sábado, 19 de maio de 2012

Brasil teve 8 mil casos de intoxicação por agrotóxicos em 2011

Entre os trabalhadores rurais, os dados apontam que um número cada vez maior de mulheres está sendo afetado pelo produto, embora existam mais notificações sobre a intoxicação de homens



As informações foram divulgadas pelo diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, que participou de audiência pública (10/05) na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rural, requerida pelos deputados Jesus Rodrigues (PT-PI) e Bohn Gass (PT-RS). Rodrigues afirmou que pretende solicitar outros debates, inclusive com empresas fabricantes de agrotóxicos. Depois disso, ele e outros parlamentares apresentarão um projeto de lei para mudar as normas sobre o uso dos agrotóxicos. “Formaremos um juízo, para então apresentarmos a esta Casa um projeto, um novo regramento que possa inibir o uso de agrotóxicos na nossa plantação, na nossa alimentação, no nosso dia a dia.”


Médica e integrante de um grupo de trabalho da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Anamaria Tambellini disse não condenar o uso de agrotóxicos, mas informou que já foi comprovado que alguns desses produtos provocam doenças como câncer, principalmente no útero e em outros órgãos do aparelho reprodutor. Para Anamaria Tambellini, esses produtos devem ser banidos do Brasil, e os agrotóxicos que forem liberados precisam ser usados com precaução. “O indivíduo não pode ir jogando de qualquer maneira. Quem utiliza o agrotóxico e, principalmente, quem trabalha tem que saber dos riscos e aprender como pode minorar a possibilidade de exposição a doenças”, explicou.
Já para o engenheiro agrônomo representante da Associação Brasileira de Agroecologia, Vinícius Freitas, não existe consumo seguro de agrotóxicos. Ele citou uma pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso feita em Lucas do Rio Verde. A cidade é uma das cinco maiores produtoras agrícolas do Mato Grosso e uma grande consumidora de agrotóxicos.
Consumo no Brasil 
O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Agenor Álvares da Silva, afirmou que o País é responsável por 1/5 do consumo mundial de agrotóxicos. O Brasil usa 19% de todos os agrotóxicos produzidos no mundo; os Estados Unidos, 17%; e o restante dos países, 64%.
Ele citou pesquisa segundo a qual o uso desses produtos cresceu 93% entre 2000 e 2010 em todo o mundo, mas no Brasil o percentual foi muito superior (190%).
Segundo o diretor da Anvisa, existem atualmente no País 130 empresas produtoras de agrotóxicos que fabricam 2.400 tipos diferentes de produtos. Em 2010, foram vendidas 936 mil toneladas de agrotóxicos, negócio que movimenta US$ 7,3 bilhões. 
A pesquisa mostrou que, dos 12 poços de água potável das escolas analisadas, 83% estavam contaminados com resíduos de vários tipos de agrotóxicos. Além disso, 56% das amostras de chuva tinham agrotóxicos, e 100% das mulheres em fase de amamentação apresentavam pelo menos um tipo de agrotóxico no leite materno.
Vinícius Freitas defendeu uma agricultura de base agroecológica, sem o uso de agrotóxicos. Segundo ele, para que esse tipo de produção seja viável, são necessárias políticas públicas efetivas. Freitas destacou que os pequenos agricultores, responsáveis por 70% da produção nacional que alimenta o brasileiro, normalmente só conseguem crédito para plantar com o uso de agrotóxicos
Agência Câmara de Notícias - EcoAgência


Quase todos os produtos usados para combater pragas e doenças são tóxicos e muito perigosos para os animais domésticos e para o próprio homem. Os industrializados devem ser mantidos em suas embalagens originais, mas seria bom, mesmo para os preparados em casa, você acrescentar uma etiqueta bem grande dizendo “veneno” e guardá-los fora do alcance das crianças e dos animais domésticos.
Nunca aplique defensivos em dias de muito vento e nas horas de sol forte. O melhor horário é à tarde e sempre com as costas voltadas para a direção do vento. Como são muito voláteis, habitue-se a usar máscara quando for pulverizar. Estas máscaras, que custam uma ninharia, são fáceis de encontrar em qualquer loja de insumos agrícolas. Do mesmo modo as roupas usadas durante o trabalho devem ir imediatamente para o cesto de roupa suja, e seria muito aconselhável tomar um copo de leite e um bom banho em seguida.
Ao adquirir um produto agrotóxico:
1- Verifique o grau de toxidez para adultos, crianças, cães, gatos, pássaros, etc.
Toda embalagem vem uma tarja colorida numerada de I a IV (em algarismos romanos) que significa o seguinte:
I – Tarja vermelha: extremamente tóxico.
II – Tarja laranja: altamente tóxico.
III – Tarja azul: medianamente tóxico.
IV – Tarja verde: pouco tóxico.
Para o manuseio seguro destes produtos, deve-se usar máscara, luvas, mangas compridas, calça comprida e usa-los em, dias sem vento, com temperatura abaixo de 25° C, sem incidência solar direta.
2- Observe se não há incompatibilidade em misturar um agrotóxico com outro (ver bula).
3- Veja o pH da água. Para obter o máximo rendimento do produto, o pH da água deve estar entre 5 e 6 e isto se consegue adicionando 8 gotas de vinagre por litro à água que se vai usar. Como o fabricante não informa nada disso na bula, é importante usar o produto imediatamente após mistura-lo à água, porque muitas substâncias sofrem HIDRÓLISE, que é a decomposição do produto por reação química com a água tornando-o inútil.

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