quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Pessoas que nunca tiveram dengue não devem tomar vacina da doença, diz Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou nesta quarta-feira (29) que o laboratório Sanofi-Aventis, fabricante da vacina da dengue, apresentou informações que sugerem que pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue podem desenvolver formas mais graves da doença caso tomem a vacina. A vacina Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015 e não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações.
A suspeita do laboratório, apresentada nesta semana,  ainda não é conclusiva, mas, diante do problema, a recomendação da Anvisa é que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram dengue. Apesar de esclarecer que a vacina por si só não é capaz de desencadear um quadro grave da doença nem induzir ao aparecimento espontâneo da dengue - para isso, é preciso ser picado por um mosquito infectado -, existe a possibilidade de que pessoas soronegativas desenvolvam um quadro mais agudo de dengue caso sejam infectadas após terem recebido o medicamento.
A bula da vacina será atualizada enquanto a Anvisa avalia os dados completos dos estudos, que ainda serão apresentados pelo fabricante. A vacina da Sanofi, chamada Dengvaxia, é a única aprovada no Brasil. O produto é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus. Para as pessoas que já tiveram dengue, a Anvisa avalia que o benefício do uso da vacina permanece favorável.
Por meio de um comunicado, a Anvisa esclareceu que “este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada”. A agência informou que, antes do registro, os efeitos da imunização foram estudados em mais de 40 mil pessoas em todo o mundo, e que as pesquisas seguiram os padrões estabelecidos por guias internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Agência Brasil

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AVC: 90% dos casos decorrem de fatores que podem ser prevenidos

Para evitar AVC, médicos recomendam exercícios físicos moderados cinco vezes na semana e dieta saudável
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil. Apenas em 2015, 100.520 pessoas morreram em decorrência da doença. Do total, 4.592 mortes foram de pessoas com menos de 45 anos, de acordo com os últimos dados catalogados pelo Ministério da Saúde, que registrou no mesmo ano 212.047 internações relacionadas ao AVC, que pode ser provocado por obstrução de artéria ou mesmo rompimento de vasos sanguíneos.
O total de casos e os problemas gerados por eles podem ser menores se forem adotadas medidas preventivas. “Trata-se de uma doença grave, autoimune e incapacitante, mas que tem uma grande capacidade de prevenção”, afirma o diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Rubens Gagliardi.
Segundo a ABN, 90% dos AVCs estão ligados a fatores que podem ser modificados, por isso, a organização e outras parcerias, como a Rede Brasil AVC, aproveitam o Dia Nacional de Combate ao AVC, celebrado neste domingo (29), para chamar atenção da sociedade com a campanha “Qual o seu motivo para prevenir um AVC?”.
Doença pode ser evitada
Por meio de vídeos, panfletos e diversas atividades que ocorreram ao longo desta semana, as organizações apontam que é possível prevenir o AVC por meio das seguintes ações: controlar a pressão alta; fazer exercícios físicos moderados cinco vezes na semana; ter uma dieta saudável e balanceada com mais frutas e verduras e menos sal; reduzir o colesterol; manter peso adequado; não fumar e evitar exposição passiva ao tabaco; reduzir a ingestão de álcool; identificar e tratar a fibrilação atrial; evitar diabetes, adotando acompanhamento médico; e conhecendo mais sobre o AVC.

“Essa campanha faz parte de uma iniciativa mundial que tem sido realizada desde que a Associação Mundial do AVC determinou o 29 de outubro como o Dia Mundial de Combate ao AVC. Em várias cidades do país, fazemos a campanha para a população. Os médicos saem às ruas e informam sobre o que é a doença, como se caracteriza o AVC, os principais sintomas, o que fazer em caso de ocorrência”, explica Gagliardi, que avalia que é perceptível a melhora no conhecimento da população sobre o problema e, com isso, a diminuição das ocorrências.
“Riscômetro de AVC”
Para contribuir com a efetivação de medidas protetivas, a ABN sugere que profissionais de saúde tenham mais atenção e ofereçam tratamento preventivo aos pacientes com história prévia de doenças cardiovasculares. Isto porque um terço dos AVCs ocorre em pacientes com AVC ou AIT (Acidente Isquêmico Transitório) prévios. Medidas para controlar a pressão arterial e a fibrilação atrial são algumas das que podem dificultar a ocorrência do problema.
A população em geral também pode fazer a sua parte. Além de adotar as medidas sugeridas, é possível conhecer o risco de sofrer um AVC, o que pode ser feito em diálogo com médicos e também usando a tecnologia, como o aplicativo gratuito “Riscômetro de AVC”, que ensina a reconhecer os sinais de AVC e os hospitais que são Centros de AVC em todas as regiões, além de oferecer mais dicas de prevenção.
O Ministério da Saúde espera reduzir em 15% os óbitos por AVC e 10% por infarto como resultado das ações do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, que tem a meta de tirar 28.562 toneladas de sódio dos alimentos processados até 2020.
Até o momento, segundo o ministério, mais de 7 mil toneladas de alimentos já foram retiradas das gôndolas dos supermercados. Além disso, para reduzir o número de internações e óbitos no país por doenças crônicas, foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que tem a expansão da atenção básica como uma das principais ações de enfrentamento.
Para concretizar a expansão, o Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 1,7 bilhão para custear novos serviços oferecidos na atenção básica.

AVC cresce entre quem tem menos de 45 anos

Rubens Gagliardi detalha que o AVC já chegou a ser a principal causa de morte no Brasil. Agora, apesar da diminuição dos casos, o que tem chamado a atenção é o crescimento da ocorrência entre pessoas mais jovens, com menos de 45 anos.
Questionado quanto a uma possível tendência, ele ponderou: “É uma evidência. O estilo de vida das pessoas tem mudado. Hoje, o jovem fica mais exposto ao estresse, há muito uso de drogas ilícitas entre os jovens, encontramos muitos deles obesos. Esses fatores todos podem favorecer o AVC”, indica.
No caso dos mais jovens, o AVC também pode estar relacionado à ocorrência de lesão na parede do vaso que leva sangue para o cérebro, por exemplo, em caso de acidente de carro. No caso de crianças, os fatores mais comuns são as doenças genéticas, segundo o Ministério da Saúde.

Agência Brasil


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Dia Mundial de Combate à Trombose: saiba o que é mito ou verdade sobre a doença



Hoje (13) é o Dia Mundial de Conscientização e Combate à Trombose. A data foi instituída pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, com o objetivo de alertar sobre riscos e formas de prevenção, bem como esclarecer a população sobre uma doença que, embora recorrente, é cercada por dúvidas e até mitos.

Para Gutemberg Gurgel, presidente do Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular 2017, para evitar a doença ou atacá-la é preciso, em primeiro lugar, diferenciar os dois tipos de trombose existentes: a arterial e a venosa. Ambas resultam da coagulação imprevista do sangue. Quando isso na artéria, ocorre a trombose arterial. Quando na veia, dá origem à Trombose Venosa Profunda (TVP).

No primeiro caso, a existência de um coágulo impede a passagem do sangue para os tecidos e, consequentemente, causa inchaço e dor na região afetada. Mais difícil de tratar, em geral é atacada por meio de cirurgia. Se não tratada, pode levar à gangrena dos tecidos e até a amputação do membro. Idosos, fumantes e diabéticos são os mais afetados.

A das veias, em 90% dos casos, atinge vasos na perna, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). A organização alerta que ela pode causar embolia pulmonar e até óbito, por isso exige muita atenção e cuidado. Ela também pode ocorrer associadas a cirurgias de médio e grande portes, traumatismo, gestação ou outras situações que obriguem a uma imobilização prolongada.

Pessoas com idade avançada, dificuldades de coagulação, insuficiência cardíaca, obesas, fumantes e adeptas de usam anticoncepcionais ou tratamento hormonal são as que correm maior risco de desenvolver a doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte prevenível em todo mundo. Entre elas, têm destaque o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o Tromboembolismo (TEV). No Brasil, em 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 35.598 tratamentos clínicos em decorrência da trombose. Entre janeiro e julho deste ano, foram 16.923, segundo o Ministério da Saúde. O órgão registra 485.443 procedimentos de fisioterapia, sendo mais de 330 mil no ano passado e 155 mil neste ano.

Mitos e verdades

Cigarro e anticoncepcional causam trombose? Idosos não podem fazer viagens longas? São muitas as dúvidas que cercam a doença. A Agência Brasil questionou o médico Gutemberg Gurgel para esclarecer algumas delas.

CIGARRO

Apontada como grande fator de risco para a ocorrência de trombose entre as mulheres, a combinação de cigarro e pílula, de fato, pode favorecer a ocorrência da doença. Isso porque o cigarro é um vasodilatador, ao passo que o hormônio provoca alterações nas paredes das veias, diminuindo a velocidade da circulação. O resultado não é necessariamente o trombo, mas pode ocorrer, especialmente, se associado a outros fatores de risco, como obesidade, tendência familiar e vida sedentária. Por isso, o médico alerta sobre o uso precoce de anticoncepcionais, que têm sido indicados para tratamento de pele de adolescentes, por exemplo, e recomenda evitar o tabagismo.

Gravidez

Mulheres grávidas também devem ficar atentas. A maior quantidade de hormônios femininos circulando no corpo pode desencadear aumento da coagulação. Além disso, o médico explica que o aumento do útero promove a contração dos vasos pélvicos, dificultando o retorno do sangue. Mais uma vez, os casos são mais recorrentes em pacientes que possuem tendência à coagulação.

Como forma de prevenir problemas, além do uso de meias de compressão, Gurgel destaca a importância da prática de atividades físicas especialmente no caso das mulheres grávidas e também de pessoas que vão passar períodos longos com dificuldades de se movimentar, o que ocorre, por exemplo, durante viagens. “É importante usar as meias e buscar caminhar um pouco, pelo menos, a cada duas horas”, explica. Contrair o músculo da panturrilha e colocar o pé no chão também podem ajudar. Em todos os casos, destaca: é preciso tomar água e evitar a desidratação, sobretudo em ambientes fechados e refrigerados por ar-condicionado.

Cirurgias

Em cirurgias e no pós-operatório, o médico explica que há protocolos sobre o uso prévio ou posterior de medicação específica. A situação é delicada, pois envolve risco de hemorragia. Mas, segundo ele, novos medicamentos têm sido desenvolvidos para facilitar o uso, inclusive por via oral, sem necessidade de injeção, o que garante maior segurança ao diminuir o risco de sangramento.

Diagnóstico e tratamento

Gutemberg Gurgel alerta que a TVP é, em geral, assintomática, o que dificulta o diagnóstico. Para evitar surpresas, ele indica que pessoas afetadas pelos fatores de risco busquem pesquisar a situação da circulação sanguínea do corpo, pois a presença de alguma anormalidade genética pode ser decisiva. Outra sugestão é atentar para o aparecimento de edemas, sobretudo quando surgem sem serem precedidos por pancadas e acompanhados por dor ao caminhar.

O jornalista Daniel Fonsêca, 34 anos, sofreu trombose após passar alguns dias imobilizado em um hospital, em decorrência de um trauma. Os primeiros sintomas foram dores fortes, que foram inicialmente identificadas como resultado de alguma distensão muscular. A permanência o levou a realizar o exame ecodoppler, que permite a análise do sistema venoso. Foram constatadas, então, não apenas a existência de trombo, mas até o risco iminente da perda das duas pernas. Submetido à medicação anticoagulante logo após o diagnóstico, escapou de ter sequelas graves, mas passou meses tomando remédios e com dificuldades para dirigir ou até caminhar devido às dores.

Superada a fase mais difícil, foi preciso mudar hábitos e adotar medidas preventivas. Como o anticoagulante gera riscos de hemorragias, após o trauma passou a ampliar o cuidado para evitar acidentes, como andar de bicicleta ou utilizar instrumento cortantes. Meia hora antes de viagens com pelo menos três horas de duração, injetava medicação intravenosa no ambulatório do próprio aeroporto.

Além disso, passou a utilizar meias elásticas de alta compressão. À época, Daniel tinha 23 anos e não escapou do preconceito.“Muitas vezes eu relativizei e negligenciei o uso das meias por causa da questão estética. Passava dois, três meses sem usar por conta do preconceito que existe, ainda mais quando se é jovem”, conta.

As meias são fundamentais para tratar ou prevenir problemas circulatórios em geral, mas a dificuldade para ampliar o uso delas não é só estética. O par, segundo o jornalista, custa entre R$ 160 e R$ 200 e dura apenas seis meses. “Isso é muito relevante, porque grande parte das pessoas que sofrem trombose nos membros inferiores são da população pobre. Gente que trabalha muito em pé ou sentado e não tem chance de prevenção”, como motoristas de ônibus, lavadeiras ou vendedores, alerta.

Agência Brasil

HÁBITO DE LEITURA LEVA CATADOR DE LIXO PARA UNIVERSIDADE FEDERAL

Livro doado despertou o desejo do gaúcho Carlos César Alves Correa, hoje com 24 anos, de estudar Letras na UFRGS































Criado pela avó e pela mãe, Carlos César Alves Correa passou a infância recolhendo lixo das ruas de Porto Alegre. De manhã, coletava papel e latas com outras sete crianças da família. De tarde, frequentava a escola. De noite, ficava na pequena casa de chão batido e paredes de madeira velha. “Quando batia vento forte, o telhado voava”, relembra Correa sobre a moradia da infância. O pátio da casa abrigava ainda a égua da família, animal usado para puxar a carroça com o material recolhido nas ruas.
“As pessoas se sensibilizavam em ver as crianças catando o lixo e doavam comida. Eu tinha vontade de estudar, mas não tinha influência da minha família porque ninguém sequer tinha o ensino fundamental completo. Não culpo eles, nenhum deles recebeu o exemplo antes”, conta o rapaz de 24 anos.
Porém, a família recebia mais do que comida. Quando tinha dez anos, o garoto ganhou um livro que despertou seu desejo de ser professor. “A história era parecida com a minha, de um jovem que queria estudar, mas não tinha recursos. Eu me enxerguei ali”, contou a VEJA.
Foi através da leitura, frequentando bibliotecas públicas da capital gaúcha e “espiando” livros nos sebos, que Correa deixou a rotina de catador de lixo para ser aprovado no curso de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, o universitário conta sua história para jovens em vulnerabilidade social através de projetos da Rede Marista, em Porto Alegre. Um desses projetos é a “Rede do Livro”, iniciada em agosto, que incentiva a doação de livros para modificar o baixo índice de leitura no país: 1,7 livro per capta por ano, segundo o Ministério da Cultura. Os voluntários podem doar livros diretamente para pessoas ou instituições de sua escolha e utilizar a “hashtag” #rededolivro nas redes sociais para divulgar a ação. A campanha também promove a doação de sangue.
Criado pela avó e pela mãe, Carlos César Alves Correa passou a infânciarecolhendo lixo das ruas de Porto Alegre. De manhã, coletava papel e latas com outras sete crianças da família. De tarde, frequentava a escola. De noite, ficava na pequena casa de chão batido e paredes de madeira velha. “Quando batia vento forte, o telhado voava”, relembra Correa sobre a moradia da infância. O pátio da casa abrigava ainda a égua da família, animal usado para puxar a carroça com o material recolhido nas ruas.
“As pessoas se sensibilizavam em ver as crianças catando o lixo e doavam comida. Eu tinha vontade de estudar, mas não tinha influência da minha família porque ninguém sequer tinha o ensino fundamental completo. Não culpo eles, nenhum deles recebeu o exemplo antes”, conta o rapaz de 24 anos.
Antes de contar sobre a importância da leitura e da literatura na sua vida para outros jovens, o rapaz chegou a abandonar a escola para ajudar a família com um trabalho mais rentável. “Cortaram água, luz e o aluguel era alto para o que se recebia. Precisei colaborar. Achei que nunca voltaria a estudar”, conta. Mas Correa conseguiu emprego e retomou os estudos. Pagou com o próprio dinheiro um cursinho para se preparar para o vestibular e foi aprovado na UFRGS. Correa foi aprovado pelo sistema de cotas (racial, por renda e por ter estudado em escola pública).

1ª CORRIDA MALUCA DE GENERAL CÂMARA SERÁ REALIZADA DIA 15 DE OUTUBRO

Entre algumas exigências para participação no evento, os organizadores destacam: o método de propulsão do carro deverá ser unicamente as pernas. A equipe deverá ter dois participantes. Os pilotos deverão ter nascido até 2001. Enquanto um piloto empurra o carro, não será permitido o outro tocar no chão. O percurso inicia em frente e Praça Eurico Gaspar Dutra, subindo até a Avenida 15 de Novembro, passando pela Rua Borges de Medeiros, entrando na Rua Duque de Caxias e finalizando na descida da Rua Januário Batista em frente a praça novamente. O Regulamento para participação na Corrida Maluca está no site da prefeitura.
As Equipes deverão comparecer até as 13horas 30 minutos, do dia 15 de outubro para a inspeção dos carros no local determinado. Inscrições até o dia 8 de outubro na Secretaria Municipal de Educação.





























































sábado, 5 de agosto de 2017

Saúde incentiva licença-paternidade ampliada para apoio à amamentação

A Semana Mundial de Amamentação começou na terça-feira (1º) e vai até o dia 7 de agosto com o objetivo de incentivar o aleitamento materno


























O Ministério da Saúde lançou hoje (4) um documento para orientar pais e empresas sobre o benefício da licença-paternidade estendida. A iniciativa foi anunciada durante a apresentação da Campanha Nacional de Aleitamento Materno de 2017, em Curitiba (PR), que este ano incentiva o envolvimento do homem nos cuidados com o filho e maior proximidade com a mãe. A nota técnica está disponível na página do Ministério da Saúde.

Pelo novo Marco Legal da Primeira Infância, os pais podem prorrogar de cinco para 15 dias o período, desde que comprovado o seu envolvimento com o desenvolvimento do bebê. O benefício é concedido a funcionários de empresas que aderiram ao Programa Empresa Cidadã.

Para a concessão, os pais podem entregar a declaração do profissional de saúde informando a participação no pré-natal, em atividades educativas durante a gestação, ou visita à maternidade. Também poderá ser entregue o comprovante do curso online Pai presente: cuidado e compromisso promovido pela pasta.

A Semana Mundial de Amamentação começou na terça-feira (1º) e vai até o dia 7 de agosto com o objetivo de incentivar o aleitamento materno e, com isso, melhorar a saúde dos bebês. Com o slogan “Amamentar: ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer junto com você”, a campanha deste ano tem como objetivo fortalecer a participação e o cuidado de pais, familiares, empresas, educadores e toda a sociedade no processo de aleitamento, garantindo a alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses de vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a amamentação é uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência dos recém-nascidos. Ela é capaz de reduzir em 13% a mortalidade por causas preveníveis em crianças menores de 5 anos, além de proteger a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Outro benefício é reduzir o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.

A recomendação é que o bebê seja amamentado imediatamente após o nascimento e de forma exclusiva com leite materno até os 6 meses de vida. Após o primeiro semestre, deve-se incluir alimentos nutritivos como complementação ao leite. Posteriormente, até os 2 anos de vida da criança, o leite materno deverá servir como complemento à alimentação.

O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os 6 meses, inclusive água. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 67,3% das crianças mamam na primeira hora de vida. Apenas 41% das crianças menores de seis meses tiveram alimentação exclusivamente por leite materno; a duração média do aleitamento exclusivo é de 54 dias.

Hospital Amigo da Criança

Hoje, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou a habilitação de 28 instituições na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), em todo o país, duas delas do Paraná. Com a medida, a pasta quer diminuir a mortalidade infantil por meio do estímulo à prática da amamentação, além de mobilizar e capacitar profissionais de saúde na atenção ao aleitamento materno, buscando evitar o desmame precoce.

A iniciativa terá impacto financeiro de R$ 4 milhões em 2017, segundo o ministério.

Salas de amamentação
Ainda na solenidade, o ministro entregou dez placas de certificação às empresas, privadas e públicas, que implantaram salas de apoio à amamentação no estado do Paraná. Atualmente, o país possui 200 salas certificadas pelo Ministério da Saúde, com capacidade de beneficiar até 140 mil mulheres. Em 2014, eram 16 salas de apoio à amamentação.

A ação surgiu em 2010 com o objetivo de apoiar a mulher que retorna da licença-maternidade e deseja continuar amamentando o filho. As salas de apoio à amamentação são locais simples e de baixo custo para as empresas, onde a mulher pode retirar o leite durante a jornada de trabalho e armazená-lo corretamente para que, ao final do expediente, possa levá-lo para casa e oferecê-lo ao bebê.

Agência Brasil

Aposentadoria por idade será reconhecida automaticamente pelo INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou, por meio de portaria, o reconhecimento automático da aposentadoria por idade a partir da verificação das informações constantes nos sistemas da autarquia e nas bases de dados do governo federal. A medida, em vigor desde o fim de julho, estabelece que o segurado não precisa mais comparecer a um posto de atendimento para solicitar esse tipo de aposentadoria.

O INSS vai fazer uma pesquisa mensal para identificar os segurados que já têm o direito disponível e enviará comunicado sobre a concessão do benefício. O segurado também poderá requerer a concessão do benefício por meio do canal 135. Para a realização do pedido será solicitada a confirmação dos dados pessoais, como ocorre no sistema tradicional.

De acordo com a portaria, o INSS enviará comunicado indicando as informações sobre os dados da concessão e pagamento do benefício ao cidadão assim que houver o reconhecimento do direito.

Aposentadoria por idade

Atualmente, a aposentadoria por idade é um benefício ao trabalhador que comprovar o mínimo de 180 meses de trabalho, além da idade mínima de 65 anos, se homem, ou 60 anos, se mulher. Para o chamado “segurado especial”, a idade mínima é reduzida em cinco anos.

No grupo de segurados especiais estão profissões como agricultor familiar, pescador artesanal, além de indígenas. Para receber o benefício nessa condição, o trabalhador deve estar exercendo a atividade no momento da solicitação do benefício. Caso não comprove o tempo mínimo de trabalho necessário ao segurado especial, o trabalhador poderá pedir o benefício com a mesma idade do trabalhador urbano, somando o tempo de trabalho como segurado especial ao tempo de trabalho urbano.

Informações como cálculo do benefício e documentos necessários para solicitação do benefício podem ser acessados na página do INSS.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mortandade das abelhas já é generalizada no Rio Grande do Sul (primeira parte)

Nunca houve nada igual, dizem apicultores. Pelo menos 250 mil colmeias desapareceram no Rio Grande do Sul em 2015. Culpa é dos agrotóxicos usados nas lavouras, apontam os especialistas

Chocados, tristes, desanimados. É como se sentem muitos apicultores do Rio Grande do Sul diante da assustadora mortandade das abelhas em suas colmeias. Pelo menos 250 mil colmeias desapareceram no Rio Grande do Sul em 2015. Todos os especialistas ouvidos não têm dúvidas em afirmar que a responsabilidade é dos agrotóxicos, usados descontroladamente nas lavouras, além do desmatamento que não para de aumentar.
“No Estado a morte de abelhas tornou-se generalizada, principalmente em áreas com uso intensivo de agrotóxicos”, afirma o coordenador da Câmara Setorial de Apicultura e Meliponicultura da Secretaria Estadual da Agricultura (Casam), Nadilson Ferreira. “O problema atinge maiores proporções nas regiões da Depressão Central, Missões, Alto Uruguai e parte da Campanha. Os agrotóxicos estão acelerando a perda de biodiversidade e contribuindo para o extermínio das populações de abelhas”, completa.

O fenômeno da mortandade tem um impacto muito grande no Estado, já que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do Brasil. São cerca de 30 mil apicultores, que produzem em torno de oito mil toneladas por ano (60% na primavera e 40% no outono). A metade é exportada, principalmente para a Europa, e a outra parte consumida no mercado interno.

Um temor que ronda os apicultores que trabalham com exportação é que, a continuar assim, o mel gaúcho passe a sofrer restrições e a perder valor nos países compradores por causa da contaminação por esses venenos. “Com toda essa desgraça (das mortes por envenenamento) o mel gaúcho ainda é considerado orgânico”, ressalta Ferreira.

O período de maior colheita, a primavera, é justamente o de maior atividade agrícola no Estado e de maior extermínio destes insetos pelos venenos jogados nas plantações. Estima-se que as perdas decorrentes, tanto de colmeias como da produção de mel, andem em torno de 30% a 40%, quase a metade. Mas os apicultores que ouvimos apontam um prejuízo muito acima disso.

Morte anormal
Os produtores de mel, de forma geral, contam que as abelhas começaram a morrer de forma anormal, sem nenhuma doença ou desnutrição que justificasse, há cerca de três ou quatro anos. É o caso de Luiz Darci Demo Garlet, 60 anos, que entre dezembro e janeiro último perdeu nada menos que 600 das 1.200 colmeias que tinha em Cruz Alta, no Noroeste do Estado.

Desde 2013 ele já vinha tendo perdas por causa dos agrotóxicos, de 100 a 200 caixas, onde ficam as colmeias, por ano. Ele tem certeza que a causa, desta última vez, foi um veneno ainda mais forte que usaram para atacar o “tamanduá-da-soja”, um inseto que raspa o caule da planta. Outros venenos, como os da lagarta da soja, relata, não matam tanto, mas deixam as abelhas desorientadas, fracas, e acabam perecendo também.

Como boa parte dos apicultores, ele acomoda as colmeias em propriedades de outras pessoas mediante o pagamento de uma comissão. Por isso, muitos como ele não reclamam e não informam o ocorrido aos órgãos de fiscalização ambiental. “Não podemos reclamar, porque senão os donos das terras vão dizer ‘pega tuas caixas (de abelhas) e vai embora’. Não tem o que fazer, fazer o quê?”, indaga o apicultor. Ele calcula que vai demorar quase dois anos para recuperar o que perdeu, isso se a mortandade não continuar.

“Outra dificuldade é a falta de lugar para colocar as abelhas porque estão terminando com os matos e elas têm que ser colocadas na sombra, porque se as colmeias ficarem no sol morrem todas”, acrescenta. Garlet que normalmente tirava 30 toneladas de mel por safra, este ano colheu apenas 11 toneladas com a perda de tantas colmeias: “Meus dois funcionários ficaram até mais chocados que eu. Tinha um apiário com 25 colmeias novas, lindas, bonitas, morreram as 25. Isso entristece muito”, lamenta.

Nunca houve nada igual
O vice-presidente da Associação dos Apicultores da cidade, Walmor Kirchhof, 65 anos, confirma que a mortandade é generalizada, atingindo a todos os apicultores: “Nunca tinha acontecido nada igual como nesse ano, todo o pessoal da região perdeu uma barbaridade de abelhas”, relata.

Das suas 200 caixas sobreviveram apenas 40 colmeias. “Teve local que não sobrou nenhuma caixa”, completa. Até alguns anos atrás, perdia meia dúzia de caixas por ano.

Kirchhof garante que “doença não foi, as abelhas estavam fortes e estavam produzindo mel”. Mas, de repente, morreram todas e apodreceu tudo nas caixas. “Geralmente as traças comem a cera (quando as abelhas morrem por algum outro motivo), mas neste caso nem as traças apareceram, também morreram”, acrescentou.

Ele é aposentado, trabalha com isso há 35 anos e o mel é a maior parte da sua renda. “É um prejuízo enorme, a gente depende disso aí”. Como fornece para a merenda escolar, precisou comprar mel de outros fornecedores, de regiões distantes, para cumprir as encomendas.

Vontade de desistir 
Distante dali, bem no interior de São Borja, junto ao rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, Vilmar Soares, 78 anos, que tem na atividade um complemento para a aposentadoria, já pensou até em desistir da apicultura. “Tinha 223 caixas, sobraram 70”, relata. Dos 900 quilos que costumava colher das colmeias agora só colhe 200. 

Ele conta que o extermínio começou por volta de 2014 e também está certo de que vem acontecendo por causa dos venenos das lavouras: “Já vi um enxame e no outro dia, depois que passaram veneno por perto, as abelhas estavam todas mortas. E a caixa fica imunizada, porque novos enxames na mesma caixa morrem também. Disseram que é um veneno que se um só inseto leva para a colmeia, contamina todas as outras”.

Assim como tantos outros, não procurou ajuda de ninguém, nenhum técnico, nenhuma autoridade, porque não sabe a quem procurar. Mas, principalmente, porque não quer “se incomodar” com os vizinhos agricultores, que estão utilizando os agrotóxicos: “A gente precisa dos vizinhos”, explica.

Soares diz que já se sentiu “desacorçoado”, um termo fronteiriço para desânimo, desalento. Pensou em desistir, mas vai continuar, por enquanto, tentando salvar o que restou da matança das suas abelhas pelos venenos das lavouras.

Da conversa com eles fica muito evidente que, além do negócio, cria-se uma relação de grande afeição por esses insetos, que Garlet conhece desde criança, quando ajudava o pai a produzir mel: “Na apicultura, se a pessoa não gosta das abelhas não funciona, a apicultura é uma profissão diferente, é algo da natureza, tem que gostar do bichinho”.

Por isso, se o prejuízo desses apicultores é enorme, o abalo emocional pela mortandade também: “É horrível!”, desabafa Kirchoff.

Situação extremamente grave
A situação é tão alarmante que foi criado um Grupo de Trabalho da Mortandade das Abelhas, em 2015, ligado à Câmara Setorial (Casam). Durante um ano, entre 2015 e 2016, o GT fez estudos, reuniões, e, mês passado, entregou suas conclusões ao secretário da Agricultura, Ernani Polo.

“É uma situação extremamente grave”, define Sanderlei Pereira, coordenador da Emater/Ascar em Candelária, que coordenou o GT. “Estimamos uma redução de 40% do volume de mel colhido nas últimas safras e uma diminuição de 40% das colmeias do RS”. O GT constatou que todo o Estado está sendo atingido pela mortandade, com maior intensidade nas regiões com maior produção de cultivos anuais, como soja, arroz e milho.

A apicultura gaúcha exercida basicamente por pequenos agricultores/apicultores. Isto é positivo, diz Sanderlei, porque distribui muito bem geograficamente as colmeias e seus benefícios, na melhoria da alimentação das famílias rurais, na comercialização do seu excedente, agregando renda, e também pela polinização das culturas na propriedade. “Por outro lado, isso dificulta o levantamento da morte das colmeias e da diminuição da colheita”.

Fipronil e Neonicotinoides
“A mortandade de abelhas ocorre também por fome, manejo errado de apiários, pólen tóxico (barbatimão), doenças e parasitas, causas essas conhecidas pelos apicultores, diferente da mortandade que vem ocorrendo nos últimos anos pela ação do Fipronil e algumas partículas dos neonicotinóides”, diz o relatório do GT.

O documento reforça como principal causa “O uso em larga escala no Brasil de agrotóxicos com efeitos nocivos às abelhas, em especial aqueles do grupo dos Neonicotinóides (Clotianidina, Imidacloprid, Tiametoxam) e Fipronil”.

Esses, especificamente, são os que têm ação fulminante sobre as abelhas, salienta Sanderlei. Eles causam a morte das polinizadoras até mesmo quando são usados no tratamento das sementes porque são sistêmicos, ou seja, entram na seiva das plantas e contaminam o pólen e néctar de suas flores, que são visitadas pelas abelhas quando acontece a floração.

Também as caixas e caixilhos ficam com resíduo de agrotóxico, muitas vezes causando intoxicação crônica na nova colmeia que ali é alojada e acaba sucumbindo também – como relataram os apicultores que entrevistamos.

Padrão das morte
O padrão do extermínio é sempre o mesmo. A morte repentina das abelhas, na sua totalidade ou em parte, com presença de abelhas mortas na caixa. Quando há presença de abelhas vivas ao redor, elas estão desorientadas e em pequeno número e há mel produzido nos favos.

Noutros casos, as colmeias vão perdendo população até ficarem sem abelhas no final do processo. Com a diminuição da população, acontece um estresse nas suas defesas que conduz a sucessivos ataques de varroase (um ácaro), bactérias e fungos, que causam a morte dos insetos restantes.

“Nenhuma espécie de abelha está livre da ação destes inseticidas. Sempre existiu morte de colmeias, por fome, mau manejo, mas com características próprias conhecidas pelos apicultores e técnicos, em média 10% ao ano, totalmente diferente do que vem ocorrendo, com mortalidade de até 80% das colmeias”, afirma Sanderlei.

O coordenador do GT salienta que não é a proximidade das lavouras que implica nas mortes e sim os produtos químicos usados nelas. A soja, por exemplo, “é benéfica para as abelhas, produz mel de excelente qualidade e a soja também se beneficia com as abelhas através da polinização, que amplia em média 10% a produtividade da lavoura”.

Na Europa, foi registrada perda de mais de um milhão de colmeias devido às mortes causadas pelos neonicotinóides. Quanto ao Fipronil, a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos classificou esse produto como de alto potencial cancerígeno (afeta principalmente a tireóide).

Ecoagência