
Participação dos ricos nas emissões aumentou 32% em 24 anos


Os dados integram o relatório Saque Climático: como poucos poderosos estão levando o planeta ao colapso, lançado nesta quarta-feira (29), pela organização global da sociedade civil, Oxfam.
O relatório analisa o quanto o planeta ainda é capaz de emitir gases do efeito estufa para manter a meta do Acordo de Paris de conter o aquecimento global em 1,5 graus Celsius (°C) em comparação com o período pré-industrial.
Como base de dados, os pesquisadores partiram dos cálculos do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), que estimava, em 1990, uma margem de 1.149 Gigatoneladas (Gt) de CO₂e para garantir 50% de chance de sucesso na contenção do aquecimento global.
No entanto, o relatório alerta que, desde 1990, o 0,1% mais rico da população mundial aumentou em 32% sua participação nas emissões globais de CO₂, enquanto a metade mais pobre viu sua parcela cair 3%.
“Nos últimos 24 anos, as emissões continuaram a aumentar, e 89% desse orçamento de carbono restante já foi consumido”, informa o relatório.
Segundo a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, os dados revelados pelo estudo reforçam a ideia de que quem mais causa os efeitos das mudanças climáticas deve fazer frente ao problema.
“Quando a gente fala que o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas é o que deve iluminar a atuação dos países na crise climática, isso também tem a ver com o nosso modo de vida enquanto conjunto da sociedade”, reforça.
A responsabilidade dos mais ricos sobre os impactos no clima global fica mais clara com um outro dado trazido pelos pesquisadores. Segundo eles, se toda a população mundial tivesse o mesmo comportamento de emissão de gases do efeito estufa que os mais ricos do mundo, o limite de emissões para evitar um colapso climático seria esgotado em menos de três semanas.
“Essas pessoas têm um próprio estilo de vida, e também a maneira como elas geram suas riquezas e consomem está completamente relacionada com a emissão de carbono. E é uma emissão completamente desproporcional, em relação ao resto do planeta”, explica Viviana.
Diante desses dados, os pesquisadores calcularam ainda qual seria a redução necessária nas emissões da população 0,1% mais rica para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. De acordo com o relatório, os mais ricos precisam reduzir em 99% as emissões individuais até 2030.
Investimentos
Com o maior poder de consumo no mundo, essa pequena parcela da população global também emite gases do efeito estufa por meio de seus investimentos financeiros, já que 60% das aplicações são feitas em atividades econômicas de grande emissão, como petróleo, gás e mineração.
De acordo com o estudo, o bilionário médio produz 1,9 milhão de toneladas de CO₂e por ano, apenas por meio dos investimentos.
Com o maior poder de consumo no mundo, essa pequena parcela da população global também emite gases do efeito estufa por meio de seus investimentos financeiros, já que 60% das aplicações são feitas em atividades econômicas de grande emissão, como petróleo, gás e mineração.
De acordo com o estudo, o bilionário médio produz 1,9 milhão de toneladas de CO₂e por ano, apenas por meio dos investimentos.
Influência
Além de manter o padrão de consumo capaz de impactar mais o clima do planeta, os investimentos dos mais ricos do mundo também financiam uma maior influência em ambientes decisivos como a própria Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP).
O relatório da Oxfam cita o exemplo da COP29, ocorrida em 2024, na cidade de Baku, no Azerbaijão. Na conferência, foram concedidas 1.773 pessoas ligadas aos setores de carvão, petróleo e gás ─ uma delegação capaz de superar a média participativa de todos os representantes dos 10 países mais vulneráveis ao clima.
“A gente percebe como esse poder e essa riqueza, de potenciais poluidores e que constroem a crise climática, também estão nesses espaços onde o mundo tenta construir acordos para pausar o aquecimento global”, reforça a diretora-executiva da Instituição.
Diante dos dados apresentados, o relatório traz ainda recomendações para a diminuição dos impactos climáticos causados pelas grandes riquezas. Entre as medidas estão a taxação e limitação da atuação de super-ricos em ambientes incidência política sobre decisões globais, melhor distribuição do orçamento climático e fortalecimento da participação da sociedade civil e de grupos tradicionais.
“A crise climática é uma crise de desigualdade. Os indivíduos mais ricos do planeta financiam e lucram com a destruição do clima, enquanto a maioria da população mundial paga o preço das consequências fatais do seu poder sem controle”, conclui Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional.
Além de manter o padrão de consumo capaz de impactar mais o clima do planeta, os investimentos dos mais ricos do mundo também financiam uma maior influência em ambientes decisivos como a própria Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP).
O relatório da Oxfam cita o exemplo da COP29, ocorrida em 2024, na cidade de Baku, no Azerbaijão. Na conferência, foram concedidas 1.773 pessoas ligadas aos setores de carvão, petróleo e gás ─ uma delegação capaz de superar a média participativa de todos os representantes dos 10 países mais vulneráveis ao clima.
“A gente percebe como esse poder e essa riqueza, de potenciais poluidores e que constroem a crise climática, também estão nesses espaços onde o mundo tenta construir acordos para pausar o aquecimento global”, reforça a diretora-executiva da Instituição.
Diante dos dados apresentados, o relatório traz ainda recomendações para a diminuição dos impactos climáticos causados pelas grandes riquezas. Entre as medidas estão a taxação e limitação da atuação de super-ricos em ambientes incidência política sobre decisões globais, melhor distribuição do orçamento climático e fortalecimento da participação da sociedade civil e de grupos tradicionais.
“A crise climática é uma crise de desigualdade. Os indivíduos mais ricos do planeta financiam e lucram com a destruição do clima, enquanto a maioria da população mundial paga o preço das consequências fatais do seu poder sem controle”, conclui Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional.
Fonte: Agência Brasil