Os últimos 1030 metros do molhe leste, localizado do lado de São José do Norte, um dos dois longos braços de pedras que compõem os Molhes da Barra do Rio Grande, se constituem em um Refúgio da Vida Silvestre (Revis).
Leões e lobos-marinhos há muito o elegeram como local de descanso. Nem mesmo as obras de ampliação dos molhes, realizadas durante três anos consecutivos, entre 2008 e 2011, fizeram com que eles deixassem de usá-lo. Com o término das obras, ocorrido em fevereiro, o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema) entende ser necessária a adoção de algumas providências para qualificar esse importante Revis, que é um dos dois únicos refúgios dessas espécies no Brasil. O outro é a Ilha dos Lobos, em Torres.
Conforme o oceanólogo Kléber Grübel da Silva, coordenador do Projeto Mamíferos Marinhos do Litoral Sul, do Nema, as providências são a realização de estudos para verificar a necessidade de redefinição dos limites dessa unidade de conservação e a elaboração e implantação do seu plano de manejo. Ele observa que o momento atual da região, que está recebendo diversos empreendimentos, é propício, pois oportuniza o uso de recursos de compensação ambiental, os quais poderiam alavancar esses processos. Como o molhe foi aumentado, a preocupação com a redefinição dos limites do Revis se deve à possibilidade de esses animais passarem a usar também a nova ponta da estrutura, que está fora da área da unidade de conservação.
Ocupação
Conforme o oceanólogo Kléber Grübel da Silva, coordenador do Projeto Mamíferos Marinhos do Litoral Sul, do Nema, as providências são a realização de estudos para verificar a necessidade de redefinição dos limites dessa unidade de conservação e a elaboração e implantação do seu plano de manejo. Ele observa que o momento atual da região, que está recebendo diversos empreendimentos, é propício, pois oportuniza o uso de recursos de compensação ambiental, os quais poderiam alavancar esses processos. Como o molhe foi aumentado, a preocupação com a redefinição dos limites do Revis se deve à possibilidade de esses animais passarem a usar também a nova ponta da estrutura, que está fora da área da unidade de conservação.
Ocupação
Silva lembra que as atividades pesadas das obras de prolongamento dos molhes, como tráfego intenso de caminhões, máquinas e operários, foram harmonizadas com o Revis por meio da implantação, pelo Nema e o consórcio responsável pela ampliação, de protocolos de conduta e orientação aos operários para uma boa convivência com os "moradores do local" - os leões e lobos-marinhos. "Pode-se dizer que ao final das obras, o impacto na população desse mamíferos foi mínimo. E os pinípedes mantêm-se utilizando esse refúgio, com o mesmo padrão de ocupação numérico e temporal", salientou.
No mês de setembro, foram avistados em torno de 40 leões-marinhos (Otaria flavescens) utilizando o molhe leste. De acordo com o oceanólogo, a partir deste mês de outubro essa taxa de ocupação aumenta consideravelmente, atingindo o máximo em dezembro, quando o Revis recebe até 100 desses animais. Eles podem ser vistos descansando nos tetrápodes (blocos de concreto), "prontos para as suas excursões diárias no mar em busca de alimentação e atentos às movimentações das embarcações que entram na Barra do Rio Grande".
No mês de setembro, foram avistados em torno de 40 leões-marinhos (Otaria flavescens) utilizando o molhe leste. De acordo com o oceanólogo, a partir deste mês de outubro essa taxa de ocupação aumenta consideravelmente, atingindo o máximo em dezembro, quando o Revis recebe até 100 desses animais. Eles podem ser vistos descansando nos tetrápodes (blocos de concreto), "prontos para as suas excursões diárias no mar em busca de alimentação e atentos às movimentações das embarcações que entram na Barra do Rio Grande".
No momento, o Nema e a Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg), parceira do projeto de conservação dos leões-marinhos, estão construindo um programa de monitoramento desses animais, que alia as necessidades de conservação do Refúgio da Vida Silveste do Molhe Leste, com as exigências do licenciamento portuário.
Pela presença constante no local, que é a entrada para o porto, os leões-marinhos são chamados de "guardiões do porto do Rio Grande". Os lobos-marinhos ocorrem em pequena quantidade no local e aparecem em maior número na beira da praia. Silva destaca que a visita ao Revis é oportunidade rara para as pessoas conhecerem esses grandes predadores de topo em plena natureza e, principalmente, livres para pescar e fazer seus deslocamentos alimentares e reprodutivos. "É um espetáculo de harmonia e educação ambiental", complementa. Os leões e lobos-marinhos se reproduzem nas ilhas rochosas da costa uruguaia.
Saiba mais:
O Revis do molhe leste é uma unidade de conservação criada em 1996 pela Prefeitura de São José do Norte.
Pela presença constante no local, que é a entrada para o porto, os leões-marinhos são chamados de "guardiões do porto do Rio Grande". Os lobos-marinhos ocorrem em pequena quantidade no local e aparecem em maior número na beira da praia. Silva destaca que a visita ao Revis é oportunidade rara para as pessoas conhecerem esses grandes predadores de topo em plena natureza e, principalmente, livres para pescar e fazer seus deslocamentos alimentares e reprodutivos. "É um espetáculo de harmonia e educação ambiental", complementa. Os leões e lobos-marinhos se reproduzem nas ilhas rochosas da costa uruguaia.
Saiba mais:
O Revis do molhe leste é uma unidade de conservação criada em 1996 pela Prefeitura de São José do Norte.
- Seus limites compreendem 1030 metros da parte final do molhe, com uma largura de 296 metros.
- Tem como principal objetivo a proteção dos leões e lobos-marinhos.
- A visitação consciente estimula a relação harmônica entre o homem e a natureza.
- Para uma convivência amigável com esses animais, é preciso manter uma distância mínima de 20 metros deles e não perturbá-los.
- Os visitantes devem cuidar da limpeza do local.
- No Brasil, os mamíferos marinhos são protegidos por lei. O molestamento destas espécies levará o infrator às penalidades da lei federal.
Por Carmem Ziebell
carmem@jornalagora.com.br
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Fonte:Jornal Agora 05/10/2011
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