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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Brasil tem aumento de até 3ºC na temperatura de algumas regiões

 










Nos últimos 60 anos, o aquecimento em algumas regiões brasileiras foi maior que média global, chegando a até 3º Celsius na média das temperaturas máximas diárias em algumas regiões, aponta o relatório Mudança do Clima no Brasil - síntese atualizada e perspectivas para decisões estratégicas. De acordo com o estudo, desde o início da década de 1990, o número de dias com ondas de calor no Brasil subiu de sete para 52, até o início da década atual.

“Eventos extremos, como secas severas e ondas de calor, serão mais frequentes, com probabilidade de ocorrência de eventos climáticos sem precedentes”, destaca o relatório.

O estudo, que será lançado oficialmente em Brasília, nesta quarta-feira (6), é um recorte para o Brasil do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e de outros estudos científicos atuais, resultado de um esforço que reuniu o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação com as organizações sociais da Rede Clima, o WWF-Brasil e o Instituto Alana.

Projeção

A partir das projeções para os próximos 30 anos, apresentadas de forma inédita pelo IPCC, com o objetivo de orientar ações de adaptações, os pesquisadores também concluíram que se o limite de 2ºC for atingido, em 2050 limiares críticos para a saúde humana e a agricultura serão ultrapassados com mais frequência.

Nesse cenário, a população afetada por enxurradas no Brasil aumentará entre 100 e 200%. Doenças transmitidas por vetores como os da dengue e malária também causarão mais mortes.

A Amazônia, por exemplo, perderá 50% da cobertura florestal pela combinação de desmatamento, condições mais secas e aumento dos incêndios. O fluxo dos rios serão reduzidos e a seca afetaria mais os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. O ciclo de chuvas no Brasil e na América do Sul também serão afetados.

Os estoques pesqueiros serão reduzidos em 77%, com redução de 30% a 50% dos empregos no setor. O impacto estimado na receita, em relação ao Produto Interno Bruto é 30%.

O Nordeste, onde vivem atualmente quase 55 milhões de pessoas, segundo dados preliminares do Censo 2022, pode ter 94% do território transformado em deserto.

Pessoas que vivem nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte ficarão expostas à escassez de água. A estimativa é que no cenário de mais 2ºC, em 2050, 21,5 milhões de pessoas em áreas urbanas sejam afetadas pela quebra do ciclo hídrico e do impacto nas safras.

Medidas

Nas conclusões, os pesquisadores consideram ser necessário manter o limite de 1,5ºC no aumento médio da temperatura global e não permitir que as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo e para isso é necessário rever as ambições das políticas nacionais. “As metas brasileiras não têm correspondido ao tamanho da redução das emissões que cabem ao país” destaca o relatório.

Entre os ajustes imediatos apontados pelo estudo estão: zerar o desmatamento em todos os biomas, investir em programas de pagamentos por serviços ambientais para incentivar a conservação, migrar para uma agricultura de baixo carbono, por meio de sistemas agroflorestais e integração entre lavoura, pecuária e floresta.

A gestão integrada dos recursos hídricos e a adoção de sistemas agrícolas resilientes às mudanças climáticas são apontados pelos cientistas como saídas para garantir as seguranças hídrica e alimentar.

Soluções baseadas na natureza são medidas necessárias para adaptar as cidades às mudanças climáticas, com o aumento de áreas verdes que tornem as regiões urbanas mais permeáveis com drenagem natural. O relatório também aponta a necessidade de investimentos em transporte público de baixo carbono, como incentivo ao uso de transportes coletivos e não motorizados.



O estudo aponta ainda a importância da cooperação internacional no financiamento climático desenvolvimento e transferência de tecnologias limpas, além do reforço coletivo para diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Relação entre consumismo infantil, publicidade e sustentabilidade será tema de debate na Rio+20


O Instituto Alana, organização sem fins lucrativos (ONG) que atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, vai promover, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), um debate sobre a relação entre o consumismo infantil, a publicidade e a sustentabilidade. O evento ocorrerá no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 13 de junho, e faz parte da programação oficial da ONU.
De acordo com a coordenadora de Mobilização da instituição, Gabriela Vuolo, esta é a primeira vez que a temática será trabalhada em uma conferência global sobre desenvolvimento sustentável. Ela acredita que este é um momento importante para se promover uma reflexão mais profunda sobre o consumismo infantil.
“Não dá para falar de futuro sem falar sobre infância e não dá para discutir sustentabilidade sem falar de consumo. Para colocar o planeta de volta nos trilhos é preciso rever padrões de consumo e ações de responsabilidade social, afinal o nosso padrão de consumo interfere diretamente na exploração dos recursos naturais e na quantidade de lixo que produzimos.”
Gabriela Vuolo informou que, durante o evento, promovido em parceria com o Conselho Federal de Psicologia, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o Movimento Infância Livre de Consumismo, entre outros, também será exibido o documentário Criança, a Alma do Negócio, da diretora Estela Renner, que mostra como crianças e adolescentes são influenciados a comprar pelos anúncios de televisão.
A temática também estará presente na Conferência de Jovens para a Rio+20, a Youth Blast, um evento paralelo à Conferência, que deve reunir cerca de 3 mil pessoas de vários países. Segundo a coordenadora de Mobilização do Instituto Alana, representantes da instituição vão promover uma oficina sobre os impactos dos apelos para o consumo na sociedade e no meio ambiente. A data da oficina ainda está sendo definida pela organização da conferência da ONU.
“Se a gente anuncia para crianças e adolescentes diretamente o tempo todo, estimula-se o consumo em um público que ainda não tem condições de avaliar se aquilo é bom ou não para ele ou para o meio ambiente. E trabalhar com os jovens é a garantia de que essa reflexão vai ser levada adiante por muito mais tempo”, acrescentou.
Agência Brasil 07/06/2012