sábado, 8 de março de 2025

Defesa Civil apresenta perspectivas climáticas para o Rio Grande do Sul até agosto

 










Mesmo sem previsão de desastres, Estado está reforçando efetivo da pasta e investindo em capacitação e tecnologias

A Defesa Civil estadual apresentou, na quinta-feira (6/3), ao governador Eduardo Leite, a perspectiva climática no Rio Grande do Sul para os próximos meses. Com base nos dados disponíveis até o momento, a tendência é de que não ocorram eventos meteorológicos extremos no primeiro semestre deste ano, ao contrário do que aconteceu em 2024. Os prognósticos apontam para uma configuração de condições climáticas típicas – ou seja, dentro da normalidade climática – entre março e agosto de 2025.

A análise, apresentada pela meteorologista Cátia Valente, do Centro de Operações da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, foi feita a partir de estudos de diversos institutos internacionais de meteorologia. A reunião, que ocorreu na sede do órgão, em Porto Alegre, também contou com a presença do chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Luciano Boeira.

“Observando-se as condições do Oceano Pacífico, que é o regulador do clima global, percebe-se que há uma transição para um quadro de neutralidade. Desse modo, a perspectiva é de que se tenha, para o outono que se aproxima, uma condição climática bastante diferente do ano passado, quando estávamos sob a influência de um El Niño, com intensidade variando entre moderado e forte”, afirmou Cátia.

No outono, chegarão as frentes frias que trazem chuvas e, com o passar dos dias, as massas de ar polar, que carregam o ar mais frio. “Em cada localidade, há fatores específicos, que ganharão predominância nesse período. Poderão acontecer chuvas pontualmente fortes, temporais localizados, alternados por dias frios e ensolarados e, até mesmo, quentes. Ou seja, poderão ocorrer eventos meteorológicos que resultem em transtornos com algum grau de severidade, mas não de forma extrema e generalizada como em 2024”, acrescentou a meteorologista.

Em relação às altas temperaturas que vêm afetando o Estado, a especialista explicou que, ainda que ocorram períodos quentes, não há previsão, a curto prazo, de uma onda de calor tão forte como a atual. Além disso, embora as previsões, neste momento, não indiquem a possibilidade de eventos extremos, a Defesa Civil do Estado seguirá realizando um monitoramento constante, pois pode haver alterações, geradas, principalmente, pelo aquecimento do Oceano Atlântico, que é um importante regulador do clima e exerce grande influência sobre o Rio Grande do Sul.

"A Defesa Civil realiza um monitoramento contínuo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, com o objetivo de manter a população constantemente informada. Reafirmamos nosso compromisso em aprimorar progressivamente os serviços e ações de prevenção a desastres”, ressaltou o coronel Luciano Boeira.

Fortalecimento da Defesa Civil

Durante o encontro, Leite também recebeu atualizações sobre o andamento dos projetos de qualificação da Defesa Civil, visto que há diversas ações em andamento.

“Diante dos desafios que enfrentamos, temos revisitado nossos métodos, ferramentas e estrutura. Estamos avançando no reforço do efetivo da Defesa Civil, na implantação do Cegird [Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres] e no emprego de novas tecnologias. Queremos dar novos passos, também, na cultura de prevenção e resiliência”, destacou o governador.

Por meio do Plano Rio Grande, serão destinados mais de R$ 550 milhões para aprimorar os serviços da Defesa Civil estadual. Nos próximos meses, serão abertos os editais de licitação para construção do Cegird e de nove Centros Regionais de Proteção e Defesa Civil no interior do Estado.

As ações abrangem, também, melhorias no sistema de monitoramento, modernização de equipamentos, reforço do corpo técnico e da infraestrutura, expansão da capacidade logística, ampliação da frota, dentre outras evoluções significativas. A Defesa Civil também vem realizando capacitações para os municípios gaúchos sobre gestão de riscos e desastres, além de estar desenvolvendo protocolos de emergência, juntamente com a Secretaria da Reconstrução Gaúcha.

Texto: Juliana Dias/Secom
Edição: Secom

sexta-feira, 7 de março de 2025

Entenda a relação dos impactos climáticos com a vida cotidiana

 








Em três décadas, 92% das cidades brasileiras registraram desastres


Em um único dia, Luiz Antônio Ceccon viu toda sua história de vida e o seu trabalho, na Ilha da Pintada, em Porto Alegre (RS), serem levados pelas águas do Rio Jacuí.


Luiz Antônio Ceccon e sua esposa abrigados no Ginásio Elyseu Quinhones, em Eldorado do Sul (RS) em junho de 2024 - Bruno Peres/Agência Brasil

“Eu tinha criação de animais, eu era pescador, perdi barco, perdi rede. Eu tinha criação de bicho, ovelha, cabrito, porco, perdi tudo. Porque minha casa era meio longe aqui da ilha, para chegar lá só de barco. Eu perdi os pés da minha casa na Mexiana, dentro da Ilha da Pintada, e tudo que tinha dentro. Aqui na Picada, eu perdi também tudo que tinha dentro, que é uma casa de aluguel onde minha mulher ia abrir uma floricultura. Perdemos tudo.”

Luiz e a esposa são sobreviventes das chuvas e enchentes que, em maio de 2024, devastaram 468 municípios do Rio Grande do Sul e atingiram mais de 2,34 milhões de pessoas, deixando 183 mortos, 806 feridos e 27 desaparecidos.


Líder comunitário de Tumbira, Roberto Macedo - Agência Brasil

Já no Norte do país, poucos meses antes, em fevereiro do mesmo ano, a Comunidade de Tumbira, no município de Iranduba (AM), começava a se recuperar de um longo período de estiagem, mais forte e longo que nos anos anteriores.

Sem chuvas, o Rio Negro atingiu um dos níveis mais críticos das últimas décadas, em setembro de 2023. Nos meses seguintes, as 140 famílias de Tumbira – que têm no turismo a principal forma de subsistência – foram afetadas drasticamente.

“Fumaça, calor acima da média, o rio seco, as ilhas de capim e o Cauxim – que é um fenômeno que deixa um [material] orgânico no rio quando ele seca além do normal, pega o sol, e vira tipo assim um pozinho que dá alergia nas pessoas”, conta o líder comunitário Roberto Macedo sobre o que chama de sequelas da seca.

Relatório


O pesquisador Ronaldo Christofoletti, do Instituto do Mar, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que o dia a dia dessas pessoas foi afetado pelo que denominou "desastres climáticos", no primeiro relatório da série Brasil em Transformação, que analisa como os desastres naturais no país são intensificados pelas mudanças climáticas ocorridas em todo o planeta.

“Tem um dado ali que chama muita atenção, quando a gente olha que 92% dos municípios brasileiros já registraram desastres, já foram afetados de alguma forma e que está aumentando de frequência”


Termômetros marcaram 46°C em um dia de calor intenso no Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil

O estudo cruzou dados do Climate Change Institute, da Universidade do Maine, que evidenciam o aumento gradual da temperatura planetária tanto no ar, quanto no oceano; com os números do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, dos últimos 32 anos (1991 a 2023).

A partir desses dados, os pesquisadores concluíram que para cada aumento em 0,1 grau Celsius (°C) na temperatura média global do ar, houve um aumento de 360 registros de desastres.

Quando o mesmo aumento ocorreu nos oceanos, houve um crescimento foi de 584 registros. Isso representou um crescimento médio de 100 ocorrências ao ano no Brasil, no período compreendido entre 1991 a 2023.

Ao longo desse período, o estudo identificou 64.280 desastres climáticos e os classificou de acordo com cinco tipos de registro:climatológicos, para os relacionados a seca (estiagens, incêndios florestais e baixa umidade do ar);
hidrológicos, pra os relacionados a cheias (enxurradas, inundações e alagamentos);
meteorológicos, relacionados a mudanças de temperatura (ondas de frio, calor, ciclones, ventos costeiros);
geológicos, para os relacionados a deslocamento de massa (deslizamentos, terremotos e erosão); e
biológicos, para os relacionados ao desequilíbrio de espécies (epidemias e infestações).

“Quando você passa a ter alterações ambientais mais amplas, como desmatamento, poluição e enriquecimento de águas por nutrientes, você passa a beneficiar a proliferação de vários agentes infecciosos. De vírus, de bactérias e assim segue. Então, a partir daí, esse é um desastre biológico, porque ele não aconteceria naturalmente”, explica o pesquisador.

Do total de desastres climáticos, 49,8% foram climatológicos. Outros 26,58% foram hidrológicos; 19,87% foram classificados como desastres meteorológicos; 3,32% desastres geológicos e, por fim, os desastres biológicos somaram 0,35% dos registros entre 1991 e 2023.

Prejuízos

Os pesquisadores também concluíram que a cada aumento 0,1°C na temperatura média global do ar, houve um prejuízo econômico estimado de R$5,6 bilhões no país.

“Todos esses dados de prejuízo econômico, a gente pode afirmar, com certeza, que são subestimados. A gente sabe que é mais do que isso, porque o dado que a gente usou para avaliar o impacto econômico é apenas aquele que as prefeituras lançam na plataforma de desastre da Defesa Civil”, explica o Christofoletti.

Para o pesquisador, os impactos econômicos chegam à população duas vezes: uma de forma mais direta, quando os efeitos dos desastres climáticos afetam os bens, a moradia e a forma produtiva das pessoas; e uma segunda vez, quando o poder público precisa redirecionar recursos para as necessidades emergenciais criadas.


“Esse é um dinheiro de gasto público para reconstruir para reformar, recuperar as cidades, que é dinheiro que poderia estar indo para educação, saúde, em benefícios da sociedade, mas está sendo usado para reconstruir cidade.”

Há ainda os impactos sociais que alcançam cada vez mais pessoas, revelou o estudo. Nos últimos quatro anos da pesquisa, período entre 2020 e 2023, quase 78 milhões de pessoas foram afetadas por desastres climáticos, o equivalente a 70% do número de afetados nos dez anos anteriores, entre 2010 e 2019.


Hangar da Base Aérea de São Paulo com doações para o Rio Grande do Sul - Rovena Rosa/Agência Brasil

De acordo com o pesquisador, esses números se traduzem em impactos sociais que vão além do número de vítimas contabilizadas entre mortos, feridos e afetados. Christofoletti cita ainda as perdas emocionais não contabilizadas dessas vítimas.

“Aquela casa, principalmente para populações mais vulneráveis, ela vinha da mãe, do avô, do bisavô. Aquilo tinha história das pessoas lá dentro. São perdas que não são mensuráveis e tem um impacto de saúde mental muito grande.”

Segundo o pesquisador, outro estudo desenvolvido pela equipe do instituto da Unifesp apontou que 62% das pessoas entrevistadas sentem medo em dias com previsão de chuva intensa na sua região.

“Quando você tem 62% da população falando 'Eu sinto medo quando vai chover!', a gente já está falando de um impacto de saúde mental. As pessoas passam a ter medo e isso é um impacto muito forte, seja pela perda daqueles bens, que não é pelo dinheiro em si mas pelas memórias e pelo valor afetivo que eles têm, seja como isso está afetando a saúde mental propriamente”.

De acordo com a equipe, esses temas serão detalhados nas próximas publicações da série que, inicialmente, detalhará cada tipo de desastre e analisará seus impactos de forma mais específica.

“Nesse primeiro relatório a gente teve que analisar esses desastres todos juntos. Então assim, o pacote total de desastres, porque eles têm essa classificação ampla. Agora o passo que a gente vai dar, que a gente já está finalizando a primeira parte, é explorar desastre por desastre.”

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 6 de março de 2025

Gelo nas regiões polares atinge a menor extensão já registrada

 








No Ártico, tamanho ficou 8% abaixo da média para o mês de fevereiro

A extensão global do gelo marinho atingiu um novo mínimo histórico no início de fevereiro de 2025 ficando durante todo o mês abaixo do recorde anterior, batido no mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6), pelo Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia, e combina a medição por satélite do Ártico e Antártico, nos Polos Norte e Sul respectivamente.

O gelo marinho do Ártico ficou 8% abaixo da média para o mês, atingindo a menor extensão já registrada neste período em que costuma estar próximo a extensão máxima, após uma sequência de três recordes consecutivos nos últimos meses.

Já o gelo marinho Antártico atingiu a quarta extensão mensal mais baixa para fevereiro, ficando 26% abaixo da média. Ao contrário do Polo Norte, nesse período do ano, a extensão de gelo do Pólo Sul está próxima de atingir o mínimo anual e, caso não haja um novo recorde em março, esta será a segunda menor extensão de gelo já registrada em todos os meses na Antártica.

Temperatura

De acordo com a análise de dados do Copernicus, o mês de fevereiro de 2025 registrou temperatura média do ar na superfície de 13,36 graus Celsius (°C), o que representa alta 0,63°C em relação à média para o mês, calculada a partir de 1991 até 2020. Esse foi o terceiro registro mais quente para o mês.

Quando comparado ao período pré-industrial (1850-1900), fevereiro de 2025 ficou 1,59°C acima da média. Foi o 19º mês, dos últimos 20 meses, em que a temperatura média global do ar ficou 1,5°C acima do nível pré-industrial.

“Uma das consequências de um mundo mais quente é o derretimento do gelo marinho, e o recorde ou quase recorde de baixa cobertura de gelo marinho, em ambos os polos, empurrou a cobertura global de gelo marinho para um mínimo histórico”, explica Samantha Burgess, responsável estratégica pelo clima no Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês).

A temperatura média da superfície do mar para fevereiro foi de 20,88ºC, considerando as zonas temperadas e intertropical, a cerca de 10 metros de profundidade. De acordo com o Copernicus, esse é o segundo valor mais alto para o mês, ficando apenas 0,18°C abaixo da temperatura medida no mesmo mês de 2024.

Seca

No segundo mês de 2025, a Europa registrou chuvas predominantemente abaixo da média e também índice de umidade do solo abaixo da média em grande parte da Europa Central e Oriental, no Sudeste de Espanha e na Turquia.

Segundo os dados do Copernicus, o tempo também esteve mais seco do que a média na maior parte da América do Norte, no Sudoeste e Centro da Ásia, na parte oriental da China e na maior parte da Austrália e da América do Sul, tendo a Argentina registrado incêndios florestais.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 5 de março de 2025

Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforça a importância da vacinação para prevenir a coqueluche




Crianças, gestantes e profissionais devem se vacinar

Em 2024, o Rio Grande do Sul registrou 430 casos de coqueluche, o maior número desde 2013, quando foram confirmados 517 casos. O Estado também voltou a registrar no ano passado um óbito da doença, o que não acontecia desde 2017, ano em que foram registradas três mortes. Em 2025, já foram confirmados 75 casos de coqueluche e, entre eles, um óbito.

A principal medida de prevenção contra coqueluche é a vacinação. O calendário vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde é de três doses com a vacina pentavalente (aos dois, quatro e seis meses de idade), um reforço aos 15 meses e um segundo reforço aos quatro anos com a tríplice bacteriana, que pode ser aplicada até os sete anos incompletos.

Outra estratégia utilizada na prevenção da coqueluche é vacinar todas as gestantes com a vacina tríplice bacteriana acelular tipo adulto (dTpa). Essa vacina deve ser administrada a cada gestação, a partir da 20ª semana até, preferencialmente, 20 dias antes da data provável do parto.

A vacinação também é indicada para profissionais e estagiários da área da saúde que atuam em serviços públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, nas áreas de ginecologia e obstetrícia, parto e pós-parto, berçários e pediatria. A imunização é indicada ainda para parteiras tradicionais, doulas e trabalhadores de creches e berçários que atendem a crianças de até quatro anos.

Aumento de casos no Brasil

No Brasil em 2024 foram registrados 28 óbitos por coqueluche e mais de 7,1 mil casos, o maior número de casos desde 2014. Em 2025 (com dados atualizados até 7 de fevereiro), são 311 casos confirmados e três óbitos, um no Rio Grande do Sul e dois em Minas Gerais. Os dados nacionais podem ser consultados no painel do Ministério da Saúde.

Perfil dos casos

A faixa etária formada por crianças menores de um ano de idade representou 24% dos casos de coqueluche no Rio Grande do Sul em 2024. Muitas crianças nessa idade ainda não tem o esquema vacinal completo. O óbito registrado no Estado em 2024 foi de uma criança nessa faixa etária e residente em Camaquã.

Pré-adolescentes, entre 10 e 14 anos, representaram 22,59% dos casos, sendo a segunda faixa etária mais frequente. O óbito de 2025 é de um adolescente de 15 anos, que possuía outras comorbidades, morador de Horizontina.

Coqueluche

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por uma bactéria, a Bordetella Pertussis. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, traqueia e brônquios.

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato com a pessoa doente, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. O período de incubação, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir outros exames, como a coleta da secreção da nasofaringe para técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) ou cultura da bactéria, hemograma e raio-x de tórax.
Série histórica de dados de coqueluche no RS, 1999 - 2025*

Ano – casos confirmados / óbitos1999 – 3 / 1
2000 – 4 / 0
2001 – 42 / 0
2002 – 60 / 0
2003 – 92 / 4
2004 – 276 / 5
2005 – 191 / 5
2006 – 113 / 2
2007 – 129 / 0
2008 – 207 / 1
2009 – 128 / 0
2010 – 106 / 0
2011 – 150 / 2
2012 – 772 / 10
2013 – 517 / 2
2014 – 260 / 1
2015 – 127 / 0
2016 – 111 / 2
2017 – 318 / 3
2018 – 167 / 0
2019 – 65 / 0
2020 – 11 / 0
2021 – 11 / 0
2022 – 37 / 0
2023 – 22 / 0
2024 – 430 / 1
2025* – 75 / 1

Fonte: 1999 a 2006 – NEP e 2007 a 2025-Sinan/Cevs/SES-RS. Dados sujeitos a alteração.

*2025 - até Semana Epidemiológica 08 – 22/2/25

Faixa etária dos casos confirmados em 2024 no RSMenores 6 meses - 15,06%
Maiores de 6 meses e menores de 1 ano - 8,94%
Menores 1 ano - 24%
1-4 anos - 12%
4-9 anos - 11,29%
10-14 anos - 22,59%
15-19 anos - 8,00%
20-29 anos - 4,71%
30-39 anos - 5,18%
40-49 anos - 4,47%
50-59 anos - 4,24%
60-69 anos - 2,59%
70-79 anos - 0,71%
80-89 anos - 0,24%

Texto: José Luís Zasso/Ascom SES
Edição: Secom

terça-feira, 4 de março de 2025

Um a cada três brasileiros vive com obesidade, mostra relatório global

 











Dados são do Atlas Mundial da Obesidade 2025


Aproximadamente um a cada três brasileiros, 31%, vive com obesidade e essa porcentagem tende a crescer nos próximos cinco anos. No país cerca da metade da população adulta, entre 40% e 50%, não pratica atividade física na frequência e intensidade recomendadas.

Os dados são do Atlas Mundial da Obesidade 2025 (World Obesity Atlas 2024), da Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation – WOF), lançado nessa segunda-feira (3).

O relatório mostra que, no Brasil, 68% da população tem excesso de peso e, dessas, 31% tem obesidade e 37% tem sobrepeso. O Atlas traz ainda uma projeção de que o número de homens com obesidade até 2030 pode aumentar em 33,4%. Entre as mulheres, essa porcentagem pode crescer 46,2%.

O sobrepeso e a obesidade podem trazer riscos. Segundo o Atlas, 60,9 mil mortes prematuras no Brasil podem ser atribuídas as doenças crônicas não transmissíveis devido ao sobrepeso e obesidade, como diabetes tipo 2 e Acidente Vascular Cerebral (AVC) – a informação é baseada em dados de 2021.

Diante desse cenário, o endocrinologista Marcio Mancini, diretor do Departamento de Tratamento Farmacológico da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), diz que o Brasil precisa tratar o sobrepeso e a obesidade com uma questão de saúde pública.


“É um problema de saúde pública, não dá mais para responsabilizar um indivíduo. Não dá para falar para aquela pessoa que sai às 5h da manhã de casa e chega em casa às 21h, que passa várias horas em transporte público, para comer mais frutas e legumes e ir para academia fazer exercício”, defende. “O problema de saúde pública tem que ser enfrentado com medidas de saúde pública”, enfatiza.

Ele cita exemplos de medidas como aumentar as taxas de bebidas açucaradas como formas de conscientizar a população e colocar avisos nos rótulos dos alimentos de que aquele produto possui altas taxas de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. Mas reforça que ainda são necessárias outras ações, como reduzir os preços de alimentos saudáveis e campanhas permanentes nas escolas.

“Tem um dia por ano que se fala de alimentação saudável na escola. Isso não adianta absolutamente nada. Ninguém vai mudar a sua alimentação por escutar uma vez do ano alguma coisa sobre a alimentação saudável. Tem muito a ser feito”, diz o médico.

Ele acrescenta que até mesmo medidas de segurança pública e urbanismo podem incentivar e permitir que a população tenha uma melhor qualidade de vida.


“Até mesmo violência urbana, iluminação urbana [têm impacto] porque as pessoas têm medo de andar na rua. As pessoas poderiam usar menos o carro e usar transporte público, se o transporte público fosse de qualidade”, diz. “Ter parques em todas as regiões da cidade, não só em regiões privilegiadas, ter calçadas adequadas para as pessoas caminharem. Vai muito além de só falar para a pessoa, olha, coma direito e vá se movimentar”.

Situação no mundo

De acordo com o Atlas, atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com obesidade. Projeções indicam que esse número pode ultrapassar 1,5 bilhão até 2030, caso medidas efetivas não sejam implementadas.

O relatório mostra que dois terços dos países estão despreparados para lidar com o aumento dos níveis de obesidade, com apenas 7% tendo sistemas de saúde adequadamente preparados.


A obesidade está ligada a 1,6 milhão de mortes prematuras anuais por doenças não transmissíveis, superando as fatalidades em acidentes de trânsito. A Federação Mundial da Obesidade calcula um possível aumento de 115% na obesidade entre 2010 e 2030, e pede que a questão seja tratada por “toda a sociedade", com políticas como rotulagem de alimentos, tributação e promoção da atividade física.

O relatório mostra que os índices brasileiros são melhores que os dos Estados Unidos, por exemplo, com 75% da população com excesso de peso e, dentro desse grupo, 44% das pessoas com obesidade. Mas, na outra ponta, são piores que países como a China, com 41% da população com excesso de peso e, desses, 9% com obesidade.

“Apesar de a alimentação do brasileiro estar piorando ano a ano, cada vez se come menos arroz e feijão e se come mais esses alimentos processados, o Brasil não come tanto ultraprocessado como os Estados Unidos, por exemplo. É o momento de tentar reverter esse cenário”, defende Mancini.

Mudar o Mundo Pela Saúde

Diante desses dados, a campanha Mudar o Mundo Pela Saúde busca mobilizar governos, organizações de saúde e toda a sociedade para promover mudanças. Esta terça-feira (4) é o Dia Mundial da Obesidade, que buscar conscientizar população e governos sobre a obesidade.

Como parte da campanha no Brasil, a Abeso, em parceria com a Sociedade SBEM, lança o e-book gratuito Mudar o Mundo Pela Nossa Saúde, que tem como objetivo analisar e propor mudanças em políticas públicas, iniciativas privadas e diversos setores para criar sistemas mais eficazes na prevenção e tratamento da obesidade.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 3 de março de 2025

CNPq anuncia vencedoras do Prêmio Mulheres e Ciência

 







Premiação acontece no dia 12 de março em Brasília

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou as vencedoras da primeira edição do Prêmio Mulheres e Ciência. O objetivo é reconhecer e enaltecer a contribuição das mulheres para o avanço da ciência no Brasil.

A entrega do prêmio acontecerá no dia 12 de março, na sede do CNPq, em Brasília.

Em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o British Council, o Ministério das Mulheres e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, a premiação oferece cerca de R$ 500 mil em dinheiro, prêmios e benefícios para pesquisadoras e empresas que promovem a diversidade, através da participação de mulheres em áreas da ciência, inovação e tecnologia.

A iniciativa é estruturada em três categorias:Estímulo: voltada para pesquisadoras com até 45 anos e tem prêmios de R$ 20 mil.
Trajetória: para cientistas com 46 anos ou mais, com prêmios de R$ 40 mil.
Mérito Institucional - voltada para empresas, oferece R$ 50 mil para instituições que se destacaram na aplicação de ações de igualdade de gênero.

Cada categoria contempla três vencedoras, uma em cada grande área do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes.

Confira as vencedoras e categorias.

Na categoria Estímulo:Ciências da Vida: Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá - Instituto Nacional de Câncer (INCA);

Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Patricia Takako Endo - Universidade de Pernambuco (UPE);

Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Marina Alves Amorim - Fundação João Pessoa (FJP);

Na categoria Trajetória:Ciências da Vida: Camila Cherem Ribas - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA);

Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Mariangela Hungria da Cunha - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);

Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Debora Diniz Rodrigues - Universidade de Brasília (UnB).

Na categoria Mérito Institucional, foram contemplados:

Universidade Federal Fluminense (UFF),
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)

Fonte: Agência Brasil

domingo, 2 de março de 2025

Neurite vestibular: entenda a causa de internação de Dilma Rousseff

 











Inflamação do nervo do labirinto causa muita vertigem

Uma doença que não oferece risco à vida, mas causa extremo desconforto. Assim é a neurite vestibular, ou a inflamação do nervo do labirinto, doença que levou a ex-presidenta do Brasil e atual presidenta do banco do Brics, Dilma Rousseff, a ser internada em um hospital de Xangai, na China, onde ela mora.

O labirinto é uma pequena estrutura que fica dentro dos nosso ouvidos, mas tem uma grande importância, como explica a otoneurologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia, Lisandra Arima:

"Hoje a gente fala que o labirinto é um sexto sentido, porque ele é um sensor de movimento, ele percebe a aceleração da cabeça. Associado à visão e ao tato, ele faz parte de um sistema maior, que é o equilíbrio".

A médica conta que as pessoas têm um labirinto direito e um esquerdo e cada um tem dois nervos. "Qualquer um desses dois nervos pode ficar inflamado e perder sua função".

De acordo com o otoneurologista Márcio Salmito, geralmente o paciente com neurite vestibular precisa de cuidados emergenciais porque fica temporariamente incapacitado pelos sintomas.

"Ele tem, de uma hora para outra, uma crise de vertigem, aquela sensação de que está tudo girando, como se estivesse no liquidificador, de forma bem intensa. E isso vem junto com muito mal-estar. A maioria das pessoas que tem neurite vestibular fala que foi a pior coisa que já sentiu na vida", relata o médico, que é presidente da Academia Brasileira de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.

Causas e tratamento

Márcio Salmito explica que o diagnóstico geralmente é feito com base nos sintomas, já que somente em alguns casos é possível verificar a inflamação em exames de ressonância magnética. A vertigem também é acompanhada de aceleração dos batimentos cardíacos, palidez, suor frio e vômitos frequentes, que podem causar desidratação.

A inflamação geralmente ocorre por infecção viral, inclusive influenza e covid-19. Por isso, o tratamento tradicional é feito com o controle dos sintomas e a administração de anti-inflamatórios a base de corticóides.

Apesar de não oferecer risco à vida, a doença pode deixar sequelas, de acordo com otoneurologia Márcio Salmito: "Tem três possibilidades: o labirinto pode voltar ao normal, como se nada tivesse acontecido; a segunda possibilidade, que é a mais comum, é o labirinto não voltar mais ao normal, e no entanto, a pessoa conseguir, pelo mecanismo de compensação vestibular, ficar totalmente sem sintomas; e a terceira possibilidade é a pessoa não conseguir compensar e desenvolver um quadro de tontura crônica"

Por causa da idade - 77 anos - Dilma tem mais chances de ficar com a função do labirinto prejudicada. Isso porque, de acordo com Salmito, o mecanismo de compensação - que faz com que a estrutura do ouvido saudável assuma a função do ouvido atingido - piora com o passar dos anos.

Mas, quando o paciente demora ou não consegue se recuperar, é possível intervir com exercícios de reabilitação vestibular ou medicamentos. Além disso, a otoneurologista Lisandra Arima lembra que a vertigem pode ter consequências secundárias, especialmente em idosos: "a habilidade de se movimentar pode cair um pouco, o que aumenta o risco de acidentes, quedas e fraturas"

Outras doenças

A médica do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia destaca ainda que a neurite vestibular causa sintomas tão intensos que dificilmente a pessoa deixará de procurar atendimento médico, mas todas as tonturas e vertigens devem ser investigadas:

"Muitos pacientes acabam tomando remédio para o labirinto, sem saber exatamente qual é a doença que está por trás. Pode ser um AVC, que a gente tem que investigar a parte vascular, ou uma crise de migrânea vestibular, que é uma tontura associada com a enxaqueca."

"Algumas doenças são mais arrastadas, aí o paciente consegue entender que aquele movimento não é confortável, e passa a evitar o movimento que dá tontura. Então, no dia a dia, ele vai convivendo com a tontura, porque ele cria mecanismos para não ter aquele desconforto. Mas em alguns casos, quando a gente examina, consegue flagrar que existe uma tontura muito importante e que precisa de um tratamento específico.", aconselha a especialista.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 1 de março de 2025

Dia Mundial das Doenças Raras reforça importância do teste do pezinho

 








Exame deve ser feito após 48 horas e antes do quinto dia vida do bebê

O teste do pezinho é a melhor forma de identificar diversas doenças raras de forma precoce e intervir antes que elas provoquem sequelas graves, ou até levem à morte. No entanto, sua cobertura está longe da ideal no Brasil, com grandes diferenças regionais, afirmam especialistas.

Os indicadores de triagem neonatal mais recentes publicados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2020, mais de 80% dos bebês fizeram o teste, mas apenas 58% tiveram o sangue colhido até o quinto dia de vida, que é o ideal. Mesmo em 2019, antes da pandemia de covid-19, o índice não chegou a 60%.

Conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, há estados, como Piauí e Pernambuco, onde apenas 24% dos nascidos vivos tiveram a coleta realizada na primeira semana de vida, enquanto em Brasília, a proporção sobe para 97%.

Segundo a professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Tânia Bachega, é importante que o teste seja feito depois de 48 horas, mas antes do quinto dia de vida do bebê.

"Pela metodologia de análise dos exames, não dá para colher o teste antes porque daria falso negativo para bebês afetados, mas tem que ser realizado logo porque o teste do pezinho é um exame que detecta a suspeita. Se der positivo, rapidamente, o bebê deve fazer um exame mais preciso confirmatório. Se confirmou, é encaminhado para a rede especializada, onde ele vai receber o tratamento e a medicação."

A médica explica que, nos locais onde o período de internação pós-parto é de pelo menos 2 dias, os próprios hospitais costumam colher o sangue do pezinho do bebê antes que mãe e filho tenham alta. Mas quando a família deixa a maternidade antes, é preciso procurar uma unidade de saúde no tempo certo.

Tânia é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e especialista em uma das doenças detectadas pelo teste do pezinho, a hiperplasia adrenal congênita, uma condição que pode levar o bebê à morte por desidratação em poucos dias, mas, se for diagnosticada logo, o tratamento é acessível e pode garantir que o bebê se desenvolva sem qualquer sequela.

"A hiperplasia adrenal congênita ocorre em um de cada 10 mil nascimentos e é uma doença das glândulas adrenais que ficam em cima dos rins e produzem um hormônio essencial para manter a vida, que é o cortisol. O bebê perde sal, perde água, desidrata e, frequentemente, entra em choque e morre. E, quando está em choque, os pediatras confundem com septicemia, com infecção generalizada, e uma única injeção com uma dose pequena de cortisona salva o bebê", afirma a professora da USP.

Outra doença hormonal rara que pode ser detectada pelo teste do pezinho é o hipotireoidismo congênito, "a causa mais frequente de deficiência intelectual grave que pode ser totalmente evitável com tratamento precoce", diz Tânia Bachega. Para não haver risco de sequelas, o bebê precisa ser diagnosticado e começar a receber o hormônio da tireoide com menos de 30 dias de vida.

No entanto, de acordo com a especialista, além de muitos bebês não serem testados no momento certo, é comum que se passem alguns dias até que o material seja transportado para os laboratórios de referência e mais alguns até que o resultado retorne à unidade de saúde. E nem sempre a família é chamada para buscar o laudo imediatamente.

Por isso, Tânia Bachega diz que o governo federal precisa intensificar a fiscalização, para saber se os estados e municípios estão cumprindo as normas do Programa Nacional de Triagem Neonatal, instituído em 2001. A médica acrescenta que as verbas federais para a aquisição de kits de testagem precisam ser reajustadas, para evitar desabastecimento.

O Ministério da Saúde foi procurado para falar sobre a situação, mas ainda não respondeu.

Atualmente, sete doenças podem ser diagnosticadas pelo teste do pezinho, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita. Algumas unidades federativas, porém, oferecem exames ampliados que identificam até 62 doenças, como é o caso do Distrito Federal.

Em 2021, entrou em vigor uma lei que amplia o teste do pezinho para detectar até 50 doenças. Entretanto, isso será feito de maneira escalonada e, por enquanto, apenas a toxoplasmose congênita entrou no painel básico de exames.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Entenda como funcionará Pix por aproximação

 







Oferta da ferramenta será obrigatória a partir desta sexta

A partir desta sexta-feira (28), as instituições financeiras serão obrigadas a oferecer mais uma modalidade de transferência via Pix que dispensa a necessidade de digitar a senha bancária. A oferta do Pix por aproximação passa a ser obrigatória, neste momento apenas para celulares Android.

Com a funcionalidade, basta o cliente encostar o celular na maquininha de cartão e fazer o Pix por meio da tecnologia Near Field Communication (NFC). Nas compras pela internet, o Pix será concluído com apenas um clique, sem a necessidade de captar o Código QR ou usar a função Copia e Cola do Pix. O processo será executado dentro do site da empresa vendedora.

O valor máximo por transação será R$ 500. O cliente poderá diminuir o limite por operação e criar um valor máximo por dia para essa modalidade do Pix.

O procedimento é semelhante ao utilizado com cartões de crédito e de débito, cujos pagamentos por aproximação têm se expandido no país. Em setembro do ano passado, 65% dos pagamentos presenciais foram feitos por aproximação, por cartões ou outros dispositivos, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Até agora, o Pix por aproximação estava em fase de testes. Entre os bancos e instituições de pagamento que testavam a tecnologia estão Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, C6, Itaú, PicPay e Santander. Um total de 12 marcas de maquininhas firmaram parceria com o Google para estender o pagamento por aproximação ao Pix: Azulzinha, Bin, Cielo, Fiserv, Getnet, Mercado Pago, Pagbank, Rede (que pertence ao Itaú), Safra Pay, Sicredi, Stone e Sumup.

Com a obrigatoriedade da oferta, todas as instituições financeiras associadas ao open finance, que envolve o compartilhamento de dados entre elas, terão de estar no Google Pay (carteira digital do Google) e ofertar o Pix por aproximação. Isso ocorre porque, até o momento, apenas o Google Pay está cadastrado no Banco Central (BC) como iniciadora de pagamento.

Como a Apple Pay e a Samsung Pay não estão registradas no BC, o Pix por aproximação estará disponível apenas para os dispositivos móveis do sistema Android, que usam o Google Pay. Pelo menos dois bancos, Bradesco e Banco do Brasil, oferecem a tecnologia dentro de seus aplicativos. A expectativa é que outros bancos passem a oferecer a funcionalidade em seus aplicativos a partir desta sexta.

Como habilitar o celular e o Google Pay

• Habilitar a tecnologia NFC no celular, na abas “Configurações” e, em seguida, “Conexões” ou “Dispositivos conectados;

• Abrir o aplicativo Carteira do Google;

• Clicar em “Adicionar à carteira”, na parte inferior do aplicativo;

• Clicar em “Cartão de pagamento”;

• Clicar em “Novo cartão de débito ou de crédito”;

• Seguir as demais instruções.

Como usar o Pix por aproximação com carteira digital

• Com a conta bancária associada ao Google Pay, pedir o pagamento via Pix ao estabelecimento com maquinhas que ofereçam a tecnologia;

• Aproximar o celular desbloqueado do Código QR exibido na maquininha;

• Confirmar a transação na tela do celular;

• Confirmar a proteção cadastrada no celular – impressão digital, reconhecimento facial, senha do celular ou chave de segurança;

• Transação concluída.

Como usar o Pix por aproximação no aplicativo do banco

• Abrir o aplicativo do banco e escolher a opção “Pix por aproximação”;

• Aproximar o celular do Código QR exibido na maquininha;

• Seguir as demais instruções do aplicativo;

• Procedimento pode variar conforme a instituição financeira. No Banco do Brasil, o aplicativo pedirá a senha bancária para transações acima de R$ 200.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Governo do Estado do Rio Grande do Sul abre seleção para bolsistas do Programa Alfabetiza Tchê

 

Inscrições até o dia 14 de março, prevendo formação continuada de professores e pagamento de bolsa mensal

O governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), publicou três editais para seleção de bolsistas do Programa Estadual de Apoio à Alfabetização, conhecido como Alfabetiza Tchê. Criada em 2021, a iniciativa é uma política pública que busca garantir que todos os estudantes gaúchos de escolas municipais e estaduais estejam plenamente alfabetizados até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.

As inscrições estão abertas até o dia 14 de março, prevendo a formação continuada de professores alfabetizadores, que irão aprimorar teorias e práticas pedagógicas ao longo de 2025, além de receber uma bolsa mensal. A formação ocorre em cascata: formadores estaduais capacitam os formadores regionais, que repassam o conhecimento aos formadores municipais, responsáveis pelo treinamento dos professores.

Os editais preveem vagas para três níveis de atuação: estadual, regional e municipal, com diferentes perfis, cargas horárias e valores de bolsa.Bolsista estadual

Perfis: formador(a) estadual de alfabetização e consultor(a) externo(a) estadual de alfabetização.
Requisitos: formação superior em Pedagogia ou Letras, especialização em alfabetização e experiência mínima de três anos em regência de classe nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Carga horária: 80 horas/mês (formador estadual) e 60 horas/mês (consultor externo).
Valor da bolsa: R$ 4.000,00 (formador estadual) e R$ 3.000,00 (consultor externo).
Vagas: duas (uma para cada perfil).Bolsista regional

Perfil: formador(a) regional de alfabetização.
Requisitos: formação superior em Pedagogia ou Letras, especialização em alfabetização, experiência mínima de três anos em regência de classe e atuação como formador(a) de professores nos anos iniciais.
Carga horária: 24 horas/mês.
Valor da bolsa: R$ 1.000,00.
Vagas: 30 (uma por Coordenadoria Regional de Educação).Bolsista municipal

Perfil: formador(a) municipal de alfabetização.
Requisitos: formação superior em Pedagogia ou Letras, experiência comprovada em alfabetização e atuação como servidor público estadual ou municipal.
Carga horária: 16 horas/mês.
Valor da bolsa: R$ 600,00.
Vagas: 759 (distribuídas entre os municípios gaúchos).

Processo seletivo

A seleção ocorrerá em duas etapas: análise de currículo e memorial descritivo. Os candidatos serão avaliados com base na formação acadêmica, experiência profissional e atuação na área de alfabetização. A pontuação máxima é de dez pontos, com critérios de desempate que priorizam maior carga horária como formador, maior titulação e idade (idosos acima de 60 anos têm prioridade).

Cronograma

Inscrições: até 14 de março de 2025.
Divulgação dos resultados preliminares: de 31 de março a 2 de abril de 2025.
Prazo para recursos: 3 de abril de 2025.
Resultado final: 9 a 11 de abril de 2025.
Assinatura do Termo de Compromisso: 14 a 18 de abril de 2025.
Início das atividades: Abril de 2025.

As inscrições devem ser feitas por meio de formulários on-line, que podem ser acessados na página do edital específico para cada nível de atuação (estadual, regional e municipal). Os candidatos devem anexar documentos comprobatórios, como currículo Lattes, certificados de formação e declarações de experiência profissional.Nível estadual
Nível regional
Nível municipal

As bolsas não têm caráter remuneratório e não incidem contribuição previdenciária ou impostos. O pagamento será realizado por depósito em conta corrente, e o bolsista terá direito ao ressarcimento de despesas com deslocamento e alimentação, quando necessário.

Sobre o programa

O Alfabetiza Tchê atua em regime de colaboração entre o Estado e os 497 municípios gaúchos. As ações ocorrem a partir de cinco eixos: fortalecimento da aprendizagem; fortalecimento da gestão municipal e escolar; formação de professores; avaliação externa, acompanhamento e monitoramento dos indicadores; e cooperação, articulação e incentivo. O programa beneficia estudantes da Educação Infantil (quatro a cinco anos) e do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental em escolas das redes públicas municipal e estadual.
Fonte: ASCOM SEDUC RS

Dengue: produção nacional e dose única são vantagens da nova vacina

 











O anúncio do Ministério da Saúde sobre a primeira vacina nacional contra a dengue traz consigo outros avanços importantes, como o aumento no volume de doses disponíveis, a produção do imunizante no país, o novo esquema vacinal de apenas uma dose e a perspectiva de inclusão de novos públicos-alvo, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Mônica Levi.

A médica lembra que o total de 60 milhões de doses que serão entregues no ano que vem, apesar de ser seis vezes maior do que o previsto para 2025, é insuficiente para vacinar toda a população brasileira. Isso significa que o Programa Nacional de Imunizações ainda precisará definir um público-alvo para receber o imunizante que será produzido pelo Instituto Butantan e foi batizado de Butantan-DV.

Por enquanto, a vacina que está sendo aplicada nos postos de saúde é a QDenga, da farmacêutica japonesa Takeda, e apenas em adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades com maior incidência da doença, com exceção das doses próximas do vencimento, que podem ser recebidas por pessoas de outras idades.

Mônica Levi diz esperar que novos estudos da Butantan-DV mostrem a segurança e a eficácia da vacina também entre os idosos.


"Os adolescentes internam-se mais e tem mais quadros graves, mas quem mais morre são os idosos. Só que, nas vacinas disponíveis, a faixa etária acima de 60 anos não foi contemplada nos estudos. Mas, no projeto anunciado, há um estudo em populações de outras faixas etárias. Como a vacina do Butantã é de 2 a 59 anos, eu entendo que as outras faixas etárias de interesse são de 60 anos para cima. E isso seria muito importante, porque os idosos tem maior mortalidade", diz a especialista.

Mesmo que a capacidade de produção seja insuficiente para toda a população brasileira, outra inovação da Butantan-DV deve ajudar a aumentar as coberturas vacinais: é o primeiro imunizante contra a dengue do mundo aplicado em apenas uma dose.

"Em qualquer faixa etária, mas principalmente nos adolescentes, nas vacinas de múltiplas doses, a segunda ou a terceira sempre têm um uma evasão, sempre tem piores coberturas. Sem dúvida, é muito mais fácil fazer campanha pontual de uma dose só do que conseguir completar um esquema maior", afirma Mônica Levi.

A Butantan-DV foi desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Americano e a farmacêutica MSD e será produzida em conjunto com a empresa WuXi Biologics. Ainda assim, a vacina foi apresentada como 100% nacional porque todas as etapas de sua produção serão realizada em solo brasileiro.

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, é uma grande vantagem, inclusive para diminuir o risco de desabastecimento ou atraso na entrega das vacinas. "Não depender de acordos que os laboratórios tenham com outros países, se há surtos ou epidemias, isso permite autonomia. Você vai ter uma produção que atenda a sua população, e isso é fundamental para garantir a quantidade de vacinas para a população que se pretende vacinar."

Bom resultado de testes

O imunizante é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro tipos da dengue. Na última etapa de testes, a vacina teve 79,6% de eficácia geral e 89,2% de eficácia entre as pessoas que já tiveram a doença, mas ainda está sendo avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é a responsável pela autorização do uso da vacina no país.

Mônica Levi lembra ainda que todos esses benefícios da Butantan-DV só devem chegar à população a partir de 2026, logo, não se pode descuidar da prevenção ambiental, para controlar a disseminação do Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença.

A dengue não é transmitida de uma pessoa para outra, o que significa que a vacina não é capaz de produzir a chamada "imunidade de rebanho", quando um certo número de pessoas vacinadas é suficiente para bloquear ou até erradicar o agente causador. "Claro que você vai ter menos gente infectada para os mosquitos se contaminarem e picarem outras pessoas, mas não é uma proteção segura, por exemplo, para quem não foi vacinado porque tinha contraindicação, ou estava gestante, era imunocomprometido grave."

De acordo com o Painel de Monitoramento do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou este ano mais de 439 mil casos prováveis de dengue, com 177 mortes confirmadas. Em janeiro, a quantidade de casos foi menor do que no mesmo mês do ano passado, quando houve surto da doença, mas superior aos registros de 2023.
Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Em Rotterdam, comitiva gaúcha conhece iniciativas que transformaram cidade em referência em resiliência climática

 









Prevenção a eventos extremos integrada ao desenvolvimento urbano é um exemplo a ser seguido

A cidade que se reinventou após ser quase completamente destruída na Segunda Guerra Mundial agora lidera o mundo em adaptação urbana às mudanças climáticas. Rotterdam, maior porto da Europa e exemplo global em resiliência, foi o foco da comitiva gaúcha nesta terça-feira (25/2), que visitou soluções inovadoras implementadas no ambiente urbano.

A delegação foi recebida por autoridades locais e conheceu o programa "Rotterdam Climate Proof", estratégia que transformou vulnerabilidades em oportunidades de desenvolvimento e regeneração urbana.

"Aqui em Rotterdam vemos como a adaptação climática pode ser integrada ao desenvolvimento urbano. Não são somente obras técnicas isoladas, mas uma visão completa da cidade, onde infraestrutura verde, inovação e planejamento urbano se combinam para criar um ambiente mais resiliente e agradável", destacou o governador Eduardo Leite.
"Aqui em Rotterdam vemos como a adaptação climática pode ser integrada ao desenvolvimento urbano", destacou o governador - Foto: Maurício Tonetto/Secom

A visita incluiu conhecer as famosas "praças d'água" de Rotterdam, espaços públicos multifuncionais que servem como áreas de lazer em dias secos e como bacias de retenção durante chuvas intensas. A praça Benthemplein, referência mundial, pode armazenar até 1.800 metros cúbicos de água da chuva, aliviando o sistema de drenagem da cidade.

Outro destaque é o Dakpark, parque linear construído sobre um dique, que combina proteção contra enchentes, área verde e desenvolvimento comercial. Com mais de um quilômetro de extensão, o parque elevado é exemplo de como infraestruturas de proteção podem ser integradas à paisagem urbana.

"O que vimos em Rotterdam nos mostra um caminho possível para cidades como Porto Alegre. As soluções aqui não são apenas técnicas, mas também sociais e urbanísticas, integrando a água à vida da cidade em vez de tentar apenas contê-la", afirmou Leite.

Para a comitiva gaúcha, Rotterdam oferece lições sobre como adaptar centros urbanos consolidados aos desafios climáticos sem perder vitalidade econômica ou qualidade de vida. A cidade, que tem cerca de 80% de seu território abaixo do nível do mar, transformou essa característica em motor de inovação e desenvolvimento sustentável.
Rotterdam oferece lições sobre como adaptar centros urbanos consolidados aos desafios climáticos sem perder vitalidade econômica - Foto: Maurício Tonetto/Secom

A agenda em Rotterdam encerrou-se com uma visita técnica ao sistema de monitoramento e alerta precoce da cidade, que integra dados meteorológicos, níveis de água e capacidade da infraestrutura para antecipar riscos e coordenar respostas a eventos extremos.

A missão nos Países Baixos continua na quarta-feira (26/2) com a última agenda oficial antes do retorno ao Brasil. Além do governador, participam da comitiva os secretários da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, e do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, o chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, Luciano Boeira, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.

O nome oficial do país é Reino dos Países Baixos (em holandês: Koninkrijk der Nederlanden). Embora o nome Holanda seja comumente utilizado, ele se refere historicamente apenas a duas das doze províncias do país (Holanda do Norte e Holanda do Sul). Desde 2020, o governo do país padronizou sua comunicação internacional para uso exclusivo do termo Países Baixos (Netherlands, em inglês), visando uma representação mais precisa de todo o território nacional. O Governo do Rio Grande do Sul adota a nomenclatura oficial em sua comunicação institucional.

Fonte: Secom RS

Entenda a relação entre a infecção por VSR e a bronquiolite

 











O Ministério da Saúde anunciou esta semana que vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma vacina recombinante contra o vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo os temidos quadros de bronquiolite.

Trata-se da vacina Abrysvo, produzida pela farmacêutica Pfizer. Segundo o ministério, a dose será aplicada em gestantes visando proteger o bebê ao longo dos primeiros meses de vida. A portaria oficializando a incorporação e detalhando o esquema vacinal deve ser publicada nos próximos dias.

VSR e bronquiolite

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o VSR figura como um dos principais vírus associados à bronquiolite, quadro caracterizado pela inflamação dos bronquíolos - pequenas e finas ramificações dos brônquios que transportam o oxigênio até o tecido pulmonar.

Segundo a SBIm, o vírus circula com maior intensidade no inverno e no início da primavera, períodos em que pode causar epidemias. No Brasil, a sazonalidade do VSR varia conforme as diferentes regiões do país. Surtos em outras estações do ano, entretanto, não são incomuns, sobretudo em países de clima tropical.

“Quase todas as crianças são infectadas com VSR pelo menos uma vez até os dois anos de idade. Recorrências em outros momentos da vida são comuns, uma vez que a infecção não proporciona imunidade completa, mas, em geral, são menos graves”, destaca a SBIm.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o VSR é responsável por mais de 50 mil hospitalizações entre menores de cinco anos. Já no Brasil, dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde indicam que o vírus é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% dos quadros de pneumonia em crianças menores de 2 anos.

De acordo com a SBIm, algumas condições crônicas aumentam o risco de infecção grave por VSR: doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a asma; doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca congestiva e doença arterial coronariana; imunocomprometimento moderado ou grave; diabetes mellitus; distúrbios renais e hepáticos; e distúrbios hematológicos.

Sintomas

A maioria das crianças infectadas pelo VSR apresenta sintomas leves, geralmente semelhantes aos de um resfriado comum. Em menores de dois anos, entretanto, a infecção pode evoluir para sintomas mais graves e associados à bronquiolite.

Inicialmente, há coriza, tosse leve e, em alguns casos, febre. Em um a dois dias, pode haver piora da tosse, dificuldade para respirar, aumento da frequência respiratória - com chiado a cada expiração - e dificuldade para mamar e deglutir. Como sinal da menor oxigenação, pode haver azulamento de dedos e lábios.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico, de acordo com a SBIm, é clínico, mas a identificação e a confirmação de infecção por VSR são feitas somente por meio de exames laboratoriais, incluindo testes rápidos e ensaios moleculares, como PCR-RT, que detectam o antígeno viral.

“Não há tratamento específico para o VSR. Diante de um quadro grave, é imprescindível a hospitalização para oxigenoterapia e outras medidas de suporte. Pode ser necessário o uso de respiradores mecânicos, em ambiente de UTI [unidade de terapia intensiva], destacou a entidade.

“A maioria dos pacientes inicia a recuperação em cerca de sete dias e se restabelece totalmente. Entretanto, crianças podem desenvolver alterações respiratórias crônicas e tornam-se mais propensas à asma no futuro”, completou a SBIm.

Transmissão

O VSR é transmitido pelas secreções do nariz ou da boca da pessoa infectada, por contato direto ou por gotículas. A transmissão começa dois dias antes de aparecerem os sintomas e só termina quando a infecção está completamente controlada. O período de maior contágio é nos primeiros dias da infecção.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Saiba quem tem direito ao Pé-de-Meia

 












Pagamento da parcela de R$ 1 mil começa nesta terça-feira


Os estudantes participantes do programa Pé-de-Meia que concluíram um dos três anos do ensino médio em 2024 receberão a parcela do incentivo-conclusão no valor de R$ 1 mil, a partir desta terça-feira (25).

Aqueles que concluíram o terceiro ano do ensino médio regular com aprovação no ano passado e ainda participaram dos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 também receberão mais R$ 200. Os depósitos seguem até quinta-feira (27), de acordo com a série dos estudantes.

Os novos estudantes do primeiro ano em 2025, ou seja, que entraram no ensino médio neste ano, não estão inclusos no pagamento de fevereiro.

O programa foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) há um ano para incentivar a permanência na escola, a conclusão escolar desta etapa de ensino, além da participação no Enem.

O estudante pode consultar o aplicativo Jornada do Estudante para saber se está entre os que terão o dinheiro depositado na conta bancária nos dias 25, 26 ou 27 deste mês. O aplicativo pode ser baixado em smartphones e tablets e o login é feito com o próprio Cadastro de Pessoa Física (CPF) do estudante na conta no portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br. A conta pode ser de nível de segurança bronze.

Quem tem direito

O Pé-de-Meia é voltado a estudantes do ensino médio da rede pública de baixa renda. O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição dos estudantes no programa de incentivo educacional. Todo estudante que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente.

Os requisitos do programa são:

· - ser estudante matriculado no ensino médio regular das redes públicas e ter entre 14 a 24 anos;

· ser estudante da Educação de Jovens e Adultos (EJA) das redes públicas e ter entre 19 e 24 anos;

· ser parte de família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) desde janeiro de 2024 e que tenha renda, por pessoa, de até meio salário mínimo;

· ter inscrição regular no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) para entrar na conta Gov.br;

· ter o mínimo de 80% de frequência escolar no mês.

Os sistemas de ensino estaduais, distrital e municipais e as instituições federais que ofertam o ensino médio transmitem ao governo federal as informações de matrícula escolar. O governo federal confere se o estudante pode ou não receber o incentivo, ao cruzar os dados com o CadÚnico.

Conta de depósito

Caso o estudante seja parte do público do programa, a Caixa Econômica Federal abre automaticamente uma conta digital em seu nome, que pode ser acessada pelo aplicativo Caixa Tem.

O estudante beneficiário do Pé-de-Meia menor de 18 anos precisa que o responsável legal desbloqueie a conta para que possa ser movimentada. O consentimento deve ser feito no aplicativo Caixa Tem, com o preenchimento do item "Jornada do consentimento".

Estudantes beneficiários

O estudante do segundo ano do ensino médio, Danilo Belchior de Castro, de 17 anos, de Brasília, disse à Agência Brasil que não sabia que tinha direito à bolsa do Pé-de-Meia, mesmo cumprindo, desde 2024, todas as condições que o programa federal exige. A escola onde ele está matriculado, o Centro de Ensino Médio Setor Oeste, envia online mensalmente a frequência escolar do estudante à Secretaria de Educação do Distrito Federal. A diretoria da escola o comunicou sobre o recebimento do benefício em fevereiro deste ano.




O aluno da escola Setor Oeste, Danilo Belchior, fala sobre o Programa Pé de Meia. Foto Antônio Cruz/Agência Brasil

O jovem – que já tinha trabalhado aos 14 anos em um bar no período noturno, e estava em busca de um novo serviço, acredita que o Pé-de-Meia poderá ajudar na vida estudantil. “Meu objetivo principal era arrumar um emprego para ajudar minha família. Então, minha preocupação passa a ser de me concentrar totalmente nos estudos, porque não tenho mais que ficar procurando um emprego. Isso vai me ajudar muito a fazer o PAS [Programa de Avaliação Seriada] e o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Fico feliz.”

Outra aluna da mesma unidade que não sabia que estava contemplada pela chamada poupança do ensino médio é Hosana D'Paula, de 17 anos, matriculada no terceiro ano dessa etapa de ensino. A frequência escolar dela em 2024 comprovou o direito de receber o Pé-de-Meia. A jovem vai procurar no aplicativo Jornada do Estudante a quantia que já tem disponível em seu nome. No entanto, ela não planeja o saque imediato. “Vou juntar esse dinheiro para um cursinho para o PAS 3, que no terceiro ano tem peso maior na nota para entrar na universidade.”

A aluna da escola Setor Oeste, Hosana D´Paula, fala sobre o Programa Pé de Meia. Foto Antônio Cruz/Agência Brasil

O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, disse à Agência Brasil que é essencial, neste momento, investir e ampliar a comunicação entre os estudantes, suas famílias e responsáveis para que o direito seja acessado o quanto antes. “Nesse processo, os grêmios estudantis também atuam contra a desinformação e fomentam a divulgação dos canais e meios necessários para conferir a elegibilidade aos recursos do programa", acrescentou.

A Agência Brasil procurou a Caixa Econômica Federal para saber quantas das contas abertas automaticamente em nome dos estudantes do Pé-de-Meia estão sem movimentação. A Caixa informou que não dispõe do número. O Ministério da Educação tem no seu site respostas para as dúvidas mais frequentes dos estudantes sobre as regras do Pé-de-Meia.

Saiba mais

Para consultar o calendário de pagamentos de 2024, informações sobre conta e valores recebidos, o estudante pode usar os seguintes canais: o app Jornada do Estudante; e o Fale Conosco do MEC, telefone 0800-616161. Pela Caixa Econômica Federal, há o app Caixa Tem; o app Benefícios Sociais Caixa; e o portal Cidadão da Caixa.

O calendário do Pé-de-Meia para o ano de 2025 será divulgado a partir de março, informa o MEC.

Fonte: Agência Brasil