O fato de o Brasil ter pela frente boas perspectivas de crescimento e, contudo, apresentar resultados ruins no que diz respeito ao aprendizado de seus alunos é algo a ser equacionado. Agora mesmo, o Banco Mundial está alertando o país de que esse impasse na educação não será superado sem investimentos adequados na área educacional e, principalmente, numa remuneração compatível para os professores, dada a importância de suas atividades.
O ministro Fernando Haddad, da Educação, concorda com esse diagnóstico e afirma que é preciso diminuir o fosso que existe entre os salários do magistério com os vencimentos de outros profissionais de formação superior. O professor, segundo ele, recebe hoje uma quantia que gira em torno de 40% a menos do que em outras carreiras. Melhorar essa relação é a saída para atrair jovens talentosos ao trabalho em sala de aula, ensinando outros jovens e melhorando a qualidade de ensino, com reflexos benéficos na inclusão social e na produtividade, pois quem aprende melhor produz mais e consegue melhores oportunidades na vida.
Nas eleições, a educação sempre aparece como prioridade nos programas, mas a atenção recebida dos governos não condiz com o discurso de campanha. Além disso, alocação de recursos em escolas e em professores nem sempre tem visibilidade imediata, o que faz com que verbas sejam levadas para obras que possam ser inauguradas à vista de todos. Inverter tal lógica é o desafio não só do próximo governo que assume na esfera federal como de todos os governadores eleitos, que, a par dos gestores municipais, deverão resgatar compromissos e efetivar ações que levem o país, finalmente, a melhorar índices educacionais. Formar um cidadão crítico e em condições de contribuir para o desenvolvimento do país é um papel que a escola pode e deve cumprir.
Fonte:Editorial Jornal Correio do Povo 18/12/2010
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