Passou a Copa do Mundo de 2010 e não ganhamos. Estatisticamente, sabe-se bem, é mais provável que se perca o título mundial do que se ganhe. Segundo a matemática, inexorável em suas verdades, são 32 times na disputa por um título. OK, isto não é consolo. Somos o país do futebol, uma potência atômica futebolística, a maior do mundo, ninguém tem mais títulos, jogadores famosos, recordes e glórias do que nós. Perder uma Copa, para nós, é como para um americano ser chutado no Vietnã ou no Afeganistão. Inadmissível e humilhante.
Só tem um detalhe: nosso técnico é o Richard Nixon e o presidente da CBF é o George W. Bush. Que morram nas masmorras de algum estádio-prisão em Abu Ghraib ou em Saigon ou em qualquer parte do fim do mundo. Ao mesmo tempo, nossos hermanos argentinos são festivamente recebidos, tendo perdido a mesma Copa, por 10 mil torcedores
entusiasmados.
Estou sendo deliberadamente sarcástico. Mas parece ser este o novo estágio de ânimo inflado e arrogante que nós, brasileiros, estamos propondo. Afinal, nosso mercado imobiliário é o terceiro que mais valoriza no mundo, a economia dá sinais de avanços expressivos, a balança comercial pende favoravelmente, o Lula é the man of the year e somos o país da próxima Copa e da Olimpíada.
Nossa noção de distância entre o céu e o inferno é um pênalti, uma bola no poste ou um cartão vermelho. Não importa que o técnico tenha 78% de aproveitamento ou que a Holanda tenha jogado melhor. Masmorra para o Dunga.
É hora de refletir, precisamos tirar lições de nossos insucessos, afinal fracassos
ensinam mais do que vitórias e a partir deles amadurecemos. Aprendemos mais de nossos erros do que dos acertos, o Brasil de hoje é visto diferentemente de como era percebido antes. No entanto, se não fizermos mudanças na estrutura de impostos, na política e no sistema previdenciário, vamos jogar por terra toda esta energia positiva.E, em especial, temos que mudar nossa mentalidade. A Holanda nunca foi campeã do mundo, e se não o for nesta edição do certame mundial, sua seleção não será afundada em algum canal de Amsterdã. A vida é assim: vitórias e derrotas, dia sim, dia não. A diferença está em metabolizar a lição e seguir em frente com o aprendizado.
Valeu Dunga.
Ricardo Sondermann - Administrador e professor da ESPM-RS
Fonte: Jornal Zero Hora 10/07/2010
Só tem um detalhe: nosso técnico é o Richard Nixon e o presidente da CBF é o George W. Bush. Que morram nas masmorras de algum estádio-prisão em Abu Ghraib ou em Saigon ou em qualquer parte do fim do mundo. Ao mesmo tempo, nossos hermanos argentinos são festivamente recebidos, tendo perdido a mesma Copa, por 10 mil torcedores
entusiasmados.
Estou sendo deliberadamente sarcástico. Mas parece ser este o novo estágio de ânimo inflado e arrogante que nós, brasileiros, estamos propondo. Afinal, nosso mercado imobiliário é o terceiro que mais valoriza no mundo, a economia dá sinais de avanços expressivos, a balança comercial pende favoravelmente, o Lula é the man of the year e somos o país da próxima Copa e da Olimpíada.
Nossa noção de distância entre o céu e o inferno é um pênalti, uma bola no poste ou um cartão vermelho. Não importa que o técnico tenha 78% de aproveitamento ou que a Holanda tenha jogado melhor. Masmorra para o Dunga.
É hora de refletir, precisamos tirar lições de nossos insucessos, afinal fracassos
ensinam mais do que vitórias e a partir deles amadurecemos. Aprendemos mais de nossos erros do que dos acertos, o Brasil de hoje é visto diferentemente de como era percebido antes. No entanto, se não fizermos mudanças na estrutura de impostos, na política e no sistema previdenciário, vamos jogar por terra toda esta energia positiva.E, em especial, temos que mudar nossa mentalidade. A Holanda nunca foi campeã do mundo, e se não o for nesta edição do certame mundial, sua seleção não será afundada em algum canal de Amsterdã. A vida é assim: vitórias e derrotas, dia sim, dia não. A diferença está em metabolizar a lição e seguir em frente com o aprendizado.
Valeu Dunga.
Ricardo Sondermann - Administrador e professor da ESPM-RS
Fonte: Jornal Zero Hora 10/07/2010
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