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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

InCor quer identificar brasileiros que têm colesterol alto por causa de doença genética


Pelos menos 360 mil brasileiros desconhecem que sofrem de uma doença genética responsável por elevar os níveis de colesterol no sangue, aumentando em até 30 vezes o risco de terem problemas cardíacos, mesmo na juventude. O alerta é do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo, que dispõe de um programa que rastreia o código genético de pacientes com suspeita de terem a doença, a hipercolesterolemia familiar. Para marcar o Dia Mundial do Coração, celebrado amanhã (29), o instituto fez hoje (28) a dosagem instantânea de colesterol de centenas de pessoas na capital paulista.
Há apenas dois meses, a técnica em enfermagem Natércia Barbosa, 35 anos, foi diagnosticada com hipercolesterolemia familiar. “O meu nível de colesterol oscilava. Já minha mãe fazia tratamento há mais de oito anos e, mesmo usando remédio, era difícil controlar. Fizeram a análise do DNA dela e viram que se tratava de uma doença provocada pela mutação de um gene”, relatou.
Após a descoberta do diagnóstico da mãe, Natércia, as irmãs e as tias foram convocadas pelo Programa de Rastreamento Genético de Hipercolesterolemia Familiar do Incor, o Hipercol Brasil. As análises mostraram que duas mulheres da família também têm a doença.
De acordo com o cardiologista do InCor, Raul Dias Santos, quando a doença é identificada em algum membro da família, é preciso investigar, porque os demais têm 50% de chances de sofrerem também da doença. “Colesterol alto não apresenta sintomas. Muitas pessoas têm a doença por toda a vida, mas não são diagnosticadas. Nossa campanha é para que as pessoas tenham consciência de que o colesterol alto pode ser de família e que ele está associado à um risco precoce de doenças do coração”, explicou.
Criado em 2009, a meta do Hipercol Brasil é identificar todos os brasileiros que tenham a doença. Estima-se que um em cada 500 brasileiros sofre de hipercolesterolemia familiar. No site do programa, os interessados em saber se têm a doença preenchem um questionário e podem ser convocados pelo InCor. Mesmo quem mora em outro estado, o instituto envia kits para coleta do material genético.
Raul Santos explica que o tratamento é a base de estatina, substância que reduz os riscos de infarto e derrame cerebral. “O paciente vive exatamente como alguém que não tem colesterol alto”, destacou o médico.
Natércia contou que se não tivesse descoberto a doença, poderia ter doenças cardíacas graves nos próximos anos. “Fiquei assustada com o diagnóstico, mas pelo menos sei como tratar. Agora meu filho [de 16 anos] também terá o DNA mapeado”, disse a técnica em enfermagem.
Um aliado importante é a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física. “Para quem não tem a hipercolesterolemia familiar, esses hábitos, muitas vezes, são suficientes para prevenir e tratar o colesterol alto”, disse Santos. O fumo e a ingestão de alimentos com gordura saturada, por exemplo, contribuem para aumentar os riscos.
As medidas de prevenção são observadas atentamente pelo administrador esportivo, Gustavo Harada, de 29 anos. Apesar de jovem, o nível de LDL (colesterol ruim) do administrador está no limite. “Fiz outro exame há poucos meses e já havia dado um nível intermediário”, relatou. O exame mostrou taxa de colesterol total de 210 miligramas por decilitro de sangue, considerada no limite que é a partir de 240. “Meu pai tem colesterol alto. Tento prevenir controlando a alimentação e fazendo exercícios.”
Os pacientes que apresentaram colesterol total acima de 240 miligramas por decilitro de sangue nos testes feitos pelo InCor foram encaminhados aos postos de saúde para bateria de exames mais detalhados. Depois dos testes, eles poderão ser convocados para o mapeamento genético.
Agência Brasil

domingo, 27 de maio de 2012

Nova técnica usa o hálito para diagnosticar doenças cardíacas


Uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas, faz o diagnóstico de insuficiência cardíaca de forma rápida, precisa e mais barata, por meio, apenas, do sopro. O exame é feito com um pequeno aparelho que mede o nível de acetona (substância de cheiro forte, produzida durante os processo de metabolismo do corpo) presente no ar expelido pelo paciente. Quanto maior o nível, mais elevado é o estágio da doença.
A nova técnica pretende facilitar o diagnóstico principalmente em postos de atendimento que não são especializados em doenças do coração. Atualmente, a constatação da insuficiência é feita por um exame de sangue, que verifica a presença de uma substância chamada bnt. “O novo exame é tão preciso quanto o atual, pois observamos que o nível da acetona no ar exalado cresce de maneira proporcional ao nível do biomarcador bnt no sangue”, ressaltou o médico do InCor Marcondes Bacal.
Além disso, o novo exame custará cerca de 30% do valor cobrado na análise do sangue. “O exame de sangue custa mais de R$ 100. A troca vai reduzir custo para o pacientes e até para o SUS [Sistema Único de Saúde]”, destaca o médico.
Segundo Fernando Bacal, a insuficiência cardíaca é a etapa final de uma série de doenças que atingem o coração, como miocardites, doença de chagas, infartos. O órgão fica debilitado e passa a bombear o sangue com menos força. Isso causa retenção de líquidos, inchaços, acumulo de água no pulmão e principalmente falta de ar e cansaço excessivo aos esforços. “Cerca de 10% dos pacientes que atingem esse nível da doença necessitam de transplante e aproximadamente 50% correm o risco de morrer.”
O médico disse que o estudo dessa nova técnica surgiu quando se observou que os pacientes em fase avançada da doença exalavam um forte cheiro pela boca ao falar. “O hálito deles tem um odor peculiar, que chamou a atenção. A pesquisa investigou qual era esse elemento [que causava o cheiro] e identificou a acetona como um novo biomarcador da doença, capaz de confirmar a insuficiência cardíaca”, explicou o médico.
“A acetona não é produzida no dia a dia. Quando acontece é porque há alguma agressão. O corpo a produz para se sustentar e fazer energia de alguma maneira”, explica a também cardiologista do InCor, Fabiana Marcondes Braga, autora de uma tese de doutorado sobre acetona.
O médico, porém, destaca que a análise do sangue exige uma estrutura para ser feita. “No novo aparelho, atualmente pegamos o ar exalado, condensamos com um processo de resfriamento, levamos o líquido para o laboratório e o resultado sai em horas. Mas, com algumas evoluções, vamos conseguir com que o resultado saia imediatamente, no próprio aparelho. Isso vai possibilitar um encaminhamento mais imediato para o tratamento especializado.”
O estudo tem a parceria do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo Marcondes Bacal, o próximo passo é levar a pesquisa para outras universidades. “Vamos tentar aprimorar o aparelho de coleta do ar exalado e depois conseguir uma parceria com indústrias para o desenvolvimento tecnológico. Se tudo der certo, dentro de um ou dois anos a técnica já estará disponível.”
Agência Brasil 26/05/2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Apenas 13% dos hipertensos seguem dieta para controlar a pressão


Apenas 13,5% dos pacientes hipertensos conseguem seguir a dieta necessária para controlar a pressão arterial, segundo levantamento do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor). A pesquisa feita com 949 pacientes da instituição paulistana indicou que apenas esse pequeno percentual ingeria somente quantidade máxima de sal permitida.
A verificação, feita com base em exames de urina, indicou uma diferença entre o que os pacientes declaravam e o que realmente faziam. Segundo o diretor da Unidade Clínica de Hipertensão do InCor, Luiz Bortolotto, como os pacientes eram acostumados a consumir grandes quantidades de sal diziam estar ingerindo pouco do alimento, quando, na verdade extrapolavam o recomendado.
Com os resultados, o médico explica que os pacientes são encaminhados para nutricionistas que ajudam na elaboração da dieta. De acordo com Bortolotto, uma pessoa deve consumir no máximo 5 gramas de sal dia, o equivalente a três colheres de café, incluindo não só o sal adicionado às refeições, mas o presente em alimentos industrializados. Por isso, o médico ressalta que o paciente deve “usar menos sal no preparo da comida e, se possível, raramente ou nenhum alimento processado”.
Bortolotto alerta ainda que o consumo excessivo de sal pode contribuir para o aparecimento da pressão alta, em especial em pessoas com histórico familiar da doença. A hipertensão aumenta, segundo o médico, o risco de derrame cerebral, “que é a principal causa de morte no Brasil”. Além disso, a pressão descontrolada também eleva a possibilidade de infarto e insuficiência renal. Consequências que podem ser evitadas. “Para isso é fundamental que, primeiro, os hipertensos conheçam sua condição e, segundo, mantenham-se em tratamento para o resto de suas vidas”, destaca o médico.
O InCor faz amanhã (26), no Dia Nacional de Combater à Hipertensão, uma campanha para conscientizar a população sobre os riscos da doença. Entre as 9h e as 17h, médicos e nutricionistas do hospital farão medição de pressão arterial e orientação nutricional na sede da instituição, na Avenida Dr. Enéas de Carvalho, zona oeste paulistana.
Agência Brasil 25/04/2012