quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Políticas antitabaco não alcançam quem vive na pobreza

As políticas de controle do tabaco desenvolvidas durante o período 1989-2008 conseguiram reduzir o consumo em quase 50%. No entanto, apesar desse bom resultado, não houve um olhar específico para as desigualdades socioeconômicas. Tal afirmativa se comprova no momento em que as pesquisas analisam a situação de vulnerabilidade às quais as populações de baixa renda estão submetidas, quando o assunto é o alcance das políticas de controle. Os dados apontam que os pobres estão mais expostos à substância, têm menor percepção das mensagens de alerta à saúde e encontram-se mais vulneráveis às doenças relacionadas ao tabaco. O alerta faz parte da pesquisa Impostos sobre o tabaco e políticas para o controle do tabagismo no Brasil, México e Uruguai – resultados do Brasil, desenvolvida pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e a Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os resultados foram apresentados na terça-feira (26/11), na Jornada Internacional sobre Impostos, Preços e Políticas de Controle do Tabaco, realizada na UFF.
O relatório confirma que pobres fumam mais, possuem maior exposição ao tabagismo passivo, menor percepção das mensagens de alerta à saúde e menor índice de abandono ao tabagismo
 
O estudo, coordenado pela pesquisadora da Ensp Vera Luiza da Costa e Silva, identificou a demanda de fumar por grupo de renda ou nível educacional, além de avaliar diferentes reações aos impostos e outras políticas de controle do tabaco. “A pesquisa tem uma grande importância para o país, uma vez que levanta potenciais razões para as iniquidades observadas na distribuição do tabagismo no território nacional. Ela corrobora os resultados de estudos realizados em outros países, em que a epidemia do tabaco se concentrou entre os mais pobres”, explica a coordenadora do Cetab a respeito do trabalho, realizado simultaneamente no México e no Uruguai, e financiado pela Agência de Cooperação do Canadá International Development Research Centre (IDRC).
 
Situações de vulnerabilidade
 
Além de concluir que as pessoas com baixo nível de escolaridade têm maior probabilidade de sofrer das doenças causadas pelo tabagismo, a pesquisa aponta certa tendência ao crescimento da diferença entre ricos e pobres, uma vez que os indicadores apresentados sinalizam um cenário extremamente desfavorável para os grupos socioeconômicos mais baixos em relação à epidemia do tabaco. O relatório confirma que pobres fumam mais, possuem maior exposição ao tabagismo passivo, menor percepção das mensagens de alerta à saúde, menor índice de abandono ao tabagismo e estão expostos, de forma semelhante, às mensagens pró e antitabaco. Além disso, gastam mais dinheiro para comprar produtos de tabaco e morrem mais por doenças relacionadas ao tabaco.
 
Na opinião da coordenadora do estudo, constatou-se que não basta conceber campanhas e políticas de controle do tabagismo no Brasil apenas em áreas temáticas. É preciso que cada iniciativa traçada teste e elabore estratégias que tenham impacto na população de menor nível socioeconômico, com campanhas, mensagens de advertência, medidas de fiscalização e ofertas de tratamento desenhadas para esse grupo. “Só assim poderemos continuar reduzindo a proporção de fumantes na população para níveis menores de 5%, levando o país a entrar no que vem sendo chamado de ‘a jogada final’ do tabaco”, concluiu.
 
Para a diretora-executiva da ACT, Paula Johns, os dados demonstram que o tabagismo ainda não é um desafio superado no Brasil. “Além de avançar na implementação das políticas públicas de controle do tabagismo clássicas, como aumento de preços, ambientes livres de fumo, proibição de publicidade e de aditivos nos cigarros, é necessário pensar em iniciativas que cheguem às camadas populacionais mais vulneráveis ao tabagismo, tratando-o como um determinante social de saúde”, alertou.
Números
Dados coletados revelam que o percentual de fumantes de todos os produtos de tabaco entre as pessoas com 15 anos ou mais, com escolaridade menor que sete anos, foi mais duas vezes maior do que o identificado entre aqueles com pelo menos um ano de universidade. Em relação às despesas médias mensais com cigarros, foram maiores na faixa da população com menos escolaridade, significando 13,1% do rendimento médio no grupo com menos de oito anos de escolaridade, ao passo que corresponderam a 5,4% da renda entre pessoas com escolaridade superior a 15 anos. No grupo entre 8 e 11 anos de escolaridade, atingiu 9,8%.
Cessação
Na cessação, os pesquisadores observaram que as chances de parar de fumar são maiores no grupo que tem pelo menos um ano de universidade do que nos grupos que não frequentaram universidade. O percentual de fumantes com menos de sete anos de escolaridade que observou e leu as advertências de saúde nos maços de produtos do tabaco foi menor que o percentual observado nos dois grupos de nível de educacional mais elevado (8 a 11 anos de estudo e, pelo menos, um ano de universidade). No entanto, não existe diferença em relação à intenção de parar quando se comparam os três grupos.
Doenças
Quatro doenças fortemente associadas ao tabagismo se destacam de acordo com as diferenças socioeconômicas: câncer de pulmão (CP), doença isquêmica do coração (DIC), doença cerebrovascular (CVV) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A diferença no risco de morrer por essas doenças foi pelo menos duas vezes maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo em comparação com pessoas mais de oito anos de estudo em todo o período analisado.
Agência Fiocruz de notícias

domingo, 10 de novembro de 2013

São Jerônimo - Audiência pública discutirá direitos dos animais

Na próxima quarta-feira, 13, a partir das 18 horas, na Câmara de Vereadores de São Jerônimo, acontece Audiência Pública para discussão de propostas para criação de uma legislação municipal referente aos direitos dos animais.

Segundo o autor da proposta, vereador Artur dos Santos (PP), participarão da 
audiência Regina Becker, ex-secretária da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) e primeira-dama de Porto Alegre, juntamente com os técnicos da secretaria, para explanar sobre como atua a SEDA em Porto Alegre, além da Aprobem, de São Jerônimo, e demais órgãos.

Jornal Portal de Notícias 08/11/2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Parte dos brasileiros desconhece alimentos com alto teor de sal


Mesmo com uma intensa publicidade nos meios de comunicação e nos próprios consultórios médicos, muitas pessoas desconhecem os perigos que o consumo excessivo de sal pode causar à saúde. Outras, por sua vez, sabem dos riscos à saúde mas ignoram os alimentos que têm alto valor de sal ou sódio, como os embutidos – presunto, mortadela e mortadela de frango  –, macarrão instantâneo e maionese, por exemplo.
Tabela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que o queijo parmesão ralado, tão utilizado pelas famílias brasileiras nas macarronadas de fim de semana, lidera os alimentos com maior teor de sal em sua composição. Ontem (5), o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação assinaram o quarto acordo para diminuir a quantidade de sal nos produtos que vão à mesa dos brasileiros.
O médico cardiologista Geniberto Paiva Campos, ex-presidente da Sociedade de Cardiologia do Distrito Federal (SBC-DF) e atualmente coordenador do Observatório da Saúde do Distrito Federal disse à Agência Brasil que o sal é o grande responsável por problemas como o infarto, a diabetes e a hipertensão, esta última de difícil diagnóstico que se tornou um problema de saúde pública. “O excesso de sal é ruim, traz problemas para o coração, para os rins, eleva a pressão arterial e está diretamente ligado as causas de infarto”, destacou o cardiologista.
Segundo ele, todo esse impacto na saúde do brasileiro torna o consumo excessivo de sal e de sódio um problema de saúde pública e, por isso, torna-se necessária a redução do uso do sódio nos alimentos. Ele reconheceu que a tradição da culinária brasileira é um dos pontos que mais dificultam o processo de convencimento do cidadão. Geniberto citou, por exemplo, o tradicional churrasco gaúcho. Uma forma de driblar a quantidade de sal colocada na carne, segundo ele, é descartar a capa da carne, onde o produto se concentra. “Agora, vai dizer isso para o gaúcho”, brincou.
Apesar de o consumo excessivo fazer mal a saúde, o sal é necessário para o corpo humano e, ao mesmo tempo, a redução da quantidade ingerida é facilmente aceita pelo organismo. O segredo é diminuir gradativamente o consumo e não tentar cortá-lo da dieta de uma vez.
A nutricionista e professora da Universidade de Brasília (UnB), Raquel Botelho, deu dicas para controlar o consumo de sal. “Nós temos que incentivar a população a usar temperos a base de ervas, até mesmo pimentas, porque não contêm sódio”. Outro produto que pode ajudar no processo de redução do consumo de sal é o alho, tempero que é benéfico à saúde que contribui no tratamento de infecções patogênicas e previne doenças como o câncer e problemas cardiovasculares.
A professora explicou que o cidadão tem que tomar cuidado com os temperos industrializados. “Cada tablete de tempero contém mais de 1 mil miligramas de sódio”. Segundo ela, o brasileiro consome três vezes mais sal do que deveria.
Agência Brasil

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Governo assina quarto acordo para redução de sal nos alimentos industrializados

 Laticínios, embutidos e sopas prontas entraram na lista de alimentos que devem sofrer redução de sódio, porque o consumo elevado é um dos causadores de hipertensão arterial. A medida está no quarto acordo destinado a diminuir a quantidade do produto em alimentos industrializados. O documento foi assinado hoje (5) pelo Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).
Com o compromisso, chega a 16 o número de grupos alimentares incluídos. A meta nacional é retirar 28 mil toneladas de sódio de alimentos até 2020. O sódio está presente no sal de cozinha e em alimentos industrializados. É usado não só para dar sabor. Exerce outras funções, incluindo a de conservante.
“Muitos produtos têm muito sal e as pessoas nem sabem. São produtos que, cada vez mais, entram na alimentação das pessoas, estão no refeitório do trabalho e na merenda escolar. Por isso, a importância estratégica da parceria com a indústria”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O compromisso firmado hoje prevê que nos próximos quatro anos ocorra redução de 68% do sódio no queijo muçarela, de 63% no requeijão cremoso, 59% em hambúrgueres, 54,8% em empanados, 29,8% em salsichas e 33,2% em sopas prontas. A lista completa dos produtos e das metas de redução de sódio está no site do Ministério da Saúde.
Desde a assinatura do primeiro acordo, em 2011, a estimativa é que 11,3 mil toneladas de sódio tenham sido retiradas de alimentos. “Encontramos caminhos e estamos procurando soluções para conseguir bater a meta antes de 2020. Uma parte disso vai depender de educação. Precisamos informar às crianças sobre educação alimentar, e também ajudar o governo a comunicar os hábitos saudáveis”, disse o presidente da Associação, Edmundo Klotz.
Antes do acordo assinado hoje, estavam na lista de alimentos que devem sofre redução do sódio pães de tipo bisnaga, mistura para bolos, salgadinhos de milho, caldos, batata frita, biscoitos e maionese.
A Pesquisa do Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sódio por dia, considerando o sal de mesa e o sódio dos alimentos. O consumo é mais que o dobro das cinco gramas diárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.
Agência Brasil

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CAMPANHA MOSTRA EFEITOS DE AGROTÓXICOS EM ABELHAS



Reduzir o uso de pesticidas tóxicos que causam o desaparecimento de abelhas em larga escala é um dos objetivos da campanha coordenada pelo professor Lionel Segui Gonçalves, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Atualmente aposentado da FFCLRP, o professor preside o Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte (CETAPIS). Gonçalves criou e coordena o movimento Bee or not to be? que busca assinaturas on-line para a Petição pela Proteção das Abelhas, a qual será entregue às lideranças governamentais


A iniciativa, que já conta com mais de 3.300 assinaturas, baseia-se em estudos que apontam associação entre redução das populações de abelhas e uso de agrotóxicos. Segundo o especialista, este desaparecimento traz como principal consequência a falta de alimentos. “Aproximadamente 70% dos alimentos que consumimos dependem da polinização das abelhas. Elas também polinizam as áreas verdes. Assim, se elas acabarem, podemos sucumbir por falta de oxigênio”.

O problema, já considerado mundial, atinge quatro estados brasileiros (Piauí, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo). Entre as alternativas para proteção de abelhas está a substituição de agrotóxicos e pesticidas pelo controle biológico. “É preciso também aumentar as áreas verdes, proteger o meio ambiente, cultivando plantas de interesse das abelhas para que elas possam proliferar”, defende.


Campanha

Daniel Maluzá, publicitário e coordenador da campanha Bee or not to be? (em português, literalmente abelhas ou não existir, um paralelo ao slogan sem abelhas, sem alimento), explica que o objetivo é conscientizar a população para a importância destes insetos, responsáveis pela polinização.

Como forma de chamar a atenção das autoridades, foi criada uma petição on-line em favor das abelhas. Segundo ele, “a pessoa só precisa disponibilizar o nome e o e-mail”. Paralelamente, estão desenvolvendo amplo trabalho de conscientização em escolas, esclarecendo, desde cedo, crianças e adolescentes sobre a importância destes insetos. A divulgação é feita por meio de palestras, cartazes, folders e diversos materiais ilustrativos. O material foi produzido gratuitamente por uma agência de publicidade de Ribeirão Preto, cujo dono é filho do professor Gonçalves.

Os primeiros relatos de desaparecimento de abelhas em larga escala surgiram em 1995, nos Estados Unidos da América (EUA). Entretanto, apenas em 2007 o problema foi discutido oficialmente, durante Congresso Mundial de Apicultura. Recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou a morte de um terço das abelhas durante o inverno de 2012/2013. O levantamento também aponta que, nos últimos seis anos, o número de colônias de abelhas caiu 30,5%.

Estudos concluíram que as abelhas apresentam Colony Collapse Disorder (CCD), também conhecida como Síndrome do Desaparecimento de Abelhas. O mal afeta o sistema nervoso desses insetos, com prejuízo da memória e senso de direção. Ao saírem em busca de néctar e pólen, elas se perdem e não conseguem retornar para as colmeias. A síndrome pode ser identificada quando o número de integrantes das colmeias é reduzido ou até mesmo extinto. Nesses casos, as abelhas perdidas deixam mel, crias e até mesmo a rainha.

Para os pesquisadores, que ainda trabalham com hipóteses, o CCD seria caudado principalmente pelo uso de pesticidas do tipo neonicotinoides. Em abril de 2013, notando a interferência dessa substância na vida das abelhas, a União Europeia suspendeu seu uso por dois anos. O manifesto pela proteção das abelhas está integralmente disponível no site Sem Abelhas, Sem Alimento. Lá também podem ser acessados vídeos, explicações sobre a importância desse inseto para a vida humana e ficha para assinatura da petição.
O coordenador do movimento, professor Gonçalves, pede a ajuda da população e faz um alerta: “se perdermos as abelhas seremos os primeiros prejudicados”. A campanha cita Albert Einstein: “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas, não há polinização, não há reprodução da flora. Sem flora não há animais, e sem animais não haverá raça humana”.
Agência USP de Notícias - EcoAgência

Gravidez na adolescência prejudica futuro da mãe e da criança, diz professor da UnB

No Brasil, 12% das adolescentes de 15 a 19 anos tinham pelo menos um filho em 2010, segundo o relatório anual Situação da População Mundial  do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado esta semana. Neste ano, o tema é Maternidade Precoce: Enfrentando o Desafio da Gravidez na Adolescência. No país, o texto aponta que adolescentes pobres, negras ou indígenas e com menor escolaridade tendem a engravidar mais que outras adolescentes.
A taxa é menor entre as jovens mais novas. Dados de 2009 mostram que 2,8% das adolescentes de 12 a 17 anos eram mães. "A taxa de natalidade de adolescentes no Brasil pode ser considerada alta dadas as características do contexto de desenvolvimento brasileiro", diz o relatório. Para essas jovens, a gravidez, na maior parte das vezes indesejada, representa o afastamento da escola e do mercado de trabalho, além da possibilidade de ter complicações de saúde relacionados à gravidez ou ao parto.
"Além de se afastarem da escola, essas jovens não estão preparadas para cuidar do bebê, que acaba sendo cuidado pela mãe e pela avó. Essa criança não tem, em geral, as condições de um desenvolvimento adequado. A mãe acaba tendo o próprio futuro e o da criança prejudicados", avalia o professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), Vicente Faleiros, autor de estudos sobre adolescentes e políticas públicas. Ele aponta outro problema. "Longe da escola, essa menina tende a engravidar outras vezes", o que dificulta ainda mais a inserção nas escolas e no mercado.
Cristina Rodrigues Sousa e Tássia Portela são jovens que passaram pela experiência de se tornarem mães antes dos 19 anos. Ambas tiveram que deixar os estudos para se dedicar aos filhos.
Tássia tem 22 anos e está desempregada. Ela teve o primeiro filho com 17 anos e teve que criá-lo sozinha. "O meu filho vai fazer 5 anos em dezembro. O pai dele morreu quando ele tinha 10 meses, foi bem difícil. Foi em um acidente de carro. Eu morava com minha mãe". Ela começou a fazer uma faculdade, mas não terminou. Hoje, diz que não trocaria o momento que vive. "Você abre mão de certas coisas pra poder cuidar da criança. Apesar de ser nova, sou bem responsável e acho que sou uma boa mãe", disse Tássia.
Já Cristina engravidou aos 18. Atualmente tem 28 anos e estuda. Ela diz que chegou a trabalhar, mas que "não deu muito certo". "Foi muito difícil. No início entrei em depressão, pois minha vida havia mudado completamente. Em vez de estar cursando uma faculdade, trabalhando, mas ali estava eu, com um filho. Não dormia mais, não tinha tempo de comer nem de arrumar a casa, roupas de bebê empilhada para lavar e passar", disse Cristina. Com o passar do tempo, ela conta que amadureceu.
No entanto, ainda lembra da experiência de contar sobre a gravidez para o pai. "Meu pai sempre foi muito durão em relação a isso, não tive muita instrução sobre sexualidade. Como contar para o meu pai que eu estava grávida? Havia terminado recentemente o ensino médio, não trabalhava, e nem o pai do meu filho. Fiquei sem chão".
Faleiros diz que a situação é recorrente. "Muitos pais não estão preparados para orientar os filhos". O professor acrescenta que, nos últimos quatro anos, observou mudanças nas políticas públicas brasileiras. Segundo ele, elas estão mais voltadas para uma atenção específica ao jovens e ao contexto em que estão inseridos, o que é positivo. "Não basta só olhar a barriga da jovem, tem que olhar o contexto, a relação com o pai da criança, que também tem que ser conscientizado. O país já está considerando a adolescente como pessoa, apesar de ainda ter o que melhorar", analisa.
Agência Brasil

domingo, 3 de novembro de 2013

Novembro Azul alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Para alertar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em parceria com Instituto Lado a Lado pela Vida, vão iluminar pontos turísticos em várias cidades e distribuir panfletos explicativos no movimento chamado Novembro Azul. O tema da campanha - Um Toque, um Drible - pretende conscientizar os homens sobre a necessidade de se submeter a exames preventivos.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) informam que no ano passado foram identificados mais de 60 mil novos casos da doença. O instituto considera câncer de próstata uma doença da terceira idade, porque cerca de três quartos dos casos no mundo surgem a partir dos 65 anos. De acordo com Eduardo Ribeiro, uro-oncologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, os homens estão mais conscientes, “não tanto quanto as mulheres, que vão ao ginecologista desde adolescentes, mas a gente não vê mais tanta resistência”, contou Ribeiro.
A próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. O câncer pode ser descoberto inicialmente no exame clínico, um toque retal, exame que enfrenta a resistência de muitos homens, combinado com o resultado de um exame no sangue. Se detectado o tumor, só a biópsia é capaz de confirmar a presença de um câncer. Segundo a SBU, quando descoberto no início, 90% dos casos de câncer de próstata são curáveis. De acordo com Ribeiro, pessoas que têm casos de câncer de próstata na família, obesas, e negras têm mais risco de desenvolver a doença.
Segundo o Inca, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás do câncer de pele. Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando 10% do total de cânceres. A taxa de incidência do câncer de próstata é seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Na fase inicial, o câncer da próstata não costuma apresentar sintomas. Quando surgem são parecidos com os do crescimento benigno da próstata: dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite. Na fase avançada, a doença pode provocar dor nos ossos, problemas para urinar e, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

AGÊNCIA BRASIL