terça-feira, 10 de agosto de 2021

MANUAL DE SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS

 Dos resíduos que geramos em casa – o lixo de cozinha ou de banheiro –, quase metade é de orgânicos: cascas e restos de alimentos, café, erva mate etc (veja tabela). Esse material tem potencial para ser “reciclado” por um processo natural de decomposição da matéria orgânica, que terá como resultado adubo natural para o solo. O nome disso é compostagem, que pode ser feita de diferentes maneiras. A mais conhecida é depositar resíduos no solo, misturar à terra e cobrir com matéria seca – folhas ou serragem. Com mais alguns cuidados, basta deixar que o resto com o próprio material. “Compostar tem a ver com respeitar o ciclo natural de sobras orgânicas. O que veio da terra, volta para a terra”, explica a engenheira sanitarista e ambiental Paula Moletta. Para Nicole Becker Portela, engenheira ambiental, esse é um exemplo de economia circular – o composto gerado vai nutrir o solo. Mas em Porto Alegre (e na maioria das cidades brasileiras), o material orgânico descartado pela população não é reciclado – ou compostado. O destino dessa parcela de resíduos é o aterro sanitário, para onde vai também o rejeito – o lixo do banheiro, por exemplo. No caso do rejeito, não há tecnologia disponível ou viável que permita sua reciclagem. Com o orgânico, contudo, está se enterrando um recurso que poderia ser reaproveitado. Por dia, Porto Alegre envia cerca de 1.100 toneladas de rejeitos e orgânicos para um aterro sanitário em Minas do Leão, distante 100 km da Capital. São mais de 70 viagens diárias para dar conta de escoar todo o resíduo descartado. Os dados são do DMLU. Como desse total já está descontada a parcela reciclável, coletada separadamente e enviada para unidades de triagem, mais da metade da carga é formada por orgânicos que poderiam ficar na cidade. Em 2020, o recurso pago pela prefeitura ao aterro sanitário chegou a R$ 35 milhões, a um custo de R$ 67,18 por tonelada. Para 2021, o preço por tonelada subiu para R$ 74,17. Os valores são do Portal Transparência. “O custo da operação de resíduos é um dos maiores das prefeituras, às vezes equiparado com obras. Compostar, além dos benefícios (ambientais e sociais), permite encaminhar o dinheiro ‘enterrado’ para outras áreas”, sustenta Paula. Para isso, é preciso deixar de pensar no ‘lixo’ como passivo e encarar como um ativo, sustentam Paula e Nicole. As duas são embaixadoras do Instituto Lixo Zero em Porto Alegre, organização sem fins lucrativos vinculada ao Zero Waste International Alliance, que incentiva a conscientização sobre o lixo gerado e tem como meta desviar 90% dos resíduos de aterro sanitário ou incineração. O caminho começa na casa de cada pessoa, ao seguir a lógica da separação por frações, conforme explicado na tabela: compostar o orgânico, reciclar o “seco” (embalagens), descartar o que é rejeito e separar de todos esses o que é lixo perigoso, como pilhas e lâmpadas. O passo seguinte é cobrar do poder público que recicle o material orgânico, conforme prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos desde 2010. Em Porto Alegre, a prefeitura faz a compostagem de podas feitas em parques e praças. No Programa de Metas, estabeleceu que ampliará a produção de composto orgânico em 100 toneladas até 2024, passando de 384 para 489. “Para começar a compostar, pode ser um bairro piloto, ou um condomínio”, diz Paula.

COMPOSTÁVEIS 

 Casca de frutas e verduras 

 Casca de ovos

  Guardanapos

  Saquinhos de chá 

 Borras de café com filtro

  Erva mate

  Palitos de madeira

  Podas de plantas


RECICLÁVEIS 

 Vidro e Plástico 

 Papel e papelão 

 Latas e Metais 

 Isopor e Tetrapack 

 Embalagens de alimentos

* * fazer mínima higienização, tirar excesso de comida


PERIGOSOS 

 Lâmpadas 

 Pilhas e Baterias

  Eletrônicos sem conserto 

 Eletrodomésticos sem conserto 

 Medicamentos vencidos


NÃO RECICLÁVEIS 

 Máscaras 

 Fitas adesivas 

 Chicletes 

 Papel filme 

 Papel higiênico 

 Fio dental 

 Absorventes 

 Fraldas descartáveis 

 Resíduos de varreção


DESTINO DOS RESIDUOS

COMPOSTÁVEIS=======> COMPOSTAGEM 

RECICLÁVEIS=========> COLETA SELETIVA 

PERIGOSOS==========> INDÚSTRIA 

NÃO RECICLÁVEIS=====> ATERRO SANITÁRIO


JC 02/06/21

RIO GRANDE DO SUL TEM OS FÓSSEIS MAIS ANTIGOS DO MUNDO

   A região central do Rio Grande do Sul é conhecida pelo impressionante registro fossilífero. Rochas do Período Triássico (entre 250 e 200 milhões de anos atrás) afloram em beiras de estradas, lavouras e açudes. Dentre os diversos esqueletos fossilizados encontrados nestas rochas, alguns dos que mais chamam a atenção são os de dinossauros. Isso se dá não apenas pela extraordinária preservação, mas principalmente pela idade, a qual faz deles os mais antigos do mundo, com cerca de 233 milhões de anos. Este fato foi reconhecido pelo Guinness World Records, tornando as rochas gaúchas as detentoras do recorde de abrigar os mais antigos dinossauros já descobertos. Cerca de meia dúzia de espécies já foram escavadas a partir das rochas recordistas do Brasil. Esses dinossauros tinham entre 1,5 e 3 metros de comprimento, andavam sobre as patas posteriores e eram carnívoros. Embora muito menores do que os famosos dinossauros dos filmes, os dinossauros gaúchos foram os precursores de toda a história evolutiva do grupo, posteriormente dando origem a todos os outros dinossauros que vivem no imaginário de crianças e entusiastas. Os municípios gaúchos com os principais registros dos dinossauros mais antigos do mundo são Santa Maria, São João do Polêsine e Agudo. As primeiras descobertas de dinossauros nestas rochas foram publicadas em 1999, com a descrição do Saturnalia tupiniquim, de Santa Maria. Mais recentemente, uma série de novos achados têm sido realizados pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, da Universidade Federal de Santa Maria. O centro, que fica localizado no município de São João do Polêsine, é o resultado de uma ação que teve início através dos esforços do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus). Nos últimos anos, centenas de fósseis já foram escavados. Embora muitos fósseis correspondam a materiais fragmentários, alguns se tratam de esqueletos fósseis muito bem preservados, incluindo os primeiros dinossauros completos a serem escavados no Brasil

JC 10/08/21

REVITALIZAÇÃO DAS MARGENS DO RIO TAQUARI

 

Projeto vai revitalizar mata ciliar em rios do Vale do Taquari Com o intuito de construir conhecimento para a restauração ecológica dos ecossistemas regionais, um dos projetos da Universidade do Vale do Taquari (Univates) tem o objetivo de definir metodologias eficazes para a restauração da cobertura vegetal das margens de rios e arroios da região, cuja vegetação encontra-se degradada ou ausente. São cerca de R$ 222,8 mil captados da CEEE para a execução do projeto. A Univates, como contrapartida, mantém a equipe de trabalho que vai executar a iniciativa por quatro anos, composta por três bolsistas de iniciação científica e pesquisadores que atuam no projeto. A expectativa é de que as cidades de Travesseiro, Marques de Souza, Lajeado, Encantado e Arroio do Meio recebam as intervenções. Às administrações municipais que trabalharem em conjunto com a universidade caberá, por exemplo, o auxílio no transporte de mudas e materiais necessários para a implantação das metodologias. Parte das mudas a serem utilizadas está sendo produzida no campus da Univates, em Lajeado. As metodologias começam a ser implantadas neste mês, e o projeto encerra em 2024. Ao fim do trabalho, livros, cartilhas e produção científica estarão disponíveis à população, como uma forma de ampliar a pesquisa desenvolvida na Univates. O planejamento é essencial para que o trabalho tenha o sucesso esperado. A Univates já desenvolveu um projeto sobre matas ciliares entre 2012 e 2014, também coordenado pela docente, que é doutora em Botânica e trabalha com ecologia vegetal. “Naquela ocasião fizemos a caracterização da vegetação, ou seja, o reconhecimento das espécies que ocorrem nas margens do rio Taquari, em áreas preservadas e também degradadas. Quando terminamos esse trabalho, partimos para o arroio Forquetinha. Logo após, começamos a nos questionar sobre a estrutura das comunidades vegetais das matas ciliares do rio Forqueta”, explica a professora Elisete Maria de Freitas , que coordena o projeto. Esses estudos e outros já realizados permitem que a equipe envolvida conheça a diversidade de espécies que compõem a flora das margens dos rios e arroios da região e possa definir quais espécies devem ser utilizadas para acelerar a restauração das áreas que se encontram degradadas. “O que o diferencia de outras iniciativas é a abrangência do que é proposto, uma vez que, só em termos de mudas a serem plantadas, serão cerca de 4 mil inicialmente. Quando pensamos na estimativa de quantas mudas vamos precisar, o total assusta”, relata Elisete. Serão utilizadas 12 áreas com cerca 3.000 metros quadrados, nas quais o processo todo será realizado e documentado cientificamente. “Vamos testar diferentes metodologias e verificar o que a gente pode e o que não pode fazer aqui. Existem diferentes formas de fazer, e o nosso objetivo é identificar o que é o melhor para o Vale do Taquari, conforme as características locais”, aponta a pesquisadora.

JC 10/08/21