Considerado pela comunidade médica uma doença gravíssima e um problema de Saúde Pública, o tabagismo atinge cerca de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo, o que representa mais de 15 bilhões de cigarros consumidos diariamente. Neste 29 de agosto, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo e, mais uma vez, autoridades e entidades de todo o país concentram esforços em campanhas de conscientização.
Para Selmo Minucelli, oncologista e hematologista do Bronstein, o cigarro chega a matar, nos países em desenvolvimento, mais que a soma de outras causas evitáveis de morte, tais como o uso de cocaína, heroína, álcool, acidentes como incêndios, suicídios e até o vírus da AIDS.
O tabagismo é causa de grandes prejuízos às pessoas e à sociedade. A principal doença relacionada ao tabagismo é o enfisema pulmonar, classificado como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC. O fumante pode chegar a sofrer até um acidente vascular cerebral (derrame cerebral), ter impotência sexual, complicações do coração, câncer de cordas vocais, língua, boca e faringe.
“Estas são importantes e frequentes patologias associadas ao fumo e que muitas vezes, ao serem extirpados, por conta de sua malignidade e extensão, mantêm o paciente respirando via traqueostomia”, reforça o especialista.
Minucelli salienta que o tabagismo é responsável pelo câncer de pulmão e é a mais frequente causa de câncer de brônquios, que mais mata pessoas no mundo. Por atingir diretamente os vasos, atua no aumento do colesterol total, aumentando a fração ruim (LDL) e diminuindo a fração boa (HDL).
“Assim, não há como não relacionar o tabagismo à incapacidade e ao elevado risco de morte em pessoas jovens”, afirma o médico.
Para o especialista existem muitas sugestões para diminuir esse uso, tais como o aumento de preços do cigarro, dificultando a aquisição. Ao mesmo tempo, as medicações disponíveis para o tratamento de interrupção do tabagismo poderiam ser mais acessíveis, de menor preço, para que se atingisse maior número de dependentes. As propagandas poderiam até ser completamente proibidas.
“Assim, conseguiríamos resultados mais concretos diminuindo muito as doenças que o tabagismo acarreta e à sociedade”, conclui.
Pesquisas mostraram os males do fumo para mulheres
Uma estimativa prevê que 12% a 24% das mulheres grávidas continuam a usar o tabaco, de acordo com dados coletados nos Estados Unidos. Portanto, novas evidências descobertas por um pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, prevêem que a exposição do feto à nicotina pode estar associada ao aumento da pressão arterial das crianças e posteriormente dos adultos. Estudos anteriores em humanos mostraram que crianças nascidas de mães fumantes sofrem danos vasculares ou dos vasos sanguíneos,
Pesquisa realizada no Reino Unido compara outras males do fumo na gravidez. O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Londres, analisou pesquisas dos últimos 50 anos sobre o mal do cigarro durante o período de gestação e obteve evidências que a nicotina e outros componentes químicos do fumo pode causar ainda fissuras orais, deformidades nos membros, pé torto e distúrbios gastrointestinais e até óticos, mortes durante o parto ou nascimento prematuro.
Em todo o mundo, 250 milhões de mulheres fumam por dia, segundo estatísticas da 14ª Conferência Mundial em Tabaco ou Saúde, realizada em 2009, em Mumbai.
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