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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Acidentes com escorpião somam mais de 202 mil notificações em 2023

 







Número de mortes após picadas passou de 92 para 134 em um ano

A jornalista Ariane Póvoa, de 40 anos, enfrentou nesta semana um dos maiores medos que toda mãe de criança pequena tem: precisou correr com a filha Amanda, de 1 ano e 4 meses, para o hospital, depois de verificar que a menina havia sido picada por um escorpião enquanto ainda estava no berço. “Ela acordou chorando muito, mas, na hora, não entendi o que era. Pensei que fosse dente nascendo. Ela começou a falar ‘dodói’ e apontar para o braço. Quando fui arrumar o berço, achei o escorpião”.

“Graças a Deus, foi um quadro leve. Ela ficou bem, mas sentindo dor no local da picada”, disse Ariane. Antes de conseguir atendimento para a filha, Ariane chegou a passar por uma unidade da rede pública tida como referência para acidentes com escorpião em Brasília. O local, entretanto, não oferece atendimento pediátrico. “Só naquele dia, foram três casos de picada de escorpião em crianças no Hospital Materno Infantil, onde conseguimos atendimento.”

Por morar em apartamento, a jornalista nunca imaginou que passaria por algo do tipo. O episódio ocorreu por volta das 5h30 desta quarta-feira (6), e Amanda teve alta no fim da tarde. “Ela não apresentou náusea, vômito, calafrio, nem sudorese, mas, como é protocolo, teve que ficar em observação por seis horas”, contou. “Durante a madrugada e hoje de manhã, ela ainda teve febre e está um pouco mais enjoadinha. Estamos monitorando com a pediatra.”

Casos como o de Amanda tornam-se cada vez mais comuns no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que pelo menos 202.324 notificações de acidentes com escorpiões foram registradas no país ao longo do ano passado – 20.243 a mais que o total registrado no ano anterior. Esta é a primeira vez que o total de notificações passa de 200 mil.

O número de mortes provocadas por picadas de escorpião também aumentou, passando de 92 em 2022 para 134 no ano passado. As mortes provocadas por acidentes com escorpião ultrapassaram até mesmo os óbitos causados por picadas de serpente que, no ano passado, totalizaram 133.

Entenda

O chamado acidente escorpiônico representa o quadro clínico de envenenamento provocado quando um escorpião injeta sua peçonha através do ferrão. Representantes da classe dos aracnídeos, os escorpiões são predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos períodos em que há aumento de temperatura e de umidade.

No Brasil, os escorpiões classificados pelo ministério como de importância em saúde pública são:

- escorpião-amarelo (T. serrulatus) - com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e fácil adaptação ao meio urbano.

- escorpião-marrom (T. bahiensis) - encontrado nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

- escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) - espécie mais comum no Nordeste, mas com alguns registros nos seguintes estados: Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

- escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) - principal causador de acidentes e óbitos na região Norte e no Mato Grosso.

Perfil das vítimas

Dados da pasta mostram que a maioria dos casos ocorre em grupos com idade entre 20 e 29 anos, seguido pelos grupos de 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos. Já o grupo menos acometido é o de 80 anos ou mais, seguido pelo de 70 a 79 anos.

Os números indicam que 53% das vítimas de picadas de escorpião em 2023 eram pardas (53%), seguidas por brancas (30%), pretas (7%) e amarelas (1%), sendo que em 8% dos casos não foi identificada raça ou cor do paciente.

Distribuição dos casos

Entre as regiões do país, o Sudeste lidera, com 93.369 acidentes com escorpiões. Em seguida, estão o Nordeste, com 77.539; o Centro-Oeste, com 16.759; o Sul, com 7.573; e o Norte, com 7.084.

São Paulo lidera entre os estados com maior número de notificações (48.651), seguido por Minas Gerais (38.827) e pela Bahia (22.614). Já Alagoas registra o maior coeficiente de incidência do país (376,02 para cada grupo de 100 mil pessoas). Minas Gerais responde ainda pela maior taxa de letalidade (0,17).

Dados da pasta revelam que 65,92% das notificações de acidentes com escorpiões são feitas em zonas urbanas; 30,43%, em áreas rurais; e 0,53%, em zonas periurbanas, enquanto em 3,12% dos casos a informação foi ignorada ou não foi registrada.

Local e gravidade da picada

Dentre os principais locais de picada, o pé aparece em primeiro lugar (22,56%). Em seguida, estão dedos da mão (22,28%), mão (18,32%), dedos do pé (9,38%), perna (5,63%), tronco (5,38%), braço (4,57%), coxa (3,92%), cabeça (2,64%) e antebraço (2,47%). Em 2,85% dos casos, o local não foi registrado.

De acordo com o ministério, 89% das notificações de acidentes com escorpião registradas em 2023 foram classificadas como leves; 5,99%, como moderadas; e 0,77%, como graves, sendo que, em 4,16% dos casos, o nível de gravidade não foi informado.

Tempo de espera

Os números revelam que a taxa de letalidade por picada de escorpião aumenta à medida que o tempo decorrido desde o acidente se torna maior. Em pacientes que receberam atendimento entre uma e 12 horas após serem picados, a taxa se manteve abaixo de 10%. Já em grupos atendidos 24 horas ou mais após serem picados, o índice subiu para quase 40%.
Sintomas

Dentre os sinais e sintomas mais comuns entre vítimas de acidentes com escorpiões estão dor (85,69%), edema ou inchaço causado pelo acúmulo de líquidos (64,55%) e equimose ou sangramento no tecido subcutâneo (10,9%). Em 1,26% dos casos, foi identificada necrose ou morte celular.

Curiosidades

O Instituto Butantan lista uma série de fatos curiosos sobre escorpiões:

- Escorpiões podem ficar fluorescentes porque carregam em sua cutícula substâncias que são chamadas de metabólitos secundários. Por isso, parecem fluorescentes sob a luz ultravioleta. Esse tipo de iluminação ajuda especialistas a fazerem o controle e a coleta dos escorpiões, que precisam ser feito à noite, já que é nesse período que eles saem para caçar.

- Escorpiões picam pela cauda e não pelas pinças, já que o veneno fica armazenado no interior do órgão conhecido popularmente como cauda. O nome correto dessa parte do corpo do escorpião é metassoma, que ajuda a dar equilíbrio ao animal, além de servir como forma de defesa. Já as pinças são usadas para segurar presas e no acasalamento.

- Escorpiões do gênero Ananteris têm a capacidade de se desprender da cauda para escapar de predadores. O fenômeno, observado também entre lagartos, é considerado uma automutilação. Quando o órgão é destacado do corpo, o intestino e o ânus param de funcionar corretamente e as fezes ficam acumuladas, causando intoxicação e, posteriormente, a morte do animal.

- Cerca de 5% das espécies de escorpiões têm capacidade de ter filhotes sozinhas, sem precisar de um parceiro. Esse tipo de reprodução é chamado partenogênese e nada mais é que o desenvolvimento de embriões sem necessidade de fecundação de espermatozoides.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Acidentes com animais peçonhentos crescem 157% nos últimos dez anos


O Ministério da Saúde alerta que as notificações de acidentes com animais peçonhentos cresceram 157% na última década . Em 2011, foram mais de 139 mil ocorrências com 293 mortes.
Entre os meses de novembro e março, esse tipo de acidente aumenta tanto na zona rural como nas cidades. De acordo com o ministério, são inúmeras as causas, entre elas as chuvas que levam os animais a sair dos esconderijos e tocas, como escorpiões, aranhas e serpentes, e ainda coincide com o período reprodutivo de alguns deles. O desequilíbrio ecológico é outro motivo para o deslocamento dos animais para dentro das casas, em busca de local seco e comida.
Nesse período, o aumento de atividades nas lavouras acaba elevando o risco de contato e acidentes com cobras, por exemplo.
A Região Nordeste lidera os acidentes com escorpiões no país, superando 30 mil casos em 2011. O estado com o maior número foi a Bahia, com quase 10.500 casos. A Região Sul concentra os casos envolvendo aranhas - foram 18.052 registros no ano passado. O Paraná contabilizou 9.326 casos. As regiões Norte e Centro-Oeste têm o maior número de acidentes com serpentes: 9.329 e 3.326 casos, respectivamente.
Para evitar acidentes com escorpiões e aranhas, o ministério orienta que as pessoas devem usar calçados e luvas nas atividades no campo e de jardinagem; examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; usar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas; limpar terrenos baldios em uma faixa de pelo menos um a dois metros de proximidade ao muro ou cercas.
No caso de serpentes, a recomendação é não andar descalço na zona rural e nem em jardins; utilizar sempre sapados fechados com perneiras ou botas de cano longo, além de luvas de couro, e nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Outro cuidado é controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que deles se alimentam. No amanhecer e no entardecer, evitar ficar próximo da vegetação rasteira ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é quando as serpentes estão em maior atividade.
Para evitar acidentes com lagartas, o alerta é observar bem ambientes silvestres- troncos, folhas, gravetos - sempre que for executar alguma atividade, além do uso de luvas.
Abelhas e marimbondos são atraídos por sons, odores e cores, como barulhos de motores de aparelhos de jardinagem e de motores de popa. A recomendação é que, no campo, o trabalhador fique atento à presença de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tratores. As retiradas de colmeias devem ser feitas, preferencialmente à noite ou ao entardecer, momento em que os insetos estão calmos, com uso de roupa protetora, e principalmente por profissional competente.
Agência Brasil 07/11/2012

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Acidentes com animais peçonhentos aumentam 80% no verão, alerta Butantan


O Instituto Butantan fez um alerta sobre o aumento do número de acidentes com animais peçonhentos nos meses mais quentes do ano. De acordo com dados da entidade, de novembro a março, os acidentes com escorpiões, aranhas e serpentes crescem 80%.
“Com a maior quantidade de chuva, os esconderijos dos animais podem alagar, e ao deixarem o local, eles entram em contato com as pessoas. No verão, também há maior disponibilidade de presas porque mais insetos nascem nos meses quentes”, disse Marcelo Belini, biólogo do instituto.
Belini ressaltou que, em caso de picada de cobras, as pessoas devem lavar o local apenas com água e sabão, e procurar socorro médico em um hospital público, já que os privados não têm soros antiofídicos. Não é recomendado fazer torniquete, nem cortes e perfurações no local da picada. As pessoas também não devem tentar sugar o veneno.
“Para identificar serpentes peçonhentas no Brasil, a única maneira é observar, na cabeça do animal, entre o olho e a narina, a existência de um orifício, chamado fosseta loreal. Todas as serpentes peçonhentas brasileiras têm. A única exceção é a coral verdadeira”, disse o biólogo.
Quanto à ferroada de escorpião, a primeira medida que deve ser adotada é a de colocar compressas de água morna sobre a ferida, até a chegada ao serviço de saúde mais próximo. Em caso de picadas de aranhas e queimaduras de taturanas é importante não mexer no ferimento e procurar atendimento médico imediatamente.
O Instituto Butantan oferece um telefone de orientação em casos de emergência e acidentes com animais peçonhentos. O serviço funciona 24 horas por dia e orienta o cidadão sobre o local mais próximo para atendimento por meio do número (11) 3726 7962.
Agência Brasil 05/12/2011
A maioria das cobras peçonhentas encontradas no Brasil é da família “Viperidae” que se subdivide em três diferentes gêneros, onde encontramos as cascavéis, as jararacas e as surucucus e da família “Elapidae”a qual pertencem as cobras corais. Neste artigo vamos tratar destas 4 espécies de cobras venenosas, que são as mais comuns no Brasil.

Cobras Cascavéis

As cascavéis são reconhecidas especialmente pelo seu guizo que tem um som típico de chocalho. Existem diversas subespécies e são todas muito parecidas e venenosas. Chegam a medir 2 metros e são encontradas em toda América do Sul especialmente no Brasil nas regiões secas e nos campos abertos e arenosos das regiões sudeste, sul e no centro do país, sendo que sua maior incidência é em São Paulo. A cascavel só ataca quando se sente ameaçada, então se enrola toda e mantém parte do corpo erguida formando um “S”, vibrando a cauda vigorosamente e fazendo um som característico que pode ser escutado longe. Quando se coloca em posição de ataque é agressiva e dá um bote violento na vitima injetando seu veneno. Alimenta-se de ratos e outros pequenos mamíferos e é presa de outras cobras como a coral e a muçurana.

Cobras Jararacas

Com a denominação jararaca pode-se referir a uma cobra específica ou ao gênero Bothrops que engloba 20 espécies diferentes, inclusive a popular cobra cruzeira e a cobra papagaio, que vive é verde e vive nas arvores se alimentando de pássaros. No entanto a jararaca propriamente é uma cobra venenosa encontrada próxima de cerrados e especialmente nos campos cultivados, onde buscam seu alimento, que são os roedores. As jararacas são agressivas especialmente quando estão com filhotes e quando se sentem ameaçadas. São encontradas em quase todo o território brasileiro, do Rio Grande do Sul ao leste do Mato Grosso e chegam a produzir até 18 filhotes de cada vez.

Cobras Surucucus

A surucucu é a maior cobra venenosa encontrada no Brasil, podendo chegar a 4,0 metros de comprimento e algumas subespécies podem ser ainda maiores. Seu habitat natural são as florestas tropicais úmidas, portanto é encontrada na região norte do país, especialmente na floresta Amazônia. A surucucu se alimenta principalmente de roedores e tem hábitos noturnos. É um animal ameaçado de extinção.

Cobras Corais

As cobras corais são pequenas se comparadas com as outras espécies, medem de 15 até 60 centímetros, existem as corais verdadeiras que são muito venenosas e as corais falsas, que não são tão venenosas. São encontradas em todo o território brasileiro e devido as suas cores vermelho, preto e amarelo essa espécie é facilmente visível e normalmente se encontram embaixo de folhas, pedras, galhos, dentro de buracos ou troncos podres e velhos. Tem hábitos noturnos e ataca para se defender, no entanto seu veneno se espalha pelo corpo da vítima rapidamente e pode matar um adulto se não socorrido rapidamente.