sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ROBERTO LANDELL DE MOURA, O PAI DO RÁDIO BRASILEIRO

Roberto Landell de Moura (Porto Alegre, 21 de janeiro de 1861 — Porto Alegre, 30 de junho de 1928) foi um padre católico e inventor brasileiro.


É considerado um dos vários "pais" do rádio, no caso o pai brasileiro do Rádio. Foi pioneiro na transmissão da voz humana sem fio (radioemissão e telefonia por radio) antes mesmo que outros inventores, como o canadense Reginald Fessenden (dezembro de 1900). Marconi se notabilizou por transmitir sinais de telegrafia por rádio; e só transmitiu a voz humana em 1914.

Replica funcional do Transmissor de Ondas, construida por Marco Aurelio Cardoso Moura em Maio de 2004.


Pelo seu pioneirismo, o Padre Landell é o patrono dos radioamadores do Brasil. A Fundação Educacional Padre Landell de Moura foi assim batizada em sua homenagem, assim como o CPqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento) criado pela Telebrás em 1976, foi batizado de "Roberto Landell de Moura".

italiano Guglielmo Marconi é considerado o pai da Radiodifusão e inventor do primeiro transmissor de ondas eletromagnéticas, em 1895. Segundo registros da imprensa da época, no entanto, o crédito desta invenção deveria ser dado ao padre brasileiro Roberto Landell de Moura que, um ano antes de Marconi, realizava a primeiras transmissões radiofônicas da História.

Apresentado publicamente em 1894, o transmissor de ondas criado pelo padre cobria a distância de oito quilômetros, mais do que o dobro da distância alcançada pelo invento de Marconi, e trazia em seu sistema duas novidades: o microfone eletro-mecânico e o auto-falante-telegráfico, que não constavam do sistema italiano.
Roberto Landell de Moura estudou com o pai as primeiras letras. Freqüentou a Escola Pública do Professor Hilário Ribeiro, no bairro da Azenha, a seguir entrou para o Colégio do Professor Fernando Ferreira Gomes. Com 11 anos, em 1872, estudou no Colégio Jesuíta de Nossa Senhora da Conceição, de São Leopoldo-RS, onde concluiu o curso de Humanidades. Após seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi cursar a Escola Politécnica. Em companhia do seu irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se ambos a 22 de março de 1878 no Colégio Pio Americano, após cursou a Universidade Gregoriana onde, em 28 de outubro de 1886, foi ordenado Padre.
Apesar da invenção do Guglielmo Marconi ter sido tecnicamente inferior e posterior a do brasileiro Landell de Moura, foi ele o primeiro a patentear o transmissor de ondas, em 1896, nos Estados Unidos. Landell de Moura só fez o mesmo com seu invento em 1901, no Brasil, e em 1904, nos Estados Unidos. Mas aí, já era tarde, e a posição oficial de criador da Radiodifusão tinha sido ocupada pelo italiano.
Landell era o paróco desta igreja - Capela Santa Cruz - em 1900 - no Bairro de Santana em São Paulo - e deste ponto estabeleceu comunicações com outro ponto situado na Avenida Paulista, em 03 de junho de 1900, com o registro da imprensa "Jornal do Commercio" com presença de autoridades governamentais e do vice-consul inglês Sir. Percy Charles Parmenter Lupton.


Padre Landell foi um dos pioneiros na descoberta do telefone sem fio, ou rádio, como é hoje conhecido, o precursor da radiotelefonia, o bandeirante da própria televisão, o descobridor das Ondas Landellianas. Em 1893, muito antes da primeira experiência realizada por Guglielmo Marconi, o gaúcho padre Landell de Moura realizava, em São Paulo, do alto da Av. Paulista para o alto de Sant'Ana, as primeiras transmissões de telegrafia e telefonia sem fio, com aparelhos de sua invenção, numa distância aproximada de uns oito quilômetros em linha reta, entre aparelhos transmissor e receptor, presenciada pelo Cônsul Britânico em São Paulo, Sr. C. P. Lupton, autoridades brasileiras, povo e vários capitalistas paulistanos.
Notícia no Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900.


Tratava-se da primeira radiotransmissão da qual se tem notícias. Só um ano depois foi que Marconi iniciou as experiências com seu telégrafo sem fio. Em virtude de brilhante êxito de suas experiências inéditas, em nível mundial, Landell obteve uma patente brasileira para um "aparelho destinado à transmissão phonética à distância, com fio ou sem fio, através do espaço, da terra e do elemento aquoso", patente nº. 3.279. Era o dia 09 de março de 1901. O mérito do Padre Landell é ainda maior se considerarmos que desenvolveu tudo sozinho. Era dessas pessoas que além do seu lado místico, integrava em sua personalidade o gênio teórico e o lado prático para a construção de seus aparelhos.

Ele era o cientista, o engenheiro e o operário ao mesmo tempo. Consciente de que suas invenções tinham real valor, o padre Landell partiu com destino aos Estados Unidos da América, quatro meses depois, com o intuito de patentear os seus aparelhos.
Memorial Descritivo para "Aparelho destinado à transmissão phonética à distância, com fio, sem fio, através do espaço, da terra e do elemento aquoso - Patente Brasileira n.3279 de 09 de Março de 1901.


Obtém três patentes em Washington, Estados Unidos: "Transmissor de Ondas" - precursor do rádio, em 11 de outubro de 1904, patente de nº. 771.917; "Telefone sem fio" e "Telégrafo sem fio", em 22 de novembro de 1904, patentes de nºs. 775.337 e 775.846. Nas patentes agrega vários avanços técnicos como transmissão por ondas contínuas, por meio da luz, princípio da fibra óptica e por ondas curtas; e a válvula de três eletrodos, peça fundamental no desenvolvimento da radiodifusão e para enviar mensagens. Também em 1904 o Padre Landell começa a projetar, de forma precursora, a transmissão da imagem, ou seja televisão e de textos, teletipo, à distância.

Desenho de aparelho de comunicação apresentado ao departamento de patentes brasileiro. Patente N.3279 de 9 de Março de 1901.


 Hardware do Telefone Sem fio - "Wireless Telephone", aparelho patenteado por Landell de Moura em 1904 no Departamento de Patentes dos Estados Unidos


A idéia da criação desse campo ondulatório através do espaço, além de ser genial, é de grande alcance prático e científico, pois já tem sido aproveitado para vários fins. Nela baseava-se o Padre Landell na possibilidade de transmitir, também sem fio, a IMAGEM a grandes distâncias, ou seja, a TELEVISÃO que agora se pratica.
Como conseqüência das suas descobertas, a Marinha de Guerra do Brasil, logo no retorno de Landell de Moura dos Estados Unidos, em 1º de março de 1905 realizava experiências com a telegrafia por centelhamento, no encouraçado Aquidabã. Foram usados os aparelhos patenteados em 1901, no Brasil e 1904, nos Estados Unidos. A Marinha de Guerra é a pioneira no Brasil, da radiotelegrafia permanente.

Por seu pioneirismo nas telecomunicações, o Padre Roberto Landell de Moura é considerado o "Patrono dos Radioamadores Brasileiros". Na verdade foi o 1º radioamador brasileiro em telegrafia e fonia.

Em 1907, o Padre Landell de Moura, sob a designação de "O Perianto", descrevia minuciosamente os efeitos eletro-luminescentes da aura humana e sua gravação em filme fotográfico. Mas, somente em 1939 esse efeito foi conhecido, na Rússia, sob a denominação de efeito Kirlian e sua técnica fotográfica.
Igualmente, o Padre Landell de Moura deixou minuciosos relatos dos efeitos da acumulação da eletricidade no comportamento do corpo humano, denominando-os "estenicidade", e suas formas de controlá-los.
Roberto Landell de Moura foi Cônego do Cabido Metropolitano de Porto Alegre. Em 17 de setembro de 1927 foi elevado, pelo Vaticano, a Monsenhor, e seis meses antes de falecer nomeado Arcediago, promoções que lhe foram feitas merecidamente. A Igreja Católica, reconhecinto e apoiando o seu trabalho como cientista, concedeu-lhe permissão especial para viajar aos Estados Unidos da América, onde permaneceu por quatro anos para patentear seus inventos.

Aos 67 anos, no dia 30 de junho de 1928, sábado, às 17:45 horas, morreu, abatido pela tuberculose, num modesto quarto da Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, cercado apenas por seus parentes e meia dúzia de amigos fiéis e devotados.


O TRISTE DESTINO DOS INVENTORES NACIONAIS

Mas não é impunemente que se vence a rotina e se conquista a glória. Estava-lhe reservado o mesmo destino de tantos outros grandes brasileiros. Já a maldade, a inveja e poderosos interesses ocultos, vinham-no há muito espreitando de longe. Aqui, de perto, iriam, com renovado furor, tomar mais corpo as perseguições, e deflagrar, enfim. A vítima, um sacerdote sem manchas, era mansa demais para opôr séria resistência às explosões do ódio dos impotentes mentais, e aos manejos do ciúme dos ineptos e malogrados.
Nem mesmo a sua nunca deshonrada batina, que era o puríssimo escudo de sua bondade e do seu despego aos bens materiais, nem mesmo a sua fé jurada e seu sincero sacerdócio, puderam livrá-lo da babugem inimiga, do vilipêndio soez e da difamação mais sórdida. E as intrigas tramadas, por influentes adversários estrangeiros e nacionais, a calúnia dos incapazes e dos imbecis, o chasque baixo dos incultos, dos fanáticos e dos supersticiosos, estrugiram, de repente, fortes e invencíveis, cevando-se na sua reputação ilibada, desvirtuando-lhe até os propósitos altruísticos.
- Ele é um mentiroso!- ganiam uns. - É um louco e um bruxo! - vociferavam outros. -É um Padre renegado! Em suma, mais do que tudo isso: "É um espírita!" Certo país, interessado por outro inventor, alarmado com as investigações do sábio brasileiro  dentro do próprio Vaticano. A pressão, antes dissimulada, faz-se sentir cada vez mais fortemente, e evidencia-se por fim.


Além das ciências físicas, Roberto Landell de Moura se interessou pela química, biologia, psicologia, parapsicologia e medicina, sendo o primeiro cientista brasileiro com registro internacional de invenção pioneira. Suas descobertas estão servindo à humanidade até hoje.
Em 1984 a Fundação de Ciência e Tecnologia - CIENTEC, em Porto Alegre, construiu uma réplica daquele que pode ser considerado o primeiro aparelho de rádio do mundo: o Transmissor de Ondas (Wave Transmitter, patente nº. 771.917, de 11 de outubro de 1904). Esta réplica encontra-se em exposição no saguão da Fundação Educacional e Cultural Padre Landell de Moura, na Av. Ipiranga, 3501, em Porto Alegre - RS.



Os restos mortais do monsenhor gaúcho foram recebidos na Igreja do Rosário pelo arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, que celebrou a missa. A cerimônia teve a participação de familiares, entre eles, o provedor da Irmandade São Miguel e Almas e sobrinho do padre, Guilherme Landell de Moura. A Igreja do Rosário foi o local onde o monsenhor foi pároco durante o período de 1915 a 1928


Fontes de pesquisa:
wikipedia
Taringa!

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