Presença de palometas no Jacuí preocupa pescadores e ambientalistas
Problema se intensificou nas últimas semanas e já ocorre em cinco municípios gaúchos
Representantes da Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), universidades e pescadores se reúnem para tratar da infestação de palometas no rio Jacuí. O problema foi percebido em fevereiro deste ano e se intensificou nas últimas semanas. Os municípios de Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Vale Verde, Bom Retiro do Sul e General Câmara já registraram a ocorrência.
Em General Câmara, os pescadores relatam que estão capturando apenas dois quilos de peixes por dia, em vez dos 30 quilos usuais. Além disso, alguns afirmam ter encontrado exemplares feridos. “A palometa está atacando o pescado já na rede, o que o torna presa fácil”, relata o prefeito de General Câmara, Helton Barreto.
Além de problemas econômicos para os pescadores, há riscos biológicos. “As palometas poderão causar um desequilíbrio no ecossistema por não terem predadores”, teme o analista ambiental do Ibama, Maurício Vieira de Souza, acrescentando que, se as condições forem favoráveis, esses animais podem chegar ao Lago Guaíba.
Em reunião ocorrida na segunda-feira com a Secretaria de Aquicultura e Pesca, foi combinado que os prefeitos da região afetada devem enviar um relatório para a equipe técnica do Ministério da Agricultura estudar um plano de ação. O grupo também solicitou auxílio financeiro para as famílias afetadas ao Ministério da Cidadania, mas ainda não recebeu retorno.
O Ibama e a Sema elaboraram um questionário online que está disponível para prefeituras e qualquer pessoa que identificou o predador repassarem informações.
Os técnicos ainda não sabem como a palometa, que tem habitat na bacia do rio Uruguai, chegou ao Jacuí. A suspeita é de que o deslocamento tenha ocorrido por meio de canais de irrigação e afluentes
Correio do Povo