quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Governo divulga lista de municípios habilitados no Programa Carretas do Saber

 


Mais de R$ 56 milhões estão sendo investidos para qualificação profissional itinerante

O governo do Estado divulgou, nesta terça-feira (7/10), a lista dos 130 municípios habilitados a receber as unidades móveis do Programa Carretas do Saber. Com investimento de mais de R$ 56 milhões, a iniciativa visa proporcionar acesso à qualificação e aumentar a empregabilidade local. Lista completa dos municípios

A ação está sendo executada pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional (STDP), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai RS), integrante do Sistema Fiergs. O convênio foi assinado em janeiro de 2025 pelo governador Eduardo Leite.

As carretas funcionarão como escolas técnicas móveis. Equipadas com salas de aula, laboratórios, oficinas e recursos audiovisuais, as unidades serão deslocadas para os municípios contemplados para a oferta de cursos gratuitos na área industrial.

Cada município terá duas turmas de 15 participantes. Nos cinco anos de execução do programa, estão previstos mais de 400 atendimentos e aproximadamente 12 mil alunos capacitados. Esta é a primeira vez que o Estado destina recursos para levar oportunidades de formação profissional de forma itinerante.

Para o titular da STDP, Gilmar Sossella, o programa reforça o compromisso do governo com a qualificação e com o desenvolvimento regional. “Estamos levando a educação profissional aonde ela nunca chegou. Muitas das cidades contempladas não têm escolas técnicas, nem acesso asfáltico, mas têm gente com vontade de aprender e se qualificar. O exemplo de Garruchos mostra bem essa realidade: é um município distante, e para quem busca qualificação, enfrentar longos trajetos em estrada de chão muitas vezes torna inviável”, destaca. “Com as carretas, a oportunidade chega até as pessoas. Nosso objetivo é criar condições para que os gaúchos possam se capacitar e conquistar espaço no mercado de trabalho, sem precisar sair de seu município.”

Municípios selecionados

Foram selecionados com prioridade os municípios que não possuem vias asfaltadas ou com difícil acesso, sem escolas de formação (como Senai, Senac ou institutos federais), não contemplados em programas estaduais anteriores de qualificação e que optaram, como primeira opção, por cursos alinhados à demanda local.

Do total de habilitados: 16 municípios não têm acesso asfáltico;
129 municípios não possuem escolas de formação;
35 municípios não foram contemplados em programas estaduais anteriores de qualificação.

Os municípios que não foram habilitados podem interpor recurso no período de 8 a 14 de outubro.

Unidades disponibilizadas

As unidades móveis operarão a partir de 4 de novembro, conforme calendário disponível no site da STDP. São elas: 

energia fotovoltaica;

automação industrial;

couro e calçado;

usinagem CNC (produção de peças de alta precisão);
alimentos;

mecânica de máquinas agrícolas;

construção civil;

mecânica de veículos;

mecânica de refrigeração;

energias renováveis;

soldagem.

Texto: Ascom STDP 
Edição: Secom

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Vacina contra HPV reduz em 58% casos de câncer de colo de útero

 
Imunizante também reduz em 67% as lesões pré-cancerosas graves

Um estudo realizado entre 2019 e 2023, avaliou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de mais de 60 milhões de mulheres a cada ano, com idade de 20 a 24 anos, para analisar o impacto da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) no Brasil. A pesquisa envolveu cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio da Royal Society e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

Os resultados indicaram que tomar a vacina reduziu em 58% os casos de câncer do colo do útero e em 67% as lesões pré-cancerosas graves (NIC3).

Publicada pela revista The Lancet, a pesquisa indicou que o efeito da vacina foi consistente mesmo antes da idade indicada para o rastreamento (25 anos). De acordo com os pesquisadores, os resultados demonstram o potencial do imunizante como uma das estratégias mais eficazes de saúde pública para salvar vidas e reduzir desigualdades no acesso à saúde.

“O impacto observado no Brasil confirma que a vacinação contra o HPV é eficaz não apenas em países de alta renda, mas também em contextos com recursos limitados. Esse é um passo fundamental rumo à eliminação global do câncer do colo do útero”, destacam os autores do estudo. A análise foi conduzida pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Thiago Cerqueira-Silva, Manoel Barral-Netto e Viviane Sampaio Boaventura.

Avanços

Desde 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina contra o HPV gratuitamente pelo SUS. Em 2024, o Brasil adotou o esquema de dose única, alinhado às evidências científicas mais recentes. Em 2025, novas diretrizes ampliaram a vacinação para adolescentes de 15 a 19 anos, além de grupos prioritários como usuários de PrEP, imunossuprimidos e pacientes com papilomatose respiratória recorrente.

O câncer do colo do útero ainda é o segundo mais comum entre mulheres brasileiras e representa uma das principais causas de mortalidade feminina. A vacinação é uma ferramenta decisiva para reduzir desigualdades em saúde e aproximar o Brasil da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a doença como problema de saúde pública.

Vacina

Estima-se que 50% a 70% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o HPV em algum momento da vida. A vacina protege contra até 98% dos tipos oncogênicos mais perigosos.

Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de prevenir a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para: meninas e meninos de 9 a 14 anos; mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos; vítimas de abuso sexual, imunocompetentes, de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com o esquema incompleto.

Também podem ser imunizados, usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15 a 45 anos, que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto (de acordo com o preconizado para a idade ou em situação especial); e pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.

A vacina contra o HPV está disponível em unidades básicas de Saúde. A vacinação é gratuita. Os centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) disponibilizam a vacina para pessoas com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos de até 45 ano
s.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Por que a polinização é importante e quais animais fazem esse papel? Spoiler: não são só as abelhas

Processo pode ser feito por insetos, aves, mamíferos e até sem a presença de animais, sendo essencial para a manutenção de flores e vegetais

Quando se fala em polinização, o que vem à sua mente? Se for uma abelha espalhando um pozinho entre as flores, você está certo: as abelhas são os maiores polinizadores que existem. Mas saiba que, além delas, há vários outros animais que cumprem esse papel na natureza, como outros insetos, além de aves e mamíferos. Além disso, a polinização também acontece pela ação do vento e das águas, que carregam o pólen pela vegetação sem a presença de animais ou humanos. Existem ainda técnicas de polinização artificial, que é feita por humanos, chamada de polinização artificial.

Para entendermos melhor os processos naturais, o Portal do Butantan conversou com a técnica do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, Natália Batista Khatourian, que explica essas e outras questões sobre polinização.


A mosca-zangão-europeia (Eristalis tenax) é um exemplo de polinizadora

1- O que é polinização?

O pólen é um conjunto de minúsculos grãos, geralmente amarelos, que contêm os gametas masculinos das flores. A polinização é o processo de transferência do pólen das anteras (parte do órgão reprodutor masculino) para o estigma (parte do órgão reprodutor feminino) da flor.

Essa transferência pode ocorrer na mesma flor, o que é chamado de autopolinização, ou entre flores diferentes, conhecida como polinização cruzada.

É através da polinização que ocorre a fecundação dos óvulos existentes no estigma, possibilitando a formação de sementes e frutos. Em resumo, é a polinização que permite o surgimento de novas flores e plantas que dão origem a tantas frutas e vegetais deliciosos!


O beija-flor é um exemplo de ave polinizadora

2- Que animais são polinizadores?

A polinização feita por animais tem um nome: zoofilia. A maioria dos polinizadores são insetos, como as abelhas - que de fato são as que polinizam o maior número de espécies –, além de borboletas, vespas, mariposas, besouros, moscas, tripes e até formigas (Camponotus crassus), que se alimentam do pólen e do néctar das flores.

Alguns exemplos de borboletas polinizadoras pertencem às famílias Nymphalidae e Papilionidae.

Algumas mariposas das famílias Sphingidae, Geometridae, Erebidae e do gênero Manduca sp., assim como os besouros das famílias Scarabaeidae e Curculionidae, entre outros, também são capazes de polinizar. Até mesmo algumas moscas, especialmente a mosca-zangão-europeia (Eristalis tenax), têm essa capacidade.

Algumas aves também são polinizadoras. É o caso do beija-flor – a ave que mais poliniza espécies –, periquito, sanhaço, maritaca, entre outras. Até alguns mamíferos, como morcegos e lêmures polinizam ao se alimentar de frutos.

Cada tipo de polinização recebe um nome. A polinização por insetos é chamada de entomofilia (termo que vem de entomon, inseto em grego); a polinização por aves, recebe o nome de ornitofilia (palavra que deriva de órnis, ave em grego); a polinização por morcegos é denominada quiropterofilia (termo que vem da junção das palavras gregas cheir, que significa mão, e pteron, que quer dizer asa, porque o morcego é um mamífero que tem asas e dedos).

Geralmente os animais são atraídos pelas cores vibrantes e pelo odor característico das flores – propriedades que as plantas desenvolveram ao longo de sua evolução justamente para atrair polinizadores. Cada animal vai polinizar determinadas espécies de flor ou vegetação. Ao ir de flor em flor, ele carrega parte do pólen de uma para a outra, permitindo que se mantenha o ciclo de polinização e a reprodução de inúmeras espécies vegetais.



As abelhas são os insetos que mais polinizam espécies


3- Por que a polinização existe mesmo sem animais?

A polinização também pode ocorrer sem uma ajudinha animal, processo chamado de polinização abiótica (que não envolve um ser vivo). Isso pode ocorrer de duas maneiras: pelo vento ou pela água. A polinização por vento é chamada de anemofilia e ocorre naturalmente, quando o vento transporta grãos microscópicos de pólen de uma flor ou agente vegetal para outra. Este tipo de polinização tende a ser mais eficaz em distâncias curtas, como em plantações de milho e trigo, entre pinheiros e cedros e em flores como o dente-de-leão.

Já a polinização por água é chamada de hidrofilia e ocorre entre plantas aquáticas que vivem em áreas alagadas, quando o pólen flutua pela superfície líquida até encontrar o estigma de outra planta. No órgão reprodutor feminino, o pólen germina, desenvolvendo tubos microscópicos e fecundando a planta. Este tipo de polinização não é o mais comum entre as plantas aquáticas, já que insetos também podem polinizar algumas dessas espécies.


4- Qual a importância da polinização na natureza?

A polinização é essencial para ajudar a perpetuar espécies de plantas, o que, consequentemente, influencia na alimentação de muitos outros animais. A manutenção deste ciclo contribui também para garantir o enriquecimento ambiental do local onde ela acontece. Esse enriquecimento ocorre quando as espécies que habitam um determinado lugar vivem da melhor forma possível, ou seja, mantendo suas características e com condições adequadas de sobrevivência.

Um exemplo claro de desequilíbrio ecológico é quando não há presença de certos insetos em área de mata. Este pode ser um indicativo de que há pouco alimento para eles na região, ou seja, uma vegetação empobrecida.

Sendo assim, é muito importante evitar a degradação dos ecossistemas. Ao ver animais polinizadores, como abelhas, borboletas e até mesmo outros insetos que podem incomodar, não tente eliminá-los. Deixe-os fazerem o seu nobre trabalho, que nos garante, além de belas paisagens floridas, vegetais e frutas importantes para a alimentação e para a saúde das pessoas. Os polinizadores têm uma função muito nobre na natureza e cabe a nós ajudá-los neste processo.


Fontes adicionais:
Portal de Educação Ambiental do Estado de São Paulo
Embrapa
Fonte: Instituto Butantan

domingo, 5 de outubro de 2025

Inca estima 73,6 mil novos casos de câncer de mama no Brasil em 2025

 
São estimados 73.610 novos casos este ano no país

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançou nesta sexta-feira (3), no mês do Outubro Rosa, que conscientiza sobre o câncer de mama, a publicação Controle de câncer de mama no Brasil: dados e números 2025, com informações sobre incidência, mortalidade, fatores de risco, prevenção, acesso a exames e tratamento para ajudar profissionais de saúde e gestores pelo país.

Segundo o Inca, o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. São estimados 73.610 novos casos este ano. Em 2023, foram contabilizadas mais de 20 mil mortes pela doença no país. Entre 2020 e 2023, houve redução da mortalidade entre mulheres na faixa entre 40 e 49 anos.

De acordo com o relatório, o Sudeste é a região com maior incidência da doença, e Santa Catarina, no Sul, registra a maior taxa entre as unidades da federação. Em relação à mortalidade, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste lideram, e as maiores taxas estão em Roraima, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, respectivamente.

A chefe da Divisão de Detecção Precoce e Organização de Rede do Inca, Renata Maciel, disse que nos últimos 3 anos tem melhorado o tempo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento, com destaque na Região Sul, que tem o maior percentual de casos tratados em 60 dias.

"A mortalidade em mulheres de 80 anos ou mais tem aumentado e tem reduzido essa mortalidade em idades mais jovens. O maior percentual de mortes está na população entre 50 e 69 anos", disse.

Para Renata, ainda se tem que melhorar a cobertura do rastreamento, que é baixa no Brasil. "Precisamos aumentar essa cobertura para 70%, e hoje a gente tem uma variação em alguns estados do Norte em torno de 5,3% e no Espírito Santo, de 33%. É muito baixo. Nosso foco é centrar esforços nesse rastreamento organizado para que as mulheres façam a mamografia a cada dois anos".

O diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde , José Barreto, lembra que o rastreamento e o diagnóstico precoce fazem parte da proposta do programa Agora Tem Especialista, lançado pelo governo federal.

"Estamos com o propósito de redução da fila de espera no tratamento. O tempo é vida no câncer. Incorporamos novos medicamentos", afirmou.

https://www.youtube.com/watch?v=nsuj2aOmLw8&t=396s

Fonte: Agência Brasil