O avanço constante da tecnologia faz com que equipamentos considerados de última geração num determinado momento, em curto espaço de tempo, passem a ser considerados descarte, gerando problemas ambientais muito sérios. Essa renovação se deve não só ao lançamento de novos modelos, mas também ao fato de que o barateamento de cada unidade faz com que as pessoas procurem comprar um novo em vez de providenciar um conserto, quando constatado algum problema de funcionamento.
Entre os bens que estão cada vez mais descartáveis estão computadores, impressoras, televisões e celulares. Atualmente, segundo dados divulgados na semana passada, durante o Seminário Internacional de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos, promovido pelo Porto Digital, em Recife, o país produz 670 mil toneladas de resíduos por ano e não tem práticas de reaproveitamento de cerca de 90% do material dispensado. Muito desse lixo eletrônico emprega material tóxico danoso ao meio ambiente e às pessoas, inclusive colocando em risco a saúde de catadores.
Algumas iniciativas vêm sendo implementadas, como a da formação do Centro de Recolhimento de Computadores (CRC) de Recife, criado numa faculdade local. Os alunos e professores recondicionam as máquinas, encaminham para reciclagem o material excedente e que pode ser reaproveitado. Essa experiência poderá ser estendida para outros pontos do território nacional, vindo a fornecer polos de referência para que os usuários saibam aonde se dirigir quando quiserem entregar o que não irão mais aproveitar. É cada vez mais comum encontrar-se equipamentos eletrônicos no lixo doméstico e as prefeituras precisam encontrar meios de lidar com essa situação.
O consumo desenfreado está a ditar desafios sobre o que fazer com os produtos ao fim de sua vida útil. O poder público tem que encaminhar soluções e políticas públicas para fazer com que o lixo tecnológico seja adequadamente recolhido e tratado.
Fonte:Jornal Correio do Povo;Editorial; 28/02/2011
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