O número de diabéticos nas Américas triplicou desde 1980 e segundo a OMS, a doença é a quarta maior causa de morte na região, depois do infarto, acidente vascular cerebral e de demências. De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil mais de 57 mil pessoas morreram por complicações relacionadas à doença em 2013. O diabetes foi o tema escolhido pela OMS para marcar o Dia Mundial da Saúde, lembrado nesta quinta-feira (7). Ainda hoje, a organização e o Minsitério da Saúde devem divulgar dados atualizados sobre a doença no país.
Segundo Michele, esse aumento é percebido no dia a dia no posto e as maiores causas são o sedentarismo e a má alimentação. A especialista lembra que resumidamente, o diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune, já o do tipo 2 tem uma carga genética, mas o estilo de vida é decisivo para desencadear a doença.
“A do tipo 1 tem autoimunidade. Em algum momento da vida, a pessoa tem anticorpos que reagem contra as células do pâncreas, que são produtoras de insulina. Isso pode ter caráter multifatorial. Há genética envolvida, mas pode ter outros fatores”, afirmou, acrescentando que as pessoas costumam ser diagnosticadas crianças ou jovens. Já a do tipo 2 é mais frequente entre os 40 e 50 anos de idade. “Com sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares ruins, a pessoa que tem uma carga genética de propensão para a doença, mais cedo ou mais tarde acaba desenvolvendo o diabetes tipo 2, mas isso pode ser evitado com mudança de estilo de vida”.
A médica lembra que não há cura para a doença, mas sim prevenção e controle. “Se você tem história familiar, alimentar-se de forma saudável e fazer atividade física é uma prevenção”, sugere.
Dados da OMS indicam que nas Américas mais de 60% da população estão acima do peso ou obesa, em grande parte como resultado de mudanças de estilo de vida relacionadas ao desenvolvimento e à globalização.
O novo relatório da organização destaca que o aumento de casos do diabetes pode ser retardado por meio de uma combinação de políticas fiscais, legislação, mudanças no meio ambiente e conscientização das pessoas para a necessidade de modificar os fatores de risco para a doença. “Isso inclui políticas que aumentem os impostos sobre bebidas açucaradas e a adoção de rotulagem frontal nos alimentos, alertando os consumidores sobre os produtos processados com alta quantidade de gordura, açúcar e sal, com o objetivo de desencorajar seu consumo”, diz a OMS.
Agência Brasil
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