A região central do Rio Grande do Sul é conhecida pelo impressionante registro fossilífero. Rochas do Período Triássico (entre 250 e 200 milhões de anos atrás) afloram em beiras de estradas, lavouras e açudes. Dentre os diversos esqueletos fossilizados encontrados nestas rochas, alguns dos que mais chamam a atenção são os de dinossauros. Isso se dá não apenas pela extraordinária preservação, mas principalmente pela idade, a qual faz deles os mais antigos do mundo, com cerca de 233 milhões de anos. Este fato foi reconhecido pelo Guinness World Records, tornando as rochas gaúchas as detentoras do recorde de abrigar os mais antigos dinossauros já descobertos. Cerca de meia dúzia de espécies já foram escavadas a partir das rochas recordistas do Brasil. Esses dinossauros tinham entre 1,5 e 3 metros de comprimento, andavam sobre as patas posteriores e eram carnívoros. Embora muito menores do que os famosos dinossauros dos filmes, os dinossauros gaúchos foram os precursores de toda a história evolutiva do grupo, posteriormente dando origem a todos os outros dinossauros que vivem no imaginário de crianças e entusiastas. Os municípios gaúchos com os principais registros dos dinossauros mais antigos do mundo são Santa Maria, São João do Polêsine e Agudo. As primeiras descobertas de dinossauros nestas rochas foram publicadas em 1999, com a descrição do Saturnalia tupiniquim, de Santa Maria. Mais recentemente, uma série de novos achados têm sido realizados pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, da Universidade Federal de Santa Maria. O centro, que fica localizado no município de São João do Polêsine, é o resultado de uma ação que teve início através dos esforços do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus). Nos últimos anos, centenas de fósseis já foram escavados. Embora muitos fósseis correspondam a materiais fragmentários, alguns se tratam de esqueletos fósseis muito bem preservados, incluindo os primeiros dinossauros completos a serem escavados no Brasil
JC 10/08/21
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