fizer Enem em 2012


Os estudantes que participarem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 já poderão ser beneficiados pela lei de cotas que reserva 50% das vagas para ex-alunos de escola pública. O projeto de lei foi sancionado hoje (29) pela presidenta Dilma Rousseff, mas na prática só passa a valer para os vestibulares de 2013, inclusive o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A ferramenta unifica a oferta de vagas nas universidades federais e seleciona os estudantes a partir do resultado obtido no Enem.
De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o governo fará a regulamentação da lei até o fim de setembro para estabelecer os critérios de implantação das novas regras. De acordo com a lei, as universidades têm o prazo de quatro anos para cumprir integralmente a reserva de 50% das vagas, assim a implantação deverá ser gradual, a depender de cada instituição. Isso significa que não necessariamente todas as universidades terão metade das vagas reservadas já em 2013.
O projeto de lei, aprovado pelo Senado no começo deste mês, prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais em todo o país reservem, no mínimo, 50% das vagas para quem estudou todo o ensino médio em escola pública. Dentro desse percentual, as vagas serão distribuídas a partir de um recorte racial proporcional à composição da população de negros, pardos ou indígenas em cada estado.
A presidenta vetou o segundo artigo da lei que previa a distribuição das vagas a partir das notas obtidas pelo aluno durante o ensino médio. O critério de seleção que será adotado é o Enem. A lei prevê que a política de cotas terá o prazo de duração dez anos. Após esse período, será feita uma avaliação dos resultados, com possibilidade de revisão das regras.
Agência Brasil

Código Florestal é aprovado em comissão mista do Congresso depois de acordo sobre recomposição de APPs


 A análise da recomposição de áreas de proteção permanentes (APPs), em propriedades que foram desmatadas irregularmente, foi retomada hoje (29) como condicionante para a votação da Medida Provisória 571/2012, que altera o Código Florestal. A matéria foi aprovada na comissão mista do Congresso que analisa o tema e, agora, segue para análise da Câmara dos Deputados.
O acordo só foi possível depois de uma pressão de mais de sete horas de parte da bancada ruralista, que ameaçou até inviabilizar a votação da MP e, consequentemente, a sua validade. Capitaneados pelo líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), esses deputados conseguiram reduzir de 20 para 15 metros de regularização de APP, em margens de rios de até 10 metros, em propriedades de 4 a 15 módulos fiscais – médios produtores.
Foi aprovado, ainda, que, em propriedades acima de 15 módulos fiscais, independentemente da largura do curso de água, a recomposição ficará entre 20 a 100 metros de APP. O tamanho dessa área de proteção natural às margens do rio será definido em cada estado pelo Programa de Regulamentação Ambiental (PRA).
Os ruralistas conseguiram também fazer com que, em cursos de água acima de 10 metros da calha do leito do rio, propriedades com mais de quatro módulos fiscais tenham que recompor de 20 a 100 metros de APP. Nesse caso, o tamanho do reflorestamento na beira do rio será definido pelas regras estabelecidas no PRA do referido estado.
Por outro lado, o relator da matéria, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), conseguiu reincorporar ao texto a proteção natural em faixas de água – rios, córregos, nascentes – intermitentes, ou seja, que não são perenes. No caso das veredas, a proteção terá a largura de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
O parecer do relator estabelece que não será exigida a área de proteção permanente ao redor de reservatórios artificiais de água, que não decorram de barramento ou represamento de cursos de água naturais.
No caso de áreas rurais consolidadas em APPs, no entorno de nascentes e olhos de água perenes, será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, ecoturismo ou turismo rural. Para tanto, será obrigatória a recomposição em raio mínimo de 15 metros.
O texto que agora vai à apreciação da Câmara também estabelece que, nos casos de áreas rurais consolidadas em APPs, ao longo de cursos de água naturais intermitentes com largura de até 2 metros, será admitida a manutenção de atividades agrossilvopastoris, ecoturismo e turismo rural.
A contrapartida será a obrigatoriedade do proprietário recompor faixas marginais de 5 metros, contados da borda da calha do leito do rio, independentemente do tamanho do imóvel.
Agência Brasil

Lei que proíbe fumo em locais fechados ainda não foi regulamentada


Apesar de sancionada em 15 de dezembro de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff, a lei que proíbe o fumo em locais coletivos fechados privados ou públicos e os fumódromos (áreas reservadas a fumantes) ainda não foi regulamentada. A regulamentação prevê, por exemplo, penalidades em caso de desrespeito à lei. De acordo com o Ministério da Saúde, o texto ainda está em fase de produção e não há previsão de quando ficará pronto.
Atualmente, as legislações estaduais de sete estados impedem o fumo em locais fechados, seguindo a norma nacional, enquanto em 19 estados e no Distrito Federal não ocorre o mesmo - embora a lei federal se imponha à estadual ou municipal.
Os estados de Rondônia, São Paulo, do Rio de Janeiro, Amazonas, de Roraima, da Paraíba e do Paraná têm lei estadual antifumo que proíbe o cigarro em lugares fechados, como bares, restaurantes e boates. Os fumódromos são permitidos em Alagoas, na Bahia, no Ceará, Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, no Pará, Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Sergipe, no Tocantins e Distrito Federal. O Acre, Piauí e Rio Grande do Norte têm projetos de lei para a criação de ambientes livres de tabaco desde 2009.
Em São Paulo, a Secretaria de Saúde fez 726 mil fiscalizações e aplicou 1.885 multas desde a vigência da lei, em 2009, em todo o estado. A maioria das multas ocorreu porque pessoas foram flagradas fumando no interior de estabelecimentos e o restante por ausência de placa indicativa da lei. As fiscalizações da vigilância sanitária são diárias e ininterruptas.
Ao todo, foram interditados temporariamente três estabelecimentos no estado de São Paulo por terem descumprido a lei três vezes. A multa equivale a R$ 922, na primeira infração. Em caso de reincidência, o valor dobra. No terceiro flagrante, o estabelecimento é interditado por 48 horas. E na quarta vez, é fechado por 30 dias.
No Rio de Janeiro, foram realizadas 46.642 ações em bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos. De novembro de 2009 até o começo deste mês, foram emitidos 187 autos de infração por descumprimento da lei.
Na Lei nº 12.546, sancionada em dezembro do ano passado, está previsto também o aumento gradativo dos impostos sobre produtos derivados do tabaco.
Agência Brasil

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Brasil gasta mais de R$ 20 bilhões para tratar doenças relacionadas ao tabaco


O Brasil gastou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela organização não governamental Aliança do Controle do Tabagismo (ACT). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. O Dia Nacional de Combate ao Fumo é lembrado hoje (29) em todo o país.
De acordo com os dados da ACT,  82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide.
No Distrito Federal (DF), por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por maço). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues.
Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. “É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro. Ela tem que entender por que fuma, por que deseja parar de fumar e onde está a dificuldade, por que não parou até agora”, explica.
A secretaria oferece terapia em grupo, durante um ano e três meses, em 62 unidades de saúde e em 47 empresas habilitadas a atender funcionários interessados em parar de fumar. Ações de prevenção e promoção de saúde também são promovidas em escolas.
Em média, 500 fumantes iniciam o tratamento nas unidades de saúde a cada mês. Cerca de 400 pacientes conseguem deixar o fumo, sendo que 200 têm recaídas durante a terapia - quando os pacientes são orientados a buscar a secretaria novamente caso voltem a fumar.
O cigarro vicia porque o principal componente – a nicotina –  faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sente necessidade de fumar cada vez mais.
Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, as pessoas ligam o cigarro somente ao câncer de pulmão. “Ele também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral.”
Agência Brasil

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Unifesp promove testes para detectar nível de monóxido de carbono em fumantes


Na véspera do Dia Nacional de Combate ao Fumo, profissionais de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) promoveram hoje (28) uma ação para orientar e conscientizar as pessoas sobre os malefícios do cigarro à saúde. Durante o ato, foram feitos testes para medir o nível de contaminação por monóxido de carbono no organismo de fumantes.
A atividade foi promovida pelo Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo (PrevFumo), da Unifesp, que oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. O núcleo atende, em média, 4 mil pessoas por ano.
Segundo a psicóloga e coordenadora do PrevFumo, Rosangela Vicente, os fatores psicológicos que mais atrapalham quem quer deixar o cigarro são o medo de enfrentar problemas como estresse, depressão e dificuldade em lidar com as adversidades cotidianas. “Nosso trabalho é mostrar que esse é um momento diferente, que eles precisam aproveitar e que estamos ali para auxiliá-los a enfrentar a vida sem o cigarro.”
De acordo com Oliver Nascimento, pneumologista da Unifesp, o tabagismo está relacionado diretamente a 52 doenças, entre pulmonares, cardiovasculares e câncer de garganta. “No Brasil, são 200 mil mortes por ano causadas por doenças relacionadas ao cigarro. O número de pessoas que fuma é muito alto, podendo chegar a 30 milhões.”
Nascimento destaca que o cigarro está diretamente associado à dependência química pela nicotina. Cada cigarro possui quatro mil substâncias nocivas, que são metabolizadas pelo organismo, que sofre danos irreversíveis. “É preciso ressaltar que nas primeiras horas em que a pessoa para de fumar já tem benefício. Nas primeiras oito horas, o monóxido de carbono sai da corrente sanguínea. Em um dia, a pressão arterial retorna ao normal e, em três meses, melhora a tosse,”explicou.
Qualquer pessoa interessada em largar o vício pode procurar o PrevFumo. Ao chegar no núcleo, o paciente passa por uma avaliação de saúde para verificar se há sintomas de doenças respiratórias e pulmonares ou se já faz algum tratamento com medicações. É avaliada ainda a carga tabagista (quanto fuma, há quanto tempo) e os motivos pelos quais quer parar de fumar. “Se acusado problema pulmonar, já o colocamos no nosso ambulatório para iniciar um tratamento”, disse.
Rosangela explica que a dificuldade em deixar o fumo existe porque o tabaco cria dependência física, psicológica e comportamental. “Tudo o que a pessoa faz é com o cigarro na mão. Se está irritado, fuma. Se está triste, fuma. Se está sem fazer nada, fuma. Para parar de fumar, é preciso mexer nessas três frentes para que o tratamento funcione.”
Agência Brasil

Indústria assina acordo para reduzir sódio em margarinas e outros alimentos


Acordo assinado hoje (28) pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) estabelece metas nacionais de redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais até 2015. A estimativa é retirar do mercado brasileiro de alimentos processados 8.788 toneladas desse mineral até 2020.
Essa é a terceira etapa de um conjunto de acordos firmados desde 2011 e que já estabeleceram a redução de sódio nos seguintes alimentos: macarrões instantâneos, pães de tipo bisnaga, de forma e francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita e palha, biscoitos e maionese. Somadas todas as etapas, a previsão é que mais de 20 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras até 2020.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o brasileiro consome uma média de 12 gramas de sódio todos os dias. O valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de menos 5 gramas por dia. Boa parte do consumo de sódio no país, de acordo com o ministério, está associado ao uso de temperos prontos em residências e restaurantes.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o acordo assinado hoje está inserido no Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. “Você conquista a adesão voluntária da indústria a partir de um modelo de monitoramento e garante para o cidadão a opção de ter produtos mais saudáveis”, explicou.
Segundo ele, a própria OMS tem até outubro para estabelecer ações de enfrentamento a doenças crônicas como a hipertensão, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de sódio na alimentação. “Esse modelo [brasileiro] pode, inclusive, ser o modelo recomendado pela OMS”, disse. “Esse é um modelo de adesão voluntária da indústria e que pode surtir efeito mais imediato”, completou.
Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, os acordos assinados já apresentam resultados significativos. Os números, entretanto, só devem começar a ser quantificados a partir de 2013, já que a indústria tem dois anos para se adequar às novas metas. “Estamos falando de grande quantidade de empresas. Não pode haver discordância”, ressaltou. “Com paciência, temos conseguido”, concluiu.
A lista completa das metas de redução para cada grupo de alimentos pode ser acessada no Portal Saúde. Com relação à margarina vegetal, por exemplo, o acordo prevê redução de 19% ao ano na quantidade de sódio, até 2015. Já o mesmo mineral presente nos cereais matinais deve ser reduzido 7,5% ao ano até 2013 e 15% ao ano até 2015.
Agência Brasil

Gastos com tratamento de vítimas de câncer podem chegar a US$ 8 bilhões em 2030


Especialistas estimam que até 2030 os gastos com o tratamento de doentes de câncer cheguem a US$ 8 bilhões. Apenas as doenças derivadas do consumo de tabaco podem custar US$ 133 bilhões. Nos Estados Unidos, a estimativa é que sem novas medidas, o número de tumores malignos deve  aumentar 70% até 2030 nos países de rendimento médio e 82% nos países pobres.
No Brasil, pesquisas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que a leucemia é o tipo mais frequente na maioria das populações, correspondendo a 25% ou 35% de todos os tipos, sendo a Leucemia Linfoide Aguda (LLA) a de maior ocorrência em crianças até 14 anos.
Pelos dados do Inca, os linfomas correspondem ao terceiro tipo de câncer mais comum em países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, correspondem ao segundo lugar, ficando atrás apenas das leucemias.  Só na Índia, 70% das mortes por câncer ocorrem na faixa dos 35 aos 69 anos, reduzindo a vida das vítimas em duas décadas em média, segundo as autoridades do país.
Representantes de várias entidades científicas que pesquisam a prevenção e a cura do câncer defendem que é fundamental ampliar os investimentos em pesquisas e políticas públicas. O diretor do Centro para a Pesquisa Global sobre a Saúde, em Toronto, no Canadá, Prabhat Jha, apelou para que os líderes políticos deem mais atenção ao assunto.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Agência Brasil

Butantan aguarda autorização para testes em humanos da vacina contra dengue


O Instituto Butantan aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar os ensaios clínicos, em humanos, da vacina contra dengue. A expectativa é que a resposta venha em breve, mas não se sabe ainda precisar quando.
Após a aprovação, o instituto poderá iniciar o recrutamento de 300 voluntários nos quais a vacina será experimentada. A vacina, desenvolvida em parceria com o Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), já passou por testes em diversos grupos de 20 pessoas, nos Estados Unidos, para avaliar sua segurança.
De acordo com o diretor-médico de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Alexander Precioso, os trâmites para obtenção da autorização para os ensaios clínicos estão em andamento há pelo menos dois meses. “O projeto é encaminhado, é feita uma avaliação parcial que nos é enviada de volta para que respondamos algumas questões, devolvemos e outras questões vêm. Já estamos respondendo outras avaliações. É um processo dinâmico de esclarecimento, de troca de informações, até que eles emitam a aprovação para o estudo”.
Os 300 voluntários serão moradores de São Paulo e, depois, conforme os dados coletados e avaliações, as próximas fases incluirão cidades representativas de todo o Brasil e um maior número de voluntários. “Nos testes feitos nos Estados Unidos, a vacina se mostrou segura, sem evento adverso grave, e adequada do ponto de vista de resposta imunológica. Agora, vamos iniciar os estudos com as características particulares do Brasil, onde a dengue é uma doença endêmica”, relatou Alexander Precioso.
A vacina é tetravalente, pois atua sobre os quatro tipos de vírus da dengue com a administração de apenas uma dose. Na primeira fase de testes, poderão participar adultos entre 18 e 50 anos de anos, de ambos os sexos e que não tenham nenhuma doença de base. “No processo de recrutamento, todos os voluntários passarão por avaliação médica e exames laboratoriais para, então, ser definida sua participação ou não no estudo”, revelou o diretor de Ensaios Clínicos do Butantan.
Os voluntários serão acompanhados por uma equipe de médicos, enfermeiros e farmacêuticos ao longo de cinco anos, tanto presencialmente como por contatos telefônicos periódicos. “Embora a vacinação ocorra só no primeiro ano, posteriormente, [os voluntários] continuarão sendo acompanhados para que possamos monitorar como essa resposta imunológica que eles vão desenvolver vai se manter ao longo do tempo”, explicou Alexander Precioso. Dessa maneira, os pesquisadores poderão definir a necessidade de mais doses da vacina.
A vacina está sendo elaborada desde 2005, em parceria com institutos americanos de pesquisa em saúde. A estimativa é que esteja disponível para a população entre 2014 e 2015.
Agência Brasil

Exposição mostra o combate ao tabagismo no Brasil


Uma exposição inaugurada hoje (27) narra a história dos esforços e avanços da saúde pública na prevenção e no controle do tabagismo no Brasil. Painéis fotográficos contam os embates entre as organizações brasileiras ligadas à saúde pública e a indústria do fumo.
A mostra O Controle do Tabaco no Brasil é organizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como parte das comemorações do Dia Nacional de Combate ao Fumo, no próximo dia 29. A exposição permanecerá aberta até o dia 8 de setembro na Estação Carioca do metrô do Rio.
Para Vera Colombo, técnica sanitarista do Inca, um dos maiores desafios no combate ao tabagismo está na facilidade de acesso ao cigarro. “Essa liberdade torna o tabaco, nesse aspecto, muito mais difícil de se parar. As pesquisas apontam que o indivíduo consegue parar de fumar depois da terceira ou quarta tentativas”, explicou.
Ela informa que o número de fumantes no país vem diminuindo nos últimos anos. “Se compararmos com 1989, quando tínhamos uma prevalência de 34% de fumantes, hoje a gente tem 17%, de acordo com a última pesquisa do Ministério da Saúde. É uma queda muito importante”, destacou.
Em 2011, o Brasil gastou R$ 21 bilhões no tratamento de doenças relacionadas ao tabaco, mas um em cada cinco homens e uma em cada dez mulheres morrem devido ao fumo.
Agência Brasil

domingo, 26 de agosto de 2012

Contaminação por hepatite ameaça trabalho de manicures e tatuadores


Por trabalharem com instrumentos cortantes e perfurantes, sob constante risco de contato com sangue de clientes, manicures e tatuadores são alguns dos profissionais mais vulneráveis a contrair hepatite. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 33 mil novas pessoas são infectadas anualmente no Brasil por hepatites virais.

De olho na proteção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso cultural Arte, Prevenção e Hepatites Virais para Tatuadores e Manicures. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro.  Os prêmios vão de televisões a quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet.
Cada vez mais, esses profissionais se tornam conscientes de que devem reforçar a proteção contra a doença, especialmente com o uso de luvas e óculos de proteção, além de realizarem a vacinação. Mesmo conhecendo os riscos, entretanto, nem todos seguem integralmente as recomendações.
“No momento que estou fazendo as unhas do cliente, tomo sempre cuidado, mas não uso luvas, embora sei que tenho que usar. Não consigo ficar com elas por muito tempo, acho desconfortável. Após fazer as unhas [das clientes], lavo as mãos  e passo álcool gel”, disse a manicure Gleiziane Abrantes, 28 anos.
Atualmente, existem três principais tipos identificados de hepatite, uma doença do fígado: A, B e C. Entre 1999 e 2011, foram registrados 120 mil casos da hepatite B e 82 mil da C. A hepatite A tem tido queda de incidência, com 3,6  mil casos em 2011.
A dona de um salão de beleza em Brasília, Marina Praia, entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber como proceder para garantir a segurança de clientes e empregados do empreendimento. Ela recebeu como orientação o uso de autoclave, um equipamento que esteriliza materiais metálicos, como aço e inox, a altas temperaturas.
“Tomo todos os cuidados necessários para evitar as doenças muito divulgadas, desde micose até hepatites e outras doenças mais graves”, explicou Marina.
Cada tipo de hepatite tem diferentes tipos de contágio, sintomas e tratamento. No caso da hepatite A, o tipo mais brando da inflamação no fígado, a doença é transmitida via oral, por meio de água ou alimentos contaminados. É um vírus autolimitado, que as próprias defesas do corpo do portador conseguem combater. O principal sintoma é diarreia.
De acordo com a médica infectologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Celeste Silveira, muitas pessoas contraem a hepatite A e não sabem que estão contaminadas. Celeste explicou que o principal tratamento é repousar, para estimular as defesas do organismo.  
As hepatites B e C são transmitidas sexualmente ou pela via sanguínea. O contágio é feito por meio de sexo sem preservativo e do uso de materiais não esterilizados e de uso compartilhado – como agulhas, alicates e instrumentos cirúrgicos e odontológicos. Os principais sintomas são febre, icterícia (aspecto amarelado na pele e nos olhos) e mal-estar. A faixa etária mais atingida por esses tipos é entre 20 e 39 anos.
A principal diferença entre os tipos B e C de hepatite é o risco de a doença se tornar crônica.  Os sintomas são semelhantes, assim como o tratamento, feito com imunomoduladores – como o interferon – e outros antivirais administrados concomitantemente.
O objetivo do medicamento é estimular as defesas do paciente para que o sistema imunológico combata o vírus. Segundo a médica, cerca de 70% dos casos de hepatite C não são curados e voltam a incidir. O que diferencia as hepatites B e C são testes laboratoriais.
A reincidência da hepatite pode comprometer as funções do órgão e causar câncer ou cirrose – cicatrizes que se formam no fígado, causando um endurecimento do tecido, prejudicando seu funcionamento.
Não há vacinas contra a hepatite A, tipo mais benigno da doença e mais incidente em crianças. Para o tipo C, também não há vacina. Contra a do tipo B, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina, administrada em três doses.
“Eu tomo muito cuidado na hora de fazer a tatuagem para não pegar doenças e também tomo as vacinas recomendadas pelo governo. O profissional que não fizer isso pode contaminar a pessoa e se contaminar. Eu fiz um curso de prevenção contra doenças e caso aconteça algum acidente, sei  quais procedimentos tomar até chegar ao hospital”, disse o tatuador Bruno Pessoa, 38 anos.
Para evitar a contaminação da hepatite C, a médica Celeste Silveira orienta para o uso de preservativos, a realização de exames pré-natais (para evitar o contágio de mãe para filho)  e o não compartilhamento de materiais perfurantes descartáveis, como agulhas e seringas.
Para o tratamento por meio de acupuntura, a opção é manter kit individual de agulhas.  No caso de materiais cirúrgicos e odontológicos, deve ser feita esterilização. Em salões de beleza, deve-se dar preferência ao uso individual de alicates e outros instrumentos. Em estúdios de tatuagem, deve-se observar se são usadas agulhas descartáveis.
“Eu fiz um treinamento que orienta [tatuadores] a trabalhar. Vi os riscos que corremos, todo cuidado é pouco. O curso serve para reduzir ou mesmo eliminar, os riscos de contaminação especificamente na área de tatuagem. Hoje está melhor para trabalharmos, há no mercado os materiais descartáveis. O preço ainda é alto, mas é mais seguro”, informou o tatuador Cláudio Ferreira, 38 anos.
Agência Brasil

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Justiça manda suspender licenças ambientais para hidrelétricas no Pantanal


 A Justiça Federal determinou que não sejam mais emitidas licenças ambientais para usinas hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A decisão liminar atende a um pedido dos ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE) em Mato Grosso do Sul, que apresentará uma ação civil pública na 1ª Vara Federal em Coxim (MS) para suspender a instalação de 126 empreendimentos hidrelétricos no entorno do Pantanal.
A decisão judicial determina que os órgãos ambientais licenciadores suspendam todos os processos de licenciamento ambiental em curso e não concedam novas licenças até que a Avaliação Ambiental Estratégica de toda a bacia seja feita. Os empreendimentos hidrelétricos já em funcionamento continuarão operando, mas suas licenças não podem ser renovadas.

Segundo a decisão judicial, existe “prova inequívoca” de que os empreendimentos estão sendo instalados sem a observância das normas protetivas básicas, que inclui o prévio estudo de impacto ambiental em toda a Bacia do Alto Paraguai.
Agência Brasil

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ibama realiza ação integrada contra tráfico de animais pela Internet

Primeira etapa ocorreu em São Paulo, onde foram apreendidos 230 animais da fauna silvestre brasileira, comercializados ilegalmente pela Internet. Ibama promete agir com rigor cada vez maior.


O Ibama realizou entre os dias 13 e 17/08 a Operação Animais.com, que teve como objetivo coibir o comércio irregular de animais silvestres por meio da Internet. Nesta primeira etapa foram vistoriados criadores e estabelecimentos comerciais no estado de São Paulo com suspeitas de vendas irregulares de animais silvestres.

Foram apreendidos 230 indivíduos da fauna silvestre brasileira, entre araras, pacas, papagaios, quatis, serpentes e tartarugas. Os dez autos de infração lavrados e os quatro termos de embargo e interdição resultaram em R$ 3,7 milhões em multas.

Segundo o coordenador da operação em São Paulo, Diego Zanini, a Animais.com envolveu agentes de outras regiões do país, como Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, além de fiscais do próprio estado: “Estamos concentrando esforços para atingir o maior número de alvos possível, aumentando os resultados por meio da dissuasão da ação.”

Um dos estabelecimentos comerciais localizado na grande São Paulo, que já havia sido autuado e embargado pelo Ibama, teve todo seu plantel apreendido e retirado pelos agentes do Ibama. Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) na cidade de Lorena/SP, além do Parque Ecológico do Tietê, onde passarão por um processo de reabilitação.

Os ilícitos cometidos por meio da internet têm crescido nos últimos anos, sendo considerada uma das principais vertentes do tráfico de animais silvestres na atualidade. Segundo o servidor Guilherme Destro, que participou da operação, a presença do Ibama no combate aos crimes pela internet será cada maior, “vários outros alvos já foram mapeados e estão em processo final de triagem. O monitoramento do Ibama será constante.”

Ibama/EcoAgência

TRF4 condena Monsanto por propaganda enganosa e abusiva

Propaganda em que relacionava o uso de semente de soja transgênica e de herbicida à base de glifosato usado no seu plantio como benéficos à conservação do meio ambiente.


A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) condenou, na última semana, a empresa Monsanto do Brasil a pagar indenização de R$ 500 mil por danos morais causados aos consumidores ao veicular, em 2004, propaganda em que relacionava o uso de semente de soja transgênica e de herbicida à base de glifosato usado no seu plantio como benéficos à conservação do meio ambiente.

A empresa de biotecnologia, que vende produtos e serviços agrícolas, também foi condenada a divulgar uma contrapropaganda esclarecendo as consequências negativas que a utilização de qualquer agrotóxico causa à saúde dos homens e dos animais.

Segundo o Ministério Público Federal, que ajuizou a ação civil pública contra a Monsanto, o comercial era enganoso e o objetivo da publicidade era preparar o mercado para a aquisição de sementes geneticamente modificadas e do herbicida usado nestas, isso no momento em que se discutia no país a aprovação da Lei de Biossegurança, promulgada em 2005.

A campanha foi veiculada na TV, nas rádios e na imprensa escrita. Tratava-se de um diálogo entre pai e filho, no qual o primeiro explicava o que significava a palavra “orgulho”, ligando esta ao sentimento resultante de seu trabalho com sementes transgênicas, com o seguinte texto:

- Pai, o que é o orgulho?
- O orgulho: orgulho é o que eu sinto quando olho essa lavoura. Quando eu vejo a importância dessa soja transgênica para a agricultura e a economia do Brasil. O orgulho é saber que a gente está protegendo o meio ambiente, usando o plantio direto com menos herbicida. O orgulho é poder ajudar o país a produzir mais alimentos e de qualidade. Entendeu o que é orgulho, filho?
- Entendi, é o que sinto de você, pai.

A empresa defendeu-se argumentando que  a campanha tinha fins institucionais e não comerciais. Que o comercial dirigia-se  aos agricultores gaúchos de Passo Fundo com o objetivo de homenagear o pioneirismo no plantio de soja transgênica, utilizando menos herbicida e preservando mais o meio ambiente.

A Justiça Federal de Passo Fundo considerou a ação improcedente e a sentença absolveu a Monsanto. A decisão levou o MPF a recorrer ao tribunal. Segundo a Procuradoria, a empresa foi oportunista ao veicular em campanha publicitária assunto polêmico como o plantio de transgênicos e a quantidade de herbicida usada nesse tipo de lavoura. “Não existe certeza científica acerca de que a soja comercializada pela Monsanto usa menos herbicida”, salientou o MPF.

O relator do voto vencedor no tribunal, desembargador federal Jorge Antônio Maurique, reformou a sentença. “Tratando-se a ré de empresa de biotecnologia, parece óbvio não ter pretendido gastar recursos financeiros com comercial para divulgar benefícios do plantio direto para o meio ambiente, mas sim a soja transgênica que produz e comercializa”, afirmou Maurique.

O desembargador analisou os estudos constantes nos autos apresentados pelo MPF e chegou à conclusão de que não procede a afirmação publicitária da Monsanto de que o plantio de sementes transgênicas demanda menor uso de agrotóxicos. Também apontou que agricultores em várias partes do mundo relatam que o herbicida à base de glifosato já encontra resistência de plantas daninhas.

Segundo Maurique, “a propaganda deveria, no mínimo, advertir que os benefícios nela apregoados não são unânimes no meio científico e advertir expressamente sobre os malefícios da utilização de agrotóxicos de qualquer espécie”.

O desembargador lembrou ainda em seu voto que, quando veiculada a propaganda, a soja transgênica não estava legalizada no país e era oriunda de contrabando, sendo o comercial um incentivo à atividade criminosa, que deveria ser coibida. “A ré realizou propaganda abusiva e enganosa, pois enalteceu produto cuja venda era proibida no Brasil e não esclareceu que seus pretensos benefícios são muito contestados no meio científico, inclusive com estudos sérios em sentido contrário ao apregoado pela Monsanto”, concluiu.

O valor da indenização deverá ser revertido para o Fundo de Recuperação de Bens Lesados, instituído pela Lei Estadual 10.913/97. A contrapropaganda deverá ser veiculada com a mesma frequência e preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário do comercial contestado, no prazo de 30 dias após a publicação da decisão do TRF4, devendo a empresa pagar multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Ainda cabe recurso contra a decisão .


AC 5002685-22.2010.404.7104/TRF

TRF4 - EcoAgência

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Batalhão Ambiental investiga morte de peixes no Vale do Taquari


O Batalhão Ambiental da Brigada Militar do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, está investigando a mortandade de peixes no Arroio Sampaio, no município de Cruzeiro do Sul. A suspeita é que o motivo tenha sido o vazamento de produto químico na água.
Os peixes começaram a aparecer mortos no fim de semana, mas na tarde desta segunda-feira (20) foram encontrados jundiás e lambaris boiando no arroio. Um agricultor, dono de um camping às margens do Arroio Sampaio, disse que, além dos peixes mortos, surgiram manchas brancas nas pedras.
O Batalhão percorreu sete quilômetros para encontrar o problema. De acordo com o comandante, houve vazamento de produto químico de uma estação de tratamento que pertence a uma indústria de farinha de osso.
O líquido transbordou e atingiu a água. A empresa foi autuada por crime ambiental. O valor da multa vai ser definido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). De acordo com a Fepam, a indústria tem licença para aplicar a gordura, mas só no solo agrícola.
Por sua vez, a empresa disse que vai encaminhar o caso ao departamento jurídico para recorrer da multa.
O Batalhão não soube dizer quantos peixes morreram e se a causa foi mesmo o vazamento de produto químico.
G1-RS

RS terá segunda maior indústria oceânica do país com o Polo Naval do Jacuí


A assinatura de protocolo de intenções entre governo do Estado e a Iesa Óleo & Gás formalizou nesta terça-feira a criação do Polo Naval do Jacuí. A cerimônia foi realizada no Palácio Piratini, sob o olhar da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster que reforçou a necessidade de atender o prazo de 54 meses para implementação. O empreendimento transformará o Rio Grande do Sul no segundo maior da industria oceânica no Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro.

A empresa irá investir R$ 100 milhões em Charqueadas, a 56 quilômetros de Porto Alegre, para atender a um contrato de fornecimento com a Petrobras, com valores entre US$ 720,4 milhões e US$ 911,3 milhões. O documento prevê a construção de 24 módulos para seis plataformas de exploração de petróleo. 

Mais de 6 mil novos empregos estão previstos: 1,2 mil diretos e 5 mil indiretos. De acordo com o presidente da Iesa, Valdir Lima Carreiro, a maioria destas  vagas deverá ser ocupada por gaúchos. “Vamos dar preferência a trabalhadores locais”, observou. “Vocês não vão deixar vir carioca para cá, vão?”, brincou Graça Foster, em coletiva após a solenidade.

Conhecida pelo perfil austero, ela cobrou do presidente da Iesa o cumprimento dos prazos estabelecidos em contrato. “Vamos ficar no pé de vocês, porque do sucesso desse polo naval, das atividades que o senhor vai conduzir, depende o sucesso da Petrobras”, afirmou a presidente da companhia.

Carreiro disse estar acostumado com a cobrança. “Temos diversos contratos com a Petrobras e ela realmente é extremamente exigente, e tem que ser, porque estamos falando de oito plataformas que produzem no mínimo 800 mil barris por dia. Se atrasarmos qualquer módulo, podemos causar um grande prejuízo”, reconheceu.

O governador Tarso Genro salientou que o investimento no Polo do Jacuí tem a vantagem de descentralizar o desenvolvimento do Estado, levando-o a uma região com pouca oferta de emprego. Além disso, conforme o governador, fortalece o protagonismo do Rio Grande do Sul no cenário econômico. “O RS não está mais à deriva, subordinado exclusivamente aos fluxos e refluxos da economia global. Ele quer ser um integrante, interferindo nessa economia a partir de um planejamento próprio”, observou.

Tarso afirmou, ainda, que o potencial hidroviário gaúcho até então não passava de uma promessa e de uma utopia. “Com a implantação do polo naval, essa hidrovia passa a ser uma estrutura efetiva do desenvolvimento do Estado e, portanto, daqui para frente só vai se desenvolver”, frisou. Com relação à mão de obra, Tarso acredita que, com o Pacto Gaúcho pela Educação Técnica e Formação Profissional, o Estado tem condições de formar profissionais em diversos níveis em um prazo de 60 a 90 dias.
Correio do Povo 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pesquisa revela que metade de dependentes químicos tem doenças psíquicas associadas


Metade dos pacientes com dependência química tem doenças psíquicas associadas, aponta estudo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Foram analisados os perfis de 1,3 mil pacientes tratados nos últimos três anos na Unidade Estadual de Álcool e Drogas do Hospital Lacan, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Entre as mulheres, o percentual é ainda maior, 56% apresentaram doenças como depressão, bipolaridade e transtorno obsessivo-compulsivo. Entre os homens o índice foi 50,1%.
De acordo com Sérgio Tamai, coordenador da área de saúde mental da secretaria, a pesquisa confirma estudos internacionais sobre o mesmo tema e aponta para a necessidade de desenvolver uma assistência especializada para esses pacientes. “Não é um perfil de população desprezível. É necessário um ambiente mais protegido e profissionais que tenham especialização em droga dependência, mas também têm que estar familiarizados com o atendimento de pacientes com esses outros transtornos psiquiátricos”, disse.
O coordenador destacou a necessidade de um ambiente adequado, tendo em vista que pacientes depressivos com associação ao uso de drogas, por exemplo, são mais propensos ao suicídio. “Um indivíduo, internado em um hospital geral, pode tentar se matar saltando pela janela, e não faz parte da rotina desses hospitais ter esse tipo de preocupação. É preciso ter pessoal especializado”, declarou.
Tamai destacou ainda a importância de cuidados específicos com pacientes esquizofrênicos. “Os estudos mostram que metade desses pacientes tem uma droga dependência associada. Nesse caso, a droga em si modifica o padrão da doença. O indivíduo esquizofrênico que não é violento pode se tornar [violento] a partir do uso de cocaína, por exemplo. É um dado que precisa ser levado em consideração também”, explicou.
As especificidades no tratamento de dependentes químicos com associação a doenças psíquicas ocorrem também no tempo de internação dos pacientes, informou o coordenador. “Essa população tem um tratamento um pouco mais complicado. Mais do que triplica o tempo necessário de internação”. Segundo Tamai, o indivíduo que tem droga dependência isoladamente demora de uma semana a dez dias internado. Os pacientes com doença psíquica associada ficam internados de cinco a seis semanas.
A relação entre a dependência química e as doenças psíquicas ocorre quando a pessoa consome entorpecentes ou álcool em excesso e desenvolve, posteriormente, transtornos mentais. “O indivíduo que tem um transtorno mental está mais vulnerável a uma droga dependência”, declarou. Ele usou, como exemplo, o caso de um indivíduo com transtorno de ansiedade que consome bebida alcoólica para relaxar. O uso, no entanto, piora o quadro de ansiedade e cria um círculo vicioso, fazendo com que seja ingerida uma quantidade cada vez maior. “É a gênese do quadro de dependência”, destacou.
Segundo ele, o contrário também ocorre, quando o uso de entorpecentes leva à doenças psíquicas. O coordenador cita estudos internacionais que relacionam o uso de maconha à esquizofrenia, por exemplo. “Usuários que utilizam pelo menos uma vez por semana, dobram a chance de ter a doença nos cinco anos subsequentes”, disse. Ele destacou que esse risco é ainda maior se a pessoa tem histórico familiar de esquizofrenia.
Agência Brasil

domingo, 19 de agosto de 2012

Tecnologia que melhora diagnóstico e tratamento de tumores neuroendócrinos chega ao Brasil


Um novo tipo de radiofármaco (medicamento marcado com material radioativo), capaz de detectar com mais precisão, tumores neuroendócrinos já está disponível no Brasil. O anúncio foi feito hoje (18) durante o Simpósio Villas Boas sobre Tumores Neuroendócrinos, em Brasília.
Em entrevista à Agência Brasil, o médico nuclear indiano Vikas Prasad, uma das maiores autoridades do mundo em câncer neuroendócrino, explicou que esse tipo de tumor é derivado de células do sistema endócrino e pode estar localizado em qualquer parte do corpo, sobretudo no pâncreas, nos pulmões e no intestino.
A doença tem diagnóstico difícil e é considerada rara, já que acomete cinco pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes. Mas os casos, segundo Prasad, vêm aumentando de forma significativa nas últimas duas décadas. O médico avaliou que a chegada do novo tipo de radiofármaco ao Brasil é importante em razão da numerosa população e da disponibilidade de profissionais capacitados para o diagnóstico e o tratamento.
“É uma terapia cara, mas de custo aceitável. Por que sair do país quando se pode oferecer esse tipo de tecnologia aqui? O diagnóstico precoce do câncer neuroendócrino é importante para evitar a metástase [estágio mais avançado do câncer], e o Brasil tem profissionais capacitados para isso”, destacou.
Até então, o diagnóstico desse tipo de câncer no país era feito por meio de tomografias e ressonâncias magnéticas, que permitem uma visualização limitada do tumor. Já o novo radiofármaco permite uma resolução até três vezes melhor, além de identificar lesões menores.
O cirurgião oncológico do Instituto Nacional de Câncer (Inca) Rinaldo Gonçalves ressaltou que o novo tipo de radiofármaco permite um exame mais rápido, sem necessidade de o paciente voltar no dia seguinte para repetir o procedimento médico. “O médico vai saber o quão extensa é a doença e tratá-la melhor”, disse Gonçalves.
Não há um levantamento oficial de quantos brasileiros são acometidos pelo câncer neuroendócrino, mas um comparativo indica que o Inca acompanha, todos os anos, cerca de 500 casos de carcinoma (tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais), enquanto os casos de tumor neuroendócrino somam apenas 30 ou 40 no mesmo período.
Agência Brasil

sábado, 18 de agosto de 2012

Rio Acre atinge níveis cada vez mais extremos na seca e na cheia













Estudos hidrológicos feitos por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) em parceria com a Agência Nacional de Água (ANA) demonstram que o Rio Acre tem apresentado níveis cada vez mais extremos, tanto nas enchentes quanto nas secas. Em 2011, o rio atingiu uma lâmina d’água de 1,5 metro, a segunda pior em 40 anos. A tendência é que a seca deste ano, que vai de agosto a outubro, a situação seja ainda pior.
A assessora técnica e engenheira florestal da Sema, Vera Reis, disse que as medições do nível do rio chegaram a 2,05 metros no início da estiagem. “Até meados de setembro, a tendência é que ele continue baixando”, acrescentou.
Segundo a técnica, os estudos apontam que as “alterações extremas” do Rio Acre são causadas pelo desmatamento, por ocupações irregulares, pelas queimadas e pela expansão das estradas. No período de estiagem, o rio é abastecido por lençóis freáticos que ficam comprometidos por essas ações.
“Nesta fase temos problemas de desabastecimento fortíssimo”, ressaltou Vera Reis. “Todas essas ações predatórias, além de outras, comprometem a vazão do Rio Acre ajudando na provocação de cheias que atingem boa parte da capital acriana”, disse.
Outro problema é a pouca informação sobre o comportamento hidrológico do rio. Em 2011, por exemplo, os técnicos da Sema consideravam que não haveria estiagem forte devido o longo período de cheia do rio, com fase crítica em abril. “Em 11 de setembro, tivemos a maior seca dos últimos 40 anos”, contou Vera Reis.
Em janeiro de 2012, o alagamento atingiu 17,6 metros, enquanto que o nível médio é 7,5 metros. O estado de alerta, segundo a técnica, é dado quando o nível do rio atinge 13,5 metros, momento em que água começa a entrar e alagar casas de moradores em bairros ribeirinhos.
Para melhorar a avaliação preventiva de cheias e secas, foi montada uma Unidade de Situação na Universidade Federal do Acre. Em parceria com a ANA, a unidade deve iniciar o funcionamento a partir deste ano, estima a técnica.
“Esta unidade moderniza nossa rede de hidrometeorologia que recebe informações sobre ocorrências de chuvas, níveis do rio e quando elas atingirão as cidades”, disse Vera Reis. O monitoramento permitirá aos bombeiros e à Defesa Civil adotar medidas preventivas capazes de minimizar as consequências das enchentes.
Estão sendo tomadas também medidas de conservação e preservação do Rio Acre. Entre elas, a recuperação de nascentes e plantio de mudas frutíferas em habitações ribeirinhas. A técnica informou que já foram plantadas 3 milhões de mudas para a recuperação de matas ciliares e nascentes do rio.
A falta de saneamento básico em bairros na beira do rio, como o Taquari na capital Rio Branco, é outro desafio a ser enfrentado. Ao visitar o bairro, a reportagem da Agência Brasil constatou derramamento de esgoto não tratado nas margens do rio. Os moradores não têm água potável, nem rede de esgoto.
Dada a forte estiagem em alguns pontos, é possível atravessar a pé o rio de uma margem à outra. A dona de casa e moradora do Taquari, Maria das Dores de Santana, 67 anos, reconhece que, apesar da poluição, usa a água do rio para cozinhar.
“Às vezes, eu uso a água do rio para cozinhar. Eu trato, coloco hipoclorito e uso. Graças a Deus até hoje não deu problema de saúde”, contou a moradora, que no período das cheias foi obrigada a deixar a casa onde vive. Para beber, ela disse que a filha compra galões de água potável.
Antônio Ferreira de Oliveira, pedreiro, 35 anos, também mora no bairro. Porém, pagou cerca de R$ 400 para construir um poço, chamado de cacimbão. Ribeirinho desde que nasceu, Antônio reconhece que “antigamente” o comportamento do rio nos períodos de chuvas e de estiagem não era tão severo.
“Ninguém sabe o que está acontecendo, o clima tá muito quente, amigo”, disse Antônio. O vizinho dele, Raimundo Lima Rebouças, 67 anos, teme que seu poço fique seco em um mês por causa do agravamento da seca. Diante da falta de água, o auxiliar de portaria de uma escola pública disse que compra 500 litros do caminhão-pipa.  A quantidade dá para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupa durante quatro ou cinco dias.
A cada compra, Raimundo Lima desembolsa R$10. Para quem tem caixa d'água com capacidade de mil litros, o custo dobra – o que movimenta uma verdadeira indústria de caminhões-pipa que vendem água nas comunidades pobres.




Agência Brasil 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Reciclagem também é diversão





Blog traz ideias de como reutilizar o lixo de forma criativa e sustentável.

O Grupo Tamanduá sem Bandeira cria e pesquisa objetos com materiais reutilizáveis. O site tem cartilhas com eco-brinquedos, e tem até uma EcoLoja. Confira aqui

Via Mercado Ético.
Blog voluntários on line

Campanha para atualização da caderneta de vacinação infantil começa neste sábado


Começa amanhã (18) em todo o país a primeira campanha de atualização da caderneta de vacinação infantil.  A expectativa do governo é que até o dia 24 de agosto mais de 14 milhões de crianças menores de 5 anos compareçam aos postos de saúde.
O objetivo da ação, de acordo com o Ministério da Saúde, é ampliar a cobertura vacinal e reduzir o risco de transmissão de doenças.
Estarão disponíveis todas as vacinas do calendário básico infantil, incluindo a pentavalente e a Vacina Inativada Poliomielite (VOP), lançadas este ano. A primeira reúne em uma única aplicação a tetravalente (que protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche e a meningite) e a dose contra a hepatite B. Já a VOP é indicada para crianças que nunca foram imunizadas contra a pólio.
Durante a campanha, menores de 5 anos que vivem nas regiões Norte e Nordeste, no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, ambos em Minas Gerais, também vão receber suplemento de vitamina A. A ação faz parte do Programa Brasil Carinhoso, lançado em maio deste ano, que tem como meta a superação da extrema pobreza na primeira infância.
Ao todo, 2.434 municípios das regiões selecionadas vão distribuir o suplemento. A expectativa do governo é que 3 milhões de crianças tenham acesso à megadose de vitamina A.
Cálculos do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 20% dos menores de 5 anos apresentam algum tipo de deficiência de vitamina A. A previsão é que, até o fim do ano, a distribuição do suplemento chegue a todos os municípios que fazem parte do Programa Brasil sem Miséria.
Agência Brasil 17/08/2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Células-tronco obtidas pelo Butantan já são testadas em humanos


Células-tronco embrionárias obtidas a partir de uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, já estão sendo aplicadas em seres humanos. Os primeiros resultados dos testes, visando à reconstrução do tecido que reveste a córnea, deverão ser anunciados no segundo semestre de 2013.
“Fora do país, há alguns estudos avançados. Porém, eles não chegaram à quantidade de células que a gente consegue obter. O grande achado do nosso trabalho é conseguir quantidades de células suficientes para aplicação em humanos”, destaca o pesquisador do Instituto Butantan Nelson Lizier.
O estudo feito pelos pesquisadores do Laboratório de Genética do instituto levou à criação de uma técnica que permite obter grandes quantidades de células-tronco - capazes de gerar qualquer tecido do corpo humano – a partir do dente de leite. “Essa nova tecnologia que nós conseguimos desenvolver permite que, de uma única polpa [de um dente de leite], a gente consiga tratar muitos pacientes, em torno de 100 por dia”, destaca Lizier.
Os últimos testes feitos em animais mostraram que as células não levam a nenhum efeito colateral quando comparadas a biofármacos e a outras drogas. “As cirurgias já estão acontecendo. A gente já fez em dois pacientes, dentro do Instituto da Visão da Unifesp [Universidade Federal de São Paulo], responsável por essa parte cirúrgica”, ressalta o pesquisador. Os resultados só poderão ser divulgados após o encerramento dos testes.
Um grupo de pacientes com lesões na córnea está recebendo as células-tronco como parte do experimento. Além da córnea, os pesquisadores já têm pesquisas sobre a aplicação das células-tronco embrionárias em outras áreas. “A gente já tem estudos aqui dentro do grupo de pesquisa para a utilização dessas células para regeneração de retina, para arteriosclerose, doenças cardíacas, regeneração óssea, de cartilagem, e implantes dentários.”
Os estudos sobre células-tronco obtidas a partir de dentes de leite começaram a ser feitos no Butantan em 2004. Com essa técnica, os embriões não são mais necessários para a criação das células-tronco. Assim, é possível produzir do próprio organismo do paciente uma célula igual à embrionária.
Agência Brasil