quarta-feira, 9 de abril de 2025

Com foco em resiliência e sustentabilidade, começa o South Summit Brazil 2025

 









Com foco em resiliência e sustentabilidade, o South Summit Brazil 2025 (SSB 2025), correalizado pelo governo do Estado, começou nesta quarta-feira (9/4), no Cais Mauá, em Porto Alegre. A cerimônia oficial de abertura ocorrerá às 17h, com a presença do governador Eduardo Leite.

Em sua quarta edição, o evento, considerado um dos maiores do mundo nas áreas de tecnologia e inovação, conta com sete palcos com painéis e apresentações. Entre eles, o RS Innovation Stage, espaço do governo estadual, que neste ano está com novidades.

Ao longo dos três dias de programação, o público poderá acompanhar mais de 200 painéis e palestras com especialistas em empreendedorismo, inovação e sustentabilidade. Somente no RS Innovation Stage, estão previstas mais de 50 apresentações, entre painéis e lançamentos, somando 23 horas de conteúdo exclusivo.

Pela primeira vez, toda a programação do palco do Executivo estadual será transmitida ao vivo pelo canal oficial do governo gaúcho no YouTube. O espaço também foi ampliado e agora conta com capacidade para 125 espectadores sentados, permitindo maior participação presencial. As discussões vão desde transformação digital e inteligência artificial até estratégias de resiliência e desenvolvimento sustentável.

O Marketplace do South Summit reúne expositores de diversas áreas, com foco na geração de conexões e na prospecção de novos negócios. O governo do Estado está presente com um estande global, voltado à apresentação de serviços e à interação com o público. O espaço também permite ao público conhecer soluções inovadoras em desenvolvimento pela administração pública estadual. Além disso, conta com outros 30 estandes menores, de dois metros quadrados cada, destinados à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), aos ecossistemas regionais de inovação, à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs) e à Central Única das Favelas (Cufa-RS).

Toda a programação do RS Innovation Stage será transmitida pelo YouTube - Foto: Mauro Nascimento/Secom

Outra novidade é o Viva o RS Boat, iniciativa da Secretaria de Turismo (Setur), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) e a Wine Locals. A proposta oferece uma experiência imersiva e exclusiva para convidados no Cais Embarcadero, levando os sabores e terroirs do Rio Grande do Sul a bordo. Com o conceito Serra, Terra e Mar, o projeto apresenta uma identidade gastronômica que traduz a diversidade do Estado, com ingredientes regionais aplicados a um cardápio contemporâneo.

Agenda do governador

Leite cumpre uma série de compromissos ao longo do primeiro dia do South Summit Brazil 2025, dentro e fora do Cais Mauá, em Porto Alegre.

A agenda inicia-se às 14h, no Auditório Araújo Vianna, com a participação no South Generation – ação social promovida em parceria entre a Secretaria da Educação (Seduc), a Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade (Seidape) e a Prefeitura de Porto Alegre. Em sua terceira edição, o evento reúne cerca de 3 mil estudantes das redes Estadual e Municipal de educação para debater temas alinhados aos pilares do South Summit Brazil.

Às 15h30, Leite se reúne com o vice-governador Gabriel Souza e representantes das entidades organizadoras do evento para uma conversa com a imprensa internacional. Na sequência, está prevista a realização da foto oficial do SSB 2025, com a presença de autoridades e realizadores.

Mais tarde, às 16h30, Leite participa de um painel na Arena Stage com o tema “Inovação para a reativação econômica e resiliência”, ao lado da secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp.

Encerrando a agenda do dia, ocorre a cerimônia oficial de abertura do SSB 2025, às 17h, com a presença do governador, do vice-governador, de secretários estaduais e das demais autoridades envolvidas na realização do evento.

Acompanhe ao vivo programação completa do RS Innovation Stage no South Summit Brazil 2025:


Sexta (11/4)

Texto: Thales Moreira/Secom
Edição: Felipe Borges/Secom

Educação digital protege de malefícios do uso excessivo de telas

 








Professora da UFRJ defende uso responsável e atenção a menores

Acordar e olhar o celular, almoçar e jantar diante de telas são práticas cada vez mais comuns. É difícil, muitas vezes, imaginar o dia a dia sem internet, sem redes sociais e sem tecnologia. Passar a maior parte do dia conectado é um vício?

Segundo a psicóloga, doutora em saúde mental e uma das fundadoras do Instituto Delete Anna Lucia Spear King, isso não necessariamente é um vício patológico ─ pode se tratar apenas de uma má educação para o uso das tecnologias. A estudiosa alerta que essa educação é fundamental para evitar os prejuízos do uso excessivo de telas.

O Instituto Delete foi criado em 2013, dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A instituição é pioneira no Brasil e também uma das primeiras no mundo voltada à pesquisa sobre o impacto das tecnologias na saúde e às orientações sobre o uso consciente das telas e a dependência digital.

Em entrevista à Agência Brasil, King falou sobre a relação atual das pessoas com a tecnologia e os cuidados que essa relação requer. Entre os principais pontos estão os riscos de vício em jogos e em aplicativos de apostas e também a atenção redobrada que crianças e adolescentes requerem para um convívio saudável com as telas.

King conta ainda que muitas pessoas procuram o instituto achando que estão viciadas, mas, na verdade, precisam de orientações e de colocar em prática novos hábitos.


“As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital”, diz.
Confira os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: Vamos começar pelo começo. O Instituto Delete foi fundado bem antes da pandemia e antes mesmo que os smartphones tivessem a relevância que têm hoje, certo? O que a motivou a começar esse trabalho? Qual era o cenário lá atrás?

Anna Lucia Spear King: O Instituto Delete foi fundado dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, naquela ocasião, eu trabalhava em um laboratório e atendia usuários excessivos, dependentes de tecnologia, pessoas com ansiedade, pessoas com depressão, pessoas com transtorno do pânico, e eles chegavam se queixando de uma dependência da tecnologia.

Ninguém tinha estudado isso e nem sabia do que se tratava. Era muita gente que se apegava ao celular ou computador porque tinha algum transtorno associado. Por exemplo, a pessoa tinha uma fobia social e não conseguia se relacionar. Aí, ficava dependente de relacionamentos por intermédio do computador, mas isso escondia, na verdade, o transtorno que estava ali presente. Ou, então, pessoas compulsivas que nos procuravam para tratamento e eram dependentes de compras online, de jogos.

Agência Brasil: De lá para cá, você acha que o cenário mudou muito? Principalmente com a pandemia, o Instituto tem sido mais procurado, as pessoas estão mais conscientes desse tipo de dependência?

Anna Lucia Spear King: Sim, foi havendo um aumento progressivo à medida que as pessoas foram interagindo mais com tecnologia. Dos anos 1990 para cá, as pessoas começaram a interagir com as tecnologias todos os dias e por muitas horas, e foram se tornando mais dependentes. Não dependentes patológicas, mas dependentes por lazer, por trabalho.

A gente começou a ver uma diferença entre essa dependência que todos nós temos da tecnologia, que a gente usa todos os dias e por muitas horas para trabalhar, da dependência patológica, que é a nomofobia. E essa, sim, precisa de tratamento.

As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital.

Agência Brasil: E qual que é a essa diferença? Como é que se identifica a nomofobia?

Anna Lucia Spear King: Nomofobia é a dependência patológica. Ela geralmente tem um transtorno mental associado que potencializa esse uso, que pode ser uma ansiedade, uma depressão, uma compulsão, um transtorno do pânico. Havendo a associação com algo que já existe na pessoa, esse uso da tecnologia é potencializado e encaminhado para um uso excessivo e patológico.

Quando a pessoa nos procura para tratamento, a gente faz uma avaliação psiquiátrica e psicológica. A gente faz essa avaliação para ver se tem a ver com ela ser mal educada apenas, com não saber usar a tecnologia. Aí, a gente ensina o uso consciente, dá as dicas para ela usar determinadas horas por dia.

E, se a pessoa tiver nomofobia diagnosticada pelo psiquiatra e pelo psicólogo, ela vai ter, além desse aprendizado de uso consciente, o tratamento psicológico, para entender por que que ela está usando a tecnologia daquela forma. E o psiquiatra vai ver a necessidade ou não de inserir uma medicação junto. Se for uma depressão, uma ansiedade, uma compulsão, geralmente precisa de entrar com medicamento também.

Agência Brasil: Como é que as pessoas chegam até vocês? Em que ponto que elas identificam que precisam de ajuda?


Anna Lucia Spear King: Quando elas começam a perceber algum sinal de prejuízo na vida delas, seja na área pessoal, social, familiar, acadêmica ou profissional. Elas deixam de entregar o trabalho, ou, então, o chefe manda embora porque a pessoa não larga a tecnologia no trabalho, ou fica usando o tempo todo; têm muitas brigas em casa, porque cada cônjuge fica usando a sua tecnologia e incomodando o outro, gerando ciúme; ou até mesmo têm prejuízo na escola, com diminução das notas.

Agência Brasil: Vocês têm recebido muitas pessoas viciadas em jogos e em apostas on-line? Como é o tratamento?

Anna Lucia Spear King: Com certeza. O tratamento é psicológico e psiquiátrico. O psiquiatra vai ver se tem algum transtorno associado e o psicólogo vai ensinar pra pessoa o que está acontecendo com ela. Aí mostra os prejuízos que ela vai ter, as perdas que ela está tendo, a separação familiar. Porque todo mundo tem que ficar pagando as contas da pessoa e ninguém quer, né? Então, briga com a família inteira. A pessoa vai se conscientizando que aquele caminho não vai levar nada.


Os jogos são feitos para a pessoa perder. No início, eles até estimulam, dão um valor para você jogar só para te empolgar. Quando você entra naquele jogo e aprende a jogar, você já era. Você começa a perder dinheiro, perder, perder, aí você já se vê viciado. O jogo libera algumas substâncias químicas no cérebro, como dopamina, endorfina e serotonina, que são substâncias que nos dão prazer. Elas agem no setor de recompensa do cérebro.

A pessoa não sabe porque ela é leiga, mas ela está tendo uma enxurrada de substâncias no cérebro que estão dando muito prazer, bem-estar, alegria, felicidade. Quando elas vão para a vida delas, que é meio monótona, que não tem glamour, que não tem nada especial e não são tão felizes, elas pensam assim: "Onde é que eu tava sendo feliz? Lá naquele lugar que eu estava, onde eu estava jogando”. Então, elas voltam para o jogo sem querer, porque era lá que tinha prazer.

Agência Brasil: E esse é o mesmo mecanismo das curtidas das redes sociais, não é?

Anna Lucia Spear King: Isso. Quando você recebe uma curtida, recebe um elogio, ‘ó, você está linda, você é inteligente’, vai recebendo dopamina, endorfina, serotonina. É por isso que a pessoa quer entrar nas redes sociais o tempo todo para receber apoios e curtidas.

Agência Brasil: Quando falamos de crianças e adolescentes, como lidar com o uso das tecnologias?

Anna Lucia Spear King: Todo mundo tem que entender que os pais e adultos são responsáveis pela vida digital dos menores de idade. Então, se esses adolescentes estão fazendo uso excessivo, estão ficando viciados em jogos, estão deixando de fazer as prioridades que são a escola, a universidade, as tarefas de casa, isso tudo é porque os pais é que não estão sabendo orientar.


O adolescente não tem que ficar o dia inteiro em um quarto jogando ou usando a internet. Primeiro, porque o menor de idade não pode usar internet sem supervisão de um adulto. A internet é uma porta aberta para o mundo e está cheia de pessoas de má índole, vigaristas, golpistas, pedófilos, gente do mal. Não é só a gente do bem que tem na internet. Não se pode deixar adolescentes ou menores de idade usarem a internet sem supervisão de um adulto vendo com quem tão conversando, quais sites estão acessando.

Muitas vezes, os pais não nasceram na época que a tecnologia entrou nas vidas das pessoas. Eles não aprenderam como usar e não sabem como orientar, porque eles também não aprenderam na época deles. A gente recebe uma educação social desde pequeno, a gente aprende que não pode comer de boca aberta, que tem que comer com garfo e faca, que não pode falar com estranhos. Mas usar a tecnologia ninguém aprendeu desde pequenininho. Então, os pais não sabem educar. Mas, quem paga a internet, quem paga o wi-fi? Quem deixa o filho ficar o dia inteiro no quarto?

Agência Brasil: A partir deste ano, por lei, o uso do celular fica restrito em todas as escolas do país. Você acredita que essa restrição ajuda na educação para o uso das tecnologias? O que achou da medida?

Anna Lucia Spear King: Eu acho maravilhosa. Só se pode usar a tecnologia com orientação do professor. Eu sou super a favor, porque agora eles têm que interagir, fazer esporte, se socializar, perder a timidez, coisas que fazem parte do desenvolvimento deles. Com celular na mão, cada um se isola no seu canto.

Agência Brasil: O que é essa educação para o uso das tecnologias? Quais dicas você dá para evitar o uso excessivo?

Anna Lucia Spear King: Não usar tecnologia logo que acordar, primeiro levanta da cama, toma o café da manhã. Não usar na hora das refeições. Tem gente que almoça e janta com o celular na mão e nem curte a comida, nem sente o gosto. Outra dica é desligar duas horas antes de dormir para relaxar o cérebro, se sentir descansado.

Não ficar usando tecnologia em locais públicos, em ônibus, metrô, em salas de espera. Quando sai com amigos, quando vai a restaurantes, dar atenção para as pessoas que estão com você e não ficar no celular.

Quem trabalha, usar tecnologia apenas em horário comercial e buscar mostrar para o chefe que ele tem que entender que não deve mandar coisas para o profissional fazer na hora do almoço, nem depois do horário comercial. Ninguém está recebendo hora extra para ficar trabalhando o dia inteiro, não é?

E também, quando estiver no trabalho, não ficar usando [para fins pessoais]. Você está sendo pago para trabalhar para aquela empresa. Se você fica usando para coisas pessoais, respondendo seus e-mails pessoais, vendo redes sociais na empresa e recebendo pela empresa, você também está agindo errado.

Nós, do Instituto Delete, não somos contra o uso de tecnologias, pelo contrário, nós somos super a favor, mas que seja usada de modo consciente para que você colha os benefícios e evite os prejuízos que o uso excessivo pode trazer.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

SANTO AMARO DO SUL EM PORTUGAL

Com missa crioula, apresentações das escolas municipais, show da Alma Lusitana e grupos artísticos, a 5° edição de Santo Amaro em Portugal foi um sucesso.
O distrito histórico recebeu um grande número de visitantes no domingo, dia 6, para prestigiar um pouco das culturas portuguesa e açoriana em Santo Amaro do Sul.

Fonte: Prefeitura Municipal de General Câmara - RS









Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda

 







Meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários

Começa nesta segunda-feira (7) a campanha nacional de vacinação contra a influenza. A meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes. Também podem receber a dose:

- trabalhadores da saúde;

- puérperas;

- professores dos ensinos básico e superior;

- povos indígenas;

- pessoas em situação de rua;

- profissionais das forças de segurança e de salvamento;

- profissionais das Forças Armadas;

- pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);

- pessoas com deficiência permanente;

- caminhoneiros;

- trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);

- trabalhadores portuários

- funcionários do sistema de privação de liberdade;

- e população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (com idade entre 12 e 21 anos).
Proteção

De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante distribuído na rede pública protege contra um total de três vírus do tipo influenza e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença.

Em 2025, a dose contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração, de acordo com o ministério, pode ser feita junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.

Doses

Para a vacinação deste ano, a pasta adquiriu um total de 73, 6 milhões de doses. No primeiro semestre, 67,6 milhões de doses devem ser distribuídas para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, 5,9 milhões serão enviadas para o Norte.

Inverno amazônico

A campanha, este ano, será realizada em dois momentos:

- primeiro semestre (março/abril): nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul

- segundo semestre (setembro): na Região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região, o chamado inverno amazônico.

Eficácia e segurança

Ainda de acordo com a pasta, a vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.

O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia (reação alérgica) grave após doses anteriores.

Cobertura

Em 2024, a cobertura vacinal contra a gripe entre os públicos prioritários foi de 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões.


“O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas.”

Fonte: Agência Brasil

domingo, 6 de abril de 2025

Modo de fazer cuca artesanal é reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul


Receita tradicional chegou ao Estado no século 19 com os imigrantes alemães - Foto: Larissa Marques Mausa









Município de Rolante foi responsável pela solicitação do registro

O modo de fazer cuca artesanal foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul. O município de Rolante, que tem se dedicado à preservação e valorização da tradição, foi responsável pela solicitação do registro na Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial, órgão colegiado que integra a estrutura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).

A extensionista rural social da Emater/RS-Ascar, Janelise Wastowski, destaca a importância desse reconhecimento. "Estamos muito orgulhosos, pois preservar a identidade cultural é de suma importância. As cuqueiras e os cuqueiros são os detentores desse saber, e ter esse modo de fazer das cucas reconhecido é manter viva a nossa tradição", comemora.

O processo de patrimonialização iniciou-se em 1997, com a solicitação da Associação dos Amigos do Museu Histórico de Rolante e do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Rolante, com apoio da Associação de Cuqueiros e Cuqueiras de Rolante (Ascur). “O prefeito da época solicitou a realização de um diagnóstico para criar uma identidade para o município. Com o apoio da Emater, o objetivo era identificar o potencial turístico e cultural de Rolante”, recorda a extensionista.

Foi então que a cuca, uma iguaria da culinária alemã, foi escolhida como símbolo da tradição local, ganhando destaque em eventos como a Kuchenfest, que celebra a produção da cuca artesanal de Rolante. A tradição inspirou o registro do bem cultural, que passou por todo o processo de inventariação e avaliação até ser oficializado como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

De acordo com o inventário, a receita tradicional da cuca foi trazida pelos imigrantes alemães durante a colonização do Estado no século 19. Com o passar do tempo, a receita foi adaptada com ingredientes locais e influências culturais diversas. Os principais responsáveis por preservar esse conhecimento são as cuqueiras e os cuqueiros, que aprenderam as receitas em suas cozinhas familiares.

Fonte: Ascom Emater/RS-Ascar

Olimpíada de Matemática bate recorde de cidades e escolas inscritas

 










Provas serão nos dias 3 de junho e 25 de outubro

O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) informou que a 20ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) atingiu um marco histórico em 2025, registrando o maior número de escolas e municípios inscritos.

Neste ano, a competição chegará em 57.222 escolas de 5.566 cidades – garantindo uma cobertura de 99,93% dos municípios do país. Ao todo, o certame reunirá 18,6 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio de instituições públicas e privadas.

As provas da olimpíada serão aplicadas em duas fases: a primeira em 3 de junho e a segunda em 25 de outubro. Os vencedores serão anunciados em 22 de dezembro.

Estudantes premiados com medalhas nacionais de ouro, prata ou bronze garantem vaga no Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que oferece aulas avançadas de matemática e uma bolsa de R$ 300 do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para alunos de escolas públicas.

No total, a OBMEP distribuirá 8.450 medalhas nacionais — 650 de ouro, 1.950 de prata e 5.850 de bronze — além de 51 mil certificados de menção honrosa. Para incentivar ainda mais a participação dos estudantes, a competição premiará também os melhores desempenhos estaduais, com a entrega de pelo menos 20,5 mil medalhas. A premiação estadual não dá acesso ao PIC.

Talentos

A OBMEP tem por objetivo incentivar o estudo da matemática e identificar talentos na disciplina. A cada edição, a olimpíada amplia seu alcance e reforça seu impacto na valorização do ensino e no estímulo ao pensamento lógico entre os jovens.

“A OBMEP chega à 20ª edição e segue batendo recordes, demonstrando a vitalidade de uma das mais importantes políticas públicas em educação no Brasil”, destaca Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada - IMPA.

A OBMEP se tornou ainda uma porta de entrada para o ensino superior. O IMPA Tech (bacharelado em Matemática da Tecnologia e Inovação do IMPA) no Rio de Janeiro reserva 80% das vagas para estudantes medalhistas em olimpíadas científicas.

Outras universidades públicas, como USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também adotaram vagas olímpicas voltadas para alunos com bom desempenho nessas competições.

“As medalhas concedidas não apenas reconhecem o talento dos estudantes, mas também abrem portas para o ensino superior, podendo ser utilizadas como critério de ingresso em diversas instituições”, afirma Jorge Vitório, diretor-adjunto do IMPA e coordenador-geral da OBMEP.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 5 de abril de 2025

Anvisa proíbe suplementos alimentares com ora-pro-nóbis

 








Agência determina ainda recolhimento dos produtos


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, a distribuição, a fabricação, a propaganda e o uso de suplementos alimentares contendo ora-pro-nóbis. A resolução, publicada no Diário Oficial da União, determina ainda o recolhimento dos produtos.

Em nota, a Anvisa informou que a decisão foi adotada porque a planta, de nome científico Pereskia aculeata, não é autorizada como constituinte para suplementos alimentares.


“Para um ingrediente específico ser autorizado como suplemento alimentar, é necessário que ele passe por uma avaliação de segurança e eficácia”, destacou a agência no comunicado.

Isso significa que empresas interessadas em comercializar o produto devem comprovar, de forma científica, que ele é fonte de algum nutriente ou substância de relevância para o corpo humano.

“Suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não podem alegar efeitos terapêuticos como tratamento, prevenção ou cura de doenças. Os suplementos são destinados a pessoas saudáveis. Sua finalidade é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.”

A medida, segundo a Anvisa, não afeta o consumo ou a comercialização da planta fresca, que tem tradição de uso na alimentação, sobretudo nos estados de Goiás e Minas Gerais.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Saúde amplia acesso a medicamento para pacientes com doença falciforme

 







SUS passa a disponibilizar deferiprona para tratamento

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (3) que vai incorporar o medicamento deferiprona para o tratamento da sobrecarga de ferro em pacientes com doença falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, a pasta destacou que, com a incorporação, qualquer pessoa que precise de tratamento para acúmulo excessivo de ferro no organismo, independentemente da causa, terá acesso a todas as alternativas terapêuticas disponíveis na rede pública.

Segundo o ministério, o excesso de ferro é uma condição comum em pessoas que convivem com a doença falciforme em razão da necessidade de transfusões sanguíneas frequentes, realizadas para controlar crises de dor e outras complicações.


“O acúmulo de ferro no organismo, se não tratado, pode causar danos graves a órgãos vitais como coração, fígado e glândulas endócrinas”, alertou o comunicado.

Entenda

De acordo com a pasta, a deferiprona é um quelante de ferro – substância que se liga ao ferro em excesso no corpo e facilita sua eliminação pela urina. “Além de reduzir os riscos por conta do acúmulo de ferro, o medicamento tem melhor posologia em relação a outras opções, facilitando na adesão ao tratamento.”

Até então, o uso da deferiprona no SUS era restrito a pacientes com talassemia maior que não podiam utilizar a desferroxamina devido a contraindicações, intolerância ou dificuldades de administração.

A doença falciforme é uma doença genética e hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos tenham formato de foice. Essa alteração prejudica a circulação sanguínea, causando dor intensa, anemias, infecções e complicações em diversos órgãos.

O Ministério da Saúde estima que, no Brasil, cerca de 60 mil pessoas vivam com a doença, que tem maior prevalência em pessoas negras. O tratamento inclui o controle dos sintomas, a prevenção de complicações e, em muitos casos, transfusões sanguíneas regulares.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Detecção precoce do autismo ajuda na alfabetização e inclusão escolar





 Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a neurocientista e biomédica Emanoele Freitas começou a perceber que o filho, Eros Micael, tinha dificuldades para se comunicar quando ele tinha 2 anos. "Foi, então, que veio o diagnóstico errado de surdez profunda. Só com 5 anos, com novos exames, descobriu-se que, na realidade, ele ouvia bem, só que ele tinha outra patologia. Fui encaminhada para a psiquiatra, e ela me deu o diagnóstico de autismo. Naquela época, não se falava do assunto”, diz a mãe do jovem, que hoje tem 21 anos.

Ser de um grau menos autônomo do espectro autista, também chamado de nível 3 de suporte, trouxe muitas dificuldades para a vida escolar de Eros que frequentou até o ensino fundamental, com quase 15 anos. “O Eros iniciou na escola particular e, depois, eu o levei para a escola pública, que foi onde eu realmente consegui ter uma entrada melhor, ter uma aceitação melhor e ter profissionais que estavam interessados em desenvolver o trabalho”, acrescenta Emanoele.

“Ele não conseguia ficar em sala de aula e desenvolver a parte acadêmica. Ele tem um comprometimento cognitivo bem acentuado. Naquele momento, vimos que o primordial era ele aprender a ser autônomo. Ele teve mediador, o professor que faz sua capacitação em mediação escolar. Meu filho não tinha condições de estar em uma sala de aula regular, e ele ficava em uma sala multidisciplinar”.

A inclusão escolar e a alfabetização de crianças e adolescentes do espectro autista estão entre os desafios para a efetivação de direitos dessa população, que tem sua existência celebrada nesta quarta-feira (2), Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e combater o preconceito.

Diretora-executiva do Instituto NeuroSaber, a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites explica que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por déficits de interação social, problemas de comunicação verbal e não verbal e comportamentos repetitivos, com interesses restritos. Características comuns no autismo são pouco contato visual, pouca reciprocidade, atraso na aquisição de fala e linguagem, desinteresse ou inabilidade de socializar, manias e rituais, entre outros.

“Por volta dos 2 anos, a criança pode apresentar sinais que indicam autismo. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento. Como o transtorno é um espectro, algumas crianças com autismo falam, mas não se comunicam, ou são pouco fluentes e até mesmo não falam nada. Uma criança com autismo não verbal se alfabetiza, mas a dificuldade muitas vezes é maior”, diz Luciana.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês) estabelece atualmente que as nomenclaturas mais adequadas para identificar as diferentes apresentações do TEA são nível 1 de suporte, nível 2 de suporte e nível 3 de suporte, sendo maior o suporte necessário quanto maior for o nível.

Aprendizado

A psicopedagoga ressalta que os desafios no processo de alfabetização no autismo não impedem que ele ocorra na maioria das vezes. “É possível a inserção do autista no ensino regular. A questão da inclusão é um grande desafio para qualquer escola, porque estamos falando de uma qualificação maior para os nossos professores”.

Segundo Luciana, o mais importante é considerar a individualidade de cada aluno no planejamento pedagógico, fazendo as adaptações necessárias.

“Atividades que podem estimular a consciência fonológica de crianças com autismo são, por exemplo, com sílabas, em que você escolhe uma palavra e estimula a repetição das sílabas que compõem a palavra. Outra dica são os fonemas, direcionando a atenção da criança aos sons que compõem cada palavra, sinalizando padrões e diferenças entre eles. Já nas rimas, leia uma história conhecida e repita as palavras que rimem”.

A psicopedagoga acrescenta que as crianças autistas podem ter facilidade na identificação direta das palavras, ou seja, conseguem decorar facilmente, mas têm dificuldade nas habilidades fonológicas mais complexas, como perceber o seu contexto.


“A inclusão é possível, mas a realidade, hoje, do professor, é que muitas vezes ele não dá conta do aluno típico, quem dirá dos atípicos. Trabalhar a detecção precoce é muito importante para se conseguir fazer a inserção de uma forma mais efetiva. É muito importante o sistema de saúde, junto com o sistema de educação, olhar para essa primeira infância para fazer essa detecção do atraso na cognição social. Por isso, é muito importante o trabalho da escola com o posto de saúde”, afirma Luciana.

A especialista destaca que a inclusão é um tripé e depende de famílias, escolas e profissionais de saúde. “Professor, sozinho, não faz inclusão. Tudo começa na capacitação do professor e do profissional de saúde. É na escola que, muitas vezes, são descobertos os alunos com algum transtorno e encaminhados para equipes multidisciplinares do município”.

Mãe em tempo integral


A dona de casa Isabele Ferreira da Silva Andrade, mãe de dois filhos autistas, Pérola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Isabele Ferreira/Arquivo Pessoal

Moradora da Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, a dona de casa Isabele Ferreira da Silva Andrade é mãe de duas crianças do espectro autista, Pérola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Ela explica que o menino tem "autismo moderado", ou nível 2 de suporte com atrasos cognitivos e hiperatividade. Já a filha, mais velha, tem "autismo leve", nível 1 de suporte, e epilepsia.

“Eu a levei no pediatra porque ela já tinha 2 anos e estava com o desenvolvimento atrasado, não falava muito. Ela falava uma língua que ninguém entendia. Vivia num mundo só dela, não brincava, não ria. Comecei a desconfiar. O pediatra me explicou o que era autismo e disse que ela precisava de acompanhamento. Eu a levei para o neurologista, para psicólogo, fonoaudióloga. Fiz alguns exames que deram alteração”, lembra Isabele.

“Já meu filho foi muito bem até 1 ano de idade. Depois de1 ano, começou a regredir. Parou de comer, parou de brincar, não queria mais andar. Chorava muito. Comecei a achar estranho. Ele foi encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura. Fizeram a avaliação dele lá, por uma equipe multidisciplinar. Tentei continuar trabalhando, mas com as demandas da Pérola e do Ângelo, tive que parar de trabalhar para levar para as terapias. O cuidado é integral. Parei minha vida. Eu era caixa de lotérica”, conta a dona de casa.

O filho menor está matriculado em uma creche municipal que tem cinco crianças autistas. No momento em que a professora percebe que o Ângelo precisa de mais atenção, ela se concentra nele, diz Isabele.

Já a filha mais velha está em uma turma regular em escola municipal, e, na classe, há outro aluno com grau mais severo de autismo. “Eles têm mediadores na escola que se concentram mais nas crianças com autismo severo. As professoras dos dois são psicopedagogas, têm entendimento e sabem lidar”.

A dona de casa conta que, depois que saiu o diagnóstico de sua filha mais velha, seu pai também decidiu investigar e descobriu, com mais de 50 anos, que também era autista. “Ele teve muita depressão ao longo de toda a vida dele”.

Política Nacional

O Ministério da Educação (MEC) tem a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva desde 2008. Segundo a pasta, ela reafirma o compromisso expresso na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2006, de que a educação escolar se faz na convivência entre todas as pessoas, em salas de aulas comuns, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de comunicar, perceber, relacionar-se, sentir, pensar.

“Identificar as barreiras que prejudicam a escolarização e construir um plano de enfrentamento são funções de toda a equipe escolar, contando sempre com o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Isso pode ocorrer por meio de salas de recursos multifuncionais (SRM), atividades colaborativas e outras iniciativas inclusivas, a fim de que o acesso ao currículo seja plenamente garantido”, diz o MEC.

Segundo a pasta, 36% das escolas contam com salas de recursos multifuncionais. Além disso, em 2022, de acordo com dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil tinha:1.372.000 estudantes público-alvo da educação especial matriculados em classes comuns.
89,9% das matrículas do público-alvo da educação especial em classes comuns.
129 mil matrículas do público-alvo da educação especial desde a educação infantil.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 1 de abril de 2025

Musculação protege cérebro de idosos contra demência, diz estudo

 










 Manter uma rotina de musculação não traz apenas benefícios como aumento de força e resistência, melhora na postura e prevenção contra lesões. Um estudo de enfoque original, desenvolvido no Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), confirmou que a atividade protege o cérebro de idosos contra demências.

Detalhado em artigo da revista GeroScience, o estudo acompanhou 44 pessoas que já apresentavam um comprometimento cognitivo leve, estágio que fica entre o comprometimento do envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. O que se descobriu foi que praticar musculação duas vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, preservou o hipocampo e o pré-cúneo, áreas cerebrais que se alteram quando esse diagnóstico.

Com ineditismo, os 16 pesquisadores também identificaram outro impacto positivo: o de melhora na chamada substância branca, parte do cérebro que opera em conjunto com a massa cinzenta, por meio de axônios, para garantir a conexão entre neurônios, mediante as sinapses. As vantagens chegaram à metade dos participantes, a dos que incorporaram a musculação ao seu cotidiano, já após seis meses e há possibilidade de que o impacto seja ainda mais expressivo, caso o período seja maior.

"No grupo que praticou musculação, todos os indivíduos apresentaram melhoras de memória e na anatomia cerebral. No entanto, cinco deles chegaram ao final do estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a melhora", ressalta a primeira autora do artigo, a bolsista de doutorado da Fapesp Isadora Ribeiro, vinculada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para analisar os possíveis efeitos da musculação no cérebro dos participantes, a equipe responsável pela pesquisa realizou testes neuropsicológicos e exames de ressonância magnética. Os especialistas buscavam comparar índices e imagens, uma vez que já se sabe que, entre pessoas com perdas cognitivas, há atrofia, isto é, redução do volume de certas regiões do cérebro.

Atualmente, no Brasil, cerca de 2,71 milhões de pessoas com 60 anos ou mais convivem com quadros de demência, o que corresponde a 8,5% desse grupo populacional. De acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência, lançado pelo Ministério da Saúde em setembro do ano passado, essa quantidade deve dobrar até 2050, subindo para 5,6 milhões.

O relatório sublinha que praticamente metade (45%) dos casos de demência poderiam ser evitados ou, pelo menos, faz com que chegue mais tarde. Entre os fatores que aumentam as probabilidades de se desenvolver demências estão: 

Baixa escolaridade
Perda auditiva
Hipertensão
Diabetes
Obesidade
Tabagismo
Depressão
Inatividade física
Isolamento social.
Bem-estar

A professora aposentada, atriz e modelo Shirley de Toro, de 62 anos (na foto de destaque), é vizinha da unidade Sesc Santana, em São Paulo, e há 17 anos bate cartão no local para se exercitar. Passou a frequentá-la desde a inauguração, inicialmente pela programação artístico-cultural e depois para manter o corpo fortalecido.

Com histórico de saúde marcado por episódios de epilepsia e um acidente, ela considera a atividade como fundamental para seu bem-estar no presente e no futuro.

"Há 20 anos, fiz uma cirurgia no cérebro, porque tinha epilepsia, e, antes disso, não fazia nada. Só trabalhava, trabalhava, mas nunca foquei em academia. Depois, percebi a necessidade disso, aí comecei a fazer caminhada”, diz Shirley.

Ela conta também que, após ter sido atropelada, há cerca de 10 anos, descobriu os benefícios da musculação para a melhora das dores.

"Quebrei clavícula, costela, uma parte da coluna e isso foi o desencadeador para o esporte, porque eu fazia fisioterapia e saía chorando de dor. Simplesmente acabaram com meu braço. Tenho uma placa e doía demais. Quando vim para a academia, comecei a fazer exercícios de força e pararam as dores. Melhorou muito. Faço todo tipo de exercício, pego peso", emenda.

Durante a pandemia de Covid-19, Shirley vivia com a filha mais nova e perdeu sua mãe, que morava no apartamento de baixo. No período, cumprir o ritual de exercícios físicos, ainda que pela internet, todos os dias, foi o que conservou sua saúde mental.

"Eu sinto falta hoje em dia. A gente acha que nunca vai sentir falta, né. Pensa: 'ah, é chato". Hoje eu sinto falta. Quando vou trabalhar, subo as escadarias do metrô, para dar um jeito [de me manter em movimento]", diz a atriz, que pratica ginástica multifuncional.

Corpo e mente

Alessandra Nascimento, técnica da gerência de desenvolvimento físico-esportivo do Sesc de São Paulo, destaca que, atualmente, muitos estudos já têm comprovado os benefícios dos exercícios físicos tanto para o corpo quanto para a mente e que isso não fica restrito a modalidades como natação, ciclismo e corrida.

"Os trabalhos com sobrecarga, independentemente de ser peso, musculação, com o próprio peso, com elástico ou molas, têm mostrado que, além dos benefícios físicos, trazem melhoras cognitivas e relacionadas à saúde mental, de foco", esclarece.

Atualmente, a calistenia, que é o método utilizado para a prática de exercícios físicos apenas com o peso do próprio corpo como resistência, é a terceira modalidade esportiva com mais interesse no mundo, segundo uma revista acadêmica.

A especialista lembra que só mais recentemente é que se começou a recomendar a idosos esse tipo de exercício, porque antes era consenso de que deviam praticar algo como hidroginástica ou dança. A imagem de fragilidade que se tinha dos idosos estava por trás dessa percepção, que agora mudou com as descobertas de pesquisas mais recentes.

Ela lembra que, a partir dos 30 anos de idade, toda pessoa vai perdendo força, equilíbrio e massa magra, processo que deve ser refreado.

"Hoje em dia, a gente vê o contrário, os médicos indicando um trabalho de força, de resistência, justamente porque os estudos vêm mostrando a importância de proteção, de ter mais massa muscular -, porque a gente vai perdendo essa massa para tantas coisas -, para conseguirmos fazer as atividades do dia a dia sem depender de ninguém", afirma Alessandra.

A técnica do Sesc destaca a necessidade de políticas públicas para facilitar o acesso às atividades físicas por toda a população.

"A gente precisa de políticas públicas que consiga incluir o profissional de educação física nas UBS [Unidades Básicas de Saúde], no SUS [Sistema Único de Saúde], porque esse trabalho precisa ser multidisciplinar. Tem que ter o médico, o profissional de educação física, o fisioterapeuta e destacar o trabalho do educador físico. A gente ainda não vê tanto isso aqui no Brasil."

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 31 de março de 2025

Teto para reajuste de medicamentos é publicado; entenda

 











Novos índices estão no Diário Oficial da União desta segunda


Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), publicada nesta segunda-feira (31) no Diário Oficial da União, estabelece o novo teto de preços de remédios vendidos em farmácias e drogarias de todo o país.

Com a publicação, empresas detentoras de registro de medicamentos poderão ajustar os preços de seus remédios, sendo o ajuste máximo permitido da seguinte forma:

- nível 1: 5,06%;

- nível 2: 3,83%;

- nível 3: 2,60%.

A CMED é composta pelos ministérios da Saúde, a Casa Civil, da Justiça e Segurança Pública, Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exerce a função de secretaria executiva, fornecendo o suporte técnico às decisões.
Cálculo

Para a definição dos novos valores, o conselho de ministros da CMED leva em consideração fatores como a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos e os custos não captados pela inflação, como o câmbio, a tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado.
Entenda

As farmácias e drogarias, assim como os laboratórios, distribuidores e importadores, não podem cobrar pelos medicamentos preço acima do permitido pela CMED. A Lei nº 10.742, de 2003, que trata da regulação do setor farmacêutico, prevê o reajuste anual dos medicamentos.

Isso não significa, entretanto, que haverá aumento automático dos preços praticados, mas uma definição de teto permitido de reajuste. Cabe aos fornecedores – farmacêuticas, distribuidores e lojistas – fixarem o preço de cada produto, respeitados o teto legal e estratégias diante da concorrência.

Em 2024, por exemplo, o reajuste anual do preço de medicamentos foi de 4,5%, equivalente ao índice de inflação do período anterior.
Lista de medicamentos

A lista com os preços máximos que podem ser cobrados por cada produto fica disponível no site da Anvisa e é atualizada mensalmente.

Segundo a agência, a legislação prevê um reajuste anual do teto de preços com o objetivo de proteger os consumidores de aumentos abusivos, garantir o acesso a medicamentos e preservar o poder aquisitivo da população.

Ao mesmo tempo, o cálculo estabelecido na lei busca compensar eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de medicamentos.
Irregularidades

De acordo com a CMED, além da lista da Anvisa, os consumidores podem consultar revistas especializadas na publicação de preços de medicamentos, que devem ser disponibilizadas obrigatoriamente pelas farmácias e drogarias.

“Essas revistas não devem ser confundidas com o material de publicidade do estabelecimento e os preços nelas contidos podem ser menores que aqueles da lista da CMED, pois refletem descontos concedidos pela indústria, mas jamais superiores.”

Caso o consumidor encontre irregularidades, a orientação é acionar os órgãos de defesa do consumidor, como os Procons e a plataforma consumidor.gov.br. Também é possível encaminhar denúncias diretamente à CMED, por meio de formulário disponível na página da Anvisa.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 29 de março de 2025

Soros salvam | Picada por escorpião escondido na bota, mulher sobrevive a envenenamento após tratamento em hospital do Butantan

Por José Roberto Peruca from Araçatuba/SP, Brasil - Tityus serrulatus (Buthidae), CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=131341048



Logo depois de calçar as botas para começar o trabalho em Osasco (SP), na manhã do dia 6/3, a encarregada de limpeza Priscila Maria da Silva, de 39 anos, sentiu uma fisgada no pé direito. Ao retirar o calçado, veio o susto: era um escorpião amarelo (Tityus serrulatus), espécie que mais causa acidentes e óbitos por envenenamento por escorpiões no Brasil.


Descubra onde encontrar soros para picada de animais peçonhentos

Priscila foi picada no segundo dedo do pé direito. Com dor no local e na perna direita, ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, onde foi medicada com analgésicos e depois encaminhada de ambulância para o Hospital Vital Brazil (HVB), localizado dentro do Parque da Ciência Butantan e especializado no tratamento de acidentes por envenenamento. Assim que chegou ao HVB, Priscila foi tratada com o soro antiescorpiônico produzido pelo Instituto Butantan.


“Na hora da picada eu senti uma queimação, um formigamento que foi subindo pela perna até o joelho. Quando eu cheguei na UPA, comecei a sentir ânsia de vômito, tontura, dor de cabeça e me disseram que eu seria transferida para o hospital do Butantan”, explica Priscila.

O que fazer e o que não fazer ao encontrar um escorpião?

A encarregada de limpeza disse que a picada foi fruto de uma distração: a empresa onde ela presta serviço havia orientado os funcionários a checarem os sapatos antes de calçá-los, pois havia feito uma dedetização após a aparição de um escorpião.

“Na rotina normal, eu tiro as botas de dentro da gaveta do armário, bato cada uma, e oriento meus outros funcionários a fazerem o mesmo. Só que naquele dia eu me distraí porque fui conversando com o pessoal e calçando a bota até que senti a picada”, conta.

Desinsetização resolve?

A bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido explica que a desinsetização não é eficaz para eliminar escorpiões. “A desinsetização não é recomendada para o controle de insetos, pois além de não serem insetos -são aracnídeos- os escorpiões são animais bastante resistentes e ficam escondidos em locais onde não são atingidos pelo veneno, tornando a ação ineficaz. Com metodologias corretas é possível fazer o controle de escorpiões com produtos sólidos e não pulverizados”, afirma Denise Candido.

A bióloga explica que a dedetização ou desinsetização se refere ao controle de pragas focado na eliminação de insetos, sendo que o primeiro está relacionado ao nome do antigo DDT, que atualmente não deve mais ser usado para este controle.

“A dedetização fez com que o animal se deslocasse sem morrer e foi parar dentro do sapato. Os funcionários foram corretamente avisados do ocorrido, mas o que aconteceu foi a ‘sensação de segurança’ que passaram a ter por saberem que já tinham jogado o veneno”, ressalta a bióloga.

Saiba o que fazer para prevenir o aparecimento de escorpiões em casa

Das 2.800 espécies de escorpiões conhecidas no mundo, cerca de 140 são consideradas de interesse em saúde, ou seja, que o veneno pode ser prejudicial aos humanos. No Brasil, existem 180 espécies de escorpiões, sendo que as responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus – que tem como característica, entre outras, a presença de um espinho sob o ferrão. A espécie Tityus serrulatus, a mesma que picou Priscila, é a que mais causa acidentes graves no país, com registro de óbitos principalmente em crianças, segundo o Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde.

Os escorpiões foram responsáveis por 154 óbitos e por 193.115 acidentes no país em 2024, segundo o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. O estado de São Paulo continua sendo o maior notificador de acidentes escorpiônicos, com 42.054 casos em 2024.


Quando o soro é necessário?

É importante ressaltar que nem todos os acidentes com escorpião demandam o uso do soro antiescorpiônico. Além de prestar atendimento à população, os médicos do HVB são consultados por profissionais de saúde de outros hospitais para avaliar a necessidade ou não do uso do antiveneno em seus pacientes. Com o caso de Priscila não foi diferente. A equipe da UPA ligou para o hospital do Butantan, onde a equipe avaliou os sintomas e resultados de exames. Por se tratar de um caso que precisaria de soro, a transferência foi sugerida.

“Ela apresentava palidez, sudorese, mal-estar, dor no peito e alterações da glicemia e no eletrocardiograma, quadro de envenenamento classificado como moderado, que necessita da administração do soro”, explica o médico cirurgião Jefferson Murad, plantonista no HVB que atendeu a encarregada de limpeza. Com a piora dos sintomas, Priscila recebeu três ampolas do medicamento.

Além de moderado, os envenenamentos podem ser leves ou graves. Nos casos de envenenamento leve, a dor pode ser intensa no local da picada, mas o veneno não se espalha por completo no corpo do paciente. “Estes casos podem ser combatidos com infiltração anestésica local, com analgésicos orais ou injetáveis e calor local. Eles correspondem a mais de 90% dos casos”, esclarece Jefferson Murad.

Os casos de envenenamento moderado podem incluir alterações no sangue, como aumento da glicemia, aumento da amilase (enzima digestiva) no sangue e alterações cardíacas. “Envolvem sinais de envenenamento sistêmico como palidez, sudorese profusa, mal-estar, náuseas e vômitos. Quando ocorre a maior parte destes sintomas laboratoriais e clínicos, indicamos a administração do soro”, ressalta o médico do HVB.

Nos casos de envenenamento grave, o acidentado pode sofrer vômitos proeminentes, arritmia, parada cardiorespiratória, choque hipovolêmico (hemorragia proeminente) e edema agudo de pulmão. “São pacientes que precisam ser internados em Unidade de Terapia Intensiva, mas são casos raros, difíceis de acontecer. Devemos dar uma atenção especial em crianças a fim de evitar que o envenenamento evolua para esse quadro”, destaca Jefferson Murad.

Em resumo:

- Envenenamento leve: causa dores, coceira, formigamento ou queimação – não precisa de soro antiescorpiônico;

- Envenenamento moderado: dores intensas, náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia, entre outros – de 2 a 3 ampolas de soro antiescorpiônico;

- Envenenamento grave: manifestações do envenenamento moderado + problemas cardíacos e pulmonares, entre outros – de 4 a 6 ampolas de soro antiescorpiônico.

Prevenção e socorro

Com os dias mais quentes, clima propício para a reprodução de escorpiões, o aumento de acidentes com o aracnídeo se torna um fenômeno cada vez mais comum. No dia do atendimento de Priscila, por exemplo, outros dois pacientes haviam dado entrada no hospital do Parque da Ciência devido a picadas de escorpiões.

“Em caso de picada de escorpião, o paciente deve ser levado à unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível e solicitar a avaliação de um médico. Caso haja alguma dúvida quanto ao atendimento, ele pode entrar em contato conosco para fazermos a orientação ou oferecer uma segunda opinião. Prestamos este serviço para todo o Brasil”, disse Jefferson Murad.

Priscila ficou no HVB sob observação por 24 horas. Neste período, contou as horas para rever os filhos João, de 20 anos, Júnior, de 15 anos, Yasmin, de 8 anos, e Alice, de 4 anos, além o esposo Thiago e da mãe Marta. E disse que não vai se esquecer do que aprendeu com os profissionais do HVB.

“Eles me contaram aqui que os escorpiões gostam de ficar em lugares escuros. Então entendi que é importante sempre dar uma olhada nos sapatos e nas roupas que a gente coloca no armário. Devemos estar atentos, principalmente nestes locais e onde há obras, porque são lugares mais propícios para aparecer escorpiões”, conclui Priscila.

Fonte: Instituto Butantan

sexta-feira, 28 de março de 2025

Anvisa suspende creme dental da Colgate após relatos de reações








Sintomas manifestados ao usar o produto são similares a alergias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta quinta-feira (27) uma resolução que suspende todos os lotes do Creme Dental Colgate Total Clean Mint, produto da empresa que substitui a linha Total 12 da marca. Segundo a agência, a medida é preventiva e temporária, com o intuito de proteger a saúde da população.

A suspensão tem duração de 90 dias, período no qual ocorrem as investigações sobre as reações adversas notificadas sobre o produto. Não existe determinação de recolhimento, no momento, mas o produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso.

A resolução recomenda a suspensão da comercialização e do consumo até que seja comprovada a segurança. Uma das possibilidades é que a inclusão da substância fluoreto de estanho na fórmula possa ser a causadora das reações, que incluem: 

Lesões bucais
Sensações dolorosas
Sensação de queimação/ardência
Inflamação gengival
Edema labial

"Estes sintomas têm impactado significativamente a qualidade de vida dos consumidores, resultando, em alguns casos, em custos médicos, afastamento do trabalho, dificuldades para se alimentar e se comunicar, e sofrimento emocional", informa a Anvisa.

Orientações

Caso o consumidor tenha o produto com a embalagem secundária (cartucho de cartolina), deve procurar no rótulo o número do processo, na Anvisa, que é 25351.159395/2024-82, e caso tenha somente a bisnaga verifique se na composição há "fluoreto estanoso".

Segundo a Agência, consumidores que sofreram eventos indesejados relacionados ao uso do produto devem comunicar imediatamente a Anvisa por meio dos canais de notificação Limesurvey e e-Notivisa.

A Agência Brasil procurou a Colgate para esclarecimentos, mas não teve sucesso no contato. A empresa não se manifestou em redes sociais até a conclusão desta reportagem.

Procon

O Procon-SP notificou a Colgate para esclarecer sobre as providências que a empresa está adotando em função da suspensão. O órgão de defesa do consumidor questiona a multinacional sobre como o consumidor pode identificar os produtos interditados, quais os lotes envolvidos e quais as orientações prévias.

Reações

Segundo nota do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), todos os ingredientes usados em dentifrícios (pasta, creme ou géis dentais) para a escovação dos dentes são aprovados pela Anvisa como seguros à saúde geral dos consumidores e reações são raras. Pesquisas da área atribuem essa sensibilidade aos agentes flavorizantes usados (essências de óleos) e ao detergente aniônico lauril sulfato de sódio.

"Tem havido relato de pessoas que tiveram reações bucais de sensibilidade a dentifrícios. Algumas marcas modificaram suas fórmulas e retiraram o fluoreto de sódio (NaF) e substituíram por fluoreto estanhoso (SnF2). Porém, as reações adversas bucais que têm sido relatadas não podem ser atribuídas ao íon flúor (fluoreto) porque este é comum nas duas formulações", explica o cirurgião-dentista Jaime Aparecido Cury, da Unicamp.

O uso do estanho na formulação tem o objetivo de melhorar a prevenção de doenças da gengiva, por conta de sua eficácia antibacteriana. Reações como a observada nestes casos em geral param logo após ser interrompido o uso do produto, e o conselho recomenda a interrupção caso haja reações.

Fonte: Agência Brasil