quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Jacarés são encontrados novamente em São Jerônimo



Menos de um mês depois de um filhote de jacaré-de-papo-amarelo ter sido encontrado no Centro de São Jerônimo, outros dois animais, de grande porte, foram encontrados no bairro Beira-Rio. O fato aconteceu no início da última semana, quando uma criança avistou um dos animais no pátio de uma residência. Um deles foi recolhido pela Brigada Ambiental e o outro não foi mais visto. Autoridades e moradores garantem que os animais não feriram ninguém.

Ana Paula Lima da Silva, vizinha da residência onde os animais apareceram, conta como aconteceu:
- No começo da semana, a filha da vizinha da frente gritou que tinha visto um dos animais. Achamos que pudesse ser um lagarto, que é comum aparecer por aqui. Quando vimos, era um jacaré. Na realidade apareceram dois ao lado da minha casa. No sábado é que demos de cara com o outro – disse Ana Paula.
A Brigada Ambiental foi acionada e recolheu um dos animais, no sábado, 17:
- Realmente aconteceu novamente. Tratava-se de um jacaré-de-papo-amarelo com aproximadamente 1,30m de comprimento. No primeiro contato o susto é grande. A cara não é de bons amigos e o olhar misterioso aumenta o medo de um ataque – relata o policial da Brigada Ambiental e biólogo, Jonas dos Santos.
Um dos animais foi recolhido e o outro não foi mais visto:
- Eles vieram aqui e recolheram apenas um deles, o menor. Quando chegaram, o outro já não estava mais no local e não foi mais visto, fugiu – comentou Ana Paula, que garante que os jacarés não machucaram ninguém e nem mataram nenhum animal.

ONDE PODEM ESTAR

O biólogo explica que o animal é nativo da região, mas que não são perigosos, desde que não se sintam ameaçados:
- As áreas de maior incidência deste animal, que é nativo, ficam próximas de banhados e de matas preservadas. Esses animais ficam mais perigosos quando estão chocando seus ovos, já que o instinto de defesa da futura cria faz o animal reagir, podendo atacar quem estiver por perto. Apesar disto, se o contato com o jacaré ocorrer em terra, o risco de uma mordida é bem menor, pois ele não tem muita flexibilidade no pescoço, limitando o ataque, mas isso muda quando ele está na água, porque sendo seu habitat o risco é maior – explica.
Ainda de acordo com o biólogo, o surgimento desses animais pode ser atribuído a um possível desequilíbrio ambiental:
- A presença deste animal na área urbana pode ser atribuída a dois principais fatores, que são a redução da captura e a construção de residências próximas de áreas alagadas. O jacaré já esteve na lista dos animais ameaçados de extinção e, no entanto, a redução no esforço de caça reverteu esta situação. O animal é muito comum na região - comenta.
Sobre o local onde os animais apareceram, Jonas explica que existe uma grande área alagada próxima e isso é propício para o aparecimento do animal:
- Outro ponto que deve ser considerado, é que nas proximidades do bairro onde o animal foi capturado existe uma grande área alagada, adjacente ao Rio Jacuí, ambiente propício para a manutenção da espécie, onde possivelmente poderá haver ninhos dele – comenta.

DICAS

O biólogo garante que o animal oferece pouco risco e que não há motivo para pânico. A Brigada Ambiental deve ser comunicada em caso do aparecimento de outros animais:
- Se encontrado andando pela rua, o animal oferece poucos riscos aos humanos e outros animais, desde que não sejam acuados. Existe uma regra que diz que nenhum animal gasta energia com uma presa que ele não tem capacidade de capturar, mas não significa que ele não vai se defender. Em caso de contato com outro animal, recomendamos que a população entre em contato com a Polícia Ambiental que vai até o local verificar a necessidade da remoção – finaliza.



SAIBA MAIS

Jacaré-de-papo-amarelo

Nome científico: Caiman latirostris
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia 
Família: Alligatoridae
Distribuição: Litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul
Habitat: Lagoas litorâneas
Hábito: Noturno
Nome popular: JACARÉ-DE-PAPO-AMARELO

Características: Sua cor é esverdeada, quase pardo, com o ventre amarelado, o focinho largo e achatado e pode medir até 3 metros de comprimento. Os jacarés são animais de hábitos noturnos e durante o dia formam grupos para tomar sol. Alimenta-se de peixes, aves e mamíferos. Seu período de reprodução é entre janeiro e março, época das grandes enchentes dos rios e põe entre 30 e 60 ovos por ninhada. Pode viver até 50 anos.
Os jacarés são animais ecologicamente importantes, pois fazem o controle biológico de outras espécies de animais, pois se alimentam dos animais mais velhos e fracos que não conseguem escapar de seu ataque. Além disso, suas fezes servem de alimento a peixes e outros seres vivos aquáticos.

Fonte: Fundação Osvaldo Cruz - Fiocruz

Carla Miller Trainini  -  Jornal Portal de Notícias


Jacaré encontrado em São Jerônimo foi solto na natureza


No dia 18, um filhote de jacaré-do-papo-amarelo foi encontrado no centro de São Jerônimo, caminhando nas proximidades do posto de combustível Postaço. O animal foi recolhido pela Brigada Militar e liberado na natureza no dia seguinte, pela Brigada Ambiental.
O sargento Bittencourt, comandante da Polícia Ambiental da Região Carbonífera, explica os procedimentos tomados após a captura do animal:
- Se o animal está machucado, nós levamos até a Toca do Bicho, em Porto Alegre, até que ele tenha condições de ser solto. Nesse caso não precisou, já que nosso biólogo atestou suas boas condições. Foi então que nós o soltamos na natureza, em um arroio próximo à Estrada do Areal, em São Jerônimo, longe do movimento da cidade e em um local onde ele se sinta em seu habitat natural, garantindo que possa seguir o seu percurso em segurança – relatou o sargento.
A estudante de Gestão Ambiental da Ulbra de São Jerônimo, Larissa Lopes da Silva, disse que jacarés podem ser vistos nas ilhas do Rio Jacuí:
- Sempre teve jacaré no Rio Jacuí e isso não é de hoje. É comum realizarmos passeios pelas ilhas, através do curso de Gestão Ambiental e eu já vi fotos de jacarés, inclusive, que um colega tirou em um dos passeios realizados pela turma. O que acontece é que eles têm tanto medo de nós quanto nós deles, motivo pelo qual ficam nas ilhas – comenta a estudante.
O policial da Brigada Ambiental e biólogo, Jonas dos Santos, examinou o animal e atestou que ele estava em boas condições. Ele explica que não há motivos para se ter pânico:
- Acreditamos que esse filhote possa ter vindo pelas águas do Rio Jacuí, com a última cheia, e perdeu-se da família, portanto não há motivo para se entrar em pânico, já que a mãe dele não deva vir atrás. É comum esse animal em nossa região, mas ele prefere águas mais calmas, do tipo lagoas e não ilhas, portanto, ter se perdido na enchente é a causa mais provável – explicou o biólogo.
Conforme o sargento Bittencourt, a dica é deixar o animal seguir o seu percurso e jamais se aproximar dele:
- Não se deve pegar o animal. Quem invadiu o seu espaço fomos nós, seres humanos, que construímos casas e estradas até a beira do rio, portanto, a orientação é não fazer nada, porque ele vai embora sozinho – informou o sargento.
























FONTE: Carla Miller Trainini  -  Jornal Portal de Notícias

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