quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Pessoas que nunca tiveram dengue não devem tomar vacina da doença, diz Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou nesta quarta-feira (29) que o laboratório Sanofi-Aventis, fabricante da vacina da dengue, apresentou informações que sugerem que pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue podem desenvolver formas mais graves da doença caso tomem a vacina. A vacina Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015 e não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações.
A suspeita do laboratório, apresentada nesta semana,  ainda não é conclusiva, mas, diante do problema, a recomendação da Anvisa é que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram dengue. Apesar de esclarecer que a vacina por si só não é capaz de desencadear um quadro grave da doença nem induzir ao aparecimento espontâneo da dengue - para isso, é preciso ser picado por um mosquito infectado -, existe a possibilidade de que pessoas soronegativas desenvolvam um quadro mais agudo de dengue caso sejam infectadas após terem recebido o medicamento.
A bula da vacina será atualizada enquanto a Anvisa avalia os dados completos dos estudos, que ainda serão apresentados pelo fabricante. A vacina da Sanofi, chamada Dengvaxia, é a única aprovada no Brasil. O produto é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus. Para as pessoas que já tiveram dengue, a Anvisa avalia que o benefício do uso da vacina permanece favorável.
Por meio de um comunicado, a Anvisa esclareceu que “este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada”. A agência informou que, antes do registro, os efeitos da imunização foram estudados em mais de 40 mil pessoas em todo o mundo, e que as pesquisas seguiram os padrões estabelecidos por guias internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Agência Brasil

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AVC: 90% dos casos decorrem de fatores que podem ser prevenidos

Para evitar AVC, médicos recomendam exercícios físicos moderados cinco vezes na semana e dieta saudável
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil. Apenas em 2015, 100.520 pessoas morreram em decorrência da doença. Do total, 4.592 mortes foram de pessoas com menos de 45 anos, de acordo com os últimos dados catalogados pelo Ministério da Saúde, que registrou no mesmo ano 212.047 internações relacionadas ao AVC, que pode ser provocado por obstrução de artéria ou mesmo rompimento de vasos sanguíneos.
O total de casos e os problemas gerados por eles podem ser menores se forem adotadas medidas preventivas. “Trata-se de uma doença grave, autoimune e incapacitante, mas que tem uma grande capacidade de prevenção”, afirma o diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Rubens Gagliardi.
Segundo a ABN, 90% dos AVCs estão ligados a fatores que podem ser modificados, por isso, a organização e outras parcerias, como a Rede Brasil AVC, aproveitam o Dia Nacional de Combate ao AVC, celebrado neste domingo (29), para chamar atenção da sociedade com a campanha “Qual o seu motivo para prevenir um AVC?”.
Doença pode ser evitada
Por meio de vídeos, panfletos e diversas atividades que ocorreram ao longo desta semana, as organizações apontam que é possível prevenir o AVC por meio das seguintes ações: controlar a pressão alta; fazer exercícios físicos moderados cinco vezes na semana; ter uma dieta saudável e balanceada com mais frutas e verduras e menos sal; reduzir o colesterol; manter peso adequado; não fumar e evitar exposição passiva ao tabaco; reduzir a ingestão de álcool; identificar e tratar a fibrilação atrial; evitar diabetes, adotando acompanhamento médico; e conhecendo mais sobre o AVC.

“Essa campanha faz parte de uma iniciativa mundial que tem sido realizada desde que a Associação Mundial do AVC determinou o 29 de outubro como o Dia Mundial de Combate ao AVC. Em várias cidades do país, fazemos a campanha para a população. Os médicos saem às ruas e informam sobre o que é a doença, como se caracteriza o AVC, os principais sintomas, o que fazer em caso de ocorrência”, explica Gagliardi, que avalia que é perceptível a melhora no conhecimento da população sobre o problema e, com isso, a diminuição das ocorrências.
“Riscômetro de AVC”
Para contribuir com a efetivação de medidas protetivas, a ABN sugere que profissionais de saúde tenham mais atenção e ofereçam tratamento preventivo aos pacientes com história prévia de doenças cardiovasculares. Isto porque um terço dos AVCs ocorre em pacientes com AVC ou AIT (Acidente Isquêmico Transitório) prévios. Medidas para controlar a pressão arterial e a fibrilação atrial são algumas das que podem dificultar a ocorrência do problema.
A população em geral também pode fazer a sua parte. Além de adotar as medidas sugeridas, é possível conhecer o risco de sofrer um AVC, o que pode ser feito em diálogo com médicos e também usando a tecnologia, como o aplicativo gratuito “Riscômetro de AVC”, que ensina a reconhecer os sinais de AVC e os hospitais que são Centros de AVC em todas as regiões, além de oferecer mais dicas de prevenção.
O Ministério da Saúde espera reduzir em 15% os óbitos por AVC e 10% por infarto como resultado das ações do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, que tem a meta de tirar 28.562 toneladas de sódio dos alimentos processados até 2020.
Até o momento, segundo o ministério, mais de 7 mil toneladas de alimentos já foram retiradas das gôndolas dos supermercados. Além disso, para reduzir o número de internações e óbitos no país por doenças crônicas, foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que tem a expansão da atenção básica como uma das principais ações de enfrentamento.
Para concretizar a expansão, o Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 1,7 bilhão para custear novos serviços oferecidos na atenção básica.

AVC cresce entre quem tem menos de 45 anos

Rubens Gagliardi detalha que o AVC já chegou a ser a principal causa de morte no Brasil. Agora, apesar da diminuição dos casos, o que tem chamado a atenção é o crescimento da ocorrência entre pessoas mais jovens, com menos de 45 anos.
Questionado quanto a uma possível tendência, ele ponderou: “É uma evidência. O estilo de vida das pessoas tem mudado. Hoje, o jovem fica mais exposto ao estresse, há muito uso de drogas ilícitas entre os jovens, encontramos muitos deles obesos. Esses fatores todos podem favorecer o AVC”, indica.
No caso dos mais jovens, o AVC também pode estar relacionado à ocorrência de lesão na parede do vaso que leva sangue para o cérebro, por exemplo, em caso de acidente de carro. No caso de crianças, os fatores mais comuns são as doenças genéticas, segundo o Ministério da Saúde.

Agência Brasil


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Dia Mundial de Combate à Trombose: saiba o que é mito ou verdade sobre a doença



Hoje (13) é o Dia Mundial de Conscientização e Combate à Trombose. A data foi instituída pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, com o objetivo de alertar sobre riscos e formas de prevenção, bem como esclarecer a população sobre uma doença que, embora recorrente, é cercada por dúvidas e até mitos.

Para Gutemberg Gurgel, presidente do Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular 2017, para evitar a doença ou atacá-la é preciso, em primeiro lugar, diferenciar os dois tipos de trombose existentes: a arterial e a venosa. Ambas resultam da coagulação imprevista do sangue. Quando isso na artéria, ocorre a trombose arterial. Quando na veia, dá origem à Trombose Venosa Profunda (TVP).

No primeiro caso, a existência de um coágulo impede a passagem do sangue para os tecidos e, consequentemente, causa inchaço e dor na região afetada. Mais difícil de tratar, em geral é atacada por meio de cirurgia. Se não tratada, pode levar à gangrena dos tecidos e até a amputação do membro. Idosos, fumantes e diabéticos são os mais afetados.

A das veias, em 90% dos casos, atinge vasos na perna, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). A organização alerta que ela pode causar embolia pulmonar e até óbito, por isso exige muita atenção e cuidado. Ela também pode ocorrer associadas a cirurgias de médio e grande portes, traumatismo, gestação ou outras situações que obriguem a uma imobilização prolongada.

Pessoas com idade avançada, dificuldades de coagulação, insuficiência cardíaca, obesas, fumantes e adeptas de usam anticoncepcionais ou tratamento hormonal são as que correm maior risco de desenvolver a doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte prevenível em todo mundo. Entre elas, têm destaque o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o Tromboembolismo (TEV). No Brasil, em 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 35.598 tratamentos clínicos em decorrência da trombose. Entre janeiro e julho deste ano, foram 16.923, segundo o Ministério da Saúde. O órgão registra 485.443 procedimentos de fisioterapia, sendo mais de 330 mil no ano passado e 155 mil neste ano.

Mitos e verdades

Cigarro e anticoncepcional causam trombose? Idosos não podem fazer viagens longas? São muitas as dúvidas que cercam a doença. A Agência Brasil questionou o médico Gutemberg Gurgel para esclarecer algumas delas.

CIGARRO

Apontada como grande fator de risco para a ocorrência de trombose entre as mulheres, a combinação de cigarro e pílula, de fato, pode favorecer a ocorrência da doença. Isso porque o cigarro é um vasodilatador, ao passo que o hormônio provoca alterações nas paredes das veias, diminuindo a velocidade da circulação. O resultado não é necessariamente o trombo, mas pode ocorrer, especialmente, se associado a outros fatores de risco, como obesidade, tendência familiar e vida sedentária. Por isso, o médico alerta sobre o uso precoce de anticoncepcionais, que têm sido indicados para tratamento de pele de adolescentes, por exemplo, e recomenda evitar o tabagismo.

Gravidez

Mulheres grávidas também devem ficar atentas. A maior quantidade de hormônios femininos circulando no corpo pode desencadear aumento da coagulação. Além disso, o médico explica que o aumento do útero promove a contração dos vasos pélvicos, dificultando o retorno do sangue. Mais uma vez, os casos são mais recorrentes em pacientes que possuem tendência à coagulação.

Como forma de prevenir problemas, além do uso de meias de compressão, Gurgel destaca a importância da prática de atividades físicas especialmente no caso das mulheres grávidas e também de pessoas que vão passar períodos longos com dificuldades de se movimentar, o que ocorre, por exemplo, durante viagens. “É importante usar as meias e buscar caminhar um pouco, pelo menos, a cada duas horas”, explica. Contrair o músculo da panturrilha e colocar o pé no chão também podem ajudar. Em todos os casos, destaca: é preciso tomar água e evitar a desidratação, sobretudo em ambientes fechados e refrigerados por ar-condicionado.

Cirurgias

Em cirurgias e no pós-operatório, o médico explica que há protocolos sobre o uso prévio ou posterior de medicação específica. A situação é delicada, pois envolve risco de hemorragia. Mas, segundo ele, novos medicamentos têm sido desenvolvidos para facilitar o uso, inclusive por via oral, sem necessidade de injeção, o que garante maior segurança ao diminuir o risco de sangramento.

Diagnóstico e tratamento

Gutemberg Gurgel alerta que a TVP é, em geral, assintomática, o que dificulta o diagnóstico. Para evitar surpresas, ele indica que pessoas afetadas pelos fatores de risco busquem pesquisar a situação da circulação sanguínea do corpo, pois a presença de alguma anormalidade genética pode ser decisiva. Outra sugestão é atentar para o aparecimento de edemas, sobretudo quando surgem sem serem precedidos por pancadas e acompanhados por dor ao caminhar.

O jornalista Daniel Fonsêca, 34 anos, sofreu trombose após passar alguns dias imobilizado em um hospital, em decorrência de um trauma. Os primeiros sintomas foram dores fortes, que foram inicialmente identificadas como resultado de alguma distensão muscular. A permanência o levou a realizar o exame ecodoppler, que permite a análise do sistema venoso. Foram constatadas, então, não apenas a existência de trombo, mas até o risco iminente da perda das duas pernas. Submetido à medicação anticoagulante logo após o diagnóstico, escapou de ter sequelas graves, mas passou meses tomando remédios e com dificuldades para dirigir ou até caminhar devido às dores.

Superada a fase mais difícil, foi preciso mudar hábitos e adotar medidas preventivas. Como o anticoagulante gera riscos de hemorragias, após o trauma passou a ampliar o cuidado para evitar acidentes, como andar de bicicleta ou utilizar instrumento cortantes. Meia hora antes de viagens com pelo menos três horas de duração, injetava medicação intravenosa no ambulatório do próprio aeroporto.

Além disso, passou a utilizar meias elásticas de alta compressão. À época, Daniel tinha 23 anos e não escapou do preconceito.“Muitas vezes eu relativizei e negligenciei o uso das meias por causa da questão estética. Passava dois, três meses sem usar por conta do preconceito que existe, ainda mais quando se é jovem”, conta.

As meias são fundamentais para tratar ou prevenir problemas circulatórios em geral, mas a dificuldade para ampliar o uso delas não é só estética. O par, segundo o jornalista, custa entre R$ 160 e R$ 200 e dura apenas seis meses. “Isso é muito relevante, porque grande parte das pessoas que sofrem trombose nos membros inferiores são da população pobre. Gente que trabalha muito em pé ou sentado e não tem chance de prevenção”, como motoristas de ônibus, lavadeiras ou vendedores, alerta.

Agência Brasil

HÁBITO DE LEITURA LEVA CATADOR DE LIXO PARA UNIVERSIDADE FEDERAL

Livro doado despertou o desejo do gaúcho Carlos César Alves Correa, hoje com 24 anos, de estudar Letras na UFRGS































Criado pela avó e pela mãe, Carlos César Alves Correa passou a infância recolhendo lixo das ruas de Porto Alegre. De manhã, coletava papel e latas com outras sete crianças da família. De tarde, frequentava a escola. De noite, ficava na pequena casa de chão batido e paredes de madeira velha. “Quando batia vento forte, o telhado voava”, relembra Correa sobre a moradia da infância. O pátio da casa abrigava ainda a égua da família, animal usado para puxar a carroça com o material recolhido nas ruas.
“As pessoas se sensibilizavam em ver as crianças catando o lixo e doavam comida. Eu tinha vontade de estudar, mas não tinha influência da minha família porque ninguém sequer tinha o ensino fundamental completo. Não culpo eles, nenhum deles recebeu o exemplo antes”, conta o rapaz de 24 anos.
Porém, a família recebia mais do que comida. Quando tinha dez anos, o garoto ganhou um livro que despertou seu desejo de ser professor. “A história era parecida com a minha, de um jovem que queria estudar, mas não tinha recursos. Eu me enxerguei ali”, contou a VEJA.
Foi através da leitura, frequentando bibliotecas públicas da capital gaúcha e “espiando” livros nos sebos, que Correa deixou a rotina de catador de lixo para ser aprovado no curso de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, o universitário conta sua história para jovens em vulnerabilidade social através de projetos da Rede Marista, em Porto Alegre. Um desses projetos é a “Rede do Livro”, iniciada em agosto, que incentiva a doação de livros para modificar o baixo índice de leitura no país: 1,7 livro per capta por ano, segundo o Ministério da Cultura. Os voluntários podem doar livros diretamente para pessoas ou instituições de sua escolha e utilizar a “hashtag” #rededolivro nas redes sociais para divulgar a ação. A campanha também promove a doação de sangue.
Criado pela avó e pela mãe, Carlos César Alves Correa passou a infânciarecolhendo lixo das ruas de Porto Alegre. De manhã, coletava papel e latas com outras sete crianças da família. De tarde, frequentava a escola. De noite, ficava na pequena casa de chão batido e paredes de madeira velha. “Quando batia vento forte, o telhado voava”, relembra Correa sobre a moradia da infância. O pátio da casa abrigava ainda a égua da família, animal usado para puxar a carroça com o material recolhido nas ruas.
“As pessoas se sensibilizavam em ver as crianças catando o lixo e doavam comida. Eu tinha vontade de estudar, mas não tinha influência da minha família porque ninguém sequer tinha o ensino fundamental completo. Não culpo eles, nenhum deles recebeu o exemplo antes”, conta o rapaz de 24 anos.
Antes de contar sobre a importância da leitura e da literatura na sua vida para outros jovens, o rapaz chegou a abandonar a escola para ajudar a família com um trabalho mais rentável. “Cortaram água, luz e o aluguel era alto para o que se recebia. Precisei colaborar. Achei que nunca voltaria a estudar”, conta. Mas Correa conseguiu emprego e retomou os estudos. Pagou com o próprio dinheiro um cursinho para se preparar para o vestibular e foi aprovado na UFRGS. Correa foi aprovado pelo sistema de cotas (racial, por renda e por ter estudado em escola pública).

sábado, 5 de agosto de 2017

Saúde incentiva licença-paternidade ampliada para apoio à amamentação

A Semana Mundial de Amamentação começou na terça-feira (1º) e vai até o dia 7 de agosto com o objetivo de incentivar o aleitamento materno


























O Ministério da Saúde lançou hoje (4) um documento para orientar pais e empresas sobre o benefício da licença-paternidade estendida. A iniciativa foi anunciada durante a apresentação da Campanha Nacional de Aleitamento Materno de 2017, em Curitiba (PR), que este ano incentiva o envolvimento do homem nos cuidados com o filho e maior proximidade com a mãe. A nota técnica está disponível na página do Ministério da Saúde.

Pelo novo Marco Legal da Primeira Infância, os pais podem prorrogar de cinco para 15 dias o período, desde que comprovado o seu envolvimento com o desenvolvimento do bebê. O benefício é concedido a funcionários de empresas que aderiram ao Programa Empresa Cidadã.

Para a concessão, os pais podem entregar a declaração do profissional de saúde informando a participação no pré-natal, em atividades educativas durante a gestação, ou visita à maternidade. Também poderá ser entregue o comprovante do curso online Pai presente: cuidado e compromisso promovido pela pasta.

A Semana Mundial de Amamentação começou na terça-feira (1º) e vai até o dia 7 de agosto com o objetivo de incentivar o aleitamento materno e, com isso, melhorar a saúde dos bebês. Com o slogan “Amamentar: ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer junto com você”, a campanha deste ano tem como objetivo fortalecer a participação e o cuidado de pais, familiares, empresas, educadores e toda a sociedade no processo de aleitamento, garantindo a alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses de vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a amamentação é uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência dos recém-nascidos. Ela é capaz de reduzir em 13% a mortalidade por causas preveníveis em crianças menores de 5 anos, além de proteger a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Outro benefício é reduzir o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.

A recomendação é que o bebê seja amamentado imediatamente após o nascimento e de forma exclusiva com leite materno até os 6 meses de vida. Após o primeiro semestre, deve-se incluir alimentos nutritivos como complementação ao leite. Posteriormente, até os 2 anos de vida da criança, o leite materno deverá servir como complemento à alimentação.

O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os 6 meses, inclusive água. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 67,3% das crianças mamam na primeira hora de vida. Apenas 41% das crianças menores de seis meses tiveram alimentação exclusivamente por leite materno; a duração média do aleitamento exclusivo é de 54 dias.

Hospital Amigo da Criança

Hoje, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou a habilitação de 28 instituições na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), em todo o país, duas delas do Paraná. Com a medida, a pasta quer diminuir a mortalidade infantil por meio do estímulo à prática da amamentação, além de mobilizar e capacitar profissionais de saúde na atenção ao aleitamento materno, buscando evitar o desmame precoce.

A iniciativa terá impacto financeiro de R$ 4 milhões em 2017, segundo o ministério.

Salas de amamentação
Ainda na solenidade, o ministro entregou dez placas de certificação às empresas, privadas e públicas, que implantaram salas de apoio à amamentação no estado do Paraná. Atualmente, o país possui 200 salas certificadas pelo Ministério da Saúde, com capacidade de beneficiar até 140 mil mulheres. Em 2014, eram 16 salas de apoio à amamentação.

A ação surgiu em 2010 com o objetivo de apoiar a mulher que retorna da licença-maternidade e deseja continuar amamentando o filho. As salas de apoio à amamentação são locais simples e de baixo custo para as empresas, onde a mulher pode retirar o leite durante a jornada de trabalho e armazená-lo corretamente para que, ao final do expediente, possa levá-lo para casa e oferecê-lo ao bebê.

Agência Brasil

Aposentadoria por idade será reconhecida automaticamente pelo INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou, por meio de portaria, o reconhecimento automático da aposentadoria por idade a partir da verificação das informações constantes nos sistemas da autarquia e nas bases de dados do governo federal. A medida, em vigor desde o fim de julho, estabelece que o segurado não precisa mais comparecer a um posto de atendimento para solicitar esse tipo de aposentadoria.

O INSS vai fazer uma pesquisa mensal para identificar os segurados que já têm o direito disponível e enviará comunicado sobre a concessão do benefício. O segurado também poderá requerer a concessão do benefício por meio do canal 135. Para a realização do pedido será solicitada a confirmação dos dados pessoais, como ocorre no sistema tradicional.

De acordo com a portaria, o INSS enviará comunicado indicando as informações sobre os dados da concessão e pagamento do benefício ao cidadão assim que houver o reconhecimento do direito.

Aposentadoria por idade

Atualmente, a aposentadoria por idade é um benefício ao trabalhador que comprovar o mínimo de 180 meses de trabalho, além da idade mínima de 65 anos, se homem, ou 60 anos, se mulher. Para o chamado “segurado especial”, a idade mínima é reduzida em cinco anos.

No grupo de segurados especiais estão profissões como agricultor familiar, pescador artesanal, além de indígenas. Para receber o benefício nessa condição, o trabalhador deve estar exercendo a atividade no momento da solicitação do benefício. Caso não comprove o tempo mínimo de trabalho necessário ao segurado especial, o trabalhador poderá pedir o benefício com a mesma idade do trabalhador urbano, somando o tempo de trabalho como segurado especial ao tempo de trabalho urbano.

Informações como cálculo do benefício e documentos necessários para solicitação do benefício podem ser acessados na página do INSS.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mortandade das abelhas já é generalizada no Rio Grande do Sul (primeira parte)

Nunca houve nada igual, dizem apicultores. Pelo menos 250 mil colmeias desapareceram no Rio Grande do Sul em 2015. Culpa é dos agrotóxicos usados nas lavouras, apontam os especialistas

Chocados, tristes, desanimados. É como se sentem muitos apicultores do Rio Grande do Sul diante da assustadora mortandade das abelhas em suas colmeias. Pelo menos 250 mil colmeias desapareceram no Rio Grande do Sul em 2015. Todos os especialistas ouvidos não têm dúvidas em afirmar que a responsabilidade é dos agrotóxicos, usados descontroladamente nas lavouras, além do desmatamento que não para de aumentar.

“No Estado a morte de abelhas tornou-se generalizada, principalmente em áreas com uso intensivo de agrotóxicos”, afirma o coordenador da Câmara Setorial de Apicultura e Meliponicultura da Secretaria Estadual da Agricultura (Casam), Nadilson Ferreira. “O problema atinge maiores proporções nas regiões da Depressão Central, Missões, Alto Uruguai e parte da Campanha. Os agrotóxicos estão acelerando a perda de biodiversidade e contribuindo para o extermínio das populações de abelhas”, completa.

O fenômeno da mortandade tem um impacto muito grande no Estado, já que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do Brasil. São cerca de 30 mil apicultores, que produzem em torno de oito mil toneladas por ano (60% na primavera e 40% no outono). A metade é exportada, principalmente para a Europa, e a outra parte consumida no mercado interno.

Um temor que ronda os apicultores que trabalham com exportação é que, a continuar assim, o mel gaúcho passe a sofrer restrições e a perder valor nos países compradores por causa da contaminação por esses venenos. “Com toda essa desgraça (das mortes por envenenamento) o mel gaúcho ainda é considerado orgânico”, ressalta Ferreira.

O período de maior colheita, a primavera, é justamente o de maior atividade agrícola no Estado e de maior extermínio destes insetos pelos venenos jogados nas plantações. Estima-se que as perdas decorrentes, tanto de colmeias como da produção de mel, andem em torno de 30% a 40%, quase a metade. Mas os apicultores que ouvimos apontam um prejuízo muito acima disso.

MORTE ANORMAL

Os produtores de mel, de forma geral, contam que as abelhas começaram a morrer de forma anormal, sem nenhuma doença ou desnutrição que justificasse, há cerca de três ou quatro anos. É o caso de Luiz Darci Demo Garlet, 60 anos, que entre dezembro e janeiro último perdeu nada menos que 600 das 1.200 colmeias que tinha em Cruz Alta, no Noroeste do Estado.

Desde 2013 ele já vinha tendo perdas por causa dos agrotóxicos, de 100 a 200 caixas, onde ficam as colmeias, por ano. Ele tem certeza que a causa, desta última vez, foi um veneno ainda mais forte que usaram para atacar o “tamanduá-da-soja”, um inseto que raspa o caule da planta. Outros venenos, como os da lagarta da soja, relata, não matam tanto, mas deixam as abelhas desorientadas, fracas, e acabam perecendo também.

Como boa parte dos apicultores, ele acomoda as colmeias em propriedades de outras pessoas mediante o pagamento de uma comissão. Por isso, muitos como ele não reclamam e não informam o ocorrido aos órgãos de fiscalização ambiental. “Não podemos reclamar, porque senão os donos das terras vão dizer ‘pega tuas caixas (de abelhas) e vai embora’. Não tem o que fazer, fazer o quê?”, indaga o apicultor. Ele calcula que vai demorar quase dois anos para recuperar o que perdeu, isso se a mortandade não continuar.

“Outra dificuldade é a falta de lugar para colocar as abelhas porque estão terminando com os matos e elas têm que ser colocadas na sombra, porque se as colmeias ficarem no sol morrem todas”, acrescenta. Garlet que normalmente tirava 30 toneladas de mel por safra, este ano colheu apenas 11 toneladas com a perda de tantas colmeias: “Meus dois funcionários ficaram até mais chocados que eu. Tinha um apiário com 25 colmeias novas, lindas, bonitas, morreram as 25. Isso entristece muito”, lamenta.

NUNCA HOUVE NADA IGUAL

O vice-presidente da Associação dos Apicultores da cidade, Walmor Kirchhof, 65 anos, confirma que a mortandade é generalizada, atingindo a todos os apicultores: “Nunca tinha acontecido nada igual como nesse ano, todo o pessoal da região perdeu uma barbaridade de abelhas”, relata.

Das suas 200 caixas sobreviveram apenas 40 colmeias. “Teve local que não sobrou nenhuma caixa”, completa. Até alguns anos atrás, perdia meia dúzia de caixas por ano.

Kirchhof garante que “doença não foi, as abelhas estavam fortes e estavam produzindo mel”. Mas, de repente, morreram todas e apodreceu tudo nas caixas. “Geralmente as traças comem a cera (quando as abelhas morrem por algum outro motivo), mas neste caso nem as traças apareceram, também morreram”, acrescentou.

Ele é aposentado, trabalha com isso há 35 anos e o mel é a maior parte da sua renda. “É um prejuízo enorme, a gente depende disso aí”. Como fornece para a merenda escolar, precisou comprar mel de outros fornecedores, de regiões distantes, para cumprir as encomendas.

VONTADE DE DESISTIR

Distante dali, bem no interior de São Borja, junto ao rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, Vilmar Soares, 78 anos, que tem na atividade um complemento para a aposentadoria, já pensou até em desistir da apicultura. “Tinha 223 caixas, sobraram 70”, relata. Dos 900 quilos que costumava colher das colmeias agora só colhe 200. 

Ele conta que o extermínio começou por volta de 2014 e também está certo de que vem acontecendo por causa dos venenos das lavouras: “Já vi um enxame e no outro dia, depois que passaram veneno por perto, as abelhas estavam todas mortas. E a caixa fica imunizada, porque novos enxames na mesma caixa morrem também. Disseram que é um veneno que se um só inseto leva para a colmeia, contamina todas as outras”.

Assim como tantos outros, não procurou ajuda de ninguém, nenhum técnico, nenhuma autoridade, porque não sabe a quem procurar. Mas, principalmente, porque não quer “se incomodar” com os vizinhos agricultores, que estão utilizando os agrotóxicos: “A gente precisa dos vizinhos”, explica.

Soares diz que já se sentiu “desacorçoado”, um termo fronteiriço para desânimo, desalento. Pensou em desistir, mas vai continuar, por enquanto, tentando salvar o que restou da matança das suas abelhas pelos venenos das lavouras.

Da conversa com eles fica muito evidente que, além do negócio, cria-se uma relação de grande afeição por esses insetos, que Garlet conhece desde criança, quando ajudava o pai a produzir mel: “Na apicultura, se a pessoa não gosta das abelhas não funciona, a apicultura é uma profissão diferente, é algo da natureza, tem que gostar do bichinho”.

Por isso, se o prejuízo desses apicultores é enorme, o abalo emocional pela mortandade também: “É horrível!”, desabafa Kirchoff.

SITUAÇÃO EXTREMAMENTE GRAVE

A situação é tão alarmante que foi criado um Grupo de Trabalho da Mortandade das Abelhas, em 2015, ligado à Câmara Setorial (Casam). Durante um ano, entre 2015 e 2016, o GT fez estudos, reuniões, e, mês passado, entregou suas conclusões ao secretário da Agricultura, Ernani Polo.

“É uma situação extremamente grave”, define Sanderlei Pereira, coordenador da Emater/Ascar em Candelária, que coordenou o GT. “Estimamos uma redução de 40% do volume de mel colhido nas últimas safras e uma diminuição de 40% das colmeias do RS”. O GT constatou que todo o Estado está sendo atingido pela mortandade, com maior intensidade nas regiões com maior produção de cultivos anuais, como soja, arroz e milho.

A apicultura gaúcha exercida basicamente por pequenos agricultores/apicultores. Isto é positivo, diz Sanderlei, porque distribui muito bem geograficamente as colmeias e seus benefícios, na melhoria da alimentação das famílias rurais, na comercialização do seu excedente, agregando renda, e também pela polinização das culturas na propriedade. “Por outro lado, isso dificulta o levantamento da morte das colmeias e da diminuição da colheita”.

FIPRONIL E NEONICOTINOIDES

“A mortandade de abelhas ocorre também por fome, manejo errado de apiários, pólen tóxico (barbatimão), doenças e parasitas, causas essas conhecidas pelos apicultores, diferente da mortandade que vem ocorrendo nos últimos anos pela ação do Fipronil e algumas partículas dos neonicotinóides”, diz o relatório do GT.

O documento reforça como principal causa “O uso em larga escala no Brasil de agrotóxicos com efeitos nocivos às abelhas, em especial aqueles do grupo dos Neonicotinóides (Clotianidina, Imidacloprid, Tiametoxam) e Fipronil”.

Esses, especificamente, são os que têm ação fulminante sobre as abelhas, salienta Sanderlei. Eles causam a morte das polinizadoras até mesmo quando são usados no tratamento das sementes porque são sistêmicos, ou seja, entram na seiva das plantas e contaminam o pólen e néctar de suas flores, que são visitadas pelas abelhas quando acontece a floração.

Também as caixas e caixilhos ficam com resíduo de agrotóxico, muitas vezes causando intoxicação crônica na nova colmeia que ali é alojada e acaba sucumbindo também – como relataram os apicultores que entrevistamos.

PADRÃO DAS MORTES

O padrão do extermínio é sempre o mesmo. A morte repentina das abelhas, na sua totalidade ou em parte, com presença de abelhas mortas na caixa. Quando há presença de abelhas vivas ao redor, elas estão desorientadas e em pequeno número e há mel produzido nos favos.

Noutros casos, as colmeias vão perdendo população até ficarem sem abelhas no final do processo. Com a diminuição da população, acontece um estresse nas suas defesas que conduz a sucessivos ataques de varroase (um ácaro), bactérias e fungos, que causam a morte dos insetos restantes.

“Nenhuma espécie de abelha está livre da ação destes inseticidas. Sempre existiu morte de colmeias, por fome, mau manejo, mas com características próprias conhecidas pelos apicultores e técnicos, em média 10% ao ano, totalmente diferente do que vem ocorrendo, com mortalidade de até 80% das colmeias”, afirma Sanderlei.

O coordenador do GT salienta que não é a proximidade das lavouras que implica nas mortes e sim os produtos químicos usados nelas. A soja, por exemplo, “é benéfica para as abelhas, produz mel de excelente qualidade e a soja também se beneficia com as abelhas através da polinização, que amplia em média 10% a produtividade da lavoura”.

Na Europa, foi registrada perda de mais de um milhão de colmeias devido às mortes causadas pelos neonicotinóides. Quanto ao Fipronil, a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos classificou esse produto como de alto potencial cancerígeno (afeta principalmente a tireóide).

FONTE: Ecoagência


quarta-feira, 19 de julho de 2017

Exército passa prédios desocupados à prefeitura



O relógio marcava 14h15 na tarde gelada de quarta-feira (19), quando o prefeito de General Câmara, Helton Barreto, subiu correndo as escadas da prefeitura municipal com um molho de chaves nas mãos. O prefeito gritava, comemorava e compartilhava uma boa notícia com os funcionários e a comunidade ali presente. Ele estava vindo do Arsenal de Guerra General Câmara e o molho de chaves, entregue pelo Coronel Santiago representava uma vitória da administração. O Exército passou para o município prédios do Próprio Nacional Residencial, os chamados PNRs. A conquista é resultado de uma luta de muitos anos, e que o prefeito acompanha desde quando era vereador.


Em entrevista ao Programa Linha Direta da Rádio Gazeta do Jacuí, Helton destacou os caminhos que proporcionaram a conquista. Agradeceu ao diretor do Grupo Gazeta de Comunicação, Gerson Galvão, a senadora Ana Amélia Lemos, aos vereadores parceiros e aos Militares do Exército.

“Na última viagem que fiz a Brasília, acompanhado dos vereadores Nando (Franken) e Xando (Alessandro Rasquinha), entregamos o pedido ao General Otávio Santana do Rêgo Barros, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, graças ao empenho do diretor da Gazeta, Gerson Galvão que viabilizou a reunião através de seu contato com o comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, e agora saiu à decisão, se concretizando nesta ótima notícia. Isso mostra que não podemos deixar de lutar pelos nossos pleitos, se for necessário ir dez vezes a Brasília, temos que ir”, ressaltou o prefeito.

ESPAÇOS - Conforme o prefeito, o município recebe do Exército, o Centro de Saúde (localizado nas proximidades da prefeitura), sete residências, o GDAG e possivelmente o GA1 (ainda depende de oficialização). A administração já tem projetos para utilização dos patrimônios. “Nossa ideia é transferir o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) para o Centro de Saúde, melhorando o serviço com espaço amplo em área central da cidade. Nas residências, vamos transferir famílias que estão em situação de emergência, principalmente do Bairro Maragato e as afetadas pelas enchentes”, completou.

O prefeito visitou o Centro de Saúde, acompanhado do seu vice, Geraldo Dias, do Secretário de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Econômico, Fábio Freitas, do presidente da Câmara de Vereadores, Nando Franken e do vereador Xando.

O vereador Nando Franken, vibrou com a conquista. “Recebemos estas chaves com grande alegria. É uma luta nossa desde 2009, nunca desistimos de buscar esses prédios, que abandonados acabavam denegrindo a imagem da nossa cidade. Este é mais um resultado positivo da viagem à Brasília, onde o comando do Exército nos recebeu com muita atenção”.

O vice-prefeito, Geraldo e o vereador Xando também celebraram o feito. “Luta de bastante tempo, é uma grande notícia para a comunidade camarense que tem que ser muito comemorada”, disse o vice-prefeito. Para o vereador Xando, é um grande prazer estar participando de conquistas importantes do município.


Rádio Gazeta do Jacuí

Problemas ambientais atingem de forma drástica os mais pobres, afirma pesquisador da UFRJ

Impactos de grandes obras e ações políticas são direcionadas a populações mais carentes, afirmou o pesquisador na aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Henri Acserald comprovou a informação através de uma análise histórica

Historicamente os eventos climáticos extremos e processos de degradação ambiental atingem mais diretamente os menos favorecidos. Este foi o tema apresentado pelo doutor em Planejamento, Economia Pública e Organização do Território pela Université Paris 1, Henri Acserald, que comprovou a informação através de uma análise histórica. Na última sexta-feira, 10 de junho, ele foi o convidado da aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O histórico apresentado pelo pesquisador iniciou com os princípios da industrialização que, no surgimento do capitalismo, passa a gerar dois produtos: bens materiais, que são os desejáveis e o efeito da produção destes bens, que seria a degradação ambiental e inicialmente de forma mais potencial a poluição. Neste processo, afirma Acserald, a Terra passa a se configurar como espaço mercantil, mas ainda existe outro, denominado por ele não não-mercantil, no qual são comercializados ou negociados os impactos. 

Durante a aula inaugural Henri resgatou um episódio ocorrido em 1995 em que um relatório do Banco Mundial vazou à imprensa contendo informações sobre a “economia política da vida e da morte”, que recomendava poluir os países pobres por dois motivos:  as pessoas nestes lugares viviam menos e suas mortes teriam um custo menor devido os seus salários menores.

Avançando até a atualidade o pesquisador relatou dados sobre o rompimento da barragem da Samarco/Vale em Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015. Um dos critérios para a implantação de grandes obras tem sido a cor da população, que vai “clareando” conforme afasta-se da zona de risco. Henri, no entanto, fez a ressalva de não necessariamente a cor teria a ver com a baixa renda. Citando o pesquisador David Harvey, em uma análise feita em 1995, ele levanta a questão da existência de lugares com vantagens competitivas, nos quais haveria uma conivência maior com os impactos das atividades industriais. Seria um avanço predatório planejado e projetado sobre o meio ambiente e as populações mais desassistidas. Henri concluiu sua fala frisando que a atual degradação da esfera política está diretamente relacionada com o nosso modelo extrativista, tendo o agronegócio como base, e repleto de projetos de grandes obras de infraestrutura, o mesmo modelo que fragiliza ainda mais as estruturas sociais e os mais pobres.

EcoAgência

terça-feira, 18 de julho de 2017

Cigarro, álcool e HPV aumentam risco de câncer de cabeça e pescoço

As pessoas que fumam um maço por dia, por 20 anos, têm risco de cinco a dez vezes maior de desenvolver esse tipo de câncer



























A prevenção ao tabaco, a bebidas alcoólicas e ao papilomavírus (HPV) faz parte do alerta do julho verde, mês em que são reforçadas as campanhas contra o câncer de cabeça e pescoço. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 10 mil pessoas tenham morrido de câncer de laringe e cavidade bucal em 2015, de acordo com o levantamento mais recente.

Os tumores do câncer de cabeça e pescoço manifestam-se em lesões na boca, na faringe, na laringe e na tireoide. Não são classificados nessa modalidade de câncer os tumores no cérebro e nos olhos. Segundo Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital A.C. Camargo, a automedicação e a falta de diagnóstico correto fazem com que de 70% a 80% dos pacientes cheguem ao médico com a doença em estado avançado.

Os sintomas do câncer incluem lesões brancas ou vermelhas, feridas, caroços, incômodo para engolir, rouquidão, dor e desconforto, com duração maior que duas semanas. “São sintomas que se confundem com doenças comuns. No caso da doença comum, em duas semanas os sintomas desaparecem, com ou sem tratamento. O câncer vai se tornando cada vez pior, os sintomas só se agravam. Aí deve despertar a atenção, 15 dias é o ponto chave”, esclarece o médico.

No caso de doença avançada, os sintomas são dor, sangramento, perda de dentes e perda de peso. O diagnóstico precoce traz mais chances de cura ao paciente. Há 20 anos, a taxa média de cura era 50%. Atualmente, com o aumento do diagnóstico precoce e os tratamentos mais modernos, o índice subiu para 65% a 70%. Os tumores de tireoides têm ainda mais sucesso, com taxa de cura superior a 90%.

A taxa de incidência apurada no país este ano pelo Inca mostra que homens são os mais afetados por esse tipo de câncer. Para o câncer de laringe, foram 6.360 novos casos de homens e 990 casos em mulheres. O câncer da cavidade oral afetou 11.140 pacientes masculinos e 4.350 mulheres.

Prevenção

Evitar os principais fatores de risco, como o cigarro, são a mais importante forma de prevenção. Segundo o médico, os diversos componentes químicos da combustão do tabaco, com forte potencial cancerígeno, afetam a boca, a garganta e a laringe. “As pessoas que fumam um maço por dia, por 20 anos, têm risco de cinco a dez vezes maior que a pessoa que nunca fumou. Se beber, aumenta de 60 a 80 vezes esse risco”, adverte.

A ingestão de bebidas alcoólicas é outro fator prejudicial. “O álcool é um solvente que facilita a penetração dos agentes cancerígenos na mucosa. O indivíduo que bebe muito, se alimenta mal e não tem cuidado com higiene oral, aumenta a proliferação de bactérias, que podem produzir infecções crônicas”, explica.

O terceiro fator de risco é o HPV, que pode ser transmitido para a boca por meio de sexo oral ou até pelo beijo. A incidência do HPV alterou o perfil do paciente, que antes era, em sua maioria, pessoas entre 55 e 60 anos. Com o vírus, a faixa etária diminuiu para 30 a 40 anos, predominante até entre pessoas que não fumam ou bebem. Segundo o médico, outras questões como dieta pobre em frutas e verduras também aumentam os riscos.

Tratamento

A cirurgia ou a radioterapia podem ser o tratamento nos estágios iniciais. Com o avanço do câncer, a quimioterapia ou a combinação das terapias também passam a ser indicadas. Kowalski destaca que a cirurgia, nos tempos atuais, deixaram de ter caráter mutilador. “Temos mídia assistida, laser, robótica e técnicas mais refinadas de reconstrução. Hoje, conseguimos retirar os tumores sem deixar sequelas significativas para o paciente, o sucesso do tratamento melhorou muito”, destaca.

Agência Brasil

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Pais devem acompanhar o acesso de crianças à internet, alertam especialistas

Segurança na Internet
Julho é o mês das férias escolares e, com elas, vêm a preocupação de muitos pais sobre como os filhos aproveitam o tempo livre. O acesso à internet e às redes sociais é uma das formas de passar o tempo, mas deve ser feito com cuidado para não prejudicar as crianças e adolescentes.

Especialistas concordam que o acesso à rede mundial é um caminho sem volta, e a proibição do uso não é a melhor opção para os pais. O presidente da organização não governamental Safernet, Thiago Tavares, diz que a melhor estratégia continua sendo o diálogo, a conversa franca e a relação de confiança que deve existir entre pais e filhos.

“Da mesma forma que você conversa com seus filhos sobre os riscos que existem ao sair na rua, na escola, no cinema, você diz para ele não aceitar bala de estranhos, você também deve orientá-lo em relação ao uso seguro da internet”, diz. Ele recomenda também o uso de versões customizadas de sites e aplicativos, que selecionam o conteúdo apropriado para crianças.

O especialista não recomenda o monitoramento dos filhos com o uso de softwares espiões. Segundo ele, esses programas passam uma falsa sensação de segurança e podem comprometer a relação de confiança entre pais e filhos. “Proibir o uso da internet não adianta. E monitorar o que seu filho faz por meio de softwares espiões também não ajuda, porque quebra uma relação de confiança e é ineficiente, porque as crianças não acessam a internet de um único dispositivo”, justifica.

Espaço público

A mestre em psicologia clínica Laís Fontenelle orienta aos pais acompanhar os acessos virtuais dos filhos da mesma forma como é feito no mundo real. “O mesmo cuidado que tem de ter na internet é o cuidado que tem de ter em um espaço público. Os pais têm de monitorar da mesma forma que monitora a casa do amigo que o filho vai, a praça que vai frequentar, a festa, porque é como se fosse um espaço público, só que virtual”, explica.

No caso de crianças não alfabetizadas, o acesso à internet precisa sempre ser feito com a supervisão de um adulto, diz a psicóloga. “A mediação é imprescindível principalmente para crianças que não estão alfabetizadas. Elas vão com o dedinho no touchscreen [tela do celular ou tablet] e podem cair em um conteúdo que não é adequado para elas, e não têm a maturidade para lidar com o conteúdo que está ali”, adverte.

A psicóloga também “puxa a orelha” dos pais, alertando para a responsabilidade do exemplo dado às crianças. “Não adianta a gente fazer um overposting dos nossos filhos nas redes sociais, expondo tudo que acontece na vida deles: 'ganhou um peniquinho, comeu a primeira papinha' e dizer para eles não fazerem isso. Se a gente não sabe lidar com esses limites claros sobre o que pode ser publicizado sobre a intimidade das nossas vidas, eles nunca vão saber”, diz Laís.

Os principais riscos do uso da internet por crianças e adolescentes são os acessos a conteúdos inapropriados para a idade, como pornografia, a exposição da privacidade em redes sociais, ocyberbulling e a exposição da intimidade, principalmente na adolescência. “Os casos de vazamento de nudes [fotos de nudez] não param de crescer ano a ano”, diz o presidente da Safernet. Além disso, há o perigo do contato com estranhos, que pode resultar em tentativas de assédio, aliciamentos ou golpes.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostrou que 87% crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos têm perfil em redes sociais, e 66% acessam a internet mais de uma vez por dia. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil, 11% dos entrevistados acessaram a internet antes dos 6 anos de idade.

Trem-bala

A jornalista Melissa Gass levou um susto quando viu que o canal no Youtube da filha Lívia, de 7 anos, tinha mais de 15 mil visualizações. O sucesso veio quando a menina postou um vídeo dançando o hit Trem-Bala, da cantora Ana Vilela. “Como ela não posta muita coisa, eu não esperava, mas por causa desse vídeo acabou tendo uma repercussão maior. É muita exposição, a gente fica meio preocupado”, conta a mãe.

Em seu canal, Lívia mostra brincadeiras, músicas, livros e até receitas culinárias. “Eu gosto de ser famosa”, diz a menina, que também participa de aulas de canto, dança e vai começar a fazer teatro.

Para Melissa, não tem como proibir o acesso das crianças à internet, mas é preciso monitorar as atividades dos pequenos na rede. “A tecnologia é uma realidade. Com um ano de idade, ela mexia no celular, então não tem como fugir. Quando a gente proíbe, é pior, porque vai fazer escondido. Então a gente monitora, acompanha, incentiva o que pode incentivar”, explica.

Entre as orientações que os pais dão para Lívia, estão não seguir canais de adultos e não comentar nem trocar mensagem privada com desconhecidos. “A gente fala que têm adultos que querem fazer maldades para as crianças, então que ela tem de tomar cuidado, a gente dá essa orientação”, diz Melissa. A mãe também monitora as redes sociais da filha e, quando vê algo suspeito, desabilita o contato.


Agência Brasil

sábado, 15 de julho de 2017

Ex-catadora de lixo se forma na Ufes e diz: 'educação me transformou'



















Ercília Stanciany desafia o improvável e mostra que, com dedicação, o sonho dela foi possível.

Quando ainda estava no ensino médio, já casada e com filhos, Ercília Stanciany da Silva Mozer, 46 anos, ouviu de um colega de classe que ela nunca iria concluir aquela etapa de estudos, muito menos entrar na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), assunto que gerou o comentário negativo do colega de pouca fé.
Anos depois, ela se ajeita na cadeira no meio da minibiblioteca que mantém em casa, para posar para foto com um documento na mão e diz, antes de exibir o sorriso tão largo que chega a lhe apertar os olhos: “Olha aqui o meu diploma!”.
Clique feito, ela volta a falar, como boa conversadeira que é, sobre a sua história. “A educação me transformou”, destaca.

Ercília veio de Minas Gerais há 13 anos com o marido e a filha, então com sete, sem um centavo no bolso, “nem para comprar um café no trem”, para o Espírito Santo.
A família veio atrás de melhores chances e encontrou no recolhimento de lixo reciclável a sobrevivência possível em terras capixabas.

Ercília chamou a atenção do Espírito Santo ao ter sua história contada, em março de 2012, por passar para o curso de Artes Plásticas da Ufes, pelo sistema de cotas, estudando com os livros que ela encontrava nos lixos.

E chamou a atenção do Brasil, ao ser a estrela do quadro “Lar Doce Lar”, do programa da Rede Globo “Caldeirão do Huck”, e ter o barracão, como ela chama, onde vivia, em Nova Almeida, Serra, ser completamente transformado.

Hoje, ela se dedica à pós-graduação de Arteterapia, iniciada logo após ela receber, em abril deste ano, o certificado de conclusão do curso de Artes Plásticas.

“Disseram que não posso dar aula em escola pública porque sou bacharel ainda. A Arteterapia então me abriu um leque de oportunidades para trabalhar. A Arteterapia foi reconhecida pelo SUS e vou usar isso para chegar às pessoas. Quero ajudar”, disse.

Saúde
O curso de quatro anos de duração foi concluído em cinco, por causa de greves na universidade e por problemas de saúde. “É falta de oxigenação no cérebro. Comecei a esquecer das coisas. Um dia estava no terminal de Jacaraípe e não lembrava para onde estava indo.”
“O médico disse que isso foi resultado de muito sofrimento. Quando criança, eu ia para o lixão pegar comida para os meus irmãos e para a minha mãe. Meu pai bebia muito, me batia muito”, relembra.

Outro ponto nebuloso é a relação com a filha de 20 anos, que hoje mora com a avó: “Ela nunca aceitou nossa vida de catadores. Ela tem muitas questões para resolver”. “Hoje entendo que meu pai era doente e que a minha filha é assim e pronto”, diz, resiliente.
O curioso é que todo o sofrimento com a figura masculina do pai durante a infância foi compensado pela figura do marido, o Everaldo, 53 anos, que hoje trabalha como operador de moto roçadeira.

“Abaixo de Deus é meu marido, meu companheiro, meu porto seguro.” E completa, para não ser injusta com os homens de sua vida: “E tem o meu filho Breno Miguel (11 anos). Meu pequeno é show”.


Há duas semanas, Ercília reencontrou em um mercado o colega de escola que disse que ela não concluiria o ensino médio. “Ele perguntou debochando se consegui entrar na Ufes.” Sem precisar debochar, ela não só confirmou que entrou, mas que, tão importante quanto, conseguiu sair.

Realização
Hoje o que Ercília Stanciany, 46, quer é vestir a beca para família e aproveitar a pequena biblioteca, formada com livros doados, para ajudar outras pessoas.

“Disseram que a Ufes era impossível” - Ercília Stanciany, pós-graduanda

#ENTREVISTA

Vai ter formatura?
Não, nunca sonhei com festa. Não condiz com a minha história nem com as minhas condições financeiras. A minha ideia é ir para Minas Gerais, onde mora a minha família, alugar uma beca e tirar foto lá. A beca é simbólica. O que eu mais escutava era que Ufes para mim era impossível.

Como vieram para o Estado?
Eu e meu marido estávamos desempregados. Ele veio de ônibus e eu, com a minha filha, de trem, há 13 anos. No trem, vim com 12 sacolas de açúcar com todas as nossas coisas. Não trouxe um centavo para tomar um café dentro do trem. Meu marido teve que pedir dinheiro da passagem do ônibus emprestado para buscar a gente na estação.

Como iniciaram como catadores?
O lixo veio após a nossa chegada. Botaram um nome bonito, material reciclável, mas o nome é lixo. Hoje eu me dedico à pós-graduação de Arteterapia e meu marido trabalha numa empreiteira para a Vale. A gente continua juntando sucata no fim de semana, mas hoje não tem muito valor.

E o que vai fazer com esse monte de livro?
Quero transformar isso aqui num biblioteca e fazer oficinas de arte gratuitas aqui. Tudo para atrair as pessoas para a leitura
.

G1 Espirito Santo - Tv Gazeta

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ex-morador de rua recebe medalha na Assembleia Legislativa



























Richard de Campos reside em um albergues da prefeitura e é um dos principais ativistas na luta pelos direitos das pessoas em situação de rua na Região Metropolitana

Natural de Guaíba, Richard de Campos, 25 anos, saiu de casa quando era criança, para fugir das agressões que sofria do pai. Morou em um abrigo até os 18 anos e, depois, em situação de rua, passou a ser uma das principais vozes em defesa dos direitos daqueles que, como ele, também não têm onde viver na Região Metropolitana. Os anos de luta renderam ao jovem a Medalha da 54ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado, entregue na tarde desta sexta-feira. 
Campos é um dos líderes do Movimento Nacional da População de Rua do Rio Grande do Sul. A medalha da AL, recebida em uma cerimônia no Salão Júlio de Castilhos, foi a primeira homenagem que recebeu. “Eu acho que essa medalha é bastante simbólica neste momento em que a gente vive uma crise de representatividade tão grande. Alguém do parlamento homenagear uma pessoa em situação de rua é, sem dúvida, uma esperança. Me faz ser ainda mais responsável pela pessoas em situação de rua, essa medalha é de todos”, afirmou Campos.  
A homenagem foi uma proposta do deputado Pedro Ruas (PSOL), que acompanha há anos a atuação de Campos. “Conheci ele fazendo esse trabalho para ajudar as pessoas em situação de rua, ele é um líder. Uma frase que ele sempre diz é que não pode mudar o passado dele, mas tem que lutar para que outras pessoas não passem pelo que ele passou”, afirma Ruas.
Com a distinção, Ruas espera também dar mais visibilidade à causa das pessoas que vivem em situação de rua na Capital. “Nosso atendimento à essa população é péssimo, principalmente no inverno, quando eles mais precisam. Essas pessoas necessitam de cuidado, acesso à saúde e de um abrigamento mais humano, com menos exigências e com horários mais flexíveis”, critica o deputado. “Também precisam de segurança, mas são tratados como criminosos, discriminados”, completa.  
Segundo Campos, é preciso que a prefeitura retome com urgência o diálogo com as pessoas em situação de rua, que até o ano passado era feito em reuniões do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua (Comitê POPRUA). “No início do ano, infelizmente, essas reuniões foram encerradas unilateralmente pela prefeitura. Acho que a retomada seria o mais importante agora, pois é preciso fazer política com essas pessoas e não para essas pessoas”, afirma Campos.
Entre 2007 e 2016, o número de pessoas em situação de rua quase dobrou na Capital, passando de 1.203 para 2.115 pessoas. Os dados foram divulgados no último censo sobre o perfil dessa população, apresentado pela prefeitura e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), contratada para fazer a pesquisa, em dezembro do ano passado. O Correio do Povo questionou a assessoria de imprensa da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) da Prefeitura de Porto Alegre sobre a continuidade do Comitê POPRUA, mas não obteve retorno até o horário de publicação da reportagem. 
Correio do Povo 14/07/2017

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Publicada lei que garante prioridade especial a idosos maiores de 80 anos

Diário Oficial da União publica na sua edição desta quinta-feira (13) a lei sancionada pelo presidente Michel Temer que altera o Estatuto do Idoso. Com a alteração, os maiores de 80 anos sempre terão suas necessidades atendidas com preferência em relação aos demais idosos.

“Em todo os atendimentos de saúde, os maiores de 80 anos terão preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência”, diz um trecho da Lei 13.466. De acordo com o Estatuto do Idoso, são consideradas idosas pessoas a partir de 60 anos.

O projeto saiu do Senado no dia 21 de junho e seguiu para sanção presidencial. A relatora do projeto foi a senadora Regina Souza (PT-PI). “Entre os idosos, existe um segmento mais vulnerável”, afirmou Regina na ocasião. “Como a lei diz que é a partir dos 60, todo mundo chega e usa a prioridade, sem observar se atrás tem uma pessoa com mais de 80 anos.”
Regina Souza ressaltou ainda que, em contendas judiciais, é ainda mais importante a preferência para os octogenários porque “não adianta atender ao direito depois que a pessoa morre”. Para a senadora, os precatórios são o principal ponto em que pessoas acima de 80 anos devem ter prioridade.

Agência Brasil

quarta-feira, 7 de junho de 2017

“Foi uma decepção”, diz senador Lasier Martins sobre Aécio Neves


O senador gaúcho Lasier Martins afirmou nesta quarta-feira que se arrepende de ter votado em Aécio Neves (PSBD) para presidente da República em 2014. a declaração foi dada no programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta tarde.
“O Aécio foi uma decepção. Quero dizer de público que votei no Aécio para presidente da República. No entanto, era um Aécio desconhecido. O verdadeiro Aécio é esse que se revelou após as delações da JBS e esses outros acontecimentos”, disse Lasier.
Lasier ainda fez críticas à votação para presidência do Conselho de Ética do Senado. Nessa quarta-feira, o senador João Alberto (MA) foi reeleito para o cargo pela sexta vez. “Esse negócio do Conselho de Ética para nós é constrangedor. Há dois anos, quando cheguei, eu me candidatei a presidente. Reuni sete ou oito senadores para votar em mim. Na hora, quatro ou cinco não compareceram. Seguiu o João Alberto, que continua até hoje”, afirmou. “
"Na semana passada fizemos um movimento para que tivesse a mudança e de novo a mesma coisa. Ontem fui crente para a reunião e daqueles oito que tinham se comprometido quatro não compareceram”, completou Lasier.
O senador Lasier Martins também fez comentários sobre a julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse que a informação que chega ao Senado é de que o presidente será absolvido.
“A informação que tenho é de que vai ser absolvido por 4 a 3 ou 5 a 2. O voto duvidoso é o Fux, ele está muito quieto, mas é o que vai definir o placar. Tudo indica que o Temer será absolvido”, afirmou Lasier, que disse acreditar que a Reforma Trabalhista será aprovada no Senado.
“A minha opinião é de que essa proposta tem problemas gravíssimos. Mas há muita força do governo sobre os senadores que estão recebendo cargos”, analisou.
FONTE: Correio do Povo, 07/06/2017