quarta-feira, 25 de junho de 2025

Governo do Rio Grande do Sul implementa Programa de Telemedicina Pediátrica neste inverno

Médicos com especialização em medicina intensiva pediátrica orientam sobre atendimento e auxílio às equipes hospitalares

O Programa de Telemedicina Pediátrica e Neonatal, desenvolvido pelo governo do Estado, por meio do Departamento de Regulação da Secretaria da Saúde (SES), entrou em funcionamento nesta terça-feira (24/6). O objetivo é realizar uma avaliação dos cadastros inseridos no sistema de regulação de acesso a internações hospitalares (Gerint) sobre o melhor encaminhamento dos casos neste inverno.

Médicos com especialização em medicina intensiva pediátrica orientam sobre atendimento e auxílio às equipes hospitalares de UTI Neonatal, UTI Pediátrica e Enfermaria Pediátrica de hospitais que solicitarem, bem como de forma ativa abordando unidades onde se encontram os pacientes para auxiliar nas condutas possíveis para melhorar a evolução dos pacientes pediátricos e neonatais.

“Considerando o cenário epidemiológico da síndrome respiratória aguda grave (Srag) no Estado, especialmente durante o pico sazonal nos meses de inverno, foi considerada indispensável a estruturação de estratégias e ações que consolidem a assistência qualificada aos pacientes”, afirma a diretora de Regulação da SES, Suelen Arduin.

A diretora assinala a importância do programa, já desenvolvido nos invernos de 2023 e 2024, por orientar as equipes locais sobre a melhor conduta em cada situação, haja vista que nem todos os municípios contam com pediatras com experiência no tratamento de crianças com as manifestações mais graves das doenças respiratórias.

"O manejo adequado é fundamental para uma melhor evolução individual e coletiva, diminuindo a necessidade de transferências e de internação em leitos de terapia intensiva pediátrica. Trata-se de uma iniciativa fundamental para mantermos a qualidade de atendimento e evitarmos o incremento desnecessário da mortalidade na faixa etária pediátrica", conclui.

Expansão nos atendimentos

O programa de telemedicina pediátrica registrou uma expansão nos atendimentos em 2024, com um acréscimo nos encaminhamentos de transferência de terapia intensiva neonatal e enfermaria pediátrica, além da UTI pediátrica, em comparação ao ano de 2023.

Ao todo, foram realizadas 1.440 horas de atendimento especializado a 1.438 pacientes efetivamente atendidos via telemedicina pelo período de 120 dias, com monitoramento contínuo das ações e dos desfechos clínicos por parte da equipe da Central de Regulação Hospitalar.

Fluxo de atendimento da UTI Pediátrica

Diariamente, o telefonista auxiliar de regulação médica lista no sistema de telemedicina todos os pacientes que aguardam uma transferência inter-hospitalar e estão cadastrados no sistema de regulação Gerint, com solicitação de UTI neonatal, UTI pediátrica e enfermaria pediátrica.

Diante dessa informação, o médico pediatra teleconsultor realizará contato mediante agendamento com a equipe médica das unidades solicitantes, realizando troca de informações médicas, auxiliando no diagnóstico ou no processo terapêutico, sugerindo condutas pertinentes. A partir desse atendimento, o médico teleconsultor avalia a prioridade no processo regulatório, realiza o registro do atendimento no sistema Gerint e sistema de telemedicina e comunica ao médico regulador da Central de Regulação Hospitalar (CRH).

Texto: Ascom SES
Edição: Anderson Machado/Secom

Novos projetos na área de semicondutores atraem investimentos de R$ 1 bilhão e mais de mil empregos para o Rio Grande do Sul

O governador Eduardo Leite participou da formalização das parcerias na inauguração do escritório da Invest RS em São Paulo


Dois novos projetos na área de semicondutores, que contribuirão para os desenvolvimentos tecnológico e econômico do Estado, foram assinados na tarde de segunda-feira (23/6), no novo escritório da Invest RS em São Paulo. As formalizações foram realizadas com as empresas Tellescom Semicondutores e Chipus Microeletrônica e resultarão em investimentos de mais de R$ 1 bilhão e na geração de mil novos empregos.

O protocolo de intenções com a Tellescom envolve a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e a Invest RS e formaliza a destinação de parte de um terreno localizado no município de Cachoeirinha, para comercialização à empresa via incentivos do Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (Proedi). O espaço será utilizado para a instalação de unidades de encapsulamento e teste de semicondutores.

Com um investimento de cerca de R$ 1 bilhão, o objetivo é construir uma fábrica focada na produção de componentes eletrônicos para as áreas de comunicações, automotivas e de computação avançada. O empreendimento busca fortalecer o setor de semicondutores na região e gerar mais de mil empregos qualificados diretos.

"Essas assinaturas marcam o avanço e a consolidação do programa Semicondutores RS, que tem três principais pilares: produção de conhecimento, atração de investimentos e formação de talentos. Portanto, podemos comemorar muito este momento, que é um símbolo da trajetória que estamos desenvolvendo", afirmou a titular da Sict, Simone Stülp.

O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, ressaltou que os novos empreendimentos representam um salto estratégico para o posicionamento do Rio Grande do Sul no cenário tecnológico: “É um movimento que consolida o Estado como protagonista na área de semicondutores e reforça nossa capacidade de atrair projetos estruturantes para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.”

Já o acordo de cooperação assinado com a Chipus refere-se ao apoio da Sict e da Invest RS na implantação no RS de um centro de pesquisa e desenvolvimento focado em microeletrônica. O local servirá para estruturar internamente a área de desenvolvimento de produtos semicondutores para computação escalável, que vem sendo amplamente utilizada para as aplicações de inteligência artificial e de computação quântica, com foco em design de chip e encapsulamento avançado.

A Chipus planeja lançar o centro em 2026, com um investimento estimado entre R$ 200 e 300 milhões ao longo de cinco anos, e irá submeter o projeto para edital conjunto da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que visa fomentar a expansão e a implantação de centros como esse em áreas estratégicas no Brasil. O centro também buscará obter diferentes fontes de receita para garantir sua sustentabilidade durante o período de investimento. Haverá a contratação mínima de 50 funcionários, sendo dez com mestrado ou doutorado. O prazo de execução é de até 36 meses.

A partir do Semicondutores RS, o Rio Grande do Sul é o único Estado brasileiro com programa de estímulo ao desenvolvimento do setor, o que irá acelerar os projetos já instalados e estimular novos investimentos. O programa busca atrair investimentos, fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico e criar novas oportunidades de emprego e renda na área.

Texto: Ascom Invest RS
Edição: Secom

Um em cada 9 adolescentes usa cigarro eletrônico no Brasil

 







Pesquisa da Unifesp aponta tendência de aumento entre jovens

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada esta semana apontou que um em cada nove adolescentes brasileiros afirma que usa cigarro eletrônico. O estudo ouviu cerca de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais, de todas as regiões do país.

Segundo o levantamento, a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional. A pesquisa utilizou dados de 2022 a 2024 do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3). É a primeira vez que cigarros eletrônicos entram no levantamento.

Apesar de o produto ser proibido no Brasil, a coordenadora da pesquisa e professora de psiquiatria da Unifesp, Clarice Madruga, ressalta que é muito fácil comprar o aparelho pela internet, o que amplia o acesso.

Outro problema, aponta a pesquisadora, é o risco à saúde, já que a inalação de substâncias altamente tóxicas, como a nicotina, é muito maior no cigarro eletrônico, se comparado ao cigarro tradicional. Clarice lamenta o retorno do crescimento do uso de cigarro, após o sucesso de políticas antitabagistas, iniciadas na década de 1990, que tinham freado o consumo.

"A gente teve uma história gigantesca de sucesso de políticas que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas que um novo desafio quebrou completamente essa trajetória. E a gente hoje tem um índice de consumo, principalmente entre adolescentes, muito superior e que está totalmente invisível”, afirma.

Os participantes ouvidos no estudo receberam a opção de serem encaminhados para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Receitas de canetas emagrecedoras serão retidas a partir desta segunda

 










Medida visa proteger a saúde da população brasileira

A partir desta segunda-feira (23), farmácias e drogarias começam a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras.

A categoria inclui a semaglutida, a liraglutida, a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida.

A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.

Em nota, a agência informou que a medida tem como objetivo proteger a saúde da população brasileira, “especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa”.

A análise, segundo a agência, se baseou em dados de notificação do VigiMed, sistema disponibilizado pela Anvisa para que cidadãos, profissionais de saúde, detentores de registro de medicamentos e patrocinadores de estudos possam reportar suspeitas de eventos adversos relacionados a medicamentos e vacinas.

Em uma análise comparativa, o sistema de farmacovigilância, de acordo com a agência, sinalizou “muito mais eventos adversos relacionados ao uso fora das indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil do que os dados globais”.

Ao apresentar seu voto, em abril, o diretor-presidente substituto da Anvisa, Rômison Rodrigues Mota, destacou que o incentivo ao uso de canetas emagrecedoras apenas com finalidade estética, acompanhado de promessas e depoimentos de rápida perda de peso e sem o devido acompanhamento médico, coloca em risco a saúde dos usuários:

“Estamos falando de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental o monitoramento e a vigilância. O uso sem avaliação, prescrição e acompanhamento por profissionais habilitados, de acordo com as indicações autorizadas, pode aumentar os riscos e os potenciais danos à saúde.”

ENTENDA

Com a decisão da diretoria colegiada da Anvisa, a prescrição de medicamentos agonistas GLP-1, incluindo Ozempic, Mounjaro e Wegovy, deve ser feita em duas vias, e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos.

A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual poderão ser utilizadas pelo paciente.

Farmácias e drogarias, por sua vez, devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos.

Segundo a agência, a decisão não altera o direito do profissional médico de prescrever os medicamentos para finalidades diferentes das descritas na bula.

A prática, conhecida como uso off label, ocorre quando o médico entende que, para determinado paciente, os benefícios do tratamento superam os riscos.

“É uma decisão tomada com responsabilidade pelo médico e sempre com o devido esclarecimento ao paciente, garantindo que ele esteja bem-informado sobre o procedimento”, destacou a Anvisa.

USO INDISCRIMINADO

A retenção do receituário de canetas emagrecedoras já era defendida por entidades da área da saúde, incluindo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Em nota aberta, as entidades citam que o uso indiscriminado desse tipo de medicamento gera preocupações quanto à saúde da população e ao acesso de pacientes que realmente necessitam desse tipo de tratamento.

“A venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, apesar de irregular, é frequente. A legislação vigente exige receita médica para a dispensação destes medicamentos, porém não a retenção da mesma pelas farmácias. Essa lacuna facilita o acesso indiscriminado e a automedicação, expondo indivíduos a riscos desnecessários”, destacou o documento.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 22 de junho de 2025

Inchaço nas pernas pode ser lipedema: veja outros sintomas








Doença crônica pode ser controlada com hábitos saudáveis   

Como muitas pessoas, a professora Kallyne Cafuri Alves acabou ganhando alguns quilos durante o isolamento social da pandemia de covid-19. Ela voltou a se alimentar melhor e a fazer exercícios depois que as medidas sanitárias afrouxaram, mas o peso extra não ia embora, especialmente nas pernas.

"Elas ficavam sempre muito inchadas, com um aspecto feio, e eu sentia muita dor. É como se eu estivesse vestindo uma calça jeans grossa, bem molhada", lembra Kallyne, que mora em Vitória, no Espírito Santo.

Um dia, a professora pegou carona com uma aluna que, casualmente, comentou que precisava ser muito cuidadosa com os exercícios e a alimentação, porque tinha lipedema, uma doença que causa excesso de gordura nas pernas, dor, inchaço e outros sintomas. "Ela falou tudo que eu sentia!", recorda Kallyne. Foi quando sua ficha caiu.

Depois de receber o diagnóstico de um especialista, ela reavaliou sua vida, e percebeu que sempre sentiu dores estranhas nas pernas. Além disso, finalmente entendeu porque elas passaram a ter um aspecto diferente, "como uma casca de laranja", conforme Kallyne crescia. A professora também se deu conta de que não estava sozinha:

"Minha mãe e minha avó, que já faleceu, sempre se queixaram da aparência das pernas delas e, analisando hoje, claramente elas tinham um edema".

ORIGEM GENÉTICA

De acordo com o médico especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular, Vitor Gornati, o lipedema foi descrito pela primeira vez na década de 1940, mas só passou a receber mais atenção de pesquisadores e especialistas há cerca de 10 anos. Estima-se que de 10% a 12% das mulheres brasileiras tenham a doença em algum nível, complementa Gornati, que também é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

"Em 99% das vezes, o lipedema acomete mulheres, porque é uma doença que está, de certa forma, relacionada ao estrogênio, que é um hormônio feminino. Então, ela acomete lugares onde a pessoa tem mais esse receptor específico de estrogênio, o que faz a gordura crescer. E é uma doença de origem genética. Na grande maioria das vezes, a gente identifica que alguém na família também tem ou tinha lipedema", explica Gornati.

O especialista também confirma a percepção de Kallyne e diz que o lipedema costuma dar alguns sinais já na adolescência, mas eles, geralmente, passam despercebidos.

"O lipedema é uma doença inflamatória crônica e progressiva. Então, às vezes, na adolescência, a pessoa já percebe que tem a perna uma pouco mais grossinha, com um aspecto um pouco diferente. Ao longo da da vida, passa uma gestação, tem um ciclo de ganho de peso ou de perda de peso, e a doença aparece. Geralmente, é como se você tivesse um corpo em cima e outro corpo embaixo. E, quando você emagrece, perde gordura no rosto, na cintura... mas as pernas, coxa, glúteo e, muitas vezes, a parte superior no braço não emagrecem na mesma proporção"

Gornati acrescenta que a pessoa com lipedema também têm mais facilidade de sofrer lesões vasculares, ou seja, desenvolver hematomas à menor pressão. Uma pesquisa recente conduzida pelo Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, com mais de 900 pessoas, mostrou que as mulheres com lipedema têm 11 vezes mais prevalência de varizes.

"É uma doença que acomete tudo o que a gente chama de tecido conjuntivo frouxo. Isso inclui a gordura, mas também os vasos e as articulações. E a pessoa com lipedema tem 30% mais dificuldade de ganhar massa muscular, que é o que ajuda a proteger essas articulações. Então, ela também tende a ter hipermobilidade, frouxidão ligamental, e, quando ganha peso, acaba sobrecarregando o joelho, o quadril. Com o tempo, pode desenvolver artrose ", complementa o médico.

Por enquanto, não há medicamento para o lipedema, e o tratamento costuma envolver dieta, exercícios físicos, massagens de drenagem linfática e liberação miofacial. Em casos extremos, é possível lipoaspiração das partes mais afetadas. Kallyne destaca a diferença que essas mudanças podem fazer:

"O meu desconforto só diminuiu por causa do tratamento que eu estou fazendo, mas, quando eu não faço exercício ou saio da minha dieta, a minha perna incha ao ponto de eu engordar 2 kg de um dia para o outro".

ESTIGMA

Após a melhora proporcionada pelo tratamento, Kallyne deseja fazer uma cirurgia plástica para retirar a pele excessiva que ficou após a perda de peso e a desinflamação do tecido adiposo. Ela torce para que novas pesquisas encontrem alternativas medicamentosas para tratar a doença.

"Eu acho que o desinteresse em pesquisas sobre a doença nas décadas passadas tem a ver com o machismo e a gordofobia. Inclusive, até hoje, muitas pessoas não procuram ajuda, porque ainda existe essa ideia na sociedade de que a pessoa está assim porque não se esforça o suficiente, não faz dieta, não faz exercício... Ainda mais sendo uma doença de mulheres".

O médico Vitor Gornati, concorda: "Eu tenho inúmeras pacientes que falam: 'Nossa, eu sofro com essa perna há 20 anos e ninguém nunca me disse que isso tinha um nome'. Tem paciente que chega a chorar no consultório, de alívio, porque, antes, elas realmente achavam que estavam daquele jeito por culpa delas, por estarem fazendo alguma coisa de errado. Ainda mais sendo uma condição relacionada à gordura, que tem todo um estigma".

Fonte: Agência Brasil

sábado, 21 de junho de 2025

Quatro em cada 10 brasileiros já foram alvo de fraudes pela internet

 











Dados são de pesquisa de empresa de dados e tecnologia

Um levantamento feito para o relatório semestral Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion mostrou que 40% dos brasileiros já foram alvo de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto e 10% dos pesquisados disseram ter caído nos golpes. As perdas atingiram uma média de R$ 6.311.

Os dados mostram ainda que 53% dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024. E ao menos 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes.

Segundo o levantamento, o golpe mais relatado é o vishing, quando os criminosos realizam ligações telefônicas simulando representar empresas legítimas, como operadoras de celular, planos de saúde ou instituições financeiras, para induzir a vítima a fornecer dados confidenciais, como senhas bancárias, números de cartão de crédito, CPF, entre outras informações pessoais.

Pelo menos 29% dos entrevistados (13.387 adultos em 18 países e regiões) relataram prejuízos financeiros em decorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$ 1.747, o que equivale a R$ 10.683, na cotação do dia da pesquisa.

A Geração Z, os nascidos entre 1997 e 2010, foi a que mais relatou perdas (38%), enquanto os Baby Boomers,os nascidos entre 1946 e 1964, foram os que menos relataram (11%) perdas.

"A evolução das fraudes exige que as empresas estejam sempre um passo à frente, inclusive ajudando a conscientizar sobre golpes como o vishing. É importante destacar que, assim como em outros golpes de engenharia social, o objetivo final dos fraudadores é obter informações ou acessos privilegiados para cometer fraudes financeiras", explicou o gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, Wallace Massola.

O estudo também revelou que houve o aumento de 11% nas transações financeiras suspeitas de tentativa de fraude digital em 2024, na comparação com 2023. Entre os tipos de fraude digital com crescimento mais acelerado a invasão de conta foi o mais relatado, com aumento de 20% ante o ano anterior.

Segundo Massola, com os modelos de prevenção a fraudes transacionais se tornando cada vez mais eficazes após anos de aprimoramento, os fraudadores têm mudado seu foco para processos de invasão de contas.

“Esse tipo de fraude representa um desafio crescente para as empresas. Para enfrentar essa ameaça, é essencial investir em tecnologias avançadas de monitoramento e autenticação, além de considerar soluções robustas de avaliação de risco de dispositivos e behaviour analytics", disse.

O índice de fraude digital do Brasil foi de 5,4% em 2024, acima da média global, ficando ao lado de países como Canadá, Colômbia, República Dominicana, Hong Kong, Índia e Filipinas.

A taxa média de tentativas suspeitas de fraude em transações realizadas por consumidores dentro do Brasil foi de 6,1% em 2024, a sexta mais alta entre os quase 20 mercados analisados.

De acordo com o documento, 59% dos consumidores entrevistados afirmaram que trocariam de empresa em busca de uma experiência digital melhor, incluindo segurança de dados. Para 77% dos entrevistados, ter confiança de que seus dados pessoais não serão comprometidos é um fator muito importante na hora de escolher com quem fazer negócios ou comprar online.

O relatório aponta ainda que 34% dos entrevistados no mercado global realizaram mais da metade de suas transações pela internet (mesmo percentual de 2023). Outros 62% afirmaram que preocupações com fraudes são o principal motivo para não voltarem a usar um site. Quase metade (48%) relatou ter abandonado um carrinho de compras online por suspeita de fraude ou preocupações com segurança.

No caso de aplicações para obter produtos financeiros ou de seguros feitas online, a maioria (51%) das pessoas disse ter desistido por razões que envolvem tanto segurança quanto experiência na jornada de compra, com 46% desistindo após excesso de informações solicitadas, 41% por não confiarem na segurança dos dados pessoais e 38% por acharem o processo frustrante.

No Brasil, 40% das pessoas disseram que não confiaram na segurança dos dados ou consideraram excessivo o volume de informações exigidas e, por isso, deixaram de comprar ou contratar um serviço online.

“Proteger os dados dos consumidores é inegociável. Com o aumento dos riscos em todos os canais, o investimento em prevenção à fraude é estratégico e se torna um dos grandes diferenciais competitivos. Tanto para reduzir atritos desnecessários com o consumidor quanto para evitar impactos reputacionais para as organizações”, ressaltou o vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, Claudio Pasqualin.

Segundo a pesquisa, ambientes de comunidades, como sites de relacionamento e fóruns virtuais, registraram a maior taxa global de tentativas suspeitas de fraude digital em 2024, com quase 12%, o que significa um aumento de 9% no volume em relação a 2023. Em seguida, aparecem os jogos eletrônicos (11%), jogos online como apostas e pôquer (8%) e o varejo (8%), completando o ranking dos segmentos mais afetados. No Brasil, as comunidades também foram o segmento com a maior taxa de suspeita de fraude digital, com 15,2%.

Massola explicou que os fraudadores aproveitam a confiança inerente às plataformas de interação social, como aplicativos de relacionamento, para enganar os usuários, criando perfis falsos e construindo um relacionamento aparentemente genuíno, manipulando emocionalmente as vítimas.

“Uma vez conquistada a confiança, os criminosos solicitam informações confidenciais ou dinheiro, alegando emergências ou situações pessoais difíceis. Esse método de exploração não apenas compromete dados privilegiados, mas também pode resultar em perdas financeiras significativas para aqueles que acreditam estar seguros nas comunidades online", alerta Massola.

Fonte : Agência Brasil

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Vacinação melhora, mas ainda enfrenta desafios no Brasil

 







Curvas de imunização indicam queda das taxas de cobertura desde 2015

Apesar das coberturas vacinais no Brasil estarem em rota de recuperação, as diferenças entre estados e municípios e os esquemas incompletos ainda são desafios que ameaçam a saúde pública brasileira. Essas são as principais conclusões do Anuário VacinaBR, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A publicação mostra que, em 2023, nenhuma vacina infantil do calendário nacional atingiu a meta de cobertura em todos os estados. O destaque negativo ficou com os imunizantes que protegem contra a poliomielite, meningococo C, varicela e Haemophilus influenzae tipo B – nesses casos, nenhum estado vacinou 95% do público-alvo, porcentagem necessária para evitar a transmissão dessas doenças.

Além disso, apenas 1.784 municípios, ou menos de 32% dos mais de 5.570 existentes no Brasil, conseguiram cumprir a meta de cobertura para quatro vacinas considerados prioritárias: pentavalente, poliomioliete, pneumo-10 e tríplice viral. O melhor desempenho foi o do Ceará, onde 59% das cidades imunizaram o público-alvo. No Acre, porém, apenas 5% dos municípios alcançaram a marca.

"Saúde é competência concorrente da União, dos estados e dos municípios. O problema da imunização não pode ser atacado de maneira uniforme, porque a gente vive em um país de dimensões continentais que tem desafios muito específicos. E a gente viu, no Anuário, que às vezes tem municípios adjacentes, com condições muito parecidas, mas com taxas de imunização muito diferentes", alerta o diretor executivo do IQC e organizador do Anuário VacinaBR, Paulo Almeida.

Mesmo a vacina BCG, que protege contra formas graves de tuberculose e deve ser tomada logo após o nascimento – por isso, muitas vezes, é aplicada ainda na maternidade – só alcançou a meta de cobertura em oito unidades federativas. Em 11 estados, a taxa de imunização ficou abaixo de 80%, alcançando menos de 58% dos bebês no Espírito Santo. Dentro de todos os estados, há cidades que vacinaram 100% do público-alvo e outras que não imunizaram nem a metade.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Balallai, também destaca o protagonismo dos gestores municipais para aplicar as recomendações do Ministério da Saúde e a necessidade de seguir o planejamento estadual, conforme as realidades locais. Isabela lembra que o maior combustível para a hesitação vacinal é a baixa percepção de risco, quando as pessoas não sabem, ou não dão valor para o perigo das doenças preveníveis por vacina.

"O acesso também é um grande problema no Brasil. Temos 38 mil salas de vacinação, país nenhum tem isso. Mas se a pessoa vai ao posto e recebe uma informação errada, ela não volta. Se só funciona em horário comercial, e ela trabalha, ela não consegue levar os filhos. Se ela vai num dia, e a vacina acabou, ela não vai consegui voltar em outro dia. A falta de informação, somada à baixa percepção de risco é igual à não vacinação", acrescenta a diretora da Sbim.


Abandono

De maneira geral, as curvas de vacinação no Brasil indicam diminuição das taxas de cobertura desde 2015, com queda mais brusca em 2021 e movimento de recuperação em 2022 e 2023. Já as porcentagens de abandono, quando a pessoa recebe a primeira dose, mas não completa o esquema vacinal, mantêm-se estáveis desde 2018.

Um exemplo é a vacina tríplice viral. Em 2023, a maior parte do país vacinou entre 80 e 85% do público-alvo e apenas quatro estados atingiram a cobertura ideal na primeira dose: Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia. O índice de aplicação da segunda dose não chegou a 50% em 14 estados, e a meta não foi atingida em nenhuma unidade federativa.

A tríplice viral previne contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e deve ser tomada aos 12 e aos 15 meses de idade (sob a forma da vacina tetraviral, que também protege contra a varicela). Todas essas doenças podem desenvolver quadros graves e até provocar a morte, especialmente em crianças pequenas.

Atualmente, há surtos de sarampo em diversos países, e cinco casos isolados foram registrados no Brasil este ano. "As pessoas precisam saber que quem não completa o esquema vacinal continua desprotegido contra aquela doença", adverte Isabela Ballalai.

O diretor executivo do IQC e organizador do Anuário VacinaBR, Paulo Almeida, afirma que é preciso reconhecer que estratégias que deram certo no passado não são suficientes para enfrentar os desafios atuais: "A campanha hoje, por exemplo, não tem o mesmo peso por muitos motivos. Um deles é que as vozes são muito difusas. Antes, havia canais oficiais de comunicação com a população. Hoje, com a internet, temos infinitos canais de comunicação; então, é mais difícil acessar pela via direta da campanha."

Almeida ressalta, porém, que há novas ferramentas disponíveis. "Lembretes por SMS, por exemplo, conseguem melhorar muito a taxa de cobertura, porque a pessoa é cutucada para ir lá no posto. Porque ela sabe que é necessário, ela até quer até fazer, mas eventualmente o ritmo de vida interfere, e ela não consegue. Ou também a conveniência, que é superimportante: ter pontos de vacinação abertos em horários em que o cuidador pode levar a criança pra se imunizar.

Isabela Ballalai também defende o uso constante das escolas como ponto de vacinação e de educação sobre vacinas.

"A escola é capaz de combater os principais pontos da hesitação vacinal. Primeiro ponto: acesso. Os responsáveis não têm que levar ninguém a lugar nenhum, a criança, ou adolescente, já está ali. Segundo: informação. Explicar para a comunidade escolar porque é importante vacinar e que está tendo campanha, porque, às vezes, as pessoas não estão nem sabendo. Terceiro: a escola pode ser o caminho para as autoridades de saúde chegarem e se comunicarem com as famílias, e saberem qual a situação vacinal delas."

Fonte:Agência Brasil

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Gripe aviária pode ser transmitida entre humanos? Pode afetar carne de frango? Pode virar pandemia? Pesquisador do Butantan responde

 











Não há até o momento notificação de caso de transmissão entre pessoas, mas mutações constantes do vírus aumentam chance de isso ocorrer; veja essa e outras respostas
Apesar de a gripe aviária não ser transmitida de humano para humano atualmente, a circulação contínua dos vírus e sua transmissão entre aves, mamíferos e alguns casos em humanos, juntamente com o seu potencial de mutação, são fatos preocupantes que requerem medidas preventivas e uma preparação em caso de disseminação do vírus entre pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que é a gripe aviária e o significa potencial pandêmico

A gripe A (H5N1) é causada por um vírus aviário da influenza que está se espalhando rapidamente no mundo, causando a morte de milhões de animais e sintomas graves, que podem levar à morte de humanos. No momento, não há transmissão confirmada deste vírus em pessoas. Porém, se alguma linhagem se modificar a ponto de tornar possível a transmissão entre humanos, há um risco real de pandemia.

“O vírus de influenza A(H5N1) está sendo transmitido de aves para aves, de aves para mamíferos, de mamíferos para mamíferos, de aves para humanos e mamíferos para humanos. Só não vimos ainda a transmissão de pessoa para pessoa, mas existe um potencial do vírus adquirir essa capacidade, o que é muito perigoso porque aumenta o risco de uma pandemia”, afirma o pesquisador científico e gerente de Desenvolvimento e Inovação de Produtos do Butantan, Paulo Lee Ho.

A OMS ainda considera baixo o risco de uma pandemia em humanos, sobretudo pelo número de casos notificados nos últimos 20 anos no mundo e pela avaliação de risco de sua ferramenta conhecida como TIPRA (Tool for Influenza Pandemic Risk Assessment - Ferramenta para Avaliação de Risco de Pandemia de Influenza).

De 2003, quando o vírus foi detectado pela primeira vez, até 27 de maio de 2025, a OMS registrou 976 casos de infecção humana em 25 países; destes, 13 casos e cinco mortes ocorreram em 2025. Do total de 976 casos, 470 foram fatais, o que confere uma taxa de letalidade de 48,2%.

“Apesar de a OMS considerar o risco baixo, nós nunca sabemos quando a transmissão entre humanos pode começar. Por isso, temos que nos preparar caso aconteça”, ressalta Paulo Lee Ho.

A linhagem de gripe A(H5N1) surgiu pela primeira vez em 1996 e tem causado surtos em aves desde então. Desde 2020, uma variante desses vírus levou a um número sem precedentes de mortes em aves selvagens e aves domésticas em muitos países. Depois de afetar a África, Ásia e Europa, em 2021, o vírus se espalhou para a América do Norte e, em 2022, para a América Central e do Sul.

De 2021 a 2022, a Europa e a América do Norte observaram a maior e mais extensa epidemia de gripe aviária com persistência incomum do vírus em populações de aves selvagens. Desde 2022 há relatos crescentes de surtos mortais entre mamíferos, também causados por vírus influenza A/H5 – incluindo influenza A (H5N1).

No Brasil, até o momento, não foi registrado nenhum caso da doença em humanos, embora o país já tenha registrado e controlado alguns focos em aves silvestres e em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Dentro deste contexto, o pesquisador Paulo Lee Ho esclarece dúvidas sobre o vírus e o que o Butantan vem estudando para preparar uma vacina contra a doença.

1- O que é a gripe aviária?

A influenza aviária, conhecida mundialmente como Influenza A Viruses ou pela sigla IAV, é um tipo de gripe zoonótica (ou animal) que afeta sobretudo aves selvagens e domésticas, e que tem como agente responsável um ortomixovírus.

Todos os vírus influenza de aves e de muitos mamíferos são do tipo A. Eles são classificados em subtipos com base em diferenças antigênicas de duas proteínas de superfície: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Existem pelo menos 16 subtipos de HA e 9 de NA reconhecidos como de origem aviária, que dão origem aos subtipos da influenza A H5N1, H9N2, H3N8, entre outros.

Os IAVs podem ser classificados pela categoria e subtipo de patogenicidade. Os vírus de alta patogenicidade (HPAI – Highly Pathogenic Avian Influenza, na sigla em inglês) H5 ou H7 são assim classificados a partir de um teste de virulência realizado em galinhas, conforme a capacidade do vírus de causar lesões severas e alta mortalidade. Os de subtipo H3N2 são considerados de baixa patogenicidade.

O A (H5N1) é um dos vários vírus da gripe que podem causar uma doença respiratória altamente infecciosa em aves. Infecções em mamíferos, incluindo humanos, também foram documentadas. A infecção pelo vírus da gripe A(H5N1) pode causar uma série de doenças em humanos, de leves a graves e, em alguns casos, pode até ser fatal.

2- O que causa uma pandemia de gripe?

Pandemias de gripe acontecem de tempos em tempos, justamente pelos vírus influenza serem altamente recombináveis, mutáveis e circularem nos hemisférios norte e sul do planeta. A OMS os monitora continuamente, e essas informações são utilizadas pelos produtores de vacina para atualizar os imunizantes de influenza sazonal todos os anos.

Como o vírus influenza aviário A/H5 está em constante evolução, ele tem potencial de se tornar transmissível de pessoa para pessoa, após cruzar a barreira de transmissão ave-humanos. Não se sabe se isso vai acontecer e nem quando.

Mas se ocorrer, pode dar início a uma nova pandemia de influenza – como foi o caso da gripe espanhola de 1918 e da gripe A(H1N1) de 2009, segundo a OMS – que pode ser avassaladora, devido à alta taxa de mortalidade do vírus.

3- Já vivemos outras pandemias de gripe?

Sim. Um milhão de pessoas em todo o mundo morreram em um surto de gripe em 1957, que começou na China, mas se espalhou globalmente. Em 1968, outro surto ceifou de 1 a 3 milhões de vidas no mundo. Em 2003, o ressurgimento da gripe A(H5N1) evidenciou como o vírus podia ser transmitido de animais para pessoas, mas não atingiu o estágio pandêmico: o vírus não conseguiu se transmitir de forma sustentável de pessoa para pessoa – o que ainda se mantém.

A última pandemia foi a de gripe A(H1N1) em 2009, debelada graças às vacinas, embora milhares de pessoas tenham morrido. A doença que não foi de origem aviária, ficou conhecida como “gripe suína”, começou no México e se espalhou rapidamente para mais de 214 países, territórios e comunidades ultramarinas. Estima-se que entre 105 mil a 395 mil pessoas tenham morrido.

Mas a pior pandemia de influenza da história foi a gripe espanhola, que infectou meio bilhão de pessoas no mundo em 1918 e matou mais de 50 milhões. A gripe ganhou este nome porque surgiu na Espanha, embora tenha se espalhado para outros países. Globalmente, o número de mortos superou o da Primeira Guerra Mundial, que foi de cerca de 17 milhões, em dados da OMS.

As pandemias mais recentes não foram tão mortais, devido aos avanços científicos referentes ao acesso a antivirais, vacinas, testes diagnósticos e técnicas modernas de vigilância. Mas, assim como acontece com muitas outras doenças, as pandemias de gripe afetam mais duramente as comunidades pobres e socialmente marginalizadas. Um estudo publicado na revista The Lancet, que analisou o impacto potencial de uma pandemia semelhante à de 1918 no mundo moderno, concluiu que "os países e regiões que menos podem se preparar para uma pandemia serão os mais afetados".

4- Há risco de a infecção ser passada de humano para humano?

As evidências disponíveis sugerem que os vírus da influenza A(H5) em circulação não adquiriram a capacidade de se transmitir eficientemente entre pessoas. Portanto, neste momento, a transmissão sustentada de pessoa para pessoa é considerada improvável.

Ainda que a ameaça zoonótica permaneça elevada devido à disseminação dos vírus entre aves, considera-se que o risco geral de pandemia associado à influenza aviária A(H5) não mudou significativamente em comparação com anos anteriores. A OMS recomenda aos países que permaneçam vigilantes e considerem medidas de mitigação para reduzir a exposição humana a aves e outros mamíferos potencialmente infectados, a fim de reduzir o risco de infecção zoonótica adicional.

5- Com os focos em aves no Brasil, há perigo em consumir carne de frango?

Não há perigo porque frango é um alimento que não se consome cru. O vírus não consegue sobreviver às altas temperaturas de cozimento. No entanto, recomenda-se evitar tocar em aves mortas ou se aproximar de aves e galinhas que pareçam doentes, ou seja, que estejam caídas ou espirrando. Nestes casos, é indicado chamar a autoridade sanitária local para fazer a remoção. Para pessoas que convivem ou trabalham em granjas, frigoríficos ou áreas rurais, é importante o uso de equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras no manuseio dos animais.
Como o vírus está atingindo outros animais, como mamíferos, inclusive vacas leiteiras, não se recomenda a ingestão de leite cru. O leite deve ser consumido fervido ou pasteurizado.

6- Como está o processo da vacina do Butantan?

O Butantan tem um estoque reserva de uma candidata vacinal contra gripe aviária A (H5N8) desenvolvida com cepas fornecidas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.
Na prova de conceito, o antígeno e o adjuvante usados na candidata vacinal se mostraram eficazes para combater a doença. Estes resultados foram enviados à análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um possível uso em pesquisa clínica.

O Butantan tem capacidade e expertise para fabricar o imunizante pelo fato de ele ser desenvolvido com a mesma plataforma da vacina da influenza sazonal, de vírus fragmentado e inativado, que o Instituto produz anualmente para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Apesar da vacina do Butantan conter o vírus influenza A(H5N8), ela protege também contra o vírus A (H5N1), devido ao fato de ambos apresentarem o componente H5 (Hemaglutinina 5) semelhante ou idêntico. Além disso, o Instituto desenvolveu e produziu em escala piloto o adjuvante IB160 que foi combinado com sucesso com o antígeno H5N8 na prova de conceito da vacina realizada em modelo animal, mostrando a necessidade do uso do adjuvante e protocolo de imunização de duas doses da formulação vacinal.

A produção em escala industrial do adjuvante está prevista para ser iniciada no final do ano e começo de 2026. Com isso, em caso de pandemia do vírus H5N1 circulante, o Instituto terá capacidade de produção do antígeno e do adjuvante para a formulação da vacina, representando uma possível autonomia do país na produção dos componentes vacinais.

Em 2018, o Instituto chegou a fazer estudo de fase 1 com uma outra vacina pandêmica de gripe aviária A (H7N9), em parceria com Organização Mundial de Saúde (OMS), com a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (BARDA) e com o Instituto de Pesquisa em Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (IDRI), quando houve a transferência de tecnologia de produção do adjuvante IB160 ao Butantan.

Em virtude dos riscos da gripe A (H5N1), os estudos com as novas cepas de gripe A/H5 estão sendo realizados como forma de preparação para uma potencial pandemia envolvendo a cepa em circulação.

Fonte: Instituto Butantan

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul reforça alerta de chuva volumosa e risco de temporais até sexta (20)

Meteorologista Cátia Valente alerta para condições de atenção em cidades do centro e do oeste do Estado devido a chuvas elevadas - Foto: João Pedro Rodrigues/Secom









Devido à previsão de precipitações persistentes, Rio Grande do Sul segue em status alerta e severo
A Defesa Civil estadual atualizou, nesta terça-feira (17/6), as previsões hidrológicas e meteorológicas para o restante da semana no Rio Grande do Sul. Devido aos volumes expressivos de precipitação já observados e a previsão de continuidade das chuvas volumosas até sexta-feira (20/6), o Estado segue em status alerta e severo.

Na tarde e noite de terça, o aprofundamento de um sistema de baixa pressão e o fluxo de umidade do norte provocam chuva forte e persistente, com raios, nas Missões, no Oeste, na Campanha, na Costa Doce, na Região Metropolitana, no Vale do Rio Pardo e no Litoral Médio. Conforme a meteorologista Cátia Valente, há risco de temporais com granizo nas Missões, Oeste, Campanha e Centro. Os volumes variam entre 20 e 60 mm, podendo chegar a 80 mm em áreas do Centro, das Missões, do Noroeste e do Vale do Rio Pardo. Ventos do norte alcançam 50 a 70 km/h na metade Norte.

Na madrugada e manhã de quarta (18/6), a chuva forte segue no Oeste, nas Missões, no Noroeste, na Campanha, na Costa Doce, na Região Metropolitana, nos Vales e no Litoral Médio e Norte, com raios e chance de granizo. À tarde e noite, as instabilidades se deslocam para o Centro, para o Norte, para os Vales, para a Costa Doce e para a Região Metropolitana. Os acumulados variam de 40 a 90 mm/dia nessas áreas, podendo chegar a 140 mm/dia no Noroeste, nas Missões, nos Vales e entorno da Região Metropolitana. Nas demais regiões, ficam abaixo de 40 mm/dia.

Na quinta (19/6), a chuva persiste com intensidade moderada a forte nas Missões, no Noroeste, no Centro, no Norte, nos Vales, na Serra e no Litoral Norte, com volumes entre 30 e 60 mm/dia, podendo atingir 100 mm/dia em pontos do Noroeste e do Norte. No Oeste, na Campanha e no Sul, o tempo firme retorna. Na sexta (20/6), a formação de um ciclone próximo à costa gaúcha mantém o tempo instável. Chuva moderada a forte atinge o Norte, o Nordeste, a Região Metropolitana, a Costa Doce, o Litoral Médio e parte da Campanha, com acumulados entre 40 e 60 mm/dia, podendo chegar a 75 mm/dia na Costa Doce e no Litoral Médio. Nas demais áreas, chuva fraca a moderada com volumes abaixo dos 40 mm/dia.

SITUAÇÃO HIDROLÓGICA

A condição hidrológica atual é de rios com tendência de elevação em praticamente todo o Estado, e limiares variando entre normalidade e cota de alerta em função das chuvas dos últimos dias, atingindo cota de inundação no rio Ibirapuitã em Alegrete.

Em função da sequência de precipitações com acumulados elevados nos próximos dias, principalmente no centro e metade oeste do Estado, é indicada as condições de ATENÇÃO e ALERTA para as cidades em Amarelo e Laranja no mapa hidrológico, respectivamente, com risco de ocorrências de alagamentos em perímetros urbanos e enxurradas em virtude de chuvas intensas, cheias e inundações de arroios e pequenos rios que não possuem monitoramento, além como a elevações em rios maiores, que devem variar entre limiares de normalidade e atenção para inundação.

Precipitações intensas, nos próximos dias, podem causar alagamentos em perímetros urbanos e até enxurradas - Foto: João Pedro Rodrigues/Secom

Nestas áreas também há risco de movimentos de massa em regiões vulneráveis. É indicado risco de inundação para os rios Ibirapuitã (em Alegrete), Ibicuí (em Manoel Viana), Santa Maria (em Rosário do Sul), Vacacaí (em São Gabriel), São Sepé e Jacuí (em Cachoeira do Sul e em Rio Pardo), devido aos altos acumulados observados em suas bacias.
Os comportamentos esperados para cada situação

Os alertas da Defesa Civil têm as seguintes cores, representando sua gravidade:Verde para situações de normalidade;
Amarelo para alerta moderado;
Laranja para alerta alto;
Vermelho para alerta muito alto;
Roxo para alertas de ação imediata.

Esteja atento – Alerta Amarelo

Acompanhe sempre as informações nos canais oficiais da Defesa Civil Estadual e da sua cidade;


Verifique com a Defesa Civil da sua cidade se o status do risco é direcionado para a área onde você mora ou transita;


Informe-se sobre histórico de alagamentos/inundações/deslizamentos de terra na sua região;


Adote medidas de prevenção como verificar condições de telhados e árvores, em caso de previsão de ventos e temporais;


Acione a Defesa Civil municipal se você identificar bueiros entupidos ou com a tampa danificada;


Antes da época de chuvas, mantenha em dia a manutenção de calhas e ralos da sua casa;


Conheça o Plano de Contingência da sua cidade e os riscos aos quais você pode estar exposto, bem como as orientações sobre locais seguros e como agir.

Esteja preparado – Alerta Laranja

Considere ajustar sua rotina para evitar estar exposto durante os fenômenos;


Caso vá sair, feche sua casa e informe-se sobre as condições dos trajetos que geralmente utiliza;


Abrigue e/ou solte guias e correntes dos animais domésticos antes de sair de casa, mantendo-os no pátio;


Avalie o local onde irá estacionar seu veículo (presença de placas, árvores e postes);


Mantenha lanternas e pilhas em local acessível e em condições de uso;


Tenha preparado um kit (documentos, muda de roupas, medicamentos, garrafa de água etc.) para sair imediatamente, caso necessário;


Se você mora em locais com histórico de alagamentos ou inundações, verifique com a Defesa Civil municipal a necessidade da retirada de móveis e outros objetos;


Se você mora em locais com histórico de alagamentos/inundações/deslizamentos de terra, informe-se com a Defesa Civil municipal se é necessário sair dessas áreas de risco;


Busque informações sobre o Plano de Contingência da sua cidade e os riscos aos quais você pode estar exposto, e siga as orientações locais sobre como agir.

Tome uma atitude – Alerta Vermelho

Mantenha-se informado sobre a evolução do evento, inclusive durante a noite;


Se observar quaisquer sinais de deslizamentos de terra (tais como rachaduras no terreno ou nas paredes; inclinação em postes e árvores; barulhos ou vibrações nas paredes, no piso ou no teto), saia imediatamente;


Comunique às autoridades (Defesa Civil municipal, Corpo de Bombeiros) sobre os sinais constatados a respeito de deslizamento de terra;


Esteja pronto para sair ou saia de locais com riscos de alagamentos, inundações, enxurradas, deslizamentos de terra;


Não atravesse áreas inundadas ou alagadas (a pé ou de carro);


Busque abrigo ou permaneça em locais de segurança até cessarem as fontes de risco;


Não exponha a si mesmo e seus familiares a riscos;


Colabore com as pessoas com dificuldade de mobilidade, como crianças e idosos, caso precisem sair rapidamente;


Se possível, compartilhe informações com moradores próximos;


Obedeça às orientações do Plano de Contingência da sua cidade e as informações locais sobre como agir;


Se precisar sair rapidamente, garanta a segurança dos animais domésticos levando-os consigo ou deixando-os soltos de guias, coleiras e gaiolas;


Não retorne para as áreas que foram evacuadas até que os órgãos oficiais informem que o local é seguro.

Ação imediata – Alerta Roxo

Saia imediatamente de locais da área identificada como área de risco;


Se estiver em local seguro, permaneça até cessarem os fenômenos;


Não transite em áreas alagadas ou inundadas (a pé ou de carro);


Saia imediatamente de locais com risco de deslizamento de terra;


Apoie a saída de pessoas com problemas de mobilidade e vulneráveis sob seus cuidados;


Siga as orientações da Defesa Civil da sua cidade;


Não retorne para as áreas que foram evacuadas até que os órgãos oficiais informem que o local é seguro;


Se possível, compartilhe informações com moradores próximos.

Riscos identificados a partir dos fenômenos mais comuns no Rio Grande do Sul: chuvas intensas, alagamentos, inundações, enxurradas, vendavais, granizo e movimentos de massa.

Texto: Ascom Defesa Civil
Edição: Secom

terça-feira, 17 de junho de 2025

Governo sanciona lei que proíbe tatuagens e piercings em cães e gatos

 







Pena se aplica ainda a quem permitir, e aumenta se animal morrer
A partir desta terça-feira (17), quem fizer uma tatuagem com fins estéticos ou colocar piercing em um cão ou um gato poderá pegar de dois anos a cinco anos de reclusão, além de ter que pagar uma multa e perder a guarda do animal. A pena também se aplica a quem permitir que isso seja feito e será aumentada se o animal morrer devido às intervenções.

As punições estão previstas na Lei nº 15.150, publicada no Diário Oficial da União. A norma altera a chamada Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9.605 - , de 1998, equiparando a prática a outras condutas abusivas que causem ferimentos ou mutilem animais silvestres, domésticos ou domesticados, sejam eles nativos ou exóticos.

A proibição, contudo, não se aplica a procedimentos usados para outros fins que não estéticos – como, por exemplo, as marcações feitas em cães e gatos para facilitar o reconhecimento dos que foram castrados, nem aos empregados para garantir a rastreabilidade e certificação de animais de produção do agronegócio, como bois, cavalos e porcos.

Complicações

A norma legal foi bem recebida por especialistas, incluindo integrantes do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), cuja Resolução nº 1236, de 2018, caracteriza práticas cruéis e maus tratos contra os animais e estipula as normas de conduta dos profissionais da categoria.


“A proibição de procedimentos desnecessários definidos na Lei nº 15.150 complementa e reforça o posicionamento do CFMV na defesa do bem estar animal. A realização de tatuagem ou colocação de piercing com fins estéticos em cães e gatos, além de provocar dor, os expõe a diversas complicações como reações alérgicas, infecções, necrose da pele e acidentes com o adorno, provocando lacerações”, disse, em nota, o gerente técnico do conselho, Fernando Zacchi.


Proibição de tatuagem em pets - deputado Edmir Chedid/Alesp

Especialista em clínica médica e cirúrgica, com mais de 20 anos de experiência, a veterinária Marina Zimmermann disse à Agência Brasil que os potenciais riscos e prejuízos de tatuagens em animais ainda não são totalmente conhecidos.

“Temos, obviamente, a dor, o que obriga que o tatuador anestesie o animal, o que já representa um risco. Há também o risco de a tinta causar alergia, provocando feridas e até infecções, principalmente no caso do animal lamber excessivamente o local da dor. Além disso, as consequências podem variar de acordo com a raça e outros aspectos”, ressaltou a veterinária.

Marina afirma que já atendeu uma gata que feriu seriamente a própria orelha ao tentar arrancar um piercing.

“A tutora achou bonito colocar dois piercings na orelha da gatinha que, como todo felino, faz sua higiene se lambendo. Ao passar a pata pelo rosto, a gata enganchou uma garra em um dos piercings e rasgou a orelha”, lembrou a especialista, relatando que, embora tais práticas não sejam tão comuns, já viu coisas complicadas, como pessoas colocando presas de metal em cães ou mesmo colorindo o pelo dos cachorros – “o que, ainda que não seja uma grande agressão, é algo extravagante.”

Tendência

A lei sancionada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública é fruto de projeto de lei que tramitou por cinco anos no Congresso Nacional. De autoria do deputado federal Fred Costa (PRD-MG), a proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em agosto de 2021 e pelo Senado em 20 de maio deste ano.

Ao justificar a iniciativa, em 2020, Costa destacou que, segundo o noticiário, a realização de tatuagens e a colocação de piercings em animais domésticos despontava como uma tendência, exigindo medidas legislativas em favor da proteção de pets.

“Todos sabemos, por experiência própria ou por relatos de conhecidos, que fazer uma tatuagem é sempre algo doloroso”, apontou o parlamentar na justificativa do projeto de lei. “Não há o que se discutir quanto ao livre arbítrio de uma pessoa que queira fazer uso desse tipo de adorno em seu próprio corpo, mas a liberdade de tatuar a [própria] pele não significa que podemos tomar essa decisão pelos animais que convivem conosco”, disse o parlamentar.

Antes mesmo da decisão nacional, algumas prefeituras já tinham decidido proibir a prática em território municipal. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Lei nº 18.269 entrou em vigor no último dia 10, com a previsão de multas de R$ 5 mil para o tutor do animal e para o responsável pelo estúdio de tatuagem ou estabelecimento comercial, cuja licença de funcionamento será cassada.

A norma paulistana é parecida com a que está em vigor na cidade do Rio de Janeiro desde 2021 - Lei nº 7.051 . A diferença é que, na capital fluminense, o valor da multa aplicada ao estabelecimento pode variar entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, sendo dobrado em caso de reincidência.

Fonte: Agência Brasil

Bancos passam oferecem Pix Automático

 








Nova modalidade pretende substituir débito automático e boletos
Com a promessa de substituir o débito automático e os boletos, o Pix automático entra em vigor nesta segunda-feira (16). Extensão do Pix, a ferramenta permite ao usuário autorizar pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, como microempreendedores individuais (MEI). O cliente autoriza uma única vez, com os débitos ocorrendo automaticamente na conta do pagador.

Desde o fim de maio, o Pix automático está disponível para todos os clientes do Banco do Brasil. A maior parte das instituições financeiras, no entanto, só começa a oferecer o serviço nesta segunda.

A ferramenta pretende beneficiar tanto empresas quanto consumidores. De acordo com o Banco Central (BC), o débito automático beneficiará até 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito.

Para as empresas, a nova tecnologia facilitará a cobrança ao simplificar a adesão à cobrança automática. Isso porque, o débito automático exige convênios com cada um dos bancos, o que na prática só era possível a grandes companhias. Com o Pix automático, bastará a empresa ou o MEI pedir a adesão ao banco onde tem conta.


Como funciona

•     Empresa envia pedido de autorização de Pix automático a cliente

•     No aplicativo do banco ou instituição financeira, o cliente acessa a opção “Pix automático”

•     Lê e aceita os termos da operação

•     Define a periodicidade da cobrança, o valor (fixo ou variável) e o limite máximo por transação

•     A partir da data acordada, o sistema faz os débitos automaticamente

•     Cobrança pode ser feita 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive em feriados

•     Usuário pode cancelar autorização e ajustar valores e periodicidade a qualquer momento

Tipos de contas

O Pix automático só é válido para pessoas físicas como pagadoras e empresas ou prestadores de serviços como cobradores. O pagamento periódico entre pessoas físicas, como mesadas ou salários de trabalhadores domésticos, é feito por outra modalidade, o Pix agendado recorrente, obrigatório desde outubro de 2024.

Algumas contas pagas com Pix automático

•     Contas de consumo (luz, água, telefone)

•     Mensalidades escolares e de academias

•     Assinaturas digitais (streaming, música, jornais)

•     Clubes de assinatura e serviços recorrentes

•     Outros serviços com cobrança periódica

Algumas empresas, principalmente micro e pequenas, usavam o Pix agendado recorrente para cobranças periódicas. O Pix automático promete simplificar as operações de cobrança.

No Pix agendado recorrente, o pagador tinha de digitar a chave com a conta da empresa, o valor e a periodicidade da cobrança, o que poderia levar a erros e divergências. No Pix automático, o usuário receberá uma proposta de adesão, bastando confirmar a cobrança, podendo ajustar valores e a frequência dos pagamentos.
Segurança

O Pix automático traz alguns riscos de segurança. O principal são falsas empresas que enviam propostas de cobrança que irão para contas de terceiros. Para minimizar o risco de golpes, o BC editou uma série de normas para as empresas que aderirem ao Pix automático.

Bancos e instituições de pagamentos deverão checar uma série de informações das empresas, divididas em três eixos: dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix automático e histórico de relacionamento com o participante. Para impedir fraudes por empresas recém-criadas, somente empresas em atividade há mais de seis meses poderão oferecer a nova modalidade do Pix.

As regras de segurança que os bancos deverão checar são as seguintes:

•     Data de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); situação cadastral dos sócios e administradores no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), e outras informações da empresa;

•     Compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço oferecido para o Pix automático;

•     Quantidade de funcionários, valor do capital social e faturamento;

•     Tempo de abertura da conta e uso de outros meios de cobrança;

•     Frequência das transações com o participante.

Fonte: Agência Brasil



Natureza precisa ser aliada e não ameaça às crianças, diz especialista

 







Iniciativas procuram proteger os menores da crise climática
Uma atividade ao ar livre, em contato direto com a natureza, costuma gerar boas lembranças na infância. Mas e quando a experiência da criança com o meio-ambiente envolve um desastre ou desequilíbrio ambiental? Para a especialista em educação e natureza do Instituto Alana Paula Mendonça, é preciso olhar com mais atenção para a relação dos mais jovens com a emergência climática.

“Precisamos construir escolas e comunidades sustentáveis, saudáveis e resilientes, nas quais as crianças possam ver a natureza como aliada e não como uma ameaça. A vivência de um evento climático pode causar um trauma na criança. E ela depois ter medo da chuva ou do calor, por exemplo”, analisa Paula.

A especialista participou, por videoconferência, de uma coletiva de imprensa durante visita guiada à Ilha do Combu, em Belém. E aprofundou reflexões presentes na pesquisa do Instituto Alana sobre resiliência climática nas escolas das capitais brasileiras.

Ela lembrou que 37,4% escolas de educação infantil e ensino fundamental do país não têm áreas verdes, 11,3% ficam em favelas e 6,7% estão em áreas de risco de desastres naturais.

“A gente vem trabalhando para defender o direito de toda criança viver em um meio ambiente saudável, como garante o artigo 225 da Constituição Federal. Para que as crianças possam fortalecer o vínculo com a natureza”, analisa Paula.

“Precisamos de ações que visem à adaptação e o enfrentamento das mudanças climáticas. É olhar para a restauração da biodiversidade, a redução da poluição, estratégias de educação que fomentem acesso à natureza e desenvolvimento de habilidades e competências que preparem melhor os estudantes para enfrentar a crise climática”, complementa.

Escolas Baseadas na Natureza

Durante a quarta edição do TEDx Amazônia, em Belém, o Instituto CCR, ligado à empresa de infraestrutura e mobilidade Motiva, também anunciou o programa Escolas Baseadas na Natureza, em parceria com o Instituto Alana. A proposta é oferecer formação continuada e materiais didáticos para alunos, professores e gestores do ensino fundamental de escolas municipais de todo o país. Tudo de forma gratuita.

A formação tem 40 horas e ocorre de forma virtual, aberta a qualquer educador. Por meio dela, os educadores poderão pensar em soluções baseadas na natureza no ambiente escolar, além de elaborar projetos práticos para aplicar nas instituições de ensino.

Uma outra forma de incentivo é o Prêmio Escolas Baseadas na Natureza, que vai selecionar cinco escolas públicas com projetos de destaque em educação ambiental. Cada uma receberá até R$ 100 mil para a realização de melhorias em sua infraestrutura. Também serão oferecidas mentoria pedagógica, assessoria técnica e consultoria especializada em arquitetura escolar sustentável.

As inscrições estão previstas para junho. O anúncio das escolas vencedoras deve ocorrer em julho. Entre os pontos que serão valorizados estão a criação de pátios naturalizados, hortas pedagógicas, sistemas de captação de água da chuva, uso de energias renováveis e mobiliário feito com materiais reaproveitados.

“Nós temos hoje uma base de mais de 6.000 professores que serão parceiros diretamente dessa iniciativa e mais de 170.000 estudantes também em 280 municípios. A gente quer que essa expansão ocorra o mais rápido possível, porque é uma temática urgente. Precisamos saber lidar com a emergência climática”, disse Jéssica Trevisam, gerente de Responsabilidade Social do Instituto CCR.

Fonte: Agência Brasil